'Tis The Damn Season escrita por ancientsoulwriter


Capítulo 4
4. 'Tis the damn season




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—Fiquei tão feliz em saber que vocês voltaram! -disse Ginny, enquanto tirava a lasanha no forno. 

—Nós não voltamos! -disse Luna, quando cortava tomates para a salada. -Estamos apenas passando um tempo juntos, nos reconhecendo... 

—Em outras palavras, se pegando mais do que namorados! 

Luna jogou uma colher nela, que desviou. 

—Não sua boba! Mas de qualquer forma está sendo bom... fazia tempo que eu não me sentia assim, feliz e amada! -colocou a travessa com a salada na mesa. 

—Entendi... -disse Ginny, enquanto colocava duas garrafas de vinho na mesa. -E ele continua?

—Continua... o que? 

—Bom em beijar, bom em te levar para as alturas... 

—GINNY! 

—Ok, ok, parei... 

—Mas sim, ele continua muito bom nessas duas coisas, e em mais coisas também! Mas como você é uma pervertida, não está interessada nelas! 

Luna deu as costas para pegar os guardanapos no armário. 

—Tá bom vai, me desculpa... -atravessou a cozinha e pegou nas mãos da amiga- eu conheço vocês dois, e sei que a relação que vocês compartilham sempre foi profunda, bem mais profunda do que a da maioria. E também sei que vocês se conhecem como ninguém, e seria impossível vocês dois conhecerem pessoas para os amar da mesma forma que vocês se amam, porque vocês são almas gêmeas! O que eu quero dizer é, vocês tem o meu apoio e o do Harry em tudo o que vocês resolverem fazer, ok?

Luna simplesmente abraçou a amiga. 

—Obrigada Gin! -saiu do abraço.

Ginny sorriu para ela e tocou a ponta do nariz da amiga com o dedo indicador, um gesto de carinho.

—Agora, bora chamar aqueles dois? Antes que eles se afoguem nos drinks?

—Bora! -concordou Luna. 

 

Quando chegaram a sala, Harry segurava o celular na horizontal ao passo que Neville estava ajoelhado enquanto tinha James nas costas, com esse o chamando de cavalhinho. Era nítido que Harry estava filmando a brincadeira. 

Essa imagem arrancou boas risadas das mulheres, paradas na porta da sala, fazendo com que a atenção dos homens se voltasse à elas. 

—Harry! Eu não te falei para colocar as crianças na cama? 

O Potter finalizou a gravação. 

—E eu coloquei meu amorzinho, mas o James teve pesadelo e acordou, então eu não tive outra alternativa a não ser chamar ele para ver o tio Neville. 

—E estamos nos dando bem. -disse Neville- Não é James? 

—ISSO! -confirmou o pequeno. 

Ginny deu uma risadinha. 

—Muito bem, mas agora é hora desse rapazinho voltar a dormir para que os adultos aqui tenham um tempo só para eles. Vem meu amor! -pegou o pequeno no colo e subiu as escadas.

 

O jantar fora bem sucedido. O grupo de amigos aproveitou para conversar sobre os velhos tempos e assuntos em comum, como músicas e filmes. No final dele, Luna precisou ajudar Ginny a subir as escadas para o quarto devido ao exagero no consumo de vinho. 

Ao mesmo tempo, Neville e Harry conversavam na varanda, o primeiro sóbrio enquanto o segundo se mostrava um pouco animado. 

—Mas e ai, você e a Luna...? -indagou Harry, ajeitando os óculos. 

—O que tem?

—Quando vocês vão admitir que querem ficar juntos para sempre? 

—Não é simples assim... a Luna disse para eu pedir para ela ficar ao invés de voltar para Los Angeles, mas, eu não posso fazer isso, entende? Eu não posso pedir para ela desistir de tudo que conquistou por minha causa! 

Houve alguns segundos de silêncio. 

—Olha... o verdadeiro amor só se encontra uma vez, se você não agarrar agora, nunca mais agarra! Se a Luna te fez esse pedido, é porque ela não está feliz lá com os artistas e o rock! -fez uma pausa- Só não tem coragem de se desfazer dessa vida porque... sei lá os motivos dela!

—Harry, você está bêbado... por que eu seguiria os conselhos de um bêbado? 

O Potter riu.

