O Sétimo Universo: As crônicas de Hexium escrita por Wesley Rego


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Primeiro Ano




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As constelações de Héxium aos poucos foram ficando difíceis de ver, seu brilho estava sendo ofuscado por uma claridade ainda mais intensa, o dia enfim estava amanhecendo. 

Derick levantou-se. Esticou os braços para cima enquanto se espreguiçava. Olhou ao redor e como sempre admirou seu magnífico quarto. O lugar era perfeitamente redondo, a cabeceira da cama ficava próximo a parede leste, ao lado de uma comprida janela retangular com as pontas arredondadas. Derick sempre amou ver o sol nascer em Héxium, para ele representava um sinal de que estava realmente vivo e pronto pra viver um dia que realmente valesse a pena. Nada de correria, ônibus cheio, preocupações com altos impostos, nada de medo da criminalidade ou de tiros e o mais importante, nada de guerra. Naquele momento só havia a boa e preciosa paz. Mas isso não quer dizer que não deva estar pronto para dias de conflito. 

No seu quarto havia também um grande closet, invisivel entre a parede, com um simples toque ele se abria revelando suas roupas, seus sapatos e botas, e vários chapéus. As bordas da parede era uma comprida iluminaria, programada para acender a noite, circulava o quarto como uma aliança, entre o teto de vidro e a parede sólida. 

Ao atravessar a porta que abre para os lados, uma voz robótica cumprimentou o garoto. 

— Bom dia jovem senhor. Espero que tenha tido bons sonhos. - disse um robô humanoide que parecia muito com uma mulher. Totalmente feita com algum tipo de metal prateado e olhos que brilham como leds. Não tinha nada que parecesse um cabelo e usava roupas de faxineira. Era possível ver algumas engrenagens no espaço entre suas articulações. 

— Você não entenderia se eu te falasse sobre sonhos, May. - Disse o garoto se sentando a mesa comprida e bem centralizada na sala. 

— Minhas pesquisas dizem que sonhos são visões que os humanos tem enquanto estão em repouso e podem mostrar experiências do passado, preocupações e pensamentos do presente ou sinais do futuro. - dizia May enquanto colocava pratos com frutas, pães e um jarro de suco de cor púrpura sobre a mesa. 

— Sinais do futuro? - Derick riu - Está mais para uma bagunça de informações aleatórias. Algumas nem fazem sentido. Se imagine tendo um curto circuito e recebendo várias informações que você não sabe explicar de onde vem e nem é capaz de organizar. 

— Teve um sonho assim essa noite? Gostaria de me falar um pouco sobre ele? 

— Na verdade não. - A expressão de Derick mudou enquanto bebia o suco - Não tive sonhos. Apenas lembranças que não gosto de ter. 

— Foi sobre seu mundo natal? Sente saudades de lá? 

— Não. Eu não quero falar sobre isso. - Derick se levantou aborrecido e correu para uma parede onde ao toca-la uma porta se abriu para os lados revelando o banheiro. - Preciso correr, senão irei me atrasar. 

— O senhor não terminou de comer. Precisa de alimentos para recarregar suas energias. 

— Eu como depois! - gritou Derick do banheiro. 

Ao sair do banheiro, Derick se arrumou com uma camisa laranja e, por cima, jaqueta e calça preta. Na jaqueta havia uma logo de um fuzil apontando para baixo com um cabo esticado formando um número sete. prendeu o coldre na cintura, colocou o óculos escuros e desceu um elevador que ficava no canto da sala. 

— Até mais May! - gritou para o robô enquanto a mesma vinha correndo com o prato de pão em uma mão e na outra o copo de suco dizendo "você não terminou de repor as energias". 

O elevador desceu antes que o robô pudesse alcança-lo. O elevador desceu para uma grande garagem. Lá havia um tipo de motocicleta esportiva e suas rodas eram magnéticas, não tocavam a estrutura da moto. Ao da a partida, a moto emitiu um som agudo e não muito alto. Era movida por um tipo de energia vindo de um minério encontrado em Cybium (O universo onde a humanidade é a mais avançada em tecnologia). A porta da garagem subiu e com sua mochila nas costas, Derick avançou sobre a pista rumo ao norte. 

Enquanto pilotava, suas memórias continuavam a buscar as lembranças do passado. Desta vez Derick se lembrou quando decidiu atravessar aquele portal que o trouxe para esse novo mundo. Uma grande luz o encobriu e o garoto se viu em meio ao uma gigantesca sala. O formato do salão era de um hexágono e em cada parede havia uma grande porta, grandes o suficiente para passar um caminhão. Derick notou que acima de cada porta havia um nome e o salão era iluminado pela luz do sol que penetrava pelo teto de vidro. O local era todo azulejado e havia imagens nas paredes que retratavam paisagens e cenários conhecidos e desconhecidos por Derick. Algumas imagens retratavam cidades futurísticas, outras retratavam navios antigos sobre o um vasto oceano, haviam também cenários que pareciam pré-históricos, onde homens montavam tigres gigantes e lutavam contra dinossauros. Em alguns cenários tinham homens montados em grandes pássaros e também dragões, cavaleiros, magos e por fim havia uma parede onde se via uma cidade nas nuvens e pessoas simples em estado de oração, acima deles um anjo gigantesco vindo da luz. 

