Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 18
Capítulo 18




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810199/chapter/18

As evoluções de Lizzie Crowley não se concentravam somente nos seus milagres, mas também nos aprendizados que se encontravam no simples ato de crescer. Ainda surpreendia os pais da garotinha como essas novas descobertas podiam ser bem imprevisíveis. 

O dia tinha começado com um raro lampejo de sol, um dia bonito demais para se ficar em casa e que deveria ser aproveitado da melhor maneira possível, segundo as palavras de Aziraphale. Crowley tinha seus argumentos, mas achou mais sábio apenas concordar com a esposa. Quase uma hora depois, estavam em St. James, o que o casal achou estranhamente apropriado. Aquele tinha sido o ponto de encontro deles por tanto tempo que fazia sentido agora estarem ali com sua filha.

—Estava vendo os patos, Lizzie? - Crowley apontou para ela - sempre estiveram aí, desde que me lembro, claro que não os mesmos de sempre.

—Eu trouxe migalhas de pão para esse momento - Aziraphale se mostrou preparada para a ocasião e não menos empolgada para a tarefa.

—Que tal nós deixarmos a Lizzie fazer as honras, meu anjo? - ele sugeriu, o que fez com que sua esposa concordasse num belo sorriso adorável.

—Uma excelente ideia, meu amor - ela concordou e, segurando a menina no colo, ela se aproximou do lago.

A curiosidade de Lizzie falou mais alto, a fazendo querer descer do colo da mãe e se aproximar mais dos patos. Aziraphale concedeu seu desejo, segurando sua mão enquanto a ajudava firmar os pés no chão, já que ela estava apenas arriscando seus primeiros passos.

Observando os patos, Lizzie caminhou dois passos, até que quis pegar um deles. Para isso, ela soltou da mão da mãe com confiança e andou mais três passos, sozinha.

—Crowley, você viu isso?! - exclamou Aziraphale, espantada e orgulhosa.

—Eu vi, ela tá andando, anjo! Sozinha e independente! - ele respondeu no mesmo tom animado.

Para alegrar e orgulhar os pais ainda mais, Lizzie deu mais uns passinhos e sorriu. Realmente, ela estava crescendo rapidamente. Não demorou muito para que ela saísse correndo pela livraria, o que despertava um olhar atento e cauteloso de seus pais e Muriel, não querendo que nenhum acidente acontecesse.

—Espere aí, mocinha, não quero que se machuque - Muriel a seguiu durante um certo tempo e a segurou antes que tropeçasse na escada mais próxima.

—Muriel - respondeu Lizzie, sem pestanejar, olhando bem para quem a tinha pegado.

—Você falou? - o anjo mais velho a observou com curiosidade e espanto, chegando a franzir as sobrancelhas - você disse meu nome?

—Muriel - a garotinha respondeu, aumentando o assombro e animação da dona do nome.

—Sra. Crowley, sr. Crowley, a Lizzie! - exclamou ela, animada para contar o que tinha visto.

—O que tem a Lizzie? - Crowley praticamente se materializou ao lado, preocupado.

—Ai meu Deus, me diga que ela está bem, por favor - a mãe da criança apareceu logo em seguida, desesperada.

—Está tudo bem, ela só disse meu nome - Muriel explicou, não querendo deixá-los preocupados por mais tempo.

—Ah Deus, isso é maravilhoso! - Aziraphale uniu as mãos em empolgação.

—Diga de novo, garotinha, diga! - seu pai a instigou.

Ao invés de falar, Lizzie dobrou o pescoço, numa expressão confusa em seu rosto, então decidiu pronunciar algo mais apropriado para a ocasião.

—Papai... - ela disse, vendo Crowley se emocionar imediatamente, ficando praticamente paralisado - mamãe...

Aziraphale acabou derramando lágrimas discretas de alegria, enquanto seu marido apenas processava o que tinha acabado de acontecer. Crowley tinha plena consciência de que era pai, desde que tinha recebido a notícia da concepção de Lizzie até o nascimento dela, mas a ouvir chamá-lo daquela forma dava um peso mais significativo à sua função. Era quem ele era agora, e desde que ela tinha começado a nascer, o pai de Lizzie e não podia estar mais feliz por desempenhar esse papel.

—Ela é maravilhosa, meu querido, nossa menina - sua esposa se dirigiu a ele.

—Com certeza, Zira - ele sorriu para ela, deixando cair apenas três lágrimas discretas - com certeza.

Para a alegria de seus pais, a garotinha continuou crescendo, e para mais surpresas deles, quando Lizzie completou 7 anos, os dois concluíram que ela era uma mistura perfeita de Aziraphale e Crowley.

Podia ser muito estudiosa e amar ler livros, comer doces e apreciar chocolate quente quando estava sem sono, mas também podia ser muito levada, armando certas armadilhas pela livraria, fazer pegadinhas, e o pior, (ou melhor de todos, dependendo do ponto de vista) se vingar de modo infantil e inocente, ainda que travesso, de clientes mal educados. 

Aziraphale podia compreender de onde vinha esse comportamento, mas cumprindo seu dever de mãe, a repreendia, ensinando a demonstrar bondade e compaixão com as pessoas, embora algumas merecem certa maldade que vinha contra elas.

Para Crowley, ela tinha exatamente a quem puxar e, contanto que não fizesse nada exagerado, estava tudo bem mostrar quem é que mandava, afinal, a livraria seria dela um dia.

Ainda assim, num perfeito equilíbrio, Elizabeth tinha se tornado um sonho impossível trazido à realidade. Enquanto ela dormia, ou se divertia com seus pais, o casal ainda muito apaixonado, pensava e chegava à conclusão de que tinha valido muito a pena se darem uma segunda chance.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse é o final da história, muito obrigada por lerem e acompanharem, até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.