Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 44
vida 4.1 capítulo 2




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Tudo aquilo estava sendo demais para ele. Benjamin sente a vista escurecer. Ao abrir novamente os olhos, a primeira coisa que vê são os conhecidos olhos verdes o encarando com ar de preocupação.

– Pai. Tive um sonho maluco em que ..

Benjamim não completa a frase. Os olhos eram velhos conhecidos. Aquele rosto de menino, não.

– Toma seus óculos. Você deve ser bem cegueta para me confundir com o seu pai. Qual é o seu nome?

– Benjamin. Ben. Logan. Benjamin LOGAN.

– Minha mãe acha que você desmaiou de fraqueza. Ela está na cozinha preparando o breakfast. Vem, você vai se sentir melhor depois de comer alguma coisa.

A mãe dele. Minha avó. Vó Mary.’

Ao entrar na cozinha, Ben é recebido com um sorriso e a mesa posta para o breakfast da família. Reconhece a vó da única fotografia de restou da explosão da casa. Do tio, não sobrara nenhuma foto. Mary era muito bonita. Sabia que o avô fora muito apaixonado pela esposa. Ao conhecê-la, entendeu melhor o porquê.

Sentiu uma emoção forte. Doía saber que ela não tinha muito tempo de vida.

– Vamos, pode se servir à vontade. Meu marido John já está descendo. Mas não precisa esperar por ele. Quanto antes colocar alguma coisa no estômago melhor vai se sentir.

Mary pega o prato a sua frente e serve uma porção generosa de ovos com bacon. Benjamim não estava acostumado com algo tão gorduroso de manhã, mas ao ver o prato na sua frente descobriu que estava morto de fome e que aquilo era exatamente o que precisava naquele momento. Atacou o prato com vontade.

– A senhora estava certa, mãe. Era fome mesmo.

Voltou a prestar atenção em Dean. No sorriso feliz que exibia no rosto.

Como o pai que conhecera era diferente daquele rapaz cheio de vida que estava ali ao seu lado. Quando via a mãe perto do Logan, não entendia o que ela vira no pai. Agora sabia. Se acostumara à figura maltratada do pai. Era como se ele tivesse sido daquele jeito desde sempre. O pai nunca gostara de tirar fotos. Praticamente não existiam fotos dele quando era novo. Não imaginava que o pai pudesse ter sido um homem tão bonito.

E corajoso.

A forma como enfrentara os motoqueiros para defendê-lo. Não o filho. Um completo estranho. Lembrou de Owen dizendo que o pai era um herói. Antes, parecia difícil de acreditar. Agora, não tinha porque duvidar.

Pela primeira vez, sentiu orgulho de ser filho de quem era. De ser um Winchester.

– Dean?

– Aqui, Lisa. Na cozinha.

Benjamim engasga quando ouve a voz da mãe. Dean levanta e corre ao seu encontro. Ele agarra Lisa pela cintura, a puxa para si e eles dão um beijo cinematográfico. Benjamim olha a cena embasbacado.

Desvia o olhar por pudor. Não achava certo um filho ver os pais num momento de intimidade.

– Lisa, este é o Ben. Ele se meteu numa fria bem em frente aqui de casa.

– O .. Dean me salvou. Ele foi muito corajoso.

E completou em um tom mais baixo: Não deixe ele escapar.

Dean e Lisa voltam a se olhar de forma apaixonada e, mais uma vez, se beijam. Benjamim sorri satisfeito.

Estava na casa da família do pai adolescente. Sua mãe ainda era apenas a namorada do pai. Tinha que ter cuidado. Parecia que tinha caído no enredo de De Volta para o Futuro. Tudo tinha que acontecer exatamente como acontecera antes ou se arriscava a mudar o futuro de uma forma imprevisível.

Qualquer passo em falso e podia deixar de existir.

Um garoto moreno, alto para a idade, de cabelos bem compridos, desce as escadas correndo, e, ao entrar na cozinha, abraça e beija Lisa.

– Oi, Lisa. Está convidada para o meu aniversário.

Dean agarra o irmão pela cintura, o abraça e depois o exibe com um largo sorriso e o maior orgulho do mundo.

– Lisa. Hoje meu irmãozinho Sam completa 14 anos. Mano, hoje é um dia muito especial. Eu estou superfeliz.

Benjamim arregala os olhos e olha incrédulo para Sam e, em seqüência, para Mary. Maldição. O dia do aniversário de 14 anos do tio. O dia da explosão.

Se não fizesse nada, eles iam morrer.

Se fizesse alguma coisa, qualquer coisa, podia deixar de existir.


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