Ela sabia que estava sonhando, mas, ainda assim, parecia ser bastante real. Estava novamente encarando o armário vazio. As lágrimas corriam livremente por sua face e suas mãos tremiam. Aquela cena ela já havia revisto em suas memórias, mas havia algo diferente agora. Ela conseguiu ver Sasuke escorado no batente da porta, as mãos no bolso da calça. Sua expressão facial não denunciava nenhuma emoção, enquanto seus olhos ônix a analisavam e nenhuma palavra era proferida. O máximo que ela conseguiu balbuciar foi “Por quê...? Ela precisava entender as razões para o Uchiha a ter abandonado. Sasuke estava prestes a lhe responder e Hinata se viu apreensiva. Ela se manteve ajoelhada nas próprias pernas e as unhas perfuravam a pele macia de sua coxa. De súbito, não sabia se querer mesmo saber a verdade. Poderia feri-la ainda mais. E ela sabia que Sasuke não diria meia-palavras. No entanto, havia algo errado.

 Ela estava ouvindo a voz de Naruto e não a de Sasuke. As lágrimas se intensificaram à medida que “Sasuke” disparava suas desculpas. Naruto estava fazendo o mesmo que Sasuke. Logo agora que começou a abrir seu coração para um novo alguém... Não, não poderia ser verdade. Quando por fim abriu os olhos, piscou algumas vezes para se acostumar com a claridade do cômodo. Nunca ficou tão contente por ter se livrado daquele pesadelo. Afastou-se um pouco do corpo que a esquentava momentos atrás. Naruto jamais faria o mesmo que Sasuke. Ela queria acreditar nisto. Queria que Naruto jamais a enganasse. Por muitas vezes, o loiro disse que era alguém que se podia confiar. No entanto, a desconfiança ficava à espreita, apenas esperando a oportunidade perfeita para aparecer. Como não conseguia encarar Naruto, seus olhos claros pararam em um ponto fixo no chão.

— Desculpe-me, Naruto.

Ela não se sentia confortável para compartilhar o seu pesadelo e esperava que Naruto entendesse isso.

— Acho que estou mais cansada do que posso imaginar.

Naruto aproximou-se de Hinata – que ainda fitava um ponto qualquer no chão e com o dedo indicador dobrado, levantou a face da morena pelo queixo. Ele percebeu que havia algumas lágrimas acumuladas no canto dos olhos perolados, mas decidiu não tocar no assunto. Enquanto dormia, ele tentou entender o que Hinata dizia, mas não obteve sucesso. Imaginou que deveria ser um pesadelo, pois a morena apertava o tecido da sua camisa com força. Naruto a apertou mais contra si, acariciando seu longe cabelo tão negro quanto a noite. Ele apenas queria transmitir a Hinata que tudo ficaria bem. Quando será que as coisas ficarão bem? Não conseguia esquecer dessa pergunta. Ele esperava estar fazendo as coisas do jeito certo, de forma que Sasuke se tornasse apenas uma memória distante.

— Tudo bem, Hina. – disse o Uzumaki depositando seus lábios na testa de Hinata. A morena sentiu o coração aquecer com essa demonstração de carinho do loiro. – Temos semanas que são mais cansativas que outras.  

— Com certeza. – concordou a morena fazendo um coque improvisando com o próprio cabelo. Observou que mão de Naruto foi parar em sua coxa. Seria melhor mesmo esquecer esse momento. – Será que está muito tarde?

Nem mesmo havia se dado conta das horas. Ela esperava que não tivesse dormido tanto tempo assim.

— Talvez um pouco...  – respondeu Naruto. – E se... Você dormisse aqui?

