O charme que me conquistou escrita por Nara Garcia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Acho que eu nunca voltei tão rápido, né? Kkkkk
Essa fic é mais leve, sem muito drama! É um show de flertes, do jeito que eu sei que vocês gostam, e conta o ponto de vista dos dois. Ela também é um pouquinho mais curta, só com 4 capítulos. Vou postar um por dia, sempre na parte da tarde.
Espero MUITOOO que vocês gostem :)

P. S. O nome no início indica de quem é o ponto de vista da vez.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810634/chapter/1

Mac

Eu perguntei a ela sobre seu encontro na noite passada. No momento em que ela começou a falar, seus olhos brilharam. Fiquei em silêncio, ouvindo atentamente sobre como Nick havia sido um completo cavalheiro do início ao fim. 

No momento em que a vi pondo alguns cachos atrás da orelha, me perdi um pouco em suas palavras. Me pergunto se esse tal de Nick sabe sobre essa sua mania de mexer nos cabelos quando ela conta sobre algo que a faz feliz. 

Ela sorriu. Seus olhos vagaram pelo escritório enquanto ela girava na cadeira despretensiosamente, lembrando-se do momento em que ele a buscou em seu apartamento com um buquê de rosas vermelhas. 

As flores preferidas dela são girassóis. Mas tenho que admitir que Nick se esforçou consideravelmente. No final das contas, ela ficou feliz e é isso que importa. 

— Vai vê-lo de novo? - Indaguei. Ela não respondeu de imediato. Na verdade, posso jurar que vi uma sombra de dúvidas surgir em seus olhos. 

— Talvez, eu não sei. - Divagou. - Não me leve a mal, eu realmente gostei dele. Nick é uma pessoa incrível, e me sinto bem quando estou com ele. É só que... Ele é tão previsível. Estamos saindo há três meses e ele não me surpreendeu em nenhum dos nossos encontros. É como se ele seguisse um roteiro, sabe? 

— Pode ser que ele esteja com medo de arriscar. - Presumi. - Vocês tiveram um ótimo primeiro encontro. Ele viu que deu certo e passou a usá-lo como molde. Já ouviu aquela expressão: "Time que está ganhando a gente não mexe"? Então. 

Stella suspirou, recostando na cadeira. 

— Acha que eu estou vendo problema onde não tem? Talvez seja aquela parte minha que sabote a própria felicidade. - Não consigo evitar um sorriso ao ouvi-la dizer isso. 

— Você gosta de ser surpreendida. Prefere caras misteriosos, que não tenham medo de arriscar. Previsibilidade é chato. - Falei, vendo um sorrisinho surgir no canto dos lábios dela. 

— Você me conhece tão bem. - Disse ela em um tom melancólico. - Então não me acha uma sabotadora da minha própria felicidade? 

— Você tem todo direito de ser exigente. É compreensível que queira encontrar alguém que esteja minimamente a sua altura, por mais que eu ache isso impossível. - Falei, sem economizar no charme em minha voz. Ela corou, disfarçando com uma risada. 

— É difícil não ter os padrões altos quando o seu parceiro tem todas as qualidades que uma mulher deseja em um homem. - Ela me lançou um olhar desafiador antes de se levantar. Mordi o lábio inferior, reprimindo um sorriso. Stella Bonasera sempre soube como me deixar desconcertado. 

— Padrões altos, hein? Algo a ver com o meu charme? - Ela sorriu novamente. Dessa vez não havia rubor em suas bochechas. Me arrisco a dizer que toda aquela situação um tanto quanto inusitada a estava agradando. E a mim, é claro. 

— Quer que eu admita que você mexe comigo? - Ela cruzou os braços contra o peito e arqueou uma sobrancelha. Eu não fazia ideia de como a conversa havia chegado àquele ponto. Num minuto falávamos sobre a previsibilidade de Nick, e no outro distribuíamos flertes completamente intencionais. 

Eu estava prestes a responder à sua pergunta nada inocente quando o celular dela tocou. Stella o pegou no bolso da calça e leu mentalmente a mensagem que chegara. 

— Ele me convidou pra almoçar. - Disse, me olhando. - Eu não esperava por isso. 

— Talvez ele não seja tão previsível, no fim das contas. - Tentei soar o mais neutro possível. Não estava em meus planos incentiva-la a ir, mas implicar com o fato de que Nick não fazia ideia de como agrada-la, também não era uma opção. 

— Vou aceitar. Quem sabe Nick não está dentro dos meus padrões? - Seu tom provocativo me fez sorrir. 