O chão tremeu e começou a descer. Por pouco Derick caia com o susto. O que antes era um longo piso se tornou uma plataforma hexagonal e como um elevador desceu pela parte interna de uma coluna que ainda era iluminada pela luz solar. Quando finalmente parou no térreo, o jovem garoto ainda assustado viu um salão ainda maior do que o anterior com muitas pessoas vestidas de várias formas estranhas caminhando sobre ele, o local era branco e dourado, repleto de estátuas, quadros e cortinas brancas e brilhantes. 

— Bem vindo a Héxium - disse um homem vestido como um solado medieval. Usava armadura branca e com capa prateada. Na mão esquerda carregava um gigantesco escudo retangular e na outra uma comprida lança prateada - por gentileza queira me acompanhar. 

Derick não sentiu nenhuma vontade de recusar. Simplesmente obedeceu e seguiu o guarda, mas não parava de olhar em todas as direções, apreciando o cenário que nunca havia visto ou imaginado. Seus olhos estavam tão arregalados que pareciam ressecar, a boca tão aberta que escorria saliva pelos cantos. 

O guarda o guiou por um corredor ou dois até chegar em uma porta dourada. Empurrou a porta revelando uma sala com vários bancos longos e um altar, um cenário que parecia uma igreja. Haviam também seis estátuas de pessoas vestidas de forma bem diferentes no fundo da sala. 

— Milady, aqui está o garoto - disse o guarda em um tom firme e gentil. 

— Ah, aí está você! - disse uma Senhora com um longo vestido branco e longos e lisos cabelos grisalhos, com uma expressão alegre e gentil - estava ansiosa para conhece-lo Derick - se aproximou do garoto e apertou sua mão - Venha, sente-se na fileira da frente. Temos muito que conversar. 

Derick estava chocado, tinha muitas perguntas mas nenhuma oportunidade até o momento. Sentou-se no banco da primeira fileira e observou a senhora enquanto a mesma foi até uma mesa repleto de jarros de todos os tipos. 

— O que gostaria de beber querido? Temos água, suco, chá, leite, refrigerante, cerveja, vinho, porção, rum, energético, borbulho, óleo...

— Óleo? Porcão? - perguntou Derick ainda mais chocado. Não conseguiu se conter - Vocês bebem óleo? 

— Bom... Sim. Alguns habitantes ora. - A senhora parecia surpresa - O óleo é bastante comum para os habitantes de Cybium. 

— Cybium? O que é Cybium? 

— O mundo das pessoas cibernéticas. Aquelas que misturam partes do seu organismo com peças robóticas. - A senhora olhou espantada para Derick - você não sabe onde está? 

— Na verdade, não. 

— Você passou pela sentinela não foi? Ela abriu a passagem pra você? 

— Ah, aquela mulher feita de luz? - disse Derick se lembrando - Sim. Mas ela não me explicou exatamente que lugar é esse. Eu estou morto ou não estou? 

— Meu jovem rapaz - A senhora sentou-se ao lado do garoto - conte-me, os detalhes, de como veio parar aqui. 

— Eu não lembro muito bem. Eu vi um tiroteio e depois encontrei uma menina. Ela tocou no meu peito e de repente...

— Uma menina? Como ela era? 

— Tinha cabelos pretos bem compridos e olhos bem azuis. 

— Estava em Trivium? 

— O que é Trivium? 

— Ora, é o mundo. Há, vocês chamam seu planeta de terra. Foi lá que ela estava? 

— Sim, Foi lá. Espera aí! Está dizendo que existe outros mundos. 

— Ora - a senhora foi e se levantou - Mas é claro. Agora eu entendo, você não foi iniciado na verdade. 

— Mas que verdade? 

— Por enquanto tudo que posso lhe dizer é uma introdução simples. Espero que esteja pronto. Seu mundo, que você conhece como terra, não é o único existente. Existem seis, muito parecidos com seu mundo e com algumas pequenas mudanças. Eles são Divium, o mundo da paz e o primeiro a ser descoberto, Mistium, o mundo da magia, Cybium, o mundo da tecnologia, Ocium, o mundo oceânico, Primium, o mundo primitivo e por fim o seu mundo moderno que chamamos de Trivium. Há muitos séculos, habitantes desses seis mundos se uniram para compartilhar sua cultura e conhecimento e juntos descobriram e construíram Héxium, o mundo que você está agora. Formado pela essência dos seis, uma magnífica união de seis universos. Há muito que se aprender aqui então irei encaminhá-lo para academia de Héxium, lá você irá aprender tudo que há para saber daqui. Tenho certeza que logo estará adaptado. Ah, a propósito, me chamo Esmy, sou uma sacerdotisa e recepcionista dos novos membros de Héxium. Caso tenha qualquer dúvida, pode retornar a mim quando quiser. Agora, Icarus irá leva-lo até a academia. 

Derick já estava chegando ao seu destino quando parou de se lembrar do primeiro dia que chegou em Héxium. Lembrou-se que após esse momento conheceu a academia, onde respondeu várias perguntas, explicou sobre sua vida na terra e sobre as perdas de sua família. Foi rapidamente aceito. Aprendeu sobre a história inicial e a formação de Héxium, seu propósito, sobre o transporte dimensional e depois foi encaminhado para Glaudern, seu atual mentor, onde está aprendendo a ser um atirador para poder ingressar na força militar de Héxium, a ofenset.


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