Ele não havia planejado essa pergunta, mas não conseguiu evitá-la. Sou mesmo um idiota. A princípio, imaginou que Hinata não iria aceitar seu segundo convite – seus olhos arregalados eram um indício forte disso. Ele até mesmo sairia da sua cama, se isso fizesse Hinata se sentir mais á vontade. Não se importava mesmo em dormir no sofá, afinal não seria a primeira vez. Precisava admitir que o silêncio de Hinata tornava tudo ainda pior. A morena estava ponderando a oferta de Naruto. Não precisava pensar muito para saber que Naruto a levaria para casa em seu carro. Dentro de poucos minutos, ela estaria segura em sua casa. Mas uma pergunta lhe veio à mente. Naruto estaria seguro? E se ele fosse assaltado na volta para casa? Ou coisa pior? Ela não queria ser apontada como a culpada em nenhuma dessas situações. Sendo assim, o mais lógico seria dormir na casa do loiro. Só que caso dormissem juntos... Nós vamos dividir a mesma cama. Essa constatação – mesmo que óbvia – deixou Hinata tensa novamente.

— Naruto... Eu...

Hinata não sabia o que dizer ou o que fazer. E isso a deixou um tanto irritada. A Hyuuga não gostava desses conflitos internos que serviam apenas para fazê-la se sentir em um poço de dúvidas e insegurança.

— Hinata eu não vou fazer nada que você não queira. Não sou esse tipo de homem. – Ela nunca o viu tão sério. Seus olhos não desviaram dos seus um minuto sequer. E sua voz então, estava mais firme que nunca. – Se você se sentir melhor, eu posso dormir no sofá.

— Não, Naruto, pelo amor de Deus! Não precisa sair do seu conforto por minha causa! – exclamou a Hyuuga com ambas as mãos no peito do loiro. Veja só o que a confusão que ela estava criando. – Eu sei você não faria isso. Nós podemos dividir a cama. Só vou avisando que sou espaçosa.

Naruto sorriu para a Hyuuga. Uma piada para quebrar o clima pesado havia caído bem.

— Então vai ter briga e um de nós vai amanhecer no chão.

Naruto escutou a risada melodiosa da Hyuuga e não pôde conter a sua própria risada.

— Venha. – disse o loiro se levantando do sofá e oferecendo a sua mão à Hyuuga. – Vou te dar uma camiseta minha para que possa dormir mais confortável.

— Obrigada, Naruto-kun. – disse Hinata levantando-se do sofá após aceitar a mão estendida do loiro.

Naruto levou Hinata até seu quarto. Enquanto Naruto escolhia uma camiseta, a Hyuuga estava tirando a própria roupa no banheiro anexo ao quarto. Ficou apenas de calcinha e sutiã – ambos brancos e com rendas esperando que Naruto trouxesse a camiseta. Quando a loiro bateu à porta, Hinata abriu apenas o suficiente para que a camiseta pudesse passar pelo espaço aberto. Não é como se ele fosse mesmo entrar. Você é uma imbecil, Hinata. Após fechar a porta novamente – suas roupas estavam em cima da tampa da pia -, Hinata vestiu a camisa de Naruto. Não evitou uma risada ao constatar que aquela camisa quase se tornou um vestido. O “novo vestido” da Hyuuga alcançava apenas uma parte de suas coxas e isso a fez corar um pouco. Pegou a roupa na tampa do vaso e as colocou em frente ao corpo. Ao abrir a porta se viu sozinha no quarto. Imaginou que Naruto deveria estar se trocando para dormir também. Deixou suas roupas em um sofá que havia no canto do quarto, indo se deitar em seguida. O colchão do loiro parecia ser macio e confortável.

Fechou os olhos por alguns instantes. Ao abri-los novamente, viu Naruto encostado no batente da porta, a observando em silêncio. Devagar o loiro se aproximou, deitando-se ao lado de Hinata. Não podia evitar de desejar Hinata naquele momento. Ela parecia ainda mais desejável vestida apenas com sua camiseta. Ainda um pouco temoroso, o loiro abriu os braços para que Hinata pudesse se aninhar ali. De bom grado, a morena moldou seu corpo ao de Naruto. Repousou a cabeça no peitoral do loiro, deixando os dedos correrem livres pela região. Ela sentiu que Naruto a apertou um pouco mais contra si. Levantou a face para encarar Naruto. Seus olhos tão claros quanto um dia sem nuvens denunciavam que ele a queria. O silêncio instalou-se entre eles e Hinata decidiu que essa situação não poderia durar para sempre. Ela iria esquecer Sasuke de qualquer jeito. A morena acabou com a distância entre os lábios, pegando Naruto de surpresa. Ele não esperava essa atitude de Hinata, mas não tiraria proveito da situação. Ele iria até onde Hinata permitisse.

