O Trato - SasuHina escrita por HelenaSantos1510, Alexia_B_


Capítulo 2
Capítulo 02: Conhecendo novas pessoas




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Ainda se repreendia todas as vezes que sentia falta dele. Sabia que isso não era certo, mas seu coração a traia. Era difícil admitir, mas Sasuke ainda ocupava um espaço – bem generoso – ali. Não precisou de muito tempo para confirmar suas suspeitas. Seu primo havia comentado há alguns dias trás que Sasuke havia ocupado o lugar do antigo editor-chefe do jornal. Então o moreno a trocou para angariar posições e poder. A Hyuuga não conseguia realizar trocas tão fácil assim. Apesar de estar ciente desta ganância, a mais velha das filhas de Hiashi Hyuuga imaginou que pelo menos existia um limite para Sasuke. Sua conduta apenas confirmou o que ela já deveria saber. Para Uchiha Sasuke o céu não era o suficiente, ele queria o mundo. Pois ele que consiga o mundo, era o que dizia a si mesma. Havia se passado alguns meses, mas Hinata ainda se lembrava claramente do guarda-roupa vazio. Se ao menos eles tivessem conversado ou se Sasuke tivesse sido sincero com ela, as coisas poderiam ter tomado um rumo diferente.

Decidiu fechar seu coração para um novo alguém. Sasuke havia deixado uma ferida que ainda estava aberta, sangrando. Tenten tentava convencê-la a sair de casa de todas as formas, mas Hinata apenas queria ir para seu trabalho e voltar para casa. - Você não pode viver assim, Hinata! era o sermão que Tenten costumava lhe passar por telefone ou ao vivo e em cores. Neji sentia por sua prima, mas continha a sua raiva. Esta estava especialmente guardada para o Uchiha. Ansiava por um momento em que estivessem a sós. Neji o faria pagar por todo o sofrimento que havia causado à Hinata. Ele não via mais o sorriso constante nos lábios da morena ou o brilho em seus olhos. Havia apenas tristeza e mágoa que se acumulavam dias após dias. Naquela noite, junto do primo e de Tenten, Hinata se sentia um pouco melhor. Era melhor estar ali com eles do que em seu apartamento, com memórias de Sasuke em todo canto.

— Então Hina. – Começou a Mitsashi que trazia uma bandeja pequena de frios para eles. Não gostava de ver Hinata sozinha depois do que havia acontecido, sendo assim a chamava para sua casa sempre que possível. – Amanhã vou encontrar com alguns colegas da minha época de faculdade. Eu quero que você vá. E você vai.

Hinata sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Conhecer novas pessoas estava fora de seus planos e de cogitação. Havia levado trabalho para casa naquele final de semana. O que não faltava era documentos para analisar.

— Não posso, Ten. – recusou o convite da morena quase que imediatamente. – Tenho trabalho para fazer esse final de semana.

— Faça seu trabalho na parte da manhã ou da tarde. – Pelo tom de voz autoritário de Tenten, Hinata sabia que não tinha escolha. Ou ela ia ou ela ia. Por alguns instantes, Hinata se imaginou calando a boca da amiga para sempre. - Eu e Neji vamos te buscar por volta de 20:00, portanto esteja pronta.

*

Em tempos atrás, Hinata gostava de sair sábado à noite.

Contudo, esse gosto havia sido perdido por completo desde a partida de Sasuke. Estava quase pronta por volta de 19:40, faltando apenas passar um batom para realçar os lábios carnudos. Fitou o próprio reflexo no espelho do banheiro, desejando ceifar a vida de Tenten mais uma vez. Ela não era mais aquela que adorava ir a um barzinho para tomar uma cerveja e jogar conversa fora. Parecia que uma parte dela havia sido levada com Sasuke. Devolva o que é meu, Uchiha foi o seu pensamento. Soltou um suspiro, sabendo que aquela luta já estava perdida. Tenten logo estaria ali para buscá-la. E ela a faria sair de seu casulo, nem que fosse arrastada pelo cabelo. Escutou o celular tocar ao lado da pia, vendo o nome de Neji no visor do aparelho. Agora não tinha mais como fugir.

— Pode descer, Hina. Daqui a pouco estamos aí. – Avisou Neji.

— Só irei passar o batom e já estou descendo.

