Coletânea Seddie escrita por JP


Capítulo 1
Short One - Forever & Ever


Notas iniciais do capítulo

Oie, após meses sem dar as caras apareço. A real é que estou sem muito tempo e admito que de uns tempos pra cá perdi o interesse em escrever, mas decidi voltar para praticar um pouco 
Como expliquei lá na sinopse, estou criando aqui uma série com One Shorts (sem ser uma linha linear ou continuação). Serão histórias únicas com início, meio e fim do casal. Para esse começo: Forever & Ever. Aqui, Sam e Freddie são convidados para serem madrinha e padrinho, respectivamente, do casamento de sua grande amiga Carly Shay. Após anos sem se verem, o ex-casal terão um reencontro no altar, recheado de surpresas e confusões.



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MANHATTAN, 04 de Outubro de 2023

PDV Freddie

Era uma típica manhã de quarta-feira quando a minha namorada Valerie vem correndo e gritando pela casa - completamente eufórica, mas bem lucida de si – para me mostrar uma carta.

— Amor, chegou uma carta para você! – disse a morena com um vestidinho rosado e florido, sentando-se no meu colo logo em seguida. O seu entusiasmo acabou por interromper o meu foco no Pear Phone. Ela sacudiu a carta para que eu lhe desse total atenção: - OLHA!

— Uau, uma carta. – fingi estar entusiasmado também. Fingi de uma forma tão infantilizada e teatral que não convenceu nem mesmo a mim. – Uma carta. Hm... Isso é tão... 2008.

— Não é uma simples carta. É um CONVITE. DE. CASAMENTO. Veja os detalhes. Veja a maneira chique como escreveram o seu nome... – Valerie disse, revirando os olhos, empurrando o envelope na minha direção. – Vai, abre! Quero ver quem vai casar.

— Tá, tá... – fui coagido a abrir e ler em voz alta:

 

“Querido, Freddie

É com imenso prazer que convido você e sua família (qualquer membro familiar seu, desde que não seja a sua mãe, por favor!) para o meu casamento com Joshua Spark dia 10 de Novembro às 7 da noite na IV Capela de Seattle. Sei que nos afastamos durante esse tempo, mas gostaria muito de revê-lo e cumprir a promessa. Lembra? Dentre eu, você e a Sam, quem se casasse primeiro, iria convidar os outros dois (no caso você e a Sam) para serem padrinhos e madrinhas de honra. Pois bem, chegou a hora de vocês cumprirem o acordo!

Espero vocês lá.

Com amor, Carly e Joshua.”

 

Após ler a carta em voz alta, voltei os olhos para Valerie. Minha namorada fechou a cara e saiu do meu colo, demonstrando total insatisfação com o que ouvira de mim. Busquei entender o seu mal humor repentino.

— Aquela desgraçada!

— Carly? – quis saber, curioso. – Amor, não tenho mais aquela paixonite pela Carly. Não nos vemos faz meses... E veja, ela vai se casar com esse tal de Joshua. Ela é só uma amiga.

— Sim, sei que ela é sua amiga, mas ela fez de propósito!

— Como é?

— A Carly sabe que eu e você estamos juntos e, ao invés disso, resolveu chamar a vaca da SAM para ser a madrinha e, ainda mais, ser a sua “acompanhante” no altar.

Bufei, achando uma total besteira. Sam e eu namoramos, mas terminamos numa boa. E, assim como Carly, não a via fazia um bom tempo. Mal tenho notícias dela.

— Bom, isso faz parte de uma promessa que fizemos quando tínhamos uns 16-17 anos. E brincamos quem de nós 3 iriamos se casar primeiro. Nossa, faz tanto tempo. Nem me lembrava mais dessa bobagem. O que quer que eu faça? Recuse o convite de casamento da minha amiga?

— Você é quem sabe. - Valerie cruzou os braços, fazendo birra. O seu joguinho de ciúmes me deixou em maus lençóis. Vai saber o que ela quer dizer com ‘você é quem sabe’. Pois não sei de nada!