Aos poucos, Naruto sobrepôs o corpo de Hinata.

Hinata apenas assentiu, demonstrando que tudo estava bem. Foi quando ele saiu de cima da morena, tirando a própria camiseta, jogando-a em um canto qualquer do quarto. Com um meio sorriso, a Hyuuga sentou-se na cama, realizando o mesmo ato que o loiro. Agora que estava apenas de calcinha e sutiã, sentiu o corpo inteiro esquentar. Naruto aproximou-se de Hinata, a fazendo se deitar novamente. Uma vez deitados, ele tomou os lábios da Hyuuga para si. Em meio ao beijo, Naruto deslizava a mão pelo lateral do corpo definido de Hinata, sentindo o tecido das peças íntimas roçarem contra sua pele. Queria tirá-las logo, mas tudo teria seu tempo. Queria que Hinata relaxasse e se sentisse bem. A pegou pela cintura, grudando ainda mais seus corpo, como se fosse fundi-los. A morena podia sentir a excitação de Naruto, mas agora que já tinham começado, não podia pará-lo. Além do que... ela não queria parar. Sentou-se novamente na cama, virando de costas para Naruto.

— Poderia me ajudar a tirar isso? – perguntou referindo-se ao sutiã.

E assim ele o fez, distribuindo beijos pelo pescoço da Hyuuga, enquanto afastava o longe cabelo para o lado. Uma vez livre do sutiã, Naruto também se sentou cama, com Hinata entre suas pernas. Hinata apoiou as costas no peitoral do loiro, levantando a face para beijá-lo. Deixou escapar um gemido baixo quando as mãos de Naruto começaram a brincar com seus seios. Ele apertava o bico dos seios com delicadeza, arrancando mais gemidos de Hinata. E aquele som o fazia sentir-se no céu. Naruto também merece um pouco de atenção. Hinata quebrou o beijo, virando de frente para Naruto. Com ambas as mãos no peitoral de Naruto, fez com que ele se deitasse. Sem tirar os olhos do loiro, foi descendo sua bermuda e a cueca. Para onde foi parar essas peças, nem mesmo ela sabia. Voltou sua atenção ao membro de Naruto. Antes de colocá-lo na boca, o massageou com a mão em movimentos de sobe e desce, ora rápidos, ora lentos. Hinata só conseguia escutar seu nome entre os altos suspiros do loiro, que estava com a cabeça para trás e os lábios entreabertos. Quando Naruto sentiu que Hinata estava com o seu membro entre os lábios, fez um rabo de cavalo improvisado com o cabelo da morena, ditando o ritmo do ato.

Antes de pudesse gozar, pediu a Hinata que o beijasse novamente. Ele queria estar logo dentro da morena e não queria chegar ao clímax daquela forma. Deitou o corpo sobre o de Hinata, que o acomodou entre suas pernas. Quando enfim tornaram-se um, Hinata não conseguiu evitar um gemido um pouco mais alto. Naruto deu tempo para que a morena se acostumasse com ele dentro dela antes de se movimentar. As estocadas iniciaram de forma lenta, mas logo o ritmo foi modificado. Naruto ia cada vez mais rápido, como uma urgência como se Hinata fosse desaparecer a qualquer minuto. Ao chegar ao ápice, Naruto sentiu Hinata contorcer-se embaixo de si. Deixou o corpo caído ao lado da morena, abrindo os braços para que ela pudesse se aninhar ali novamente.

*

Acordou com os primeiros raios de sol invadindo o quarto.

