Concheta já estava com bastante idade, mas continuava lúcida e mais perceptiva do que nunca. Chegou à casa humilde, localizada no subúrbio  de Columbus,já era começo da tarde.Ernesto recebeu-a na porta, muito ansioso.

                - Que bom que você chegou,ela não pára de perguntar por você! – ele falou rápido,mal Concheta havia entrado na casa.

                - E como ela está hoje,Ernesto? – a mulher perguntou,igualmente ansiosa.

                - Nada bem!Ela está piorando a cada dia. – ele respondeu visivelmente emocionado.

Concheta se limitou a balançar a cabeça pesarosa.Sem mais delongas,Ernesto acompanhou-a até a porta do quarto.

                - Vou dar-lhes privacidade. – anunciou voltando para a sala.

                - Como vai Célia? – Concheta perguntou à mulher deitada na cama.

Célia estava muito abatida e terrivelmente debilitada.Perdera o amor pela vida e um câncer de pulmão a consumia.

                - Sabe por que insisti tanto para que você viesse? – a mulher convalescida,perguntou em um fio de voz.Concheta não respondeu,apenas sentou-se na cama e pegou a mão fria de Célia. – Eu precisava te ver pois precisava da certeza de que tudo foi real. – ela suspirou pesadamente. – Já faz tanto tempo e ás vezes eu acho que estou enlouquecendo.Quando isso acontece, tenho medo de esquecê-la.

                Os olhos de Célia marejaram, e Concheta afagou sua mão com delicadeza.

                - Célia! Já faz realmente muito tempo.E eu não sei porque você ainda se culpa.Ou melhor – a mulher se corrigiu – eu não sei nem mesmo, porque um dia você SE CULPOU!Por Deus,Célia!Foi tudo muito triste mas não foi culpa sua!Elizabeth nunca soube como lidar com o dom que a menina Alice trazia.Deusa  presenteou e seus pais a negligenciaram.

                Célia começou a chorar compulsivamente e Concheta a amparou.Conversaram por mais algum tempo.No fim , a parteira preparou um chá de ervas especiais e serviu a velha amiga.

Em seu íntimo,Concheta sabia que o tempo de Célia estava acabando.Podia sentir a vida nela,se esvaindo.A briga com a doença estava perdida,pois Célia carregava em sai uma mágoa muito profunda.

xxXxx

                Algumas semanas haviam passado desde o encontro de Alice e Jasper.A convivência que se seguiu entre eles,era harmoniosa como só poderia ser, e muito apaixonada. Uma semana foi tempo suficiente para que Jasper se apaixonasse por Alice, na mesma intensidade que ela amava-o.Era algo do qual ele não podia resistir.Era amor demais transbordando dela.

                Jasper possuía uma misteriosa, mas significativa quantia em dinheiro, o que permitiu que eles se acomodassem um uma casa simples do subúrbio. A cidade que escolheram para ficar por um tempo, por pouco tempo, era localizada em Ethelsville, interior de Mississipi.Um local ensolarado,avesso ao habitual e que limitiava a circulação e vivência deles, o que causava grande incomodo a Jasper.

            De alguma forma,desde que decidira vir atrás da mulher de sua visão,Alice sabia que era naquela cidade que deveriam ficar.Sendo assim – uma vontade de Alice – Jasper não podia negar.Aliás, não podia negar nada à ela.Não quando ela mudara a vida dele, de uma forma irreversível e tão maravilhosa.

                - Você tem certeza Alice? – Jasper insistia com ela que a idéia de visitar aquela mulher era inapropriada.

                - Jazz – quando ela o chamava assim, ele sentia um calor em seu peito,sem comparação – eu PRECISO vê-la.Eu não sei o motivo, eu simplesmente sinto que ela é especial.

                - Tudo bem.Vamos amanhã,então.Qual é mesmo a cidade?

                - Columbus. Fica há duas horas daqui.Quer dizer de carro – ela sorriu e ele a acompanhou – o que não é o nosso caso.

                No cair da noite do dia seguinte, eles já haviam arrumado tudo e partiram.

Pouco tempo depois, chegaram á cidade vizinha.Guiada por seus instintos  e por suas visões,Alice encontrou a casa.

                - Vamos esperar o momento certo e eu vou entrar. – ela disse a Jasper.

                - Tem certeza que não quer que eu vá com você? – ele perguntou,inseguro.

                - Tenho amor. Eu preciso vê-la sozinha.Ainda não sei como ela vai reagir.

Jasper assentiu infeliz, o deixava desconfortável a idéia de deixá-la se expor, vulneravelmente.          

E então Alice teve uma visão: “Ernesto saiu do quarto e foi para a cozinha beber água.Resolveu ver um pouco de TV para se distrair,o deixava muito angustiado a crescente piora no estado de saúde da esposa.”

                - Em 15 minutos, eu vou entrar! – Alice anunciou.

                Quinze minutos depois,Alice se esgueirou pela lateral da casa e abriu a janela que estava destrancada.Com destreza,entrou e ficou parada ao lado da parede.Apesar de ter se preparado para aquele momento,não sabia como agir.

                Célia estava sob o efeito de morfina,mas não estava dormindo.Uma sensação de estar sendo observada, a levou a acender o abajur.Forçou os olhos na meia-luz e Alice entrou em seu campo de visão.O susto fez o coração de Célia perder uma batida,para em seguida se lançar em um batimento frenético.

                - OH MEU DEUS!ALICE! – a mulher sussurrou e se sentou com muito esforço na cama.

- Não se canse! – Alice falou em sua voz musical.

- Por Deus! – Célia levou a mão à boca,estupefata. – Chegue mais perto pequena, por favor.

Alice se aproximou e ajoelhou-se ao lado da cama.

                - Você está tão diferente!Está tão linda! – ela tocou os cabelos curtos de Alice, e as lágrimas lavavam meu rosto. – Você é um anjo? Veio me buscar?

Alice negou com a cabeça, não tinha palavras.Estava emocionada.

                - Minha menina, minha pequena! – Célia tossiu em meio aos soluços. – Me perdoe por favor,me perdoe! Ó Cristo,eu te amo tanto.Você sempre foi a filha que eu não tive.Por favor,diga que me perdoa.Eu não posso morrer com essa dor.

                - Está tudo bem! – Alice a consolou, pegando em sua mão.Célia estava entorpecida demais para notar a frieza da mão da vampira.

                - Eu amo você!Me perdoe! – Célia repetiu em uma voz falha.Alice assustou-se ao perceber que a mulher estava morrendo.

                - Eu perdôo você! – “Seja lá pelo que for” (ela acrescentou,mentalmente) – Fique em paz!

A mulher se recostou no travesseiro.

                - Eu estou tão cansada... – as palavras eram fracas e saíram com muito esforço.

                - Está tudo bem!Descanse agora! – Alice falou amorosamente, e Célia fechou os olhos.

                - E então? – Jazz perguntou ansioso assim que Alice se aproximou,ele podia sentir a dor vinda dela.

                - Ela morreu Jazz! – ela se jogou nos braços dele e soluçou em seu choro sem lágrimas.

                - Ah meu amor!Eu sinto muito! – ele beijou o topo da cabeça dela.

Eles ficaram abraçados por um algum tempo, até que ela se afastou para fitá-lo.

                - Eu não consegui me lembrar dela,Jazz. – Alice falou e abaixou a cabeça constrangida. – NADA!Nenhuma lembrança me ocorreu...

                - Não há porque se envergonhar disso! – ele respondeu pegando a mão dela, e entrelaçando os dedos.

                - Eu não me lembrei de nada, e ela também não disse nada que pudesse ajudar! Ela apenas pediu perdão,repetidas vezes.

                - E o que você disse? – perguntou ele delicadamente, afagando o rosto dela.

                - Eu disse que a perdoava, é claro!Mas nem ao menos sei pelo quê.

                - Infelizmente continuamos no “escuro” quanto ao seu passado... – ele concluiu desgostoso.

                - Sim! – ela concordou – Mas Jazz, mesmo assim eu estou satisfeita.Sinto que cumpri uma etapa da minha vida e também sei que trouxe paz para essa estranha tão sofrida.

Jasper assentiu com a cabeça e sorriu para ela, que retribuiu.

                - E agora? – perguntou ele referindo-se ao novo destino que visitariam.

                - Agora vamos ao Canadá, conhecer nossa nova família.

NOTA DAS AUTORAS:

SIM!!Nós sabemos que vocês querem nos matar, e que nós estamos devendo DUAS semanas!

Só o que temos à dizer é :SENTIMOS MUITO!Muito mesmo!

Nós não abandonamos a fic, a questão é que com o final do ano se aproximando, estamos trabalhando enlouquecidamente!

E os atrasos não voltarão a acontecer!Sexta saí o capítulo do encontro com os Cullen, que é o ultimo capítulo!Depois teremos o epílogo, que será uma surpresinha!

Será que mesmo com a demora, merecemos um reviewzinho???

Vocês gostaram do encontro?Como vocês sabem, nós não seguimos literalmente a idéia da Tia Steph,então achamos que Célia merecia esse encontro!Esperamos que gostem!! *-*

Vocês perceberam que não temos conseguido nem ao menos responder né? Mas assim que a fic acabar,responderemos todos!Mas NÃO DEIXEM DE COMENTAR, please! Nós amamos vocês!

E se preparem,sexta voltamos! Beijos enormes lindonas!!