Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 1
Capítulo 1




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Voltar àquele lugar que foi seu lar durante tanto tempo e vê-lo ligeiramente modificado, mas com algumas mudanças aqui e ali deixavam o coração de Aziraphale apertado. Era como se fosse mais um aviso para que nunca tivesse deixado o lugar. Ela tinha tentado mudar as coisas à sua maneira, mas tudo tinha dado errado. Tinha compreendido que tudo tinha seu próprio curso e, por mais que contradissesse sua própria experiência, algumas coisas tinham que ser como são. Assim como ela estar naquela livraria, estar com Crowley.

Por seu tempo na terra, Muriel tinha compreendido agora que seria melhor não estar presente quando os velhos amores se encontrassem, por isso, deixou Crowley sozinho no andar de cima, arrogante e desolado, desejando sorte.

Ele ouviu os passos dela subindo pela escada, queria arrancar o próprio coração do peito para fazê-lo parar de bater tolamente por alguém que tinha o abandonado, mas simplesmente não conseguia.

Mesmo a cara estatelada de Aziraphale não a fazia parecer menos bonita. O cabelo encaracolado e claro estava impecável como sempre. Usava a mesma variação de camisa de seda e saia de tweed com o casaco bege por cima, era como se nada tivesse mudado por um segundo, mas aí é que estava a questão, tudo tinha mudado.

—Crowley - ela chamou, de modo um tanto trêmulo.

—Olá, anjo - ele respondeu amargurado, recusando a olhar para ele, se mantendo na sua postura largada sobre o sofá.

—Crowley, eu lamento, lamento por tudo - ela deu um passo exasperado à frente - me desculpe por ter recusado nós, me desculpe pelas brigas, me desculpe por tudo, eu... sei que vai ser dificíl me perdoar, mas eu precisava ao menos tentar.

—Muito bem - ele respondeu - se é só isso, pode ir embora, o que quer que eu sentisse por você... acabou...

—Eu entendo - ela assentiu, pensando em desistir por um breve momento, mas decidiu insistir - eu entendo que eu não posso acreditar nisso, se o que sente por mim acabou mesmo, por que ainda está aqui? Sente falta de mim...

—Eu não tinha pra onde ir - ele deu de ombros.

 -Eu sei que te magoei, mas eu mudei minha escolha, e agora, eu escolho você... eu escolho nós - Aziraphale disse com firmeza.

Mas o que obteve como resposta foi um alto estralar de língua em desdém.

—Acha que pode voltar aqui simplesmente e consertar as coisas como se nada tivesse acontecido? - ele se levantou e caminhou perigosamente na direção dela - não mesmo, senhora! Você sabe quanto tempo eu levei, pra ao menos entender o que eu sentia por você, quanto mais confessar em alto e bom tom? Requiriu tudo de mim! Você requereu tudo de mim, você me... encantou de todas as maneiras, a ponto de eu acreditar que você era a única pessoa do mundo que me entendia, a única que me aceitava como eu sou, mas isso foi uma mentira, você me enganou pra que eu acreditasse que você me amava como eu era!

—Crowley... - ela murmurou, começando a chorar, enquanto ela a encarava, respirando profundamente.

—Eu concordo, eu entendo que eu quis mudar você pra algo que eu achei que era melhor - Aziraphale confessou - mas o que acontece é que você não precisava mudar, e agora entendo isso, eu sempre te amei, mesmo com sua traiçoeira bondade e maldade duvidosa, eu recusei Metraton, eu estou aqui porque eu amo você, seja lá a criatura que você for.

—Sério, anjo? - ele perguntou, começando a tremer.

Segurando a vontade de chorar, Crowley apenas desabou no chão aos pés dela, enquanto uma única e teimosa lágrima caía de seus olhos de réptil. Aziraphale se ajoelhou à sua altura, o abraçou e deixou que ele chorasse em seu ombro, logo ela se uniu a ele em choro também.

—Eu te amo, sua tola... - Crowley murmurou com raiva e tristeza - por mais raiva que eu sinta de você, eu não consigo deixar decte amar.

—Confesso que eu também não, tirando a parte da raiva - ela se permitiu rir um pouco.

—É bom ter você de volta, anjo... - Crowley tirou os óculos para olhá-la nos olhos.

Sem mais hesitar, a beijou profundamente, sem medo do que poderia acontecer, aliviado por ela retribuir, chegando até a abraçar sua cintura.


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