 

SEATTLE, 10 de Novembro de 2023

PDV Sam

Fui uma das que mais apressou o motorista particular para apressar os passos. Queria chegar a tempo para o casamento da minha amiga e, por ainda estar presa no trânsito, corria o risco de chegar bem depois da noiva. Me senti em dívida com a Shay - por ter passado tanto tempo longe dela e bem atarefada no meu trabalho em Los Angeles - então aceitei, de última hora, o seu convite para ser a madrinha de honra.

— Vai, vai! – bati apressada na perna do motorista, como se ele fosse um cavalo de corrida.

— Senhora, já estamos perto da igreja. – o motorista alertou, tão impaciente quanto eu.

— Não me chame de senhora! – berrei, indignada. – Sim, tenho 30 anos, mas não quero ser chamada de senhora agora.

Foi só o motorista fazer a curva para, pronto, nos envolvermos em um acidente de carro. Nada muito grave, mas um grande prejuízo para o veículo da frente, que teve o seu porta-malas afundado. E, sim, isso significava mais uns minutinhos de atraso.

— Merda! – xinguei, tendo que sair do meu carro.

No mesmo instante, o dono do carro da frente resolveu sair para ver a situação do veículo. Fiquei surpresa ao ver que o dono era ninguém menos que o meu acompanhante no altar: Fredward Benson.

— Caramba! Sam?! – ele pôs as mãos na cintura, inconformado. – Tinha que ser, né?

— Não é minha culpa se você é uma lesma. Até dirigindo...

 - Argh, não vamos perder tempo aqui. Temos que ir logo para a igreja. – Freddie falou, já vindo com tudo e puxando o meu braço. O seu toque rígido me fez andar uns passos, mas logo fiz vista grossa. Eu gostava de bancar a ‘indomável’ com quem achava que tinha direito sobre minha pessoa.

— Ei, vai com calma! – me desprendi de sua mão firme. Ficamos nos encarando por alguns segundos. Incrível como, após tanto tempo, nada havia mudado. A faísca continuava lá, o encanto (revestido pela raiva) também continuava vivo entre nós. Freddie não havia mudado muita coisa, continuava gato, mas mais maduro que nunca. – Eu... – poupei as palavras quando vi a sua namoradinha do momento: Valerie, sair do banco de trás do carro.

— Olá, “Samantha”. – ela acenou para mim de longe.

— Oi, “Val”. – acenei de volta, fingindo ser simpática.

Engoli seco, voltando os olhares para o moreno. O tonto não desviou o olhar de mim um segundo. O que será que ele estava pensando ali?

— Eu vou no meu carro. – respondi, ríspida, fazendo sinal para o meu motorista voltar para a direção.

— Tá, depois te passo a conta do prejuízo. – disse o Benson, dando-me as costas.

 

[***]

PDV Freddie

Dentro do Carro....

— Nossa, Sam deve ter feito de propósito. Imagina se eu sofro fraturas nesse acidente?

— Amor, nem bateu tão forte assim. – respondi, mantendo a atenção no volante. - E não tinha como saber que era a Sam no outro carro.

— Pare de defender essa delinquente na minha frente! – berrou do banco de trás.

Bufei, me calando de uma vez. Bendita a hora que eu persisti para que a Valerie viesse comigo para o casamento. Teria sido melhor se ela continuasse em casa, uma vez que tinha decidido não participar e “desaprovar” a celebração da Shay.

Enfim, quando chegamos na capelinha, o irmão mais velho da Carly me recepcionou e pediu para que eu tomasse o meu posto como padrinho. Fiquei de pé, junto a outros 2 caras (possivelmente amigo do noivo) a minha direita, enquanto Sam ficava bem a minha esquerda (com outras 2 mulheres).

Mas quando soubemos que a noiva estava para chegar; Sam e eu – assim como os outros padrinhos e madrinhas – tivemos que entrar novamente pela porta da frente da capela, mas, dessa vez, desfilando, lentamente, com o braço entrelaçado no braço do outro.

Nesse momento não trocamos uma única palavra, nem sequer para saber como andava a vida dela. Nada. Nem sequer quis trocar olhares com ela. Quis ao máximo evitar problemas, agora que a Valerie - na primeira fileira - continuava emburrada para o meu lado.

— Dá um sorrisinho. – Sam disse para mim, chamando a minha atenção.

