Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 2
Disputa de intelecto


Notas iniciais do capítulo

Um novato... Muito estranho!



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Misa Mercenary

Disputa de intelecto

Estávamos entrando na sala, aquela maldita sala cheia de retardados infantis.

— Raito, tem algum trabalho pra hoje? – Perguntei de canto de boca, ele era o responsável por me avisar sempre que alguém precisa de... Digamos, uma ajudinha extra.

— Português, pro Kizuki, matemática pra Sayaka e a tradução do poema em latim que a Minata pediu.

— Putz, diz pra Minata que o poema eu não vou passar hoje, o de matemática eu faço no primeiro horário e o de português no segundo. – Respondi o garoto sentando-me na carteira, uma das últimas da sala. Raito sentou logo atrás.

— Hm...Você é uma garota bem corajosa mesmo, quase ninguém conseguiu o trabalho de matemática e o professor deu uma semana. – Falou Mikami sentando-se logo a frente de Raito.

— Blá blá blá, silêncio Mikami. Se ninguém conseguiu aquele lixo de trabalho em uma semana, é porque são todos uns fracassados. É nessas horas que eu entro, graciosamente resolvo todos os problemas das pessoas e ganho meu suado dinheirinho. Raito, cobre o dobro pelo trabalho, por favor.

—Ok Misa, não esqueça que a minha comissão também cresce... – Para variar eu também tinha que pagar uma parte de tudo que recebia a Raito, já que ele me ‘gerenciava. ’

Era uma segunda-feira, eu odiava segundas-feiras. Primeiro horário, o professor de filosofia entra na sala angustiado, olha para todos e dá um sorriso.

— Ohayo crianças, antes de começarmos, quero apresentar um aluno novo. Entre por favor.

Um garoto absurdamente bizarro adentrou a sala. Vestia roupas desleixadas, um jeans desbotado e largo e uma camiseta branca e aparentemente velha. Sem contar na maneira como andava totalmente torto e sem postura. Possuía olheiras profundas e um cabelo negro desgrenhado. “Ótimo, mas um palerma pra feder a sala de vez.”, pensei.

— Gostaria de se apresentar, Senhor L?

— Não vejo muita necessidade... Mas tudo bem. Chamem-me de L [Eru] mesmo, sou da Inglaterra... – Silêncio profundo, o garoto pôs o polegar no lábio e simplesmente começou a mirar o chão.

— Hm... Tudo bem L, pode se sentar ao lado da senhorita Yuki. – O professor, magistralmente, contornou a situação.
O garoto estranho, de nome mais estranho ainda [seria mesmo o nome dele, ou era algum tipo de pseudônimo?] dirigiu-se até o lugar sentando-se de uma maneira ainda mais estranha! Mas não estava mais nem ligando, quanto pior fosse melhor pra mim. Continuei meu "trabalho" enquanto Raito me acobertava.

Depois de pouquíssimos minutos terminei o trabalho de matemática. Raito me passou o de português. Nossa! Havia batido meu record, dois trabalhos só em um horário. Enfim, logo o intervalo bateu e todos se retiraram da sala. Pedi para Raito entregar os respectivos trabalhos e claro, pegar o dinheiro.

No caminho para o banheiro reparei o "novato" lanchando. Se bem que aquilo nem era lanche. Bolo com biscoitos e café com torrões e mais torrões de açúcar, tantos torrões que caíam da xícara. "Putz, desse jeito vai ter um doce fim de diabetes." Logo voltei pra sala, pensei que no fim do dia teria que voltar pro clube onde eu servia como garçonete e outras coisas às vezes, aproveitaria os intervalos pra traduzir o poema da Minata-san. Estava exausta.

Ainda bem que o dia passou rápido, já era o quinto horário, aula de português. E por fim, o quinto e último horário, matemática. O professor era um homem sério e muito justo, um dos poucos que eu ainda gostava naquele lugar. Ele chegou em passos rápidos na sala, sentou-se em sua mesa e pediu imediatamente os trabalhos, seguido de um “Ele vai valer a nota 3 de vocês!” Claro que toda a turma se revoltou, menos as pessoas que confiaram em mim para seus trabalhos, óbvio.

— Com licença professor, e quem chegou agora e não soube do trabalho? – Uma voz rouca ecoou por toda a sala, as pessoas olharam para ver a quem pertencia, qual não foi a surpresa ao perceber que o inglês falara?

— Olhem só, temos um novato. Como se chama, garoto?

— Me chamo L [Eru]... Professor gostaria de receber o trabalho, prometo entregar-lhe nesta mesma aula. – Falou com o polegar no lábio inferior. Todos ficaram surpresos.

— Bom, L como o nome do detetive... Enfim, infelizmente não será possível, dei um prazo bem grande para todos fazerem. Será injusto lhe dar uma chance.

— O senhor não entendeu... Não quero prazos, quero o trabalho agora, as questões agora, e vou respondê-las no mesmo instante... – Algumas pessoas começavam a rir, quem ele pensava que era? Só eu era a mente genial ali.

— HAHAHA! – Tive que rir, senão eu ia chorar de pena dele.

— Algum problema, senhorita Amane? – Perguntou o professor, me encarando sério.

— Muitos... Aliás, eu não, o inglês aí que tem. Garoto, você está louco? Não tem como você, um indíviduo normal, responder todas as questões em uma só aula. – riso de canto de boca, aff, só eu ali que conseguia responder trabalhos em pouquíssimo tempo.

— E então, professor? – Perguntou ao professor, me ignorando totalmente.

