A Mente escrita por Akemi Mori


Capítulo 61
Vingança


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei...
MAAAS vou explicar por quê.
simplesmente e apenas porque esse...
É O PENÚLTIMO CAPÍTULO!
Gritem, chorem ou comemorem. Vocês não tem ideia de como foi difícil escrever este capítulo, mas...
Cansei de enrolar, vamos dizer assim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/81065/chapter/61

- Finalmente... Vocês tem idéia de quanto eu esperei por esse dia?

Peter estava do meu lado. Embora ele tivesse tentado ficar na minha frente assim que ela chegou, eu o impedi.

Teria minha própria glória.

Eu não fazia idéia do que estava acontecendo comigo. Mas eu já estava até...

Rosnando.

- Já pensou? O mundo livre de vocês...

Criatura insuportável!

- E serei eu quem irá libertar o universo de ambos!

Argh!

“ Você algum dia já se perguntou... Por quê ela quer te matar?”

Para falar a verdade...

Nunca.

“ Descubra.”

Há,há! Até parece! Desembucha!

“ Não use este termo! E eu não sei de nada, sou você, lembra-se, cabeça de vento? Apesar de ter algumas informações a mais, isso você já sabia! Caso contrário não teria aceitado com tamanha naturalidade! Eu só lembrei a você um ponto crucial.”

Certo, Esperteza. Como eu descubro isso?

“ Fique por si própria.”

Mas você não acabou de dizer que é eu?

Não recebi resposta.

Eu realmente nunca imaginei que eu fosse tão irritante.

- Qual é teu motivo?- perguntei, firme e forte.

A Senhora dos Mortos sorriu. E rosnou:

- Se existe o impulso, para quê existe o motivo?

Maldita.

Eu sabia que não era aquilo. Tinha certeza.

Sempre há um motivo.

Ela traçava um circulo imaginário no chão enquanto andava, como que delimitando nosso espaço.

Maldita. Mil vezes maldita.

E então eu estava fora de mim.

A Morte já não me parecia tão ruim...

- Isso Delle... – ronronava ela- Pense no quanto ele te fez mal... No quanto ele já te fez chorar, já te fez sofrer...

Realmente...

- Pense em sua dor. Pense em quão profunda foi sua dor quando ele lhe deixou...

Ela se aproximava de mim. Estava com uma expressão que lembrava pena.

- Pense... Pense...

Olhei para ela. E então foi definitivo.

Ela me entregou sua foice.

Foi estranho segurá-la. Estranho sentir aquele peso em minhas mãos.

Aquilo já havia matado inocentes...

-Pense.

E merecedores também.

Era pesado. Não entendia como alguém conseguia manuseá-la com tanta facilidade.

- Você não quer vingança, Delle?Vingança... Todo o mal que ele lhe fez... Ele sentiria o mesmo...

Com aquele instrumento em minhas mãos, lentamente me virei em direção a Peter.

E vacilei.

Ele me olhava com uma expressão incomum para aquele momento. Ao invés de uma expressão de “ por favor, não” ou algo assim, era diferente.

Alguma coisa perto de “ desculpe”.

- Tudo que ele lhe fez sofrer...

E tudo que ele fez que me alegrou...

- Se ele visse o que te fez... Nunca mais te desrespeitaria...

Se ele visse o que me fez do jeito que ela queria, seria sua ultima visão.

- Pense.

Pensar...

Caminhei em direção a Romeu. Romeu.

Meu Romeu.

- Vingança.

Vingança.

- Isso! Coloque um fim no que as palavras tornaram eterno!

Com dificuldade, levantei a foice.

E olhei em seus olhos.

Meu grande, maravilhoso, perfeito e horrendo erro.

Desculpe. Era isso que estava estampado em seus olhos.

E sussurrou, enquanto abaixava a cabeça:

-Que importa que me prendam, que me matem? Serei feliz, assim, se assim o quiseres. Vem logo, morte dura!

Maldito canto!

-Já vais partir? O dia ainda está longe. Não foi a cotovia, mas apenas o rouxinol que o fundo amedrontado do ouvido te feriu. Todas as noites ele canta nos galhos da romeira. É o rouxinol, amor; crê no que eu digo.

Era somente o rouxinol! O maldito rouxinol que sempre vinha se alimentar no jardim!

Precisava, ó passarinho ingrato, cantar de satisfação por ter alimento esta noite?

-É a cotovia, o arauto da manhã; não foi o rouxinol. Olha, querida, para aquelas estrias

invejosas que cortam pelas nuvens do nascente. As candeias da noite se apagaram; sobre a ponta dos pés o alegre dia se põe, no pico das montanhas úmidas. Ou parto, e vivo, ou morrerei, ficando.

Não, não! O exílio! Quando poderia vê-lo novamente? Não ia deixá-lo escapar entre meus dedos.

Mântua... Seria muito longe daqui?

-Não é do dia aquela claridade, podes acreditar-me. É algum meteoro que o sol exala, para que te sirva de tocheiro esta noite e te ilumine no caminho de Mântua. Assim, espera. Não precisas partir assim tão cedo.

Meu amor me olha. Imploro-lhe silenciosamente. Ele então sorri e se joga em meus braços.

-Que importa que me prendam, que me matem? Serei feliz, assim, se assim o quiseres. Direi que aquele ponto acinzentado não é o olho do dia, mas o pálido reflexo do diadema da alta Cíntia, e também que não foi a cotovia, cujas notas a abóbada celeste tão longe ferem sobre nossas frontes. Ficar é para mim grande ventura; partir é dor. Vem logo, morte dura! Julieta quer assim. Não, não é dia.

Mas então olhei para a janela novamente.

Meteoro algum era assim tão grande. Ave alguma cantava assim tão desafinada.

Ó céus! Era dia! Era dia!”

Nunca.

Recuperei minha razão. Pude ver os olhos da Senhora dos Mortos brilharem de fúria. Pude ver o sorriso de Romeu.

Pude enxergar um ponto que insistia em voar para o infinito.

A borboleta.

-Não!

- Sim!

Peguei a foice usando ambas mãos. E então a parti com o joelho.

Nenhum som no universo poderia descrever o grito da Morte depois disso.

E assim que o instrumento se dividiu completamente, quando uma última lasca de madeira se partiu, tudo ficou no mais absoluto negro.

Aquilo fora uma vingança sim.

Minha vingança.

Enfim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

XD
seguintão pessoinhas: me deu uma curiosidade repentina e eu queria saber uma coisinha...
que idade vcs acham que eu tenho?( quem já sabe bico calado!)tipo, quero saber que idade mental eu tenho... coisaassim...
hehe...
^^'
e quanto ao último cap... se esse me demorou dias, nem quero pensar quanto vai demorar pro último... mas prometo me esforçar!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Mente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.