— HM? – tentei não olhar em sua direção, apesar dela me cutucar com a outra mão livre. Tive que olhar para ela.

— Falei para dar um sorrisinho. Estão tirando fotos nossa. – Sam disse baixinho, enquanto a música nupcial ia tocando e íamos andando lentamente até o altar. Isso até parecia um sonho maluco: EU? E a Sam? Andando juntos até o altar? Mas não para se casar? Que loucura!

O caminho até o altar parecia não ter fim. Íamos andando tão devagar. 1 passo a cada 10 segundos. Uma garotinha de 5 anos ia seguindo a nossa frente, jogando pétalas de rosas brancas pelo extenso corredor.

— Nossa que sorriso de bobalhão. – Sam zombou do meu sorriso, achando graça e rindo abertamente dele.

Olhei incrédulo para ela. Como ela ousa ‘zombar do meu sorriso’, se a risada dela parecia o de uma ‘hiena desafinada’. Tentei prender a minha própria risada, por ela estar rindo do meu sorriso. Tentei, foi mais forte que eu. Acabei soltando uma risada bem alta, tão alta que precisou interromper o musical dos músicos. A garotinha até parou de jogar as pétalas para nos olhar com um tom de reprovação.

Mas, de todas, a maior reprovação que senti foi a da Valerie, que, já de pé, resolveu sair pelos fundos da capela.

— Valerie! – a chamei, antes da música nupcial voltar a tocar. Tentei soltar-me da Sam e ir atrás da minha namorada, mas a loira não me permitiu.

— Depois você vai atrás dela. Agora, estamos aqui pra casar a Carly, lembra? – Sam cochichou pra mim.

— É, eu sei. – rangi os dentes, voltando a andar. – Que merda.

— Você não é único com problemas no relacionamento, mocinho. – Sam murmurou, me dando batidinhas no peito.

— Ah, duvido muito que a sua vida amorosa esteja no mesmo nível que o meu.

Sam entrou no meu joguinho de comparação e me detonou:

— Tem razão. Pelo menos você não precisa frequentar uma cadeia barra pesada para visitar o ‘amor da sua vida’, que, nesse exato momento, está vivendo um romance com outro detento.

— Nossa, você...

— É, descobri essa semana que fui traída. Por isso resolvi vir a Seattle, pra distrair um pouco a mente e, claro, vir no casamento da Carly – Sam me contou. – Acho que, dentre nós 3, a Carly é a única sortuda que deu certo no amor.

Finalmente chegamos no altar. Pouco a pouco as vagas perto do cerimonialista iam se completando. Carly estava belíssima em seu vestido de noiva. O seu noivo, o Joshua, parecia ser um ótimo rapaz e parecia fazer um bem imenso a morena.

 

[***]

 Valerie sumiu do meu campo de vista. Corri para procura-la nos fundos da capela, mas não havia ninguém por ali. Iria esperar a Carly terminar de jogar o buquê para, então, me despedir dela e ir procurar a minha namorada em um outro canto.

Fiquei na porta da igreja, escorado na parede, assistindo todas aquelas mulheres desesperadas por um misero buquê. Todas as mulheres estavam do outro lado, todas, menos Sam, que preferia roubar os docinhos da cerimônia do que participar da disputa. Resolvi ir provar um docinho também.

A minha mão e a da loira se cruzaram justamente na hora que fomos na direção de um docinho fino e roxo. Foi bem constrangedor, mas ela permitiu que eu pegasse aquele docinho em especifico.

— Hm, surpresa de uva. – falei de boca cheia.

— Seu favorito, né? – ela deu uma risadinha fraca.

— Uhum.

Ouvimos a algazarra do lado de fora da igreja. Carly acabara de jogar o buquê e, ainda assim, as mulheres continuavam gritando. O grito feminino ecoou por toda a capela.

— Meu Deus, elas vão se matar! – Carly gritou, chamando ajuda, dentro da capela. Sam e eu cruzamos os olhares, tensos.

Corremos junto à Shay para fora, assim como os outros convidados de dentro da igrejinha. Avistei Valerie puxando o cabelo de uma ruiva, que segurava o buquê. A ruiva, em questão, era a irmã do noivo.