— Ok, vou lhe dar as questões. – Respondeu o homem, agora fitando o inglês. Nossa, impressão minha ou o professor queria incentivar uma briguinha ali?

— Qual é professor! Isso é injusto para todos os alunos, e para mim também. – Tentei contestar.

— Quieta senhorita Amane, aposto que fez metade dos trabalhos da turma. E então, conseguiu respondê-los em quanto tempo? Garoto, pode começar...

— COMO?! Então eu quero também! – Sim, vamos ver quem é o melhor.

— Primeiro as damas... – Desafiou o inglês, entediado.

Que saco! Levantei rapidamente de minha mesa e me dirigi ao quadro, era um ‘pequeno’ teste de oito questões, respondi a primeira. Um pequeno, mas complexo, problema matemático. “Corte 10 algarismos do número 1234512345123451234512345, para que o número restante seja o maior possível”, li mentalmente a questão.

— Mais fácil que ganhar o Matt no Guitar Hero. – Falei baixinho, ignorando todos os meus colegas.

Comecei a escrever o resultado no quadro, enquanto ia falando para que todos ouvissem.

— O maior número restante é 553451234512345. Para ver isto, podemos supor que os cortes são feitos da esquerda para a direita. Se deixarmos de cortar todos os quatro primeiros algarismos, o número que resta começará por 1, 2, 3 ou 4. Logo, menor que o número acima. Feito isto, se deixarmos de cortar a segunda sequencia 1234, o número que resta terá na primeira ou segunda casa, da esquerda para a direita, 1, 2, 3 ou 4. Ainda menor que o número acima. Os dois primeiros 5 devem permanecer, pois retirando-se um deles, completamos 9 retiradas e aí algum algarismo da terceira sequencia 1234 aparecerá na primeira ou na segunda casa. Finalmente devemos cortar a sequencia 12, que ocupa a décima primeira e décima segunda posição. – A sala estava bastante silenciosa.

— Genial Misa Amane, você está cada dia melhor nesses problemas. – Elogiou-me o professor. – Volte para o seu lugar.

Passei ao lado de L na volta pra minha carteira, ele sussurrou algo como “Ótimo raciocínio lógico, mas é um problema simples. Não precisava complicar.” Ignorei, óbvio que ele queria me irritar.

— Uau Misa, tenho medo de você. – Provocou-me Mikami.

— Vamos ver como o novato vai se sair. – Raito parecia bastante concentrado nas ações de L.

L respondeu a segunda, a terceira, a quarta... Até a oitava, sem titubear. CARALHO ELE RESPONDEU TUDO EM 15 MINUTOS. Sim, eu estava profundamente irritada.

— Muito bom L, diga-me, de onde você é mesmo? – Perguntou o professor enquanto anotava algo em seu caderno.

— Winchester, Inglaterra. – Maldito garoto entediado.

— Bom, volte para o seu lugar. Nossa disputa de intelecto termina aqui. Misa e L, vou considerar um empate.

“EMPATE?! EU NÃO CONCORDO COM EMPATES, EU SEMPRE GANHO!” Raito depois me falou que eu estava totalmente vermelha, e um calor absurdamente estranho emanava de mim. Era o ódio por aquele individuo.

— Raito, você não percebe?! Ele está nos desafiando! Ele quer o nosso posto de melhores!

— Calma Misa. – Raito estava calma até demais, ele não entendia qual era a situação ali.

O maldito sinal finalmente bateu. Pedi para Raito me esperar no carro, tinha algo para fazer. La estava ele, arrumando as coisas na mochilinha inglesa dele. Me aproximei do sujeito, sentando-me na mesa e cruzando as pernas. Ele parou o que fazia e começou a me encarar. Foi quando reparei seus olhos grandes e negros, envoltos de enormes olheiras. Eu também o encarava, "Vamos ver quem aguenta mais tempo!" Raito me ligou algumas vezes, mas eu o ignorei, continuava observando o elemento. Dois minutos depois, nosso silencio foi cortado por sua rouca voz. "Eu ganhei, L!"

— Você foi muito bem, Amane-san. Só perdeu por alguns minutos de diferença.

— E quem é você pra saber se eu perdi ou ganhei? – Cruzei os braços.

— Eu? Não sou ninguém, mas saiba que não importa qual seja o desafio ou enigma, eu sempre ganho. – O garoto pegou a mochila e foi saindo em direção a porta.

— Olha só, bancando o inocente maioral. - O provoquei.

— Não estou bancando o inocente, você que está bancando a infantil.

— Infantil?! – VAI HAVER MORTE.

— Sim, a infantil, do tipo que odeia perder. Saiba que eu também sou assim. – Riu de canto de boca, daquela maneira que irrita qualquer garota.

— Pois vamos ver quem vai ser o perdedor nessa história. - Fui até ele e o encarei nos olhos, aqueles olhos eram assustadores.

— Sim, vamos ver. – O inglês finalmente saiu da sala, me deixando ali sozinha.

Nunca na minha vida pensei que encontraria alguém que pudesse odiar tanto, na verdade já existiam muitas pessoas odiáveis, mas aquele inglês superava qualquer outra. Ele era realmente irritante, e um sonhador [como se pudesse me superar intelectualmente, pff]. Nunca deixaria isso acontecer, ninguém nunca vai superar Misa Amane, ninguém! Bom, mas vamos ver o que ele vai fazer agora, esse ano realmente vai ser interessante.


Continua...




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Notas finais do capítulo

Uau, esses dois me dão medo... REVIEWS PLIX Ç.Ç