— Ele está se esforçando. - Falei, recostando na cadeira. - Me liga se precisar de alguma coisa. - Ela assentiu com um pequeno sorriso e se virou, indo até a porta. 

— Talvez você mexa um pouco comigo. - Confessou ela me olhando, enquanto mantinha a porta aberta. - Mas eu não vou admitir que você tem charme. - Tentei agir com naturalidade, como se as suas palavras não tivessem impacto sobre mim. Mas, obviamente, elas tinham. 

— Prefere admitir que eu mexo com você à dizer que eu tenho charme? - A provoquei, controlando a súbita vontade que me deu de pedir para que ela não encontrasse com Nick. 

— Claro. Além do mais, eu sei que mexo com você também. Então estamos quites. - Ela me lançou uma piscadela antes de sair da sala, me deixando levemente desconcertado para trás. 

Ela tinha razão. 

•••

Stella

Nick me levou a um restaurante mais chique do que realmente era necessário. Ficava há apenas alguns quarteirões do laboratório. Assim que entramos, fiz uma auto análise. Acho que minha calça preta e jaqueta de couro não combinavam muito com o ambiente, mas tentei não pensar muito nisso. 

Nick me guiou pelo restaurante até que chegássemos no lugar que ele havia reservado, mais ao fundo. 

— Fiquei feliz que aceitou meu convite. - Ele afastou a cadeira para que eu pudesse me sentar. - Não sabia se seria muito ousado da minha parte convidá-la em seu horário de trabalho. 

Sorri, vendo-o sentar à minha frente. 

— Não se preocupe com isso. Só estava revisando alguns arquivos quando você me mandou mensagem. - Menti. Talvez não fosse uma boa ideia dizer que eu conversava com o meu chefe sobre nossos encontros enquanto flertava com ele deliberadamente. 

Nick me entregou o cardápio e pegou outro para si, passando a analisar as opções. Meus olhos correram por cada prato. Era um mais chique que o outro, e nenhum de fato me agradava. Ele, no entanto, pareceu bem empolgado com as opções. 

— Com licença. - Disse o simpático garçom, aproximando-se da mesa. - Já sabem o que vão pedir? - Olhei para Nick, que ainda analisava o cardápio. 

— Gostaria de um Primo Piatto, por favor. - Eu poderia jurar que ele forçou um sotaque naquele momento. 

— O mesmo pra mim. - Falei, devolvendo o cardápio ao garçom. O homem assentiu e se retirou, nos deixando a sós novamente. 

Minhas mãos estavam entrelaçadas sobre a mesa, enquanto eu observava em silêncio o restaurante. Apesar de não fazer muito o meu estilo, devo confessar que era agradável e bem aconchegante. 

— Gostou do lugar? - Ele me perguntou, aparentemente nervoso pela minha resposta. Desenhei um pequeno sorriso nos lábios, a fim de passar um pouco de conforto. 

— É um lindo lugar. Obrigada pelo convite, Nick. - Ele deslizou uma das mãos sobre a mesa e a colocou sobre as minhas, apertando-as gentilmente. 

— Sei que ainda estamos nos conhecendo, mas queria que soubesse que estar ao seu lado tornou-se o ponto alto do meu dia. - Foi inevitável não sorrir com aquela confissão. - Você é uma mulher incrível, Stella. Espero de coração que eu seja o cara certo pra você! 

Nick atendia boa parte dos meus padrões. Ele era inteligente, educado, atencioso e, não que esse fosse o requisito mais importante, gato. Mas, apesar de suas inúmeras qualidades, havia algo faltando. Por mais que eu quisesse me sentir plenamente confortável ao seu lado e dar uma chance para nós dois, simplesmente parecia que não era... Certo. Mas, de qualquer forma, eu estava disposta a tentar. 

Lembrei-me de Mac e da nossa conversa na última hora. Imagino o que teria acontecido se ele tivesse me pedido para não encontrar Nick, e ao invés disso acompanha-lo em uma refeição num restaurante da esquina. Ele sabe exatamente o que dizer ou fazer para me agradar, o que torna toda aquela coisa de "padrões altos" um pouco mais difícil do que realmente deveria ser. 

Eu me sentia atraída por Mac, o que não era exatamente um segredo depois de nossa última conversa. Mas, por mais desconfortável que eu estivesse naquele momento, queria que as coisas entre mim e Nick dessem certo. Eu precisava deixar essa atração por Mac de lado, e dar uma chance ao Nick. 

