13 de Julho de 2002

        Aos 15 de Julho de 2000 nascia minha primogênita. Foi um dia de festa aquele, especialmente após as horas de trabalho de parto ao qual fui submetida. Minha menina nasceu em Londres, e embora meus pais e os Cullen tenham ido me visitar e conhecer minha menina o restante da minha família não a conhecia ainda. Viajar com um bebê de dois anos não era nada fácil. Retornar a Forks também não estava sendo fácil por outro motivo, Billy Black havia falecido a menos de um mês atrás. Rebecca que era a única das irmãs que ainda residia em Forks estava arrasada, as demais se quer conseguiam falar sobre o pai. Jacob e Claire também sentiram a perca, mas esses e em especial a Claire, não tinham tantas memórias afetivas do pai.

        - Quem vem nos buscar em Seattle? – Renesmee questionou, sem olhar pra mim, mantinha seu foco nas nuvens através da janela do avião. Ela estava se tornando uma bela moça, faltava poucos meses para completar seus treze anos e já estava enlouquecendo o irmão ao pedir de presente uma viagem para a França com as amigas.

        - Seu tio Carlisle – respondi. Marie dormia nos braços de Edward já a algum tempo.

         - Oba! – comemorou

        - Não se atreva a pedir nada a ele – advertiu Edward.

        - Eu não disse nada – choramingou

        - Renesmee, Carlisle te trata como trata a Alice e você se aproveita disso. – Edward continua a falar – Não tenho o padrão de vida deles, mas estamos chegando lá. E até lá, você não pode ficar explorando a bondade dele com você.

         - Nunca tive que pedir nada, ele sempre me dá de qualquer jeito! – ela mostrou a língua ao irmão e voltou a olhar as nuvens.

       Embora a minha relação com Renesmee fosse estável, a dela com o irmão estava cada vez pior. Renesmee estava na fase de não aceitar as ordens do mais velho, que era o seu tutor legalmente. Na última visita de Edward a ela, ela chegou a dizer que ele não era seu pai portanto não mandava nela, e isso resultou na perca da permissão que ela tinha de sair com a família real dinamarquesa, que por sinal o namorado de Alice também fazia parte. Foram oito meses em que tive que ouvir reclamações de ambos os lados. Minha esperança é de reconcilia-los ainda durante essa nossa visita aos Estados Unidos que deve durar um mês.

      Sentia falta do meu lar, muita falta. Mas, tinha que admitir que amava morar em Londres. O clima, as pessoas, e principalmente o fato de estar realizando um desejo antigo de escrever, recentemente minha primeira obra literária foi publicada graças aos incentivos constantes do meu marido e um empurrãozinho de alguns amigos dele.

        O nosso voo chegou em Seattle por volta das 14h, não foi Carlisle que veio nos buscar, para desgosto de Renesmee. Emmett nos avisou que Carlisle estava doente desde a noite anterior, estava em casa sobre os cuidados da esposa e da nora Rosalie. Emmett havia se casado com Rosalie a uns seis meses, meses após o nascimento da filha deles Kimberlly.

       - Como anda a vida de casado, primo? – Edward perguntou divertindo-se com o primo. Sendo sincera, nunca imaginei Emmett se casando com alguém, nem mesmo com Rosalie. Ele tinha certa fama na cidade, mas aparentemente Rosalie o domou.

     Emmett liberou uma das mãos do volante, coçando a parte de trás da cabeça. Renesmee que até então estava alheia a conversa dos dois a nossa frente, resolveu ouvir.

       - Doméstica, caseira. – suspirou pesadamente. Edward riu alto - Como se a sua vida fosse muito diferente da minha – ralhou

       - Vocês dois se arrependem de terem se casado? – Renesmee indaga - Dizem que casamento é chato.

     Edward se virou no banco para olhar diretamente para a irmã, enquanto Emmett a olhou pelo retrovisor.

      - Foram os melhores dois anos da minha vida. – disse sorrindo pra mim.

      - Não conte a Rosalie, baixinha. – Emmett disse – Mas, era melhor solteiro.

      - Tivesse pensado nisso antes de engravidar ela – reclamei- E sim, eu contarei esse seu comentário a Rosalie. – Emmett fechou a cara de imediato – Renesmee, quando chegarmos eu vou precisar ir visitar meus pais, você vai comigo ?

       - Com certeza. – respondeu animada. – Eu é que não quero ficar muito tempo perto desse aí. – balançou a cabeça gesticulando para o irmão.

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        Carlisle estava mais doente do que Emmett deixou transparecer em nossa conversa. Esme estava abatida pois temia o pior, nem mesmo sua netinha lhe alegrava. Emmett e Rosalie estavam morando com eles desde que ela descobriu a gravidez.

        Rebecca estava na casa dos meus pais quando cheguei lá, assim como Claire que logo completaria seis anos, e Jared que tinha três anos.

       - Minha neta cresceu bastante desde a última vez que a vi – comentou Charlie, brincando de cavalinho com Marie. O som do riso da minha filha preenchia o lugar.

       - Acho que você vai voltar pra Londres sem a sua filha, Bella – brincou Rebecca. – Rachel e Emily dizem que vós estar aqui par ao aniversário de Marie, mas não confie muito em Emily. Eu trouxe Claire para cá a dois meses e desde então ela vem dizendo que vai vir buscar a Claire, mas nunca vem.

       - Por conta do tio Billy? Deve ser difícil pra ela e pra Rachel...- Rebecca me interrompeu

       - Não só por isso. Jacob tem sido uma constante dor de cabeça. Quinze anos, quase dezesseis, sabe como é. E o pior é que Sam e ele também não estão se entendendo mais. Rachel já tentou levar Jake com ela, mas ele também não se dá com o Paul. Se conseguir trazer ele, vou querer que ele fique comigo.

      - Eu já disse que eu fico com ele, Charlie o colocaria na linha rapidinho – alfinetou Renee.

      - Eu concordo, depois de Billy, meu pai era a figura que Jacob mais respeitava. Talvez ele devesse mesmo vir morar com meus pais.

      - Não, ele é nossa responsabilidade. – Rebecca responde

       - Ele é meu sobrinho, o único filho da minha irmã. Ele também é minha responsabilidade – repreendeu Renee.

       - Bella, deixa eu levar a Marie para brincar lá fora? – pediu Renesmee.

      - Vai, leva também a Claire- ela assentiu, Claire se levantou do chão onde estava ocupada com seu livro de pintura e Renesmee pegou Marie no colo e a levou.

      Continuamos conversando por ali um bom tempo, vez ou outra um de nós dava uma olhada nas meninas que brincavam na parte da frente da casa em uns balanços que meus pais tinham mandado instalar quando souberam que eu estava vindo visitar. Foi quando ouvimos o grito de Renesmee.

       - Me solta!

     Fui a primeira a correr e ver o homem estranho com a mão no braço de Renesmee.

      - Solta ela agora! – gritei indo pra cima dele.

     - Pro chão, agora. – ordenou Charlie com a arma em punho. O homem ergueu as mãos, se rendendo. – Deita no chão, mão na cabeça.

      Assim ele o fez.

       - Vem Claire. – chamou Rebecca e a menina correu pros braços da irmã. – vai lá pra dentro, vai pro quarto com o Jared e não sai.

      - Renesmee, vai com a Renee e a Marie pra dentro – eu mandei enquanto assisti Charlie algemar aquele estranho.

Dois anos se passaram, acreditávamos fielmente que tudo estava resolvido, mas aparentemente ainda haviam pessoas perigosas a solta, só esperando o nosso retorno.