Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 31
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos, trago mais um capítulo de MM pra vocês! Então, antes de mais nada, quero dizer que vou ficar uns dias sumidos por motivos de: vai sair resultado de vestibular e festas de fim de ano! Creio que algumas de vocês também vão ter que viajar né? (por que eu sou a única que nunca viaja?) No mais, aproveitem bem o capítulo, fiz com todo o meu amor do mundo s2 Até o próximo õ/ ps: ano as sugestões de todas para capítulos, CONTINUEM ME DANDO *------*



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Misa Mercenary

Ciúmes


Então hoje era o grande dia.

Eu praticamente não dormi. Passei a madrugada inteira rolando no chão (como de costume) levando de um lugar para o outro meus pensamentos idiotas. Alguns eram sobre o que poderia acontecer comigo caso tudo saísse errado. Eu teria de ficar presa por anos? ANOS? Mas se o que Raito disse fosse verdade, que o dono dos documentos que eu roubei estava ao meu lado, então era mais do que óbvio que tudo daria certo. Outra coisa que me incomodava era aquela última frase que L me disse na noite anterior: "Você só me trata assim porque sabe que não existe nenhuma outra garota na minha vida além de você…". Será se L tinha razão? Quer dizer, ele realmente parecia não ter proximidade com nenhuma outra garota, era como se eu fosse a única mesmo. Então eu errei. Odiava admitir, mas L tinha razão. Imaginem se houvesse outra peituda babando-o de todas as formas possíveis? AH AÍ ELA IA VER SÓ, AÍ SIM EU IRIA PRESA POR TORTURA E ASSASSINATO! Eu nunca passei por isso, quer dizer, nunca senti ciúmes porque L nunca me deu motivos, mas e se fosse comigo? Como é sentir ciúmes? Eu não quero descobrir nunca…

Watari interrompeu meu monólogo de pensamentos perguntando-me se eu queria tomar um banho. Aceitei. O velho me deu roupas limpas e uma toalha. Enquanto nos dirigíamos ao banheiro, aproveitei pra puxar um assunto.

— Watari… Você sabe se L… Já se apaixonou outra vez? - Eu perguntava, mas na verdade não queria ouvir a resposta.

— Outra vez você diz… Além dessa? - CLARO!

— É… Não, quer saber, deixa para lá. Não é da minha conta, então… - Já estávamos na porta do banheiro, entrei apressada e já ia fechando a porta, quando o velho a segurou.

— Não se preocupe Amane-san, você é a única na vida dele, não houve nenhuma outra… E como ele é, provavelmente nunca existirá. - E sorriu. PUTA MERDA!

Também não comentei mais nada.

Enquanto tomava o meu banho, senti meu coração apertar. A culpa parece que triplicou um bilhão de vezes. Eu não deveria tratá-lo assim. L se preocupava comigo, mas eu nunca poderia me acostumar. Será que eu deveria fazer algo que mostrasse que ele também é único na minha vida?


Não via a hora de me livrar daquelas roupas claras, se fosse pelo menos um pijama escuro eu me sentiria melhor.

— Watari, que horas é a audiência hoje?

— Às 16 horas, senhorita. - O homem ajeitava algumas frutas e doces sobre a mesa da minha cela. - Antes que me pergunte que horas são, será daqui a 3 horas.

— Ei, vai ser tipo em um tribunal com testemunhas, vários advogados e um juiz?

— Não, não. Será uma audiência de conciliação, não haverá juiz, apenas os advogados das duas partes, além de um conciliador.

— L também vai?

— Provavelmente, mas…

— Mas…? - O homem parou o que fazia e me fitou.

— Vai dar tudo certo. Vou indo, o senhor deve estar precisando de mim. Daqui a três horas virei lhe buscar. Descanse, senhorita Amane.

— Tá… - Muito estranho o velho mudar de assunto assim. - Watari, se L estiver desocupado… Peça para Ele vir me buscar.

— Como quiser. - Sorriu e se retirou.

