– Os Volturi não dão uma segunda chance. É ruim para a nossa reputação. – Jane disse aos estranhos de olhos amarelos num tom de prazer. – Mas sempre é possível abrir uma exceção. – Ela completou em seu tom monótono de sempre, mas com uma pontada de alguma emoção que não consegui identificar. Seria tédio?

Carlisle soltou um suspiro aliviado e o vampiro de manto preto mais alto a olhou com incredulidade, mas não disse nada. “Tentando se salvar da dor” eu pensei, e os lábios do leitor de mente se repuxaram nos cantos.

– Bree – Jane chamou minha atenção e eu congelei, já podia sentir a dor –, nós não a destruiremos ainda. Você terá o prazo de um ano para se ajustar a sua nova dieta. – Eu olhei sem entender o que ela queria dizer com “nova dieta” e ela sorriu – Tenho certeza que Carlisle lhe explicará tudo sobre o assunto.

– Não tenha dúvidas. – ele interrompeu, ansioso.

Jane o olhou estreitando os olhos.

Desculpe, Carlisle moveu os lábios em um movimento silencioso.

– Suponho que teremos que manter em segredo o que houve aqui – Jane franziu a testa – Ninguém quer uma visitinha de Aro. Será fatal se ele tocar algum de vocês. O que me lembra... – ela continuou, os olhos se fixando na garota humana e o sorriso tornando-se mais largo. – Caius vai ficar muito interessado em saber que ainda é humana, Bella. Talvez ele decida fazer uma visita.

– A data já está marcada. – disse a vampira pequena de cabelos curtos e escuros. – Nós os visitaremos daqui a alguns meses.

O sorriso de Jane desapareceu e ela deu de ombros, indiferente.

– Acho que vocês fizeram o nosso trabalho de hoje. Nossa presença aqui não é mais necessária. – disse Jane no seu tom normal, monótono. – E cuidem da garota. – completou num tom definitivo.

Observei atentamente os quatro vampiros de mantos escuros saírem silenciosamente da clareira. Então, eu olhei para os outros sete vampiros que restaram, ao mesmo tempo aliviada e assustada por ter uma terceira chance. Uma terceira vida.