Escondeu a face no travesseiro, emitindo sons que demonstravam seu desagrado por ter sido acordada. Virou para o lado contrário, não vendo Naruto. E cobrindo seu corpo, havia uma coberta. De onde veio essa coberta? Ela não se lembrava de ter uma coberta por perto quando ela e Naruto... Puta que pariu, nós transamos. Queria se sentir culpada, mas apenas sentia-se feliz e sem arrependimentos. Demorou um pouco mais na cama, curtindo a preguiça. Por fim, sabendo que não poderia ficar ali para sempre, levantou-se e foi atrás da camiseta da noite anterior. A encontrou em um canto qualquer do quarto um pouco – para não dizer muito – amassada. Após vesti-la, foi até o banheiro para poder jogar uma água no rosto e pentear o cabelo – nem que fosse com os dedos. Demorou uns dez minutos e, quando voltou ao quarto, encontrou Naruto com uma bandeja nas mãos. Ela adorava ser mimada desse jeito, precisava admitir. Sentaram-se na cama, iniciando o desjejum.

— Eu não sei como você gostaria do café, então fiz sem açúcar. – Disse Naruto que ainda estava sem camisa, apenas com a bermuda. – Mas aqui. – apontou para o recipiente em aço inox. – Tem açúcar ou posso pegar o adoçante.

— Está ótimo, Naruto-kun. Aliás. – disse pegando um pedaço de mamão partido ao meio e uma colher de tamanho médio. – Adoro frutas de manhã. Como adivinhou?

— Quando gostamos de alguém, procuramos saber do que ela gosta. – disse Naruto de forma carinhosa – E admito que liguei para a Ten.

— A Ten? – questionou Hinata levando um pedaço de mamão à boca. – Mas como você tinha o telefone dela?

— Nós somos amigos, esqueceu? – Naruto não pôde evitar uma risada.

— Ah, mas é claro. – disse Hinata sentindo-se uma idiota outra vez. – Se não se importar, depois do café, se importaria em me levar para casa?

— Claro que não. Imagino que queria tomar um banho e trocar de roupa. Vamos apenas terminar aqui. – disse o loiro colocando um morango na boca da Hyuuga.

*

Ele havia voltado para casa.

Ficou feliz por poder voltar a dormir na sua cama e nem gostava de relembrar da cama do Hotel. Imaginou que Sakura levaria essa brincadeira por mais tempo, mas não poderia se dizer surpreso quando ela lhe entregou as chaves no dia seguinte. Ele sabia dos sentimentos da Haruno por si, então seria natural que ela o quisesse de volta. Só que Hinata ainda estava em seus pensamentos diariamente. E nas suas melhores memórias. Como ele sentia falta da Hyuuga. Ele queria poder voltar atrás e concertar a merda que havia feito. No entanto, ele estava pronto para perder todo o luxo e poder que havia conseguido? Seu amor por Hinata era tão forte a esse ponto? Ele havia lutado para conseguir tudo que tinha, mas, infelizmente, sempre haveria a intervenção de Sakura. De certo ponto, era uma conquista vazia. Estava esperando o elevador para comprar pães para o café da manhã. Quando o elevador parou em seu andar, se estivesse com algo nas mãos, com certeza teria deixado cair. Agradeceu mentalmente por estar com as mãos no bolso da calça. Agora a morena havia se afastado do loiro, mas, antes, o outro a abraçava por trás, dizendo coisas em seu ouvido que a faziam rir. Sasuke não conseguia acreditar que Hinata estava nos braços de outro. Se pudesse, faria a cena de arrancá-la dali. Contudo, ele não era do tipo de homem dado a esses rompantes de ciúmes. Já bastava o show de Sakura todas as noites que ele se atrasava nem que fosse cinco minutos para o jantar. A morena foi parar ao lado de Naruto, sentindo que não conseguia respirar direito e com o coração batendo descompassado. Era como se o ar estivesse acabando ali. Sasuke estava a um passo de Hinata, sendo que a morena estava às costas dele. O ar estava pesado e quase palpável. Por que me separei de Naruto? Não estou fazendo nada de errado! Ela se repreendia a todo minuto, observando Naruto fitar Sasuke vez ou outra. Ela buscou a mão de Naruto, mas ele negou qualquer contato. Além de não respirar direito, ali estava tão quente. Quando o elevador chegou ao térreo, Hinata agradeceu por Sasuke sair logo.