— Valerie! – corri para separar elas. No último segundo, Val conseguiu roubar o buquê das mãos da ruiva.

— Viu! Consegui! CONSEGUI, MEU AMOR! – ela me mostrou o buquê, feliz. Mas somente ela estava comemorando.

— Onde você tava? – questionei.

— Não interessa isso agora – roubou um beijo meu, chamando a atenção de todos, que a taxavam de louca. Interrompi o beijo para repreender sua atitude. Ela me ignorou e já veio com outra questão: - Olha, tô com o buquê! CASA COMIGO!

Fiquei em silêncio. Um silêncio que a deixou alarmada e inconformada. Todos a julgavam.

— Diz que sim! DIGA logo! Está me fazendo passar vergonha...

— Não, não vou aceitar o seu pedido. – falei sério, pouco me importando pra plateia.

— Por que não?

— Porque é deselegante fazer um pedido de casamento NO CASAMENTO de outra pessoa. Simples assim.

— MENTIROSO! – ela jogou o buquê na minha cara, fazendo o maior barraco. – Você não vai aceitar se casar comigo porque ainda nutre sentimentos pela SAM! – apontou para a loira, que estava próxima da Carly. – É, pensa que eu não sei? Vocês dando aquelas risadinhas no altar, está tudo explicado! Você vai me largar pra ficar com ela, não é isso? A palhaça sou eu.

— CHEGA! – exclamei.

— Pode ficar com ele, Samantha! Pra mim chega! – Valerie saiu pisando firme. Nunca mais a vi, desde este dia.

 

[***]

Quem diria que eu iria terminar o meu relacionamento durante o casamento da minha melhor amiga? Fiquei para baixo, observando os convidados dos noivos festejarem, enquanto eu esperava a poeira baixar para ir para casa. Dessa vez eu iria voltar para o apartamento da minha mãe.

— Gente insegura é foda mesmo. – Sam disse, por alto, vindo ‘me confortar’: - Toma.

Ela me deu um envelope.

— O que é isso? – questionei, mas sem querer abrir.

— Dinheiro. – ela deu de ombros. – Pelo estrago que provoquei no seu carro.

— Valeu. – aceitei, guardando no bolso.

— Sinto muito pelo seu namoro.

— Tudo bem. Não era pra ser. – falei cabisbaixo.

Sam e eu ficamos em silêncio por uns instantes.

— Mas era verdade? – ela quis saber.

— O quê?

— O que ela disse. Que você ainda nutre sentimentos por mim?

Não sabia o que responder. Não era 100% mentira, também não era totalmente verdade. Eu não sabia ao certo o que sentir ao rever a Sam tanto tempo depois. Só sabia que me sentia mais espontâneo ao lado da loira, coisa que não acontecia com a Valeria. Minha, agora, ex era bem ciumenta e tentava controlar os meus passos a todo custo.

— O que estava pensando naquela hora? Quando saímos do carro. – ela demonstrou curiosidade, chegando mais perto. Senti o seu hálito de pertinho.

— Eu... E-eu... – gaguejei, sem ter o controle da minha respiração. – Te achei bonita.

— Só isso?

Fechei os olhos e sorri, deixando claro que ‘não era só isso’. Minha mente havia ido longe quando a vi saindo do carro, mas me contive, afinal era fiel a Valerie. Quando reabri os olhos, vi Sam ainda mais perto. Não tive outra reação senão beijá-la. Ou será que foi a loira que me beijou primeiro? Enfim, nesse sentido, a ordem nos fatores não alterava o resultado: um beijo gostoso e que se encaixava perfeitamente bem.

No final, perdi uma namorada e reencontrei/reacendi um amor de adolescência.

A partir daquele casamento, Sam e eu nos reencontramos com mais frequência e fomos deixando fluir. Me mudei para Los Angeles, local onde fiz o nosso pedido de namoro. Após 4 meses morando juntos, Sam e eu resolvemos nos casar. E, claro, Carly acabou sendo a nossa madrinha de honra.

[FIM]


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Próximo capítulo será um conto diferente com outra temática haha Provavelmente irei demorar mais um pouco para voltar aqui, mas volto :D:D

Até mais!



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