Após passar o batom cor de carmim, respirou fundo. Talvez não faria tão mal se divertir um pouco. Havia trabalhado em um caso de seu cliente desde cedo, parando apenas para almoçar e descansar por volta de 15 minutos. Voltou ao quarto, pegando a bolsa que estava em cima da cama. Guardou o batom e andou a passos rápidos até a sala, a procura da chave. Após encontrá-la entre as almofadas, Hinata colocou uma delas no buraco da fechadura. Antes de girar a chave e encontrar o corredor do seu andar vazio, respirou fundo. Certificando-se que a porta estava trancada, foi até o elevador. Demorou apenas alguns segundos para que o elevador estivesse em seu andar. Uma vez na portaria, despediu-se de Akira. Viu o carro do primo estacionado e caminhou até ele. Abriu a porta de trás, cumprimentando Neji e Tenten após se acomodar. A morena havia comentado o quanto Hinata estava bonita, mas ela não concordava. Nem estava tão produzida assim. Havia escolhido uma calça jeans escura, uma camisa de mangas verde-escuro, um blazer com as mangas dobradas até o cotovelo e sandálias de salto. O cabelo estava solto e havia feito uma maquiagem simples.

Enquanto Neji dirigia o veículo até Deus sabia onde, Hinata se limitou a olhar pela janela as pessoas que passavam na rua. Neji respeitou o silêncio da prima, esperando a mesma atitude de Tenten. Ele tinha ciência das boas intenções da Mitsashi, mas conhecia bem Hinata. A Hyuuga ainda estava em processo de cura. Apenas ela mesma poderia dizer quando a ferida estivesse totalmente cicatrizada. Só que Tenten não estava aguentando mais ver a vida que Hinata estava levando. A Hyuuga passou a viver exclusivamente para o trabalho, não aceitando convites nem ao menos para tomar um sorvete. — Ela não tem que pagar por um crime que não cometeu. Sasuke é quem irá pagar, de um jeito ou de outro, essas palavras ecoavam na mente de Neji. Como não queria ver mais a amiga cumprindo uma pena que ela mesma sentenciou, Tenten comentou que estava decidida em levar Hinata com eles para o encontro com os colegas da faculdade.  – Pense comigo, Neji. Hinata está precisando de ver gente e não processos. Sei que ela é uma excelente advogada, mas isso precisa parar, esse foi o argumento de Tenten.

De certa forma, Neji se viu obrigado a concordar. Fazer novas amizades faria bem para a prima. Ao estacionar o carro – após lutar para conseguir uma vaga perto do barzinho -, Neji anunciou que haviam chegado. Hinata observou o local ainda dentro do carro. Parecia ser um barzinho bacana e, pelo que pode constatar, já tinha uma quantidade boa de pessoas ocupando mesas e cadeiras. Após ver se não vinha nenhum carro – e com a confirmação de Neji – abriu a porta do carro, saindo do veículo. Quando todos estavam do lado de fora, Neji ativou o alarme do carro. Atravessaram a rua, vendo Tenten os guiar até uma mesa nos fundos do barzinho. Ao ver os colegas, a morena chamou por seu “pessoal” com um sorriso nos lábios. À medida que cumprimentava todos da mesa, apresentava Hinata. A Neji todos praticamente conheciam, pelo menos de nome. Sentaram-se mais para ponta. Quando o garçom veio até eles, Hinata pediu um chopp de 500 ml.

*

Por que não estou em casa? Era essa a pergunta que rondava a mente da Hyuuga a todo instante. Ela não parecia se encaixar com ninguém ali. Tenten, ao contrário de si, já estava completamente à vontade com seus amigos. Já havia decidido que iria chamar um Uber pelo seu celular quando alguém se sentou ao seu lado. Nem mesmo havia reparado que a cadeira ali estava vazia. Fitou o homem de cabelo louro e olhos azuis. Pegou-se pensando que aqueles olhos azuis tão claros se pareciam como um mar calmo em um dia de verão.

— Então você é Hinata, certo? – o louro iniciou a conversa de forma amena, esperando por uma resposta.

— Isso, Hyuuga Hinata. E você seria? – Perguntou Hinata.

Tinha que admitir que estava um pouco curiosa para saber o nome do louro. Durante todo o tempo em que estava na companhia dos amigos de Tenten, conversou com poucas pessoas. E ele não havia sido uma delas.

— Uzumaki Naruto. – respondeu o louro bebericando o chopp que havia trazido consigo. – Percebi que está um pouco afastada, quero se sinta bem com a gente.

— Obrigada, Naruto. – Sentiu o coração de aquecer com a demonstração de gentileza de Naruto. - Apenas estou passando por um momento difícil.

— Se eu puder ajudar em algo... – voluntariou-se.

— É algo que preciso resolver sozinha, mas obrigada. – Sorriu para Naruto enquanto as bochechas ganhavam uma coloração avermelhada.

— Tenho certeza de que você terá uma excelente terapeuta, caso precise de ajuda. – brincou Naruto para deixar o clima um pouco mais leve. – Tenten além de uma excelente terapeuta, é uma ótima amiga.

— Concordo com você. Foi graças a Tenten que vim parar aqui.

— E que bom que você veio.

Ao mesmo tempo em que terminava sua frase, viu Naruto levantar uma de suas mãos e, gentilmente, colocar uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha. Hinata não sabia exatamente o que fazer. Havia meses em que não se relacionava com o sexo oposto. Ela estava presa em si mesma durante muito tempo. Será que ainda vale a pena continuar assim? Hinata se viu sem resposta. Mas não era preciso responder a isso agora. Ela e Naruto haviam acabado de se conhecer. Naruto não tomou mais nenhuma atitude. Se a morena estava passando por um momento difícil, ele deveria respeitar esse período. Só que não poderia mentir para si mesmo, Hinata havia atraído sua atenção. Enquanto conversavam sobre assuntos triviais, ele passou a querer mais sorrisos e risadas vindas dela. Os sons que saiam dos lábios de Hinata pareciam melodias e Naruto percebeu que queria ouvi-los por mais tempo. Antes que Hinata pudesse escapar por entre seus dedos, passou seu telefone celular para ela.

— Você tem WhatsApp, não é? – perguntou a morena com o celular nas mãos. – Vou lhe enviar uma mensagem, salve meu número.

Ela nem precisava pedir.

Após lhe enviar um “oi”, Naruto gravou o número de Hinata em seu celular. A morena não sabia se havia feito o certo, mas não enxergou mal algum em passar seu telefone para Naruto. Ela havia gostado de conversar com ele e agora poderia fazer isso sempre que quisesse. Agora ela se perguntava se Naruto ainda iria querer manter contato. No seu íntimo, ela descobriu que sim, ela torcia para que Naruto a procurasse no dia seguinte. E isso parecia ridículo, já que eles nem mesmo haviam se beijado. Não havia motivos para estar com expectativas ou ansiosa. Acho que está na hora de ir embora. Hinata não entendia o que estava acontecendo consigo. Seu coração que antes estava fechado, parecia estar criando rupturas. E isso lhe causou medo. E pânico por lembrar do que Sasuke havia feito. Ela havia dado seu coração para o Uchiha, mas de nada adiantou. O Uchiha a havia abandonado em um estalar de dedos. Se todos os homens são iguais, Naruto poderia fazer o mesmo. Sua mãe sempre lhe disse que os homens são iguais e que não podia confiar totalmente neles.

— Acho que está ficando tarde. – disse Hinata ao louro que estava pronto para pedir mais dois chopps para os dois. – Eu já vou chamar um Uber. Não quero incomodar Neji e nem Tenten.

— Posso te levar em casa, se quiser. – Ofereceu-se Naruto.

— Não, é melhor você ficar. Nós dois bebemos. – disse Hinata enquanto pegava o celular em cima da mesa e digitava o código para desbloqueá-lo.

*

Ela insistiu que poderia ir até o carro do motorista sozinha.

Ele havia parado em uma rua próxima do barzinho onde estavam. Naruto não permitiu tal coisa, alegando que a rua já deveria estar vazia àquelas horas. Como não queria discutir, se deixou ser mimada pelo louro, permitindo que ele a acompanhasse até o carro. Após encontrar o veículo, Hinata deu um beijo rápido na bochecha de Naruto. Ela só não poderia prever a próxima jogada de Naruto. Quando já estava de costas, ele a pegou pelo pulso, puxando-a para si. O coração se Hinata estava acelerado devido àquela proximidade. Além do mais, ela deveria estar tão vermelha quanto um pimentão. Quando iria perguntar algo, sentiu que Naruto havia capturado seus lábios. Ela pensou em fugir, mas agora nos braços de Naruto, ela quis ficar. Enquanto suas línguas se conheciam timidamente, Hinata levou uma de suas mãos até a bochecha de Naruto, acariciando o local. Separaram-se quando escutaram a buzina do carro do colaborador do Uber.

Não conseguiu segurar uma risada de nervoso.

Naruto a levou até o carro, abrindo a porta do carro. Ela agradeceu a gentileza do louro, o observando voltar para o bar enquanto o carro se afastava. Afundou no banco do carona, sem conseguir deixar de sorrir. Talvez tenha feito o certo, talvez estaria fazendo o papel de idiota mais uma vez. Naqueles instantes, com as borboletas farfalhando em seu estômago, ela não queria saber qual papel estava interpretando. Apenas queria lembrar de Naruto e seu beijo.


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