Sedução escrita por kah_torres


Capítulo 18
tudo o que restou


Notas iniciais do capítulo

adorei os comentários...
fiquei com medo o.0
vocês todas estão querendo matar o sam :
como prometido aqui está o outro capitulo!
adorei os comentários..kkkk
acho que amanhã eu posto a one-shot (quil & claire)



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PDV-Jacob

 

   O sol acariciou minha pele como se fosse uma mãe preocupada com seu filho, meus olhos tentaram se abrir, mas algo estava errado e meus olhos se negavam a responder os meus comandos. