O Trato - SasuHina escrita por HelenaSantos1510, Alexia_B_


Capítulo 3
Capítulo 03: Quando os sonhos se tornam realidade




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Já fazia mais de três meses.

Ele ainda sonhava com a Hyuuga várias vezes durante a semana.

Novamente, havia despertado no meio da madrugada. Pegou o celular que estava sob o criado mudo ao lado da cama. 03:30 da manhã. Devolveu o celular para o mesmo lugar, virando o corpo para o lado. Viu Sakura e seus cabelos róseos totalmente desalinhados espalhados pelo tecido claro que cobria o travesseiro. A coberta ainda escondia parte de seu corpo, mas Sasuke ainda podia ver um pedaço de seus seios. Sentou-se na cama, passando a mão pelo cabelo negro rebelde. Como não queria acordar Sakura, saiu da cama com o máximo de cuidado. Após encontrar uma calça de moletom escura jogada em um canto qualquer do quarto, a vestiu. Caminhou até a sala, parando em frente a uma das grandes janelas. Logo mais um dia iria começar e o sol invadiria os cômodos do grande apartamento. Eu preciso descansar. Havia apenas um problema, ele não conseguia descansar. Hinata veio lhe atormentar mais uma vez.

Durante todo esse tempo, pensou e repensou em sua decisão. Por um lado, houve muitos ganhos, mas, por outro, houve muitas perdas. E uma delas havia sido Hyuuga Hinata. Imaginou que seria fácil para Haruno Sakura ocupar o lugar da outra. Não havia nada que Sakura não tivesse para atingir essa meta. A rósea era dona de uma beleza estonteante, um corpo invejável e até tinha uma certa dose de bom humor. No entanto, faltava algo. Era como se Sakura estivesse incompleta. Faltava a delicadeza dos toques e dos beijos, a bondade, olhos brilhantes e os sorrisos espontâneos da Hyuuga. Sasuke tinha consciência que Hinata cumpriria sua palavra, caso tentasse uma aproximação. Algumas vezes, ele apenas desejava poder voltar no tempo. E se realmente tivesse esse poder, teria que estar disposto a perder os status, o poder e o reconhecimento que havia construído desde que ocupou o cargo de editor-chefe do grande Jornal de Konoha. Não era idiota e sabia que uma parte de sua conquista se devia a Sakura e sua intervenção.

Como um mantra, repetia si mesmo que deveria se tornar apto e competente para ocupar essa posição no Jornal. Sendo assim, além do trabalho, os livros de estudos e os cursos on-line lhe eram companhias constantes. Muitas vezes Sakura chegou a reclamar com ele durante o café da manhã que fora dormir sozinha mais uma vez. Sasuke havia cansado de explicar à Haruno que não bastava apenas estar no cargo. Era preciso mostrar a capacidade e merecimento para estar ali. E era nisso que Sasuke estava trabalhando. Nesses momentos, era impossível não a comparar com Hinata. A Hyuuga com certeza o entenderia. Iria apoiá-lo no lugar de jogar acusações sob a mesa. Foi quando teve um estalo. Havia tanto tempo que não via Hinata. Ela estaria bem? Estaria ainda mais bonita? Esses e outros questionamentos invadiram a mente do Uchiha.  Estou com saudades de você, Hyuuga... confessou bem baixinho, quase um sussurro.  Encarou o céu ainda escuro, decidindo que tentaria dormir mais uma vez.

*

Se tivesse jogado na loteria, poderia estar rico agora.

Ele podia apostar que não iria conseguir dormir mais até o seu despertador tocar. O alarme estava programado para tocar às 07:30 da manhã. Ao escutar o som estridente do alarme, Sakura se remexeu na cama, pedindo a Sasuke que acabasse com aquele barulho. Apoiou o cotovelo no colchão, coçando os olhos. O uchiha ainda estava deitado de barriga para cima, com os olhos fechados. Sakura aproximou o seu corpo ao do Uchiha, que abriu os braços para acolhê-la. Sakura moldou seu corpo ao de Sasuke. Ficou em silêncio durante alguns minutos, observando as cortinas se mexerem com o vento que vinha do lado de fora. Com a ponta dos dedos, acariciou a barriga exposta do Uchiha. Sakura desejava que pudessem ficar assim para sempre. Contudo, Sasuke dizia que precisava ir trabalhar. Sakura não entendia. Ele não precisava trabalhar. Ela havia conseguido o cargo de editor-chefe exatamente para que Sauske pudesse apenas comandar. Devia ser algo relacionado com orgulho. Ela simplesmente rolava os olhos a essas demonstrações de brio do Uchiha. Sentiu o calor do corpo de Sasuke deixar o seu e o ninho se desfazer. Sasuke havia levantado da cama. Viu os músculos do moreno se contraírem à medida que este se espreguiçava.

— Bom dia. – Anunciou Sakura voltando a deitar em seu travesseiro. Deixou o corpo ainda de lado para que pudesse observar melhor o Uchiha.

— Bom dia, Sakura. – respondeu o moreno, ainda de costas para a Haruno. Ao virar-se para encará-la, Sakura não encontrou ternura naqueles orbes ônix, mas também não parecia haver mais nenhum outro sentimento. Não que ela pudesse identificar, pelo menos.

— Pode tomar seu banho tranquilo, vou arrumar a mesa do café da manhã.

Sakura observou o Uchiha sair do quarto em silêncio. Saiu da cama à contragosto, jogando a coberta para o lado. Com o corpo desnudo, procurou por algo que pudesse vestir. Após encontrar sua camisola no chão perto da camisa de Sasuke, a vestiu. Caminhou até o espelho de corpo inteiro, moldando o tecido da camisola em seu corpo. Enquanto passava os dedos pelos fios róseos, um pensamento invadiu sua mente. Ela sabia que Sasuke não era do tipo falante, mas havia algum tempo que uma parede parecia ter se levantado entre eles. Era como se seu jogo de sedução não surtisse mais efeitos em Sasuke. Esse filho da puta só tem o que tem hoje por minha causa. Se não fosse por ela, Sasuke ainda estaria vivendo aquela vida enfadonha e sem graça. Ela nunca havia perguntado a Sasuke, mas tinha curiosidade em saber se ele pensava em Hinata. Devo estar louca, Sasuke esqueceu aquela mosca morta. Foi até a cozinha, levando o dorso das mãos até os olhos, na tentativa de protegê-los da claridade do cômodo.

Após colocar a água para ferver em um caneco, abriu o armário em busca de pó de café. A julgar pela quantidade que havia no pote, estava na hora de fazer as compras do mês. Ela poderia fazer a lista mais tarde e pedir a algum de seus empregados para ir fazer as compras. Colocou o pote de café em cima da bancada, procurando pelo próximo item. Com a caixa de filtro de papel em uma mão e o pote de café na outra, os deixou perto da pia. Uma vez colocado o filtro de papel no coador, bastava esperar a água acabar de ferver. Enquanto isso, começou a preparar uma omelete com especiarias para Sasuke. Com a água fervida – que ela quase esqueceu -, despejou o líquido no filtro, escutando o café começar a coar. Quando estava pronta para voltar para a omelete, Sasuke entrou na cozinha. E ela perdeu o fôlego. Além de, temporariamente, esquecer da barreira que os separava. Sasuke ficava ainda mais desejável vestido com aqueles trajes sociais.

— O café está pronto? – perguntou o Uchiha jogando o blazer nas costas da cadeira e se sentando em seguida.

— Quase. Se puder esperar um pouco, sua omelete está quase pronta também.

Sasuke assentiu, pegando o celular no bolso da calça. Naqueles minutos longe de Sakura, tomou uma decisão. Ele iria ver Hinata naquela noite, mesmo que ela o rechaçasse. Sasuke estava disposto a correr esse risco. Não poderia continuar a vendo apenas em sonho. Sentiu a necessidade de tocá-la, sentir a maciez da sua pele, o aroma que exalava de seu corpo. Claro que Sakura jamais poderia sonhar com esse encontro. Precisaria encontrar uma desculpa para isso. Pensou em dizer que precisava trabalhar até mais tarde, mas ela seria capaz de ir até o Jornal para ver se realmente Sasuke estava lá. De toda forma, não irei demorar. Será um encontro rápido, como visita de médico. Além do que, não precisava dar explicações de sua vida à Sakura, que nem sua mãe era. Abaixou o celular quando viu o prato com sua omelete logo a sua frente, acompanhada de uma caneca de café. Sakura até cogitou no que Sasuke estava pensando, já que parecia longe dali. Longe deles. No entanto, sentiu medo da resposta. Enquanto Sasuke se alimentava, buscou uma caneca de café para si. Como o Uchiha, gostava de café sem açúcar ou adoçante. O gosto amargo da bebida atingiu em cheio seus sentidos.

— Estava querendo sair para jantar hoje. – disse a rósea em um rompante. Até que não parecia uma má ideia sair para jantar. Além do que, essa poderia ser uma oportunidade para se reconectarem. – Posso escolher o restaurante?

— Não, Sakura, tenho outro compromisso.

No entanto, se ouviu respondendo.

— Adoraria.

Ele apenas não queria mais uma discussão naquela manhã.

*

Será rápido. Vai dar tempo de jantar com a Sakura.

Era isso que Sasuke se via dizendo a todo momento. Esperou por volta de 18:30 para sair do Jornal. Sakura havia marcado o jantar às 20:30 e o esperaria em casa para saírem juntos. Isso seria mais do que o suficiente para ver Hinata. Fez o caminho com seu carro que conhecia com a palma das mãos até o prédio que outrora dividiu com Hinata. Por precaução, parou o carro um pouco afastado, mesmo achando que Hinata não iria reconhecer aquele carro como dele. Agora vinha a parte mais incomoda, esperar por Hinata. Ele não tinha muito tempo, deveria estar em casa até as 19:30 ter tempo de, pelo menos, tomar um banho e se arrumar. Só que o tempo parecia estar correndo mais rápido naquele início de noite. 19:10. Ele precisava ir embora para casa. Quando estava prestes a ligar o carro e dar partida, seus orbes escuros encontraram a figura da Hyuuga na porta do prédio. Só havia um pequeno – e importante – detalhe. A Hyuuga não estava sozinha no portão de entrada do prédio. Um homem a acompanhava. Segurava a cintura da morena com uma das mãos, enquanto a outra estava na bochecha de Hinata. E pelo que Sasuke pode concluir ao observar a cena, Hinata e aquele homem desconhecido era íntimos.

Ele só não esperava por um beijo.

O homem trazia o corpo de Hinata para mais perto, com a intenção de aprofundar o beijo. Sasuke quis matá-lo. Como ele ousa tocar em Hinata? Enquanto se fazia essa pergunta, os dedos apertavam as laterais do volante com toda a força que poderia dispor. Ele não conseguia acreditar que Hinata estava correspondendo àquele gesto. Por um momento, sentiu-se traído. Deixou uma risada rouca escapar de seus lábios, chegando à conclusão de que ela estava apenas retribuindo a sua gentileza. De toda forma, ele simplesmente não conseguia acreditar no que estava presenciando. Pois ela vai ter que me explicar isso. Quando o homem – finalmente – se afastou alguns centímetros, Hinata lhe deu mais um selinho rápido antes de pedir ao porteiro que abrisse a porta para ela. Quando o homem se afastou, Sasuke saiu do carro. Após ativar o alarme, caminhou até o portão do prédio.

— Boa noite, Akira. – Cumprimentou o porteiro na guarita.

 Akira quase caiu duro no chão ao ver o sr. Uchiha ali.

— Sr. Uchiha? – perguntou com a expressão abobalhada. – Mas que... Surpresa vê-lo aqui.

— Acredito que realmente seja uma surpresa. – Sasuke conteve a vontade de rir aproximando-se um pouco mais da grade do portão. – Preciso falar com Hinata. Poderia abrir a porta?

— Acredito que ela não queira ver o senhor.

— Não é você quem vai tomar essa decisão. Abra a merda do portão, Akira. – Sasuke ordenou com arrogância.

O tom de voz do Uchiha havia surtido o efeito esperado. Akira o encarou, os olhos amedrontados. O porteiro abriu o portão para o Uchiha alguns segundo depois.

— Não precisa me anunciar. Eu mesmo faço isso.

*

Andou o longe corredor até o elevador, chamando pelo elevador. 17º andar, apartamento 1701. O lugar onde havia construído as melhores e felizes memórias. Parou em frente a porta do apartamento, batendo a campanhia. Se hesitasse, ficaria ali parado como um dois de paus, com receio de como Hinata iria reagir. Escutou um “Já vai” vindo de dentro do apartamento. Quando a porta se abriu, o sorriso de Hinata se desfez no mesmo instante.

— Você se enganou de apartamento.

Estava prestes a fechar a porta quando Sasuke colocou o pé entre esta o batente.

— Saia da minha casa, Uchiha! – exclamou a morena em alto e bom som tentando fechar a porta novamente, mas Sasuke fazia força no sentido contrário, querendo entrar. Hinata se viu sem forças para competir com o Uchiha.

