Primeira Temporada: o Passado escrita por lucas50
Notas iniciais do capítulo
Esse epi mostra o passado do Kendo.
Um homem alto e forte carregando toras de madeira em direção a uma pequena casa. Essa era a cena mais comum na vida de Kendo.
Era uma pequena família que morava em uma pequena vila. Ela era composta pela mãe, pelo pai e pelo filho único.
Todos os dias o pai saía para cortar madeira e caçar. A mãe ficava com o filho o dia todo. E, quando o pai chegava, a mãe ia para a cozinha. O pai sempre falava de suas aventuras para o filho, que beirava os cinco anos.
E essa rotina se seguiu por muito tempo. Às vezes a mãe saía ao mercado, e o filho ficava na casa da avó.
Kendo não tinha muito diálogo com os pais. Ele gostava muito de sua avó, mas esta morreu meses depois.
O dia estava chuvoso e com grandes ventos. Era noite. O pai e a mãe já estavam em casa. O jantar já havia sido feito. O pai estava indo fechar as janelas.
PAI: Estou indo fechar as janelas!
Teve de gritar por causa do barulho do vento.
MÃE: Traga a madeira para dentro de casa!
PAI: Puxa, eu havia esquecido!
O garoto olhava preocupado para os dois. Não gostava quando o pai saía de casa, muito menos agora, com essa tempestade.
A casa era protegida por um grande portão de madeira. Porém, com a tempestade, o portão rachou e partiu-se em dois, deixando a casa desprotegida.
O pai já estava do lado de fora, trazendo a lenha para o lado de dentro. Nem notou o portão, pois seu jardim era imenso.
Na calçada dois homens vestidos com casacos e capas de chuva andavam juntos. Tinham a mesma estatura, e pareciam clones.
HOMEM 1: Já viu como o portão está?
HOMEM 2: É claro... Eles vão ser presas fáceis...
Então, o pai olhou para o portão e reparou nos dois homens parados. Rapidamente entendeu a situação. Entrou na casa e gritou para seus familiares.
PAI: Escondam-se, rápido!
A mãe, chorando, acenou positivamente com a cabeça e segurou o garoto pelo braço, levando-o para um lugar seguro. A criança chorava e tentava dizer alguma coisa.
KENDO: Nós... Vamos... ficar bem, mãe?
MÃE: Sim, Kendo.
KENDO: E o papai?
A mãe não respondeu. Parou e sentou. Então, puxou o chão com toda a sua força. Aquele era o esconderijo da casa. Aquele era o porão, cheio de móveis velhos e mofados.
MÃE: Vá para debaixo da cama. Eu vou me esconder no armário.
O garoto fez que sim com a cabeça. Rapidamente se escondeu debaixo de uma cama com o colchão furado. Ela era muito baixa. Até Kendo, que tinha sete anos, teve dificuldades para se esconder.
Lá fora, o pai colocava a lenha para dentro da casa, de um jeito que parecesse que não tinha notado nada.
Os homens decidiram entrar. O pai os olhou e tentou defender a família.
PAI: O que fazem nesse fim de mundo, senhores?
Eles não responderam. Logo tiraram uma pistola cada um.
HOMEM 2: Passe todo o ouro, daí nos te liberamos.
HOMEM 1: Se preferir podemos destruir essa coisa que você chama de casa.
Os dois caíram na gargalhada. O pai ficou furioso, mas decidiu não usar a violência.
PAI: Tudo bem. Nós somos muito humildes, mas acho que isso os vai agradar.
Correu até a sala e foi carregando um grande cofre. O colocou na frente dos bandidos e o abriu. Estava cheio de ouro.
HOMEM 1: Só isso? Não dá. Teremos que levar sua casa para compensar.
Os dois homens já iam entrando, quando o pai os deteve.
PAI: Esperem. Acho que posso lhes ser útil. Levem-me, mas não levem minha casa.
HOMEM 2: Ótimo! Temos aqui um voluntário. Irmão, faça ele desmaiar.
E assim ele fez. Deu um golpe do pescoço do grande homem, que caiu indefeso.
HOMEM 1: Vamos embora daqui. Essa casa me dá nojo!
Enquanto um deles carregava o cofre, outro carregava o homem. Pegaram uma bomba de fumaça e a jogaram no chão. Em seguida, todos tinham sumido.
O garoto escutou tudo lá de cima, mas não chorou. Estava com tanta raiva que não conseguiu chorar.
A mãe viu que a situação já tinha acabado, então saiu do armário.
MÃE: É filho... Agora somos só eu e você. Venha comigo para cima.
Ela disse a frase com muita dificuldade. Então, abriu novamente a porta secreta e subiu.
Kendo saiu de baixo da cama, mas não subiu. Tinha visto uma bela caixa marrom. Ela era meio grande, mas Kendo conseguiu abri-la.
E dentro dela estava um arco e flecha. Algumas flechas estavam guardadas no “pote” de flechas.
Kendo segurou aquele arco e flecha e prometeu para si mesmo.
KENDO: Eu vou proteger minha mãe! Não vou deixar que façam o mesmo que fizeram com meu pai!
E a partir daí Kendo começou a fazer o trabalho do pai. Todo dia saía para coletar madeira e alimento.
Também tinha um hobby. À medida que seu dinheiro aumentava, ia ao ferreiro, perto de sua vila, para comprar novas armas para ele.
Era sábado de manhã e Kendo estava fazendo o mesmo trabalho. Agora tinha outras pretensões. Queria encontrar a arma sagrada, aquela que só o mais habilidoso poderia empunhar. Queria achá-la para homenagear seu pai.
Porém, não podia sair agora. Sua mãe estava muito doente. Tinha que ajudá-la, mesmo aos vinte anos.
E é nesse dia que o portal de Pielen leva o garoto com a determinação de fogo para sua nova missão...
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