Quando a camisola de cetim esparrama-se pelo granito, Columa está de costas para o espelho. Ela não olha para a construção do corpo que ocupa um espaço grande demais no vidro. O chuveiro demora a produzir calor, como se jamais pudesse poupá-la do constrangimento, sem escatimar a sua quentura.

Columa cobre-se com um uniforme de academia, mas escolhe aquele que é menos revelador. Ela não tinha os trejeitos que, na melhor das hipóteses, justificariam o apelo de uma beleza natural. 

Na cozinha, a irmã prepara sanduíches vegetarianos. Alencar e Neves chegariam logo. 

— Não quer ficar? — diz Amara sorrindo.

Columa abre a porta.