Coração Imortal escrita por isabellatmassei


Capítulo 20
This is my destiny


Notas iniciais do capítulo

Oi povo, mais um post especial para vocês. Bem, repararam que tem capa nova, sinopse nova e que os caps tem nome agora? Sim, eu mudei porque acho escencial e sempre tive vontade, mas nao tempo, de fazer. Então leiam o cap com muito carinho. Até lá embaixo.



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- Queria saber quem é este Celso, deve ser um mandante, ou coisa do tipo- sussurrou Edu.

Mudei de posição, estava com dor na coluna de ficar toda emaranhada no colo dele. Estiquei-me na cama e suspirei. Lembrar essas coisas me fazia muito mal.

- Você pode parar se quiser, eu particularmente não gosto dessa parte da história- explicou ele enlaçando minha cintura.

- Na verdade, essa parte é a mais interessante, gostaria de lembrar. Se não quiser ouvir pense em outra coisa.

- Não consigo evitar, não consigo me impedir.

- Então terá que ouvir- e dei risada.

O Ju sempre nos ligava, mas era eu que sempre conversava com ele. As vezes nos comunicávamos via mensagem, ai sim a Kathy se fazia por Ash e falava com ele. Eu sabia que ele desconfiava ser ela, porque sempre comentava no telefone e eu só ria, de modo a concordar.

Mas depois que o Ju foi embora a Kathy parou de me procurar pedindo ajuda, então me dediquei ao Edu...

- Vou falar você ao invés de Edu, sei que está ouvindo.

Ele só resmungou um tanto faz e estreitando mais ainda perto de mim.

Então fiquei mais focada em nosso relacionamento e isso só me trouxe problemas. Quando não estamos nem aí, nada de ruim acontece, mas quando nos preocupamos, lá vem problema.

Foi justamente isso que aconteceu quando quis ir até a casa de Edu, quando estávamos nos quatro meses de namoro, ia até lá entregar-lhe uma foto, que havíamos tirado. Enquadrei-a e estava decidida a te entregar. Subi escondida até seu apartamento e entrei sem bater. Se algum vizinho ouvisse a campainha àquela hora, era suspensão na certa. Quando cheguei à sala, avistei seu quarto, pelo vão da porta se via que a luz estava acesa.

Fui andando na ponta dos pés decidida a te surpreender, e tenho que dizer que foi dito e feito. Abri a porta numa delicadeza que vocês dois não ouviram nenhum ruído. Quando vi você e Paola deitada na cama, ela em cima de você, sem a blusa, e você tirando a camiseta, quase tive um treco.

Vocês mal me notaram no começo, isso só aconteceu quando você pediu que apagasse a luz, e quando voltou os olhos para o interruptor se deparou com a interrupção.

Você empurrou Paola para o lado e arrumou à roupa, ela por sua vez ficou lá, com os peitos a mostra e toda esticada em sua cama. Voltei os olhos pra você e juro que nunca senti tanta raiva. Tentei não te socar ali mesmo, me limitei a fulminá-lo com o olhar.

- Ash, não entenda errado...

- Não, sei perfeitamente o que aconteceu aqui... – virei para Paola- Estou indo comunicar para o diretor o que estava acontecendo aqui, e tomara que te expulsem daqui.

Sai de seu quarto evitando os pedidos desesperados de que eu não fosse até lá denunciá-la. Cheguei ao quarto da diretoria e acordei contei ao diretor o que eu sabia e havia presenciado. Ele não me perguntou sequer uma vez o que eu fazia ali, simplesmente pegou Paola na hora que ela saía do bloco, a expulsou no mesmo instante e a ultima vez que a vi foi quando ela saía do colégio, com a avó ajudando-a a carregar as malas. Era de se esperar que não tivesse a mãe presente, vagabunda!

Você não me procurou durante uma semana e meia, estava procurando um bom álibi. Eu esperava que tivesse desistido, mas não, voltou a me procurar.

- Não tive oportunidade de te pedir perdão.

- Nem que tivesse, duvido que o faça.

Você me olhou desconsolado.

- Foi por essa razão que vim até aqui, você me perdoa?

- Você se perdoa?- perguntei com ceticismo.

Você balançou a cabeça dizendo que não.