Naruto ficou em silêncio o caminho todo até o apartamento de Hinata. A morena não sabia como contornar aquela situação. Novamente havia feito merda. Quando o carro parou, Hinata convidou Naruto para entrar, mas o loiro recusou. Tudo estava bem entre eles antes de Sasuke entrar no elevador. Pela forma como Hinata ficou ao ver aquele homem, Naruto não precisou somar dois mais dois para saber que aquele era Sasuke. O homem que Hinata não conseguia esquecer. Foi apenas vê-lo para Hinata esbugalhar os olhos brancos como a lua e sair do abraço de Naruto. Aquele gesto o havia magoado e ele esperava ao menos um “desculpe-me” da morena. Só que Hinata não sabia como encontrar as palavras para se desculpar. Os olhos azuis tão carinhosos de Naruto tornaram-se escuros e frios. Hinata o observou com as mãos no volante, os dedos apertando o objeto com força. Ele a encarava em silêncio com a expressão dura e séria.

— Não foi a minha intenção. – começou a dizer a Hyuuga, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Não depois do que compartilhamos ontem.

— Apenas me diga, Hinata. – disse Naruto com ambas as mãos agora cada uma do lado da face da morena – Quando fizemos amor, era nele que estava pensando?

O final da frase saiu triste e o coração da Hyuuga se partiu em dois.

Não, ela não havia pensado em Sasuke.

No entanto, bastou vê-lo para sentir as pernas bambas e a boca seca.

Sasuke causava em Hinata sensações que ela não sabia lidar, eram emoções desconhecidas, como uma tempestade. Já Naruto... Ah, Naruto representava a sua paz. Aquele lugar onde poderia descansar de toda a loucura que se passava em seu coração.

— Eu não pensei nele, eu juro. – disse Hinata precisando desesperadamente que Naruto acreditasse nela. – Erámos apenas nós naquele quarto.

— Não é o que parece. Se fosse assim, você não teria fugido de mim ao ver o Sasuke. – disse Naruto indiferente às palavras da Hyuuga. – Apenas saia do carro e vá para casa, Hina. Acredito que você precisa pensar.

*

Hinata não conseguia parar de chorar.

Quando por fim se acalmou, ligou para TenTen. Pediu para a amiga ir até seu apartamento, pois precisava conversar. Após encerrar a chamada, jogou o celular na cama e foi direto para o banheiro. Um banho poderia ajudá-la a colocar as ideias no lugar. Deixou a água cair em seu corpo, enquanto as lágrimas se misturavam à água do chuveiro. Ela não podia acreditar que tinha estragado tudo. E ela sabia que dessa vez, seria difícil concertar as coisas. Eu ainda o amo, mesmo sem que ele mereça, mas que DROGA! QUE MERDA! Seus soluços começaram a ficar altos e seu corpo tão tremulo que ela não conseguia controlar. Desligou o registro e enrolou-se na toalha. Foi nesse momento em que escutou a campainha tocar. Como não esperava mais ninguém a ser TenTen, foi atender enrolada na toalha mesmo. Pelo olho mágico, constatou que era mesmo TenTen, então abriu a porta e convidou a amiga para entrar.

— O que tá acontecendo com você em pleno domingo para me ligar assim? – quis saber a chinesa um tanto irritada. Ela tinha planos com Neji, mas Hinata parecia tão desesperada que ela não teve a coragem necessária para abandonar a amiga.

— Ah Ten eu fiz tudo errado, de novo! – exclamou a Hyuuga com lágrimas nos olhos novamente. – Venha comigo até o quarto, eu vou me trocando e te conto o que houve.