Quando deu por si, Sasuke estava dentro do apartamento. Só pode ser brincadeira. Não poderia começar a gritar como uma louca – os vizinhos iriam escutá-la – com a porta escancarada. Com a ira envolvendo seu corpo, a Hyuuga fechou a porta do apartamento, voltando a fitar o Uchiha. Sasuke estava a poucos metros de si. Ela não sentia exatamente o que estava sentindo naquele momento, mas a felicidade que Naruto a havia dado indo buscá-la de surpresa no trabalho, evaporou-se.  

— Vou te dar cinco minutos ou eu chamo a polícia por invasão de propriedade privada. – decretou a Hyuuga com o semblante sério.

E ele estava realmente estava decidida a chamar a polícia.

Qualquer coisa para vê-lo longe dali.

— Quem era aquele cara? – perguntou o Uchiha sem se sentir ameaçado com as palavras da Hyuuga. Ele estava pagando para ver essa cena.

Hinata não pode evitar uma risada. A princípio, era para ser uma risada breve, mas se viu nesse processo até suas bochechas ficarem vermelhas. Então Sasuke agora a estava seguindo?

— É sobre isso, Uchiha? – conseguiu perguntar de maneira cínica ao se recompor. – Não te interessa mais.

— Claro que me interessa, você ainda é...

Estava pronta para responder quando escutaram um celular tocar.

— Deve ser o seu, Sasuke. Atende essa merda e vai embora. – disse Hinata passando pelo Uchiha caminhando até seu quarto. Parou no corredor e deu meia volta, indo para a sala. – Quando eu sair do quarto, eu não quero ver sua sombra aqui.

Sasuke ignorou os insistentes toques de seu celular e foi até o corredor onde Hinata estava. Foi se aproximando da Hyuuga até que esta não tinha mais para onde fugir. Não acredito que ele me encurralou. Um sorriso sádico brincava nos lábios do Uchiha. Sasuke abaixou a face, trazendo-a até o ouvido de Hinata. Não queria admitir, mas aquela aproximação estava fazendo as borboletas em seu estômago se agitarem freneticamente.

— Eu não vou embora. – jogou o peso do corpo para frente, prensando seu corpo ainda mais ao Hyuuga, que respirava com certa dificuldade. – Você sempre será minha, Hina.

Com a voz rouca de Sasuke em seus ouvidos, a barba por fazer roçando em sua pele, Hinata sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo.

— Eu encontrei alguém melhor que você, Uchiha. – a voz da Hyuuga saiu como um sopro. Ela tentava controlar as lágrimas que insistiam em molhar sua face. Odiava que a presença de Sasuke ainda mexia – e muito – consigo. – Só vai embora, por favor, Sasuke...

Seu celular tocou novamente. Foi quando teve um estalo. Que horas deveriam ser? Ele havia perdido a noção do tempo. Puta que pariu, Sakura! Ela iria xingá-lo até a décima geração. Afastou-se da Hyuuga à contragosto, levando consigo a recordação de seu aroma de flores. Seria melhor ir embora, antes que o estrago fosse maior. Observou a Hyuuga caminhar de volta para a sala. Pode escutar o som da porta se abrindo. Aquilo era um adeus. Um novo adeus entre eles. No entanto, Sasuke não queria mais despedidas. Agora com Hinata tão próxima de si, era como se seu coração batesse novamente.

— O que ainda está fazendo aqui, Uchiha?! – escutou Hinata gritar da sala.

O moreno caminhou até a sala com as mãos no bolso da calça. Antes de partir, porém, se permitiu uma loucura. Antes que Hinata dissesse não, enlaçou sua cintura, envolvendo os lábios da Hyuuga com os seus. Hinata sentiu as pernas fraquejarem e, só por isso, agradeceu que Sasuke a amparava. Seus lábios superiores e inferiores se moviam devagar, como se estivessem reconhecendo o terreno novamente. As línguas se tocavam tímidas, como se aquele fosse o primeiro beijo.

— Eu sinto a sua falta, Hina. Mais do que você pode imaginar... – disse entre os lábios carnudos de Hinata.

— Foi você quem estragou tudo, Sasuke. – disse Hinata o empurrando. – Agora, pela última vez, vá embora.

Antes que Sasuke pudesse protestar, Hinata fechou a porta em sua cara. Apoiou as costas na madeira e se deixou cair até o chão. Escondeu a face entre as pernas, permitindo que uma nova rodada de choro começasse. Maldito seja, você, Sasuke! Como eu te odeio! Mas quem ela queria enganar. No fundo, ainda existia amor. No entanto, ela mataria esse sentimento. Não para o bem de Sasuke, mas para si própria.


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