- Então não posso fazer isso, estaria subestimando você- e continuei a andar em direção a minha próxima aula.

Você por sua vez correu até mim.

- Eu me perdôo se for o necessário para te ter de volta. Sei que o que fiz foi á pior idiotice que um menino poderia fazer.

- Não quero que aja por impulso, você sabe pelo o que deve se perdoar pelo menos?

- Por ter te traído- respondeu

Balancei o dedo discordando.

- Deve se perdoar por ser um idiota, imbecil, canalha, desgraçado e principalmente por conseguir se perdoar depois de ter me magoado.

Você arregalou os olhos e escancarou a boca, não sabia o que dizer.

- Por favor, me perdoe- repetiu me fazendo odiá-lo mais.

- Já te falei o que quero, e só uma perguntinha: Estamos juntos ainda?

Você fez que sim com a cabeça, temendo que eu discordasse mais uma vez.

- Bom, espero que seja verdade- e segui meu caminho.

Você ficou um tempo sem me procurar, e já esperava de você alguma desculpa dizendo que não se perdoaria nunca, então nunca ficaríamos juntos. Mas em um dia totalmente normal, eis que chega um buquê com vários girassóis. Bem, eu amava girassóis então coloquei o vaso na mesa da sala. Depois de uma hora, chega um coração gigante de pelúcia. Bem, eu amava pelúcias, então coloquei o Fred- nome que dei ao meu coração- em minha cama. Depois de três horas meu celular tocou e era uma tele-mensagem com uma musica de fundo que me deixava enjoada.

 Quando pensei que você não tinha mais idéias imbecis, desci até o hall pegar uma comida bem gordurosa para comer e pra minha surpresa estava lá você, Beto, um menino do time de futebol americano e outro da aula de Inglês. Suspirei, sim, tinha outra coisa em mente. Quando você começou a cantar “When you look me in the eyes” do Jonas Brother eu quase chorei, poxa vida, eu amava os Jonas.

Parei para olhar pra ele, eu amava me lembrar dele cantando essa musica. Ele já achava humilhante, mas eu não, sempre achei romântico.

“How long will I be waiting To be with you again I'm gonna tell you that I love you In the best way that I can I can't take a day without you here You're the light that makes my darkness disappear”

Ele parou de cantar e olhou em meus olhos. Ele sabia o quão bonita essa letra era pra mim. Era como se fosse nossa musica.

- Eu gosto de te ouvir cantar- segredei acariciando seu braço

- Eu gosto de cantar pra você. Se pudesse cantava assim todos os dias de sua vida.

Olhei tristemente para o teto e inspirei fundo. Minha vida não seria tão longa, então que cantasse.

- Quero que cante um pouco mais.

Ele assentiu com a cabeça e continuou:

“How long will I be waiting To be with you again I'm gonna tell you that I love you In the best way that I can I can't take a day without you here You're the light that makes my darkness disappear”

- Posso continuar a história?

- Pode.

Você dispensou os idiotas e ficou de frente para mim durante sei lá quantos minutos. Eu não falaria nada, tudo me comprometeria, eu estava ligeiramente emocionada. Você avançou um passo em minha direção e eu desviei o olhar para o relógio na parede, acima do elevador. Peguei na geladeira uma coca em lata e apertei o botão do elevador te evitando ao máximo.

- Ash, agora depois de te fazer tudo isso, acho que consigo me perdoar.

- Acha?

- Acredito que sim.

Olhei-o pensando se foi justo mesmo pedir que você se perdoasse por mim, isso não é lá uma coisa inteligente de se fazer.

- Ash, me escute... Eu nunca acreditei em destino, mas agora você me faz acreditar.

- Ah é? E no que eu tenho a ver com esse teu destino?

Você me olhou como se estivesse chateado por não pensar igual. Eu sabia o que estava por vir...

- Você esta em tudo Ash, tudo o que planejei envolve você.

- Tudo o que?

- Casamento, filhos, trabalho... Sempre é você que esta do meu lado, não pensa assim?

- Deixei de pensar assim faz um bom tempo.

- Porque parou de pensar no nosso futuro?

Olhei incrédula para seu rosto preocupado.