Três horas depois lá estava o inglês em frente a porta do quarto. De diferente, apenas a expressão emburrada.

— E essa cara de cachorro sem dono? - Ele apenas bufou. - Cara feia pra mim é falta de açúcar no sangue, se bem que… Você nunca está feio. - Beijei-lhe a bochecha esquerda, já que seu rosto estava levemente curvado.

— Eu não vou me desculpar com você, não vou falar mais nada…

— E quem disse que eu quero que me peça desculpas? - NEM QUERO QUE PEÇA E NEM VOU PEDIR. - Bandeira branca, detetive L?

— Está com medo que eu desista de conseguir sua liberdade? - IMPRESSÃO MINHA OU AQUILO NO ROSTO DELE ERA UM OLHAR MALIGNO?

— Medo eu sempre tive, até porque você ta adorando essa situação, não é? - Devolvi.

— Pra ser sincero… Eu preferia sair por aí exibindo você… Mostrando para os outros que eu fui o escolhido. - Dito isso, virou para sair do lugar, o segurei pela mão.

— Espera… Desculpa… - PORRA, EU AINDA TIVE QUE PEDIR!

L não disse mais nada, apenas me abraçou. Idiota, se ele queria me humilhar, ele bem que conseguiu, mas no fim das contas eu fiquei feliz. Depois de um beijo, fiz-lhe um pedido.

— L, posso usar a sua camisa hoje? Eu tenho que usar esse pijama de qualquer forma, e sua blusa também é branca, então… - O garoto me olhou por alguns instantes e então tirou a camisa, me entregando.

— Você não precisa usar pijamas brancos, Watari até separou uma roupa casual pra você, mas agora que tocou no assunto, quero que a use… Por favor… - Oh, aqueles olhos deliciosamente me fazendo um pedido e aquele tronco nu, não tinha como eu ignorá-lo. Depois cheguei a conclusão de que ele queria na verdade era afastar Raito quando este percebesse que usava uma camisa do inglês.

— Claro… Vou só colocar uma calça jeans, pra ficar como você… - Ele sorriu em resposta, saindo do local em seguida.


No fim das contas, fomos os dois em um carro normal, não naquelas limusines exageradas que L tinha o costume de usar. Watari, óbvio, ia dirigindo. No caminho não trocamos uma palavra, eu estava com o coração a mil e o cheiro de doces na camisa me acalmava.

O dia estava nublado. 31 de outubro. 15h36min. Chegamos adiantado porque o inglês precisava conversar com o meu advogado, um homem de cabelos grisalhos e corpo atlético. Seria mesmo um advogado?

Depois de um tempo, Raito chegou. Estava acompanhado de Mikami e um loiro alto e bem aparentado. Os três vieram até a mim.

— Poxa, queria ter chegado primeiro… - Falou Raito enquanto me envolvia em um forte abraço. - Misa, este é o advogado é o melhor advogado do Japão, Gai Tsutsugami.

O homem delicadamente beijou as costas de minha mão direita e disse que era um prazer me representar.

— Apesar do Raito-kun ser um grande amigo, eu pensei realmente em não segurar este caso. A sua causa já estava ganha desde o início, mas quando ele me mostrou uma foto sua, tive de aceitar. É mais linda pessoalmente, senhorita Amane. - “QUE HOMEM GALANTEADOR”, pensei enquanto ele sorria.

— Só queria apressar as coisas. Faça bem o seu trabalho, e, por favor, me devolva a Misa hoje mesmo. - Raito respondeu enfatizando o “me devolva”.

A essas alturas, L já estava voltando com o seu advogado e não gostou nada de ver os outros no ambiente me cercando.

— Misa, vamos esperar na sala. - Segurou-me pela mão. Estava sério.

— Misa, fique aqui, Gai vai te explicar como será a audiência de hoje. - Respondeu Raito.

— Não se preocupe, Yagami-san, Misa já tem um advogado a disposição dela. - Faíscas saíram dos olhos do inglês.