—Porque os bêbados tem coragem de dizer muita coisa que os sóbrios não tem! E porque, muitos que bebem são pessoas depressivas que não foram atrás de quem ou de que queriam e se arrependeram. -olha para o amigo- Não seja esse tipo de bêbado! 

Deu um tapinha nas costas e saiu, deixando um Neville confuso na varanda.

 

                           {...}

 

Enfim chegou o natal. A data mais esperada do ano por muitas pessoas. A cidade de Tupelo se encontrava em polvorosa com os enfeites, o papai noel no coreto e as comidas deliciosas da ceia.

Na casa Lovegood, Luna se encontrava reunida com os pais e Neville, que fora convidado por ela a passar essa data com a família naquela casa que ele conhecia tão bem. Pandora e Xenofilius não escondiam a alegria de ver a filha reunida com aquele que, mesmo agora, era considerado um filho e ótimo genro por eles.

No final da troca de presentes, a Lovegood e o Longbottom foram até o jardim, admirar o céu e também trocarem seus próprios presentes. A bióloga o presenteou com um vinil dos Beatles e o professor a presenteou com um kit de arte, segundo ele, para ela aprender a fazer o que ama novamente, recebendo um beijo apaixonado da companheira logo em seguida. 

 

Até que chegou o dia de ano novo, do qual fora comemorado com amigos por Luna e Neville em um pub do centro, reservado por Ginny naquela noite para todos eles. 

—E aí, está pronta para 2023? -perguntou Hermione, quando se aproximou de Luna no balcão. 

—Com certeza! Eu amo esse clima de renovação...

Hermione sorriu. 

—Senti sua falta! E o Ron também... todos! 

—Eu também senti muitas saudades de vocês! 

—Sabe... podemos não ser muito próximas mas, seria muito legal se fossemos amigas, o que acha? 

—Eu iria adorar! Sempre tive vontade de ser sua amiga. 

A Weasley sorriu e a abraçou, e então se retirou, indo de encontro a Will e Fleur, que haviam acabado de entrar no estabelecimento. 

Do outro lado do pub, Neville e Dean conversavam e riam de Ron, que mal havia chegado e parecia já estar bêbado. 

—O que você espera para 2023 meu caro amigo? -perguntou Dean.

—Terminar minha tese de doutorado! 

—Então um brinde a ela! 

Os amigos ergueram os copos de cerveja e brindaram os desejos. 

 

Meia hora se passou e o jantar foi servido, outra hora em que conversas e discussões saudáveis surgiram. No meio do jantar, Cedric Diggory pediu a mão de Cho Chang em casamento, algo surpreendente para todos aqueles que ali se encontravam. 

No entanto, a euforia fora interrompida por Ginny, que do lado de fora do pub, fez um anúncio enquanto apontava para o relógio que fora instalado na rua do estabelecimento:

—GENTE! GENTE! VAI VIRAR! 

Imediatamente todos que se encontravam do lado de dentro foram para o lado de fora, começar a contagem regressiva. Luna e Neville de mãos dadas.

—1! 

—2!

—3!

—4!

—5!

—6!

—7!

—8!

—9!

—10! 

—FELIZ ANO NOVO! -gritaram todos em euforia e os casais se beijaram.

Luna e Neville continuaram de mãos dadas e, mais uma vez, escaparam da multidão, indo direto ao terraço do pub. Abraçados, admiravam a neve caindo nos primeiros minutos de 2023.

—É... parece que o ano virou, né? -disse Luna, arrancando risadas de Neville. 

—É... parece que sim. 

Ficaram alguns minutos em silêncio, sabiam o que isso significava. Mas, naquela noite, iriam apenas focar em coisas positivas e no amor que sentiam. 

—Está frio... o que acha de irmos para outro lugar? Nossos amigos não irão sentir nossa falta, já saímos a francesa mesmo... -sugeriu Luna. 

—Acho uma ótima ideia! 

E saíram, em meio aos fogos de artifício e a euforia dos amigos na rua. 

 

                           {...}

 

Quando chegaram ao chalé, entorpecidos pelo vinho e champagne, não acenderam as luzes, criando um ambiente aconchegante apenas com a lareira e as velas na sala. Se sentaram em lados opostos em frente a lareira depois de terem buscado mais uma garrafa de champagne acompanhada de duas taças. 