- Tudo bem ter dito que só te perdoaria quando você se perdoasse, mas a magoa continua e nada apaga a imagem de você na cama com outra- pausei refletindo- E ah, faz pouco tempo que estamos juntos, porque esperou tanto pra se revelar?

- Eu não sei por que fiz aquilo, agi por impulso... Perdoe-me.

 - Você já esta perdoado, e sabe muito bem disso- expliquei-me entrando no elevador.

- Me liga mais tarde!

Vi os números do painel do elevador subindo e respirei fundo, namorar era difícil. O elevador parou no sexto andar e ajeitei minha roupa no caso de ser alguma conhecida.

- Oi Ash- a voz de Kathy quase me mata de susto.

- O que fazia no sexto?

Ela procura uma mentira pra me contar.

- Eu estava... Bem, eu estava... Na casa da Bia!

- O que?- arregalo os olhos. Não é possível.

- Ash, ela era uma colega nossa, brigamos faz tempo. Só vim entregar um livro pra ela.

- Que livro?

- De escola...

Sacudo a cabeça tentando clarear as idéias. Minha amiga agora estava freqüentando a casa de nossa ex-amiga?

- Kathy, você sabe o que ela fez com a gente... Sempre colocou uma contra a outra, não é certo voltarmos atrás.

- Não voltei atrás, ela fez mal nos fazendo brigar mas só emprestei um livro.

Aquiesci com a cabeça, tudo o que queria era lhe contar sobre o Edu, sabia que ela iria rir até não querer mais.

- Preciso te contar uma coisa- falei enquanto virava a chave.

- O que aconteceu, que está com esse sorriso malicioso? Não te vejo assim desde que o Edu... Meu Deus, voltaram?

Ignorei os pulinhos de felicidade e me foquei em contar a ela a serenata que você fez.

- O Edu cantou pra mim hoje, junto do Beto- juro que vi os olhos dela brilharem- e de mais dois colegas.

- O Beto cantou?

- Ah, qual é amiga... Estou falando de romance.

- Cantou qual musica?

- When You look me in the eyes.

Ela levou a mão à boca e se abanou com a outra.

- Não sabia que ele era tão romântico- disse ela levando a mão ao coração.

-  Eu no fundo sabia...

Ela se afundou no sofá e olhou pra mim como quem suplica atenção.

- Aconteceu alguma coisa com você?

- Bem Ash, eu não ando procurando quem me dê atenção... Mas é que faz falta.

Olhei para minha amiga desconsolada e me perguntei se era certo rir da cara dela. Depois do Junior eu sabia que seria difícil ter qualquer outro.

- Não quero parecer invejosa,muito menos mau-amada, mas é que não ter alguém é angustiante.

- Eu te entendo perfeitamente.

- Queria que fosse verdade...

- Mas eu te entendo Kathy, quem disse que não?

Levantei uma sobrancelha enquanto penso se não foi a Bianca.

- Ah, nesse sentido não...

- Eu fiquei um bom tempo sem o Edu, fiquei um tempão sem ninguém e você com vários... Melhor explicação do que essa?

Ela balançou a cabeça rindo.

- É verdade, quase me esqueci que acabou de deixar de ser Boca Virgem.

- Ta vendo só?

- Mas Ash, você acha que um dia encontro alguém como o Ju?

Descordei com a cabeça. Definitivamente não. O que a leva a pensar que vai arranjar um menino como o Junior- que a deixa sozinha-, sendo que existem melhores no mundo?

- Nunca vai encontrar alguém como ele.

Ela me olha preocupada, deveria estar se perguntando se eu era uma boa amiga mesmo...

- Kathy, ele te deixou. Você merece o melhor.

- Eu sei- concordou ela com a cabeça- Será que existe alguém assim pra mim?

- Desejo de todo o coração que exista.

Mas eu não precisei desejar para que aparecesse o Beto na vida dela. Ela sempre o achou um gato e muito educado mas a coragem para falar com ele não existia. Eu sempre a aconselhei a falar com ele, mas ela nunca atendeu meus chamados. O jeito foi eu ir falar com ele.

- Oi, você é o Beto?

- Sim, e você é a Ashley do Edu!

Corei e assenti. Ele era realmente muito agradável.

- Você mora com aquela loira da aula de história, não é?

- Katheriny Stryder é o nome dela.

- Sim, eu sei. É que não me lembrava direito, costumo me lembrar dela como “ a menina loira que senta na minha frente”.

Dei um sorriso sincero enquanto pensava o quão mongo ele era.

- Bem... Eu vim falar sobre ela...

- Ela precisa de ajuda em história?- perguntou ele coçando a cabeça.

Pensei bem e vi que não existiria forma melhor de fazerem os dois ficar juntos. Sorri comigo mesma ao ver que tinha me transformado em um cupido anônimo.

- Claro, é isso! – gritei

Logo que percebi que tinha falado alto tentei amenizar o susto que dei no Beto e voltei a falar:

- Tudo bem se ajudar ela?

- Com o maior prazer...

E foi assim que consegui fazer eles se conhecerem. Não posso dizer que foi rápido, vieram ficar juntos só agora. Todo esse tempo ficaram como amigos, grandes amigos. Ela reconhecia a lerdeza dele, mas ria sempre que ele tentava ser algo mais para ela, ele se esforçava tanto que dava dó. O Beto foi a melhor coisa pra ela naquela época, ela precisava de alguém e ele estava lá, ela queria rir, e ele estava lá, e foi assim que eles se arranjaram.

Mas antes de ficarem bem desse jeito todo eu voltei a passar por um problema e tanto, e adivinha com quem...

Faltava pouco mais de um mês para que eu fizesse um ano de namoro, tudo correu tão bem que eu achava ser impossível. Estava indo em direção da secretária, passando pelo corredor onde existem varias salas, laboratórios de pesquisa e uma biblioteca particular, onde os alunos se reúnem em até cinco pessoas e estudam, lêem ou simplesmente conversam.

Eu tinha que resolver um problema com relação a água do chuveiro. Ultimamente ela estava muito gelada e precisávamos nos comunicar com a secretaria antes de tomar alguma decisão.

No meio do caminho decido que é melhor falar direto com o diretor, assim ele autoriza e rapidamente voltamos a tomar banhos quentes. Fui em direção ao pátio pensando no que diria exatamente para convencê-lo a nos autorizar a trocar de chuveiro, mas pensando bem, uma fuçada nos fios e tudo voltaria ao normal. Aquele chuveiro era mais uma ducha deliciosa em que não se pode abrir mão.

Quando estava pra entrar no pátio pela porta principal, me deparo com você  encostado na parede e a Bianca entrelaçada em seu corpo. Fico estática, me lembro de pensar com clareza e respirar um minuto ou dois depois de ter presenciado essa pouca vergonha.

O pátio estava vazio, ali éramos só nós três desfrutando de minha surpresa e decepção. Pra minha surpresa a Bia não o larga e pra minha decepção você não liga que ela fique ali.

Dou as costas e sigo em direção ao apartamento, não preciso ser muito inteligente pra saber que esta atrás de mim.

- Desculpe, não consigo mais... – falo rangendo os dentes.

Silêncio.

Tenho a sensação de que ele está dormindo e me deito mais perto de seu peito e respiro fundo. Preferia vê-lo com a Bianca quantas vezes fosse preciso desde que não me afastasse dele como vou.

- Não vai, eu vou atrás de você onde quer que esteja- a voz de Edu me faz sobressaltar.

- Pensei que estivesse dormindo.

- Bem que queria. É melhor do que rever todas essas coisas horríveis que te fiz.

- Me desculpe- sussurrei entrelaçando nossas pernas.

- Te desculpar pelo o que?

Respirei fundo.

- Por não ficar pra cuidar de você.

Ele senta na cama e me olha indignado.

- Vai se entregar tão fácil assim?

Nego com a cabeça, é óbvio que não vou me entregar, mas aceito meu destino como é.

- Esse não é seu destino! – grita ele se virando de costas


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Notas finais do capítulo

Eai pessoal? Será que o Edu não tem toda a razão de estar desse jeito? Poxa, é a namorada dele, ele daria a vida por ela, normal.
Tão gostando dos pensamentos e lembranças da Ash? Bem, proximo cap acaba essas lembranças e o cao dá lugar pra mais uma descoberta.
bjs