TenTen acompanhou a Hyuuga até seu quarto. Conforme prometido, Hinata contou a amiga sobre o episódio do elevador enquanto vestia um short e uma camiseta fresquinha por baixo da lingerie. Imaginou que TenTen iria abraça-la quando a chinesa se aproximou, mas seu ato a chocou. Sentiu a palma da mão de TenTen em sua bochecha esquerda. O tapa fora forte e fez a Hyuuga virar a face.

— EU NÃO TE ENTENDO, VOCÊ TEM A CHANCE DE CONSEGUIR ALGUÉM MELHOR, MAS SÓ PENSA NO UCHIHA!

Sim, TenTen havia gritado – e cuspido – essa frase na cara de Hinata.

— EU AINDA O AMO, ESSE É O PROBLEMA! AINDA AMO O SASUKE E NÃO SEI O QUE FAZER PARA ACABAR COM ISSO!

Hinata tinha a face avermelhada, o cabelo desalinhado e a respiração entrecortada. Ela não mentia. Ainda amava o Uchiha e não sabia como terminar com esse feitiço. Ela não queria ter gritado com TenTen, mas não conseguiu evitar. Ela precisava desabafar ou acabaria tendo um infarto. E o pior nisso tudo... é que havia Naruto e a porra dos seus sentimentos. Era outra coisa que a Hyuuga não sabia lidar. Ela sabia que sentia algo forte por Naruto – senão nem teria permitido que ele a tocasse -, mas não era o mesmo com Sasuke. Era como se ele fosse um imã para o caos e Hinata se sentisse atraída por ele. Ambas se encararam, sem saber exatamente o que falar. Hinata poderia cair no choro novamente? Poderia. Só que dessa vez, ela não iria de descontrolar. Ela manteria a calma – seja lá onde ela estivesse. Quando sua respiração havia voltado ao normal, ela pegou a mão de TenTen e a levou até a cozinha. Em silêncio, preparou um café para as duas. Enquanto Hinata preparava o café, a chinesa se manteve em silêncio. Ela queria matar Hinata por ser tão burra, mas talvez tenha avançado o sinal quando bateu em sua face.

Hinata entregou a caneca para TenTen e sentou de frente para a mesma.

— Desculpe-me se gritei com você. – disse Hinata brincando com a alça da caneca. – Eu sei que sou uma idiota e que não mereço um cara tão legal quanto o Naruto. Eu não posso mais continuar com isso, Ten...

— Hina... Desculpe-me também. Você ser uma ignorante não me dá o direito de encostar em você. – disse TenTen colocando a palma da mão sobre às costas da mão da Hyuuga. – Eu só quero que você seja feliz, Hina. A sua felicidade não tá no Sasuke, porque não vê isso, meu amor?

— Eu não sei... Talvez eu esteja esperando que ele volte ou que ele se arrependa. Eu... não sei direito. De uma coisa eu sei. Eu gosto do Naruto, Ten. De verdade. – confessou Hinata sentindo-se reconfortada com o toque da amiga. – Eu acho que só... não sou capaz de retribuir esse mesmo amor.

— Por que não dá um tempo de tudo isso? – perguntou a chinesa. – Você não tem férias para tirar do escritório?

— Tenho, mas...

— Hyuuga, presta atenção. Se você ficar aqui, não vai resolver nada. Você vai acabar machucando mais a você e ao próprio Naruto. Você precisa decidir o que quer. Você não pode amar um e gostar de outro.

Fazia sentido. E Hinata realmente tinha férias para tirar no escritório. E talvez uma viagem para espairecer não fizesse mal. Conversaram mais um pouco quando TenTen escutou seu telefone tocar.

— Deve ser o Neji. Ele estava preocupado com você.

TenTen explicou a Neji que não era nada demais e que Hinata estava melhor. Seria melhor mentir, afinal Neji nem poderia imaginar que Hinata ainda amava o Uchiha.