—Agora, vamos fazer isso direito. -disse Neville, ao abrir a garrafa e a espuma da bebida molhar o chão.

Ele serviu as duas taças e entregou uma a Luna. Em seguida brindaram a chegada do novo ano e deram o primeiro gole, tossindo logo depois. 

—Meu Deus! Eu me esqueci de quantas bolhas tem isso... -disse Luna, quando as tosses deram lugar a gargalhada. 

—Por isso prefiro vinho e cerveja! -disse Neville. 

Os dois riram e depois voltaram a postura seria, levantando as taças. 

—Que esse novo ano seja de muitas realizações para nós! -disse Luna. 

—E que, não importa o que aconteça, estejamos sempre juntos! -disse Neville. 

—Saúde! -disseram em uníssono. 

Mais uma vez, bateram as taças, e quando deram por si, já estavam aos beijos, a loira no colo do moreno. Era como se estivessem desesperados um pelo outro, sabendo que talvez essa seria a última vez que compartilharam momentos assim então... que fosse o mais mágico possível! 

—Que tal terminar isso lá em cima? -sugeriu Neville, em um segundo de racionalidade quando precisaram parar para respirar. 

—Pode ser. É ate mais confortável! -concordou Luna, com um sorrisinho maroto. 

Um sorrisinho que Neville desconhecia. 

Apagaram as velas da sala e então, O Longbottom a pegou no colo, e juntos, subiram as escadas. 

 

O segundo andar estava um breu, mas isso não foi um problema quando chegaram até o quarto, iluminado apenas pela luz da rua. Neville colocou Luna no chão. Encararam as janelas por alguns segundos até enfim olharem um para o outro. Não era a primeira vez que faziam isso, não era nem sequer a primeira vez que faziam isso naquelas férias! Mas, por alguma razão, sentiam que essa seria mais especial pois tinha gosto de saudade, uma saudade que sabiam que sentiriam caso a razão falasse mais alto. 

—Você tem certeza de que quer fazer isso? -perguntou Neville. 

Luna apenas selou seus lábios em um selinho rápido. 

—Isso responde sua pergunta? 

Ele então, enlaçou sua cintura e os beijos recomeçaram, ficando mais urgentes a cada segundo, até enfim alcançarem a cama; o palco de todo aquele amor que seria presenciado apenas pelas estrelas e os flocos de neve que se faziam presentes do lado de fora da janela. 

 

                            {...}

 

Quando o céu clareou e os pequenos raios solares entraram pela janela do quarto, Luna despertou, com uma pequena dor de cabeça da qual ela sabia muito bem a origem. Demorou um pouco mas quando enfim recobrou a consciência de onde estava e do que havia acontecido, olhou para o lado, se deparando com a terna imagem de Neville dormindo. Sorriu, ela amava a forma como ele dormia, parecia uma criança pois dormia pesado, sempre fora assim. 

Se permitiu passar os dedos lentamente pelo cabelo escuro do homem, com os olhos tristes. Seus lábios apenas voltaram a sorrir quando olhou para baixo de si e percebeu que vestia uma camisa azul dele. Rapidamente, cruzou os braços como se quisesse abraçar aquela camiseta e as recordações da noite passada que ela trazia. 

Olhou mais uma vez para o lado... mas, ao invés de cutucar Neville e o fazer acordar como sempre fazia, simplesmente se levantou, da cama mais aconchegante que conhecia, retirou aquela camisa, vestindo suas próprias roupas, calçou os sapatos, pegou a bolsa e sem fazer barulho, deixou o quarto e o chalé. Deixando para trás a emoção e encarando a realidade a sua frente.  

 

Neville despertou apenas trinta minutos depois de sua partida. Sentindo falta dos fios loiros em seu travesseiro ao abrir os olhos, se vestiu e saiu do quarto, procurando a amada pelo chalé. E, quando não a encontrou, foi ao lado de fora. 

Mas já era tarde demais, não havia nenhum sinal de Luna, a não ser pelas pegadas na neve. 

 

Penalizado, voltou ao quarto e abraçou o travesseiro que Luna descansara minutos atrás, se dando conta de que seu perfume ainda se encontrava presente ali. 

Sentiu as lágrimas molharem seu rosto, mas não deixou o sentimento de derrota o tomar, sabendo que precisava fazer alguma coisa, não iria conseguir se sentir assim mais uma vez! 