Quando os pratos chegaram, aproximadamente 20 minutos depois, Nick e eu comemos em meio a uma conversa leve. Ele me contava sobre seu trabalho como advogado e, bom, eu resolvi deixar o meu de fora já que ele poderia ser um pouco sensível a assuntos criminalísticos. 

— O que acha de jantarmos hoje, hein? - Propôs, após dar uma última garfada na comida. 

— Hoje? Eu... - Antes que tivesse chance de responder, o que me gerou um certo alívio, meu celular tocou. Lancei um olhar de desculpas em direção a Nick, que apenas sorriu e assentiu. Ele era realmente um fofo! 

— Trabalho? - Ele indagou. Abri a mensagem que havia chegado e li mentalmente. Tive que morder o lábio inferior para evitar um sorriso. 

"Espero que eu não esteja atrapalhando seu encontro com o Sr. Previsibilidade. Temos uma cena. Deixei sua maleta no meu carro. Me diga onde você está que te busco. 

P. S. Me perdoe pela implicância. Prometo me controlar das próximas vezes."

— Sim. Sinto muito, Nick. Surgiu uma cena e precisam de mim. - Peguei minha bolsa, que estava pendurada na cadeira, e a coloquei em meu ombro. - Nos falamos depois?

Ele se levantou e me deu a mão, puxando-me gentilmente. Nick deixou um beijo carinhoso em minha testa antes de se afastar. 

— Claro. Te ligo mais tarde. - Após um último sorriso, me virei e saí do restaurante. Peguei meu celular novamente e mandei uma mensagem para Mac com a minha localização. Em poucos segundos, ele respondeu. 

"Ele te levou em um restaurante chique em pleno meio-dia? Parece que tem alguém tentando te impressionar. 

Estou chegando."

Revirei os olhos, soltando uma risadinha desacreditada. Mac poderia ser pior que Danny e Don juntos quando o assunto era me provocar. Claro que de suas provocações eu gostava, o que obviamente eu jamais admitiria. 

Observei seu carro se aproximando, parando em frente a calçada onde eu estava. Mac retirou seus óculos escuros e me olhou, sorrindo levemente. 

— A comida era boa, pelo menos? - Questionou em um tom de provocação. Apenas revirei os olhos e dei a volta, entrando no carro. 

— Não disse que ia parar de implicar? - Falei, com um olhar desafiador. Mac apenas deu de ombros, soltando uma risadinha antes de arrancar com o carro. 

— Desculpe, é mais forte que eu. - Justificou. - E então, planos para essa noite? 

— Nick me convidou para jantar, mas ainda não aceitei. - Disse, afivelando o cinto. - E você? Algo além de terminar aquela pilha de relatórios que tem na sua mesa? 

— Nem me lembre. - Ele suspirou. - Na verdade, Gillian me pediu para ir à uma festa beneficente com ela. 

— Hum. - Respondi simplesmente, olhando através da janela ao meu lado. Senti o olhar dele sobre mim e ouvi sua risadinha. 

— Ciúmes, Bonasera? - Me virei a tempo de encontrar os olhos dele. Havia um sorrisinho provocante em seus lábios. 

— Nem um pouco. - Falei, inexpressiva. - Acho até que vocês formam um casal fofo. - Não era a minha intenção, mas tenho quase certeza que a frase saiu com mais deboche do que eu realmente queria. 

— Não se preocupe. Você também tornou meus padrões altos. E, bom, eu poderia desmarcar se uma certa grega não tivesse um encontro. - Fiz o possível para reprimir um sorriso. 

— Sua proposta é tentadora, mas devo admitir que Nick tem se saído bem em sua missão de me conquistar. Talvez eu aceite o convite dele e veja aonde isso vai dar. - Me esforcei para que minhas palavras saíssem com o máximo de naturalidade, apenas para encobrir a provocação por trás delas. 

Ele apenas me olhou, em silêncio, mantendo uma expressão de seriedade em seu rosto. 

— Você está feliz. - Observou ele, voltando a olhar para frente. - Significa que ele está indo no caminho certo. - Ele foi sincero. Não havia qualquer resquício de ironia em sua voz. Mas eu o conhecia, e notei o desconforto que ele tanto tentava esconder. 

Eu não respondi. Não confiava em mim o suficiente para dizer algo com completa sensatez. O olhar de Mac tinha o poder de me fazer repensar tudo o que eu estava começando a sentir por Nick, e... 

droga, eu gostava disso!

Continue...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O charme que me conquistou" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.