— Claro que tem, este é o dela, Gai Tsutsugami, o melhor do Japão. - Gesticulou para o loiro, que antes de se apresentar, foi interrompido por L novamente.

— Não, o advogado dela é o senhor Jeremy, o melhor da Inglaterra. - Apontou para o homem de cabelos grisalhos.

— MAS QUE DROGA! Se decidam, quem é o meu advogado, caramba?! - Já estava ficando tonta com aquela discussão, tive de por um ponto final.

— Vai ser você quem vai decidir, Misa. Quem você escolhe para lhe representar? - MIKAMI, SEU MALDITO!

— Eu?! - Retruquei.

— Sim… - Respondeu L e Raito em uníssono.

Qual é, eu não podia escolher entre os dois. Quer dizer, eu tinha de escolher um advogado, mas aquilo também se ligava ao inglês e Raito. Se eu escolhesse o advogado de L, Raito provavelmente nunca mais falaria comigo, e se eu escolhesse o de Raito, o mesmo aconteceria com L. Então, o que fazer?

— Watari! Você me defenderá. - Pronto.

— Então você escolhe o senhor Jeremy, não é? - Falou o inglês.

— NÃO! Na verdade…

— Misa, vamos conversar em particular. - Raito segurou-me pela mão me arrastando para bem longe dali. Aquilo me aliviou.

— O que deu em você, sua louca?! - O garoto parecia bravo.

— L cuidou de mim esse tempo todo, eu não posso simplesmente ignorá-lo agora.

— Não é questão de preservar o namoro de vocês… Misa, você sabe como ele é, ele vai querer fazer tudo certo demais, no fim das contas você pode até se livrar desse caso, mas deverá a justiça para sempre… Comigo não, vou te livrar de tudo, o Gai é gênio nessas situações, ele irá limpar a sua ficha. Sem contar que… Foi L quem lhe meteu em tudo isso.

— Você tem razão, mas… - O garoto pôs a mão na minha cabeça, calei-me instantaneamente.

— Não seja tola... Faço o que eu estou mandando… Você me deve isso. - E pra finalizar, me soltou aquele olhar de “você sempre faz tudo o que ele quer, mas agora faça o que EU quero”.

No fim das contas não teve jeito, tive de escolher o advogado de Raito. E era óbvio que L ficaria muito irritado, mas muito irritado.

— Como é?! - Estávamos em uma sala separada eu, Watari e o inglês. A audiência começaria em 10 minutos. L não havia gostado do que ouviu.

— Desculpa L, mas eu estou devendo isso para Raito, ele…

— Não existem desculpas, Misa. MEU advogado conseguiu a sua custódia, MEU advogado conseguiu esta audiência, o MEU advogado, apenas ele irá te tirar dessa… - Seus olhos perfuravam os meus, uma sensação de agonia invadiu o meu corpo.

— Eu sei… Mas foi o de Raito que conseguiu a testemunha primordial…

— Não seja idiota, não haverá testemunhas, Misa. Quando você entrar naquela sala, aqueles homens irão lhe devorar inteira, irão tirar tudo que restou da sua dignidade, você perderá tudo, sabe por quê? Porque não tem dinheiro, e do jeito que está, nem seus estudos vai conseguir terminar com tranqüilidade. Você mexeu com homens grandes, e apenas eu posso livrá-la deles.

Aquelas palavras me encheram de dor. Eu tentei segurar o máximo que pude, mas acabei derramando umas lágrimas. Como ele podia falar assim?

— Acontece que… Foi você quem me meteu em tudo isso. - Enxuguei as lágrimas na camisa que usava, a camisa que era dele, aquela com cheiro de café e bolo de morangos.


Acabou que Raito foi mesmo o escolhido. Entramos eu, ele e o advogado na sala. Os irmãos desgraçados que prenderam o pai em um hospício para ficar com o dinheiro já estavam lá, acompanhados de um advogado e o conciliador que arrumava uns documentos.

A reunião correu tranqüila, Tsutsugami-san era realmente muito habilidoso. Usou de argumentos irrefutáveis para desbancar as desculpas esfarrapadas do advogado dos irmãos. A causa já estaria ganha, se não fosse o fato de eles ainda afirmarem que na época, o que eu roubei ainda era deles, então foi furto da mesma forma.

Para acabar de vez, Raito usou a tal testemunha que ele prometera levar. O verdadeiro dono do documento, senhor Kitana. O homem entrou para dar um fim à situação. Ele praticamente deu uma bronca de pai naqueles homens crescidos (vergonha alheia) e pediu para que eles não prosseguissem com o processo. Pediu não, ordenou! No mais, pediu ao conciliador algo que pudesse limpar a minha ficha, foi aí que Tsutsugami-san propôs colaboração minha a justiça por um período. O conciliador avaliou uns documentos passados por Tsutsugami-san e concluiu que pela minha ficha e pelos últimos casos que resolvi com L, aquela seria uma boa solução. Todos concordaram, por fim assinamos o acordo e finalmente pude conquistar a minha liberdade, sem piores conseqüências.

Eu não sei o que o senhor Kitana disse à eles antes da reunião, só sei que desistiram de me por na cadeia rápido demais, e aquilo me aliviou.

— E aí, como foi? - Mikami nos aguardava do lado de fora.

— Tudo certo, liga pro Mello e diz que ele pode começar a preparar tudo.

— Opa, agora mesmo! - O garoto saiu do local já com o celular na mão.

— Do que vocês estão falando? - Perguntei a Raito, que conversava com o advogado loiro.

— Ah, Raito estava me chamando para a festa que farão pra você, mas tenho que ir… Terei outra reunião pela noite. - Respondeu o loiro.

— Festa?! - Indaguei Raito.

— Não é uma festa, é apenas uma reunião. - O garoto se aproximou tanto do meu rosto que pude sentir sua respiração. - Lembra o que Matt lhe disse? Terá de me pagar. - Aquela voz extremamente sensual que só Raito sabia fazer.

Os dois homens se despediam, quando aproveitei pra dar uma caminhada pelo local. Não encontrei L em lugar algum.

— Vamos Misa, estão todos lhe esperando. - Raito falou se aproximando de mim, estávamos no jardim daquele lugar que eu nem sabia o que era mesmo. O cheiro das flores me causava nostalgia por alguma razão.

— Ok, será se eu posso pelo menos passar na casa do inglês? Preciso falar com ele e pegar minhas roupas…

— Que desculpa esfarrapada. Não há roupas suas lá, veja só o que você está vestindo… - Realmente, nunca mais havia visto minhas roupas.

— Então me deixe em casa… - Aproveitaria para chamar Sam também.

— Não precisa, separei algo para você. - Será se ele estava lendo meus pensamentos?

— Pff se você insiste… - Acabo sempre fazendo tudo o que ele quer mesmo.

— Vamos. - Segurou-me a mão. - Seja bem-vinda a liberdade novamente. - E fomos para o seu impala.


Depois de um tempo, conversei com Watari sobre aquele dia e ele me falou que no fim das contas, L não havia ido embora e que ficou naquele lugar até a reunião terminar. O velho também disse que L havia chorado na nossa última discussão, um choro discreto, algumas poucas lágrimas caíram, mas então ele tomou um café e se recompôs. Pouco depois descobri que o advogado de L havia novamente me custodiado, para que dessa vez eu pagasse minha dívida a justiça trabalhando como sua assistente. Bom, eu não poderia ter desejado outra coisa...


Continua...


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Notas finais do capítulo

Bom amores, quem já assistiu Guilty Crown vai saber quem é o Gai, mas ele tá longe de ser um advogado, só que em uma cena do anime, ele finge ser um pra ajudar um amigo (desde então eu o amo mais do que a minha própria vida). E aí, chateados com a Misa? Quem ela deveria ter escolhido? E o L, o que ele deveria fazer? Hahaha, até o próximo! (desejem-se sorte DD;) s2