E não iria! 

 

                            {...}

 

Luna analisava o quarto... cada detalhe dele lhe era familiar, mas, havia algo de estranho ali, era como se enquanto estivesse lá dentro, voltasse a ser uma criança e uma adolescente. Olhou para a pintura que fizera aos 16 anos em seguida para o kit de arte que ganhara de Neville. Sorriu, o pegou e o guardou dentro da mala. 

—Pegou tudo? -a voz de sua mãe a fez despertar para a realidade. Luna virou para encarar a mãe.

—Sim, peguei sim! 

Pandora andou até a direção da filha e pegou suas mãos.

—Precisa mesmo ir? 

—Me querem lá no máximo até amanhã, então...

—Filha, você quer realmente voltar para Los Angeles? Eu sei que você gosta de lá mas, sinto você tão sozinha, mesmo rodeada de pessoas.

Os olhos de Luna lacrimejaram, e ela não viu alternativa a não ser abraçar a mãe. 

—Posso participar desse abraço? 

Luna e Pandora sorriram ao ver Xenophilius no batente da porta. Elas fizeram um gesto com as mãos, o chamando. 

Durante alguns minutos, o mundo lá fora desapareceu, e dentro daquele abraço, havia uma família que se sentia feliz e ao mesmo tempo triste. 

 

Meia hora depois, as malas de Luna estavam no carro. Ela almoçaria com os pais e depois seguiria viagem até Los Angeles. Mas, ela ainda se encontrava do lado de fora da casa, absorvendo a energia da rua, deixando os flocos de neve caírem em seu rosto. Sabia que não era recomendado, pois o gelo podia queimar a pele, mas não se importava, estava indo embora mesmo. 

Até que, um barulho a despertou de seus devaneios, um barulho de automóvel. Mas, não era de um automóvel qualquer, e sim... de uma caminhonete! Abriu os olhos e foi aí que se deparou com Neville saindo de dentro de sua caminhonete, seu semblante era triste e confuso. 

—Oi... -cumprimentou ele. 

—Oi...

—Então... você vai mesmo, né? 

Luna suspirou. 

—Me querem lá até amanhã, então...

—Que pena, vou sentir saudades. -abaixou a cabeça e logo a levantou- Mas você não pode ir! Poderia chamar seus pais por favor? 

Luna arqueou uma sobrancelha, achando muito estranho o rumo daquela conversa, mas atendeu o pedido de Neville e logo voltou com Pandora e Xenofilius, que cumprimentaram o jovem. 

—Luna Lovegood... agora sim eu posso te dizer o porquê você não pode ir embora... eu fiz planos, não aqueles planinhos infantis que fazíamos quando éramos crianças... -se ajoelhou- mas, planos sérios, e você está em todos eles! 

A bióloga ainda não entendia o que estava acontecendo, mas tinha suspeitas e seu coração começou a bater mais forte ao pensar nelas. 

Ele voltou a falar depois de tatear o bolso do paletó e... uma caixinha aparecer em suas mãos. Os olhos de Pandora marejaram ao vê-la. 

—Luna, hoje eu estou aqui em frente ao seus pais, porque me interessa muito saber se você quer participar de todos esses planos -abriu a caixinha, revelando um majestoso anel de safira- me dando a honra de ser minha esposa! 

Luna, por sua vez, se encontrava surpresa com o acontecimento. Minutos atrás se preparava para ir embora e achava que estava tudo perdido, que ela e Neville não era para acontecer, e agora... e agora ele estava ajoelhado em sua frente a pedindo em casamento. Nem em seus sonhos mais lindos ela imaginava algo assim! 

Olhou para os pais, os encontrando emocionados a observando com expectativa. Voltou a olhar para Neville e só conseguiu assentir com a cabeça. 

—Sim! Eu aceito participar desses planos com você sendo sua esposa, é tudo que eu sempre quis! 

Neville então, se levantou e colocou o anel no dedo da amada, beijando sua mão logo em seguida. E, quando seus olhos encontraram com os dela, a levantou no ar e a beijou apaixonadamente, nem ao menos percebendo que o momento fora registrado por Pandora, que se encontrava em lágrimas. 

 

Não importava quanto tempo haviam passado separados, sabiam que agora estariam sempre juntos, e não havia nada que os separasse! 


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