Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 43
vida 4.1 capítulo 1




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LOCAL: LAWRENCE, KANSAS

TEMPO: 02 DE MAIO DE 1989

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O que acontecera? Onde estava?

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Um segundo atrás, era noite.

A noite em que estivera muito próximo da morte. Chegara a sentir seu hálito gelado. Uma noite de terror e de maravilhas em que vira e vivera fatos inexplicáveis. A noite em que seu pai morrera.

No momento seguinte, que era AGORA, já era dia. Ainda bem cedo. Parecia que acabara de amanhecer. Mas, já era dia.

Estava frio, mas não o frio enregelante da noite do Oregon. Estava em outro lugar.

Se estava sonhando, era o sonho mais estranho que já tivera.

O pai. Estava ou não estava morto?

Levou a mão ao pescoço. Encontrou a corrente de prata com o amuleto. A que o pai nunca tirava. ACONTECERA MESMO. SEU PAI TINHA MORRIDO.

O que fora aquilo depois? Uma alucinação? Seu pai morto, de pé, na sua frente, dizendo ser OUTRO. Falando em PROVAR que era um Winchester. EM SALVAR O MUNDO?

Quando sua vida virara do avesso?

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O terremoto. A simples lembrança deixava suas pernas bambas.

Sem aviso, tudo tremera. Entrara em pânico. Não havia onde se segurar ou se esconder. O chão se abrira e ele caíra. Parecera que estava caindo de uma altura descomunal e que a queda durara uma eternidade. Mas fora rápido. Tudo muito rápido. E não era só ele que caia. O mundo caia junto, caia em cima dele. Estava preso no escuro. Mal podia se mexer. Havia uma viga pouco acima da sua cabeça. Obstáculos de todos os lados. Não tinha como sair dali. Começou a sentir frio. Muito frio.

Então, algo o atingira na cabeça. Apagara. Não sabia por quanto tempo.

Ainda não estava totalmente consciente quando fora posto nos braços do pai. Sua mente estava entorpecida. Mal sentia o corpo. Sentia um frio paralisante. O menor movimento causava dores horríveis. Parecia que enfiavam agulhas em todo seu corpo.

E, então, se sentira aquecer por dentro. A dor fora substituída por uma incrível sensação de bem-estar. Nem mesmo sentia frio. Fora o rapaz com a jaqueta vermelha. Mark. Não imaginava COMO ele fizera aquilo. Mas SABIA fora ele.

Ainda vestia apenas um pijama, meias e o pesado casaco que alguém lhe dera para protegê-lo do frio. Não se lembrava exatamente em que momento. Na hora, estava muito aturdido com a morte do pai.

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Continuava aturdido. Não só aturdido, como também desorientado. Sabia que devia chorar a morte do pai, mas simplesmente não tivera tempo para isso. Deixaria para chorar depois.

Quando descobrisse o que estava acontecendo.

Estava num bairro residencial. Casas de dois andares. A arquitetura não lhe era estranha. Mas com certeza não estava no Oregon. Nem em San Antonio.

Ninguém nas ruas. Devia ser por conta da hora. Começou a andar sem destino. Simplesmente não sabia para onde ir ou o que fazer.

Mesmo a idéia mais óbvia, de ligar para a mãe, não lhe passara pela cabeça.

Melhor assim, pois, mesmo que ainda não soubesse, era órfão de pai e mãe.

Escutou o ruído de motores.

Três motos vindo rápido em sua direção. Só então se deu conta que estava no meio da rua. Foi para a calçada. Uma das motos mudou de direção. Subiu na calçada e acelerou. Benjamim teve que correr de volta para a rua. As outras duas motos reduziram a velocidade e manobraram de forma a cercar Benjamim. Não devia ser a primeira vez que faziam aquilo. Fizeram de forma muito sincronizada, sem trocarem nenhum sinal entre si.

Um por vez, os baderneiros arremetiam suas motos contra o rapaz. Estendiam o braço na sua direção, como se quisessem arrancar seus óculos ou agarrá-lo pelo braço ou pelo casaco.

Benjamim percebeu que estavam alcoolizados. Deviam estar voltando de uma noitada. E resolveram zoar com ele.

Um puxão por trás, derruba Benjamim no chão. Uma das motos empina ameaçadoramente. Benjamim levanta o braço na frente do rosto, num gesto de auto-proteção.

É quando escuta um brado de guerra vindo de trás, ao longe.

Um rapaz saíra de uma das casas, armado com um bastão de beisebol.

Ele se aproximava rápido. Corria, decidida e ameaçadoramente, na direção do grupo. Ao mesmo tempo, gritava com a clara intenção de intimidar. Funcionou. Os três manobraram as motos e fugiram, fazendo o tradicional gesto obsceno com o polegar e o indicador.

– Ei, garoto. Tudo bem com você.

– Estou bem, graças a você.

– Covardes. Só se mostram valentes quando estão em grupo.

O rapaz estende a mão e ajuda Benjamim a se levantar. Só então Benjamim presta atenção no rapaz. Tinha mais ou menos a sua idade. Parecia simpático. Era forte e auto-confiante.

E, então, Benjamim fica pálido.

Suas pernas ficam novamente bambas. A sensação não era diferente da que sentira quando o chão se abrira e ele caíra no vazio.

Aqueles olhos verdes.

Por mais absurdo de parecesse, o rapaz que estava na sua frente era o seu pai.

Era Dean Winchester.


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Notas finais do capítulo

Nesta realidade (v4), Dean tem quase 37 anos e Ben quase 17 anos em 2008 (terceira temporada de SPN). Ben nasceu cerca de 2 anos depois da morte de Sam, que tinha 14 anos.
ESTAS INFORMAÇÕES FORAM TIRADAS DA CONVERSA ENTRE DEAN E BEN NO CAPÍTULO 1 (v4c1).
Mantido o dia e mês do nascimento do Sam, o acidente que vitimou Sam e Mary aconteceu em 02 de maio de 1989.