Primeira Temporada: o Passado escrita por lucas50


Capítulo 7
Epi 7: A garçonete enfurecida que deseja (...)


Notas iniciais do capítulo

(...) sonhar sempre mais alto.
Esse é o da Hoonya, a ruiva.



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Um pequeno bar, centro da cidade de Swoctown.

            Uma garota ruiva serve alguns drinques para clientes. Esta era alta para seus treze anos.

            Era mais um dia na vida de Hoonya. Lá estava ela, indo para cá e para lá no bar do senhor Tagooshi.

            A família de Hoonya era muito pobre, por isso, precisava trabalhar logo cedo para garantir a renda da família.

            Agora trabalha nesse bar, já que o senhor Tagooshi, muito gentil, aceitou a garota no recinto.

            Seu trabalho era apenas servir os clientes, anotando seus pedidos, uma coisa simples.

            Mas ela tinha uma reputação na cidade. Uma má reputação. Era muito estressada. Não admitia nenhum tipo de ofensa ou comentário. Seu apelido na cidade era “A pobre esquentadinha”.

 

            Voltando ao bar, um homem grande e gordo faz um sinal para Hoonya.

            GORDO: Ei, pirralha, me vê uns litros de sakê, rápido.

            Hoonya virou-se imediatamente para ele. Seu olhar era assustador. Então, sorriu e aproximou-se do homem.

            HOONYA: É claro, meu senhor...

            E, dita essas palavras, acertou um soco na face do homem. Esse saiu voando e bateu com tudo na parede, abrindo um buraco.

            Agora, Hoonya abriu um sorriso maléfico.

            O bar, que já não estava muito cheio, esvaziou-se completamente. As pessoas correram assustadas, sem comer e sem pagar.

            HOMEM: Corram, corram! Corram desse monstro!

            E assim, no bar, sobraram apenas Tagooshi, no balcão, e Hoonya, em pé, chorando.

            TAGOOSHI: Hoonya, você não pode fazer isso. Daqui a pouco nosso bar irá à falência!

            Ele disse essa frase com um tom gentil.

            HOONYA: Eles têm razão.

            TAGOOSHI: O que?

            O dono do bar não entendeu direito, por que Hoonya estava com a mão na frente da boca.

            HOONYA: UM MONSTRO! EU SOU UM MONSTRO!

            Agora havia entendido. Olhou para o chão e tentou acalmá-la.

            TAGOOSHI: Venha. Eu te levo para casa.

             

            E Hoonya foi coletando as mesmas experiências ao longo dos anos que trabalhou ali. Quase todos os dias Hoonya espancava alguém.

           

            Mesmo bar, quatro anos depois, final do expediente.

            Tagooshi limpava o balcão, enquanto Hoonya, agora com dezessete anos, limpava o chão com uma vassoura.

            TAGOOSHI: Hoonya... Preciso falar com você.

            A menina obedeceu ao dono e os dois foram para a sala de atendimento, atrás do balcão.

            Tagooshi sentou na cadeira do diretor, e Hoonya sentou em uma das duas cadeiras para os clientes.

            TAGOOSHI: Bem, Hoonya, tenho algo muito sério para te falar.

            Hoonya olha para ele, sem expressão.

            HOONYA: O que é? Vai me demitir, finalmente?

            TAGOOSHI: Não é exatamente uma demissão... É que...

            Hoonya continua olhando com raiva para o dono.

            TAGOOSHI: Você é jovem! Tem que explorar o mundo, viver novas aventuras! Você não pode ficar nessa joça aqui para sempre! É hora de viver, Hoonya! Viver de verdade!

            HOONYA: Eu me enganei.

            Ele olha ansioso para Hoonya. Esta levanta a cabeça e lança um olhar desafiador.

            HOONYA: Você é que nem os outros. Só quer se livrar de mim. Não me aguenta mais.

            TAGOOSHI: Hoonya, você sabe que não é assim...

            De repente, sobe na mesa e coloca o dedo na cara de Tagooshi.

            HOONYA: TUDO BEM! VOU FAZER O QUE VOCÊ QUER! VOU EMBORA! NUNCA MAIS ME PROCURE!

            E assim, virou-se e pisou no bar pela última vez.

           

            Banca de jornal, um ano depois.

            O jornaleiro distribuía o jornal diário para as pessoas que ali passavam. E Hoonya estava lá.

            No último ano, vivia com dificuldades e quase sempre fazia bicos. Nunca mais encontrara alguém como Tagooshi. E sua má fama continuava se espalhando pela cidade.

            Sua sorte era que o jornal era de graça. Todo dia pegava um, em busca de oportunidades ou empregos.

            E o jornal de hoje mudaria a vida de Hoonya. Logo que o pegou, deu uma olhada discreta na manchete da capa. Mas dessa vez não pôde passar despercebidamente. A imagem, gigante, mostrava Tagooshi. O título era “Dono do bar da ruiva é assassinado”.

            E, no subtítulo da notícia, estava escrito o seguinte: “Polícia local não descarta possibilidade de envolvimento da ruiva”.

            Lendo apenas essas palavras, Hoonya correu para uma pequena praça ao lado. Então, sentou-se embaixo de uma árvore e começou a sussurrar para ela mesma.

            HOONYA: Você estava certo... Desculpe-me...

            Teve vontade de chorar, mas não teve tempo. O portal de Pielen levou a ruiva irritada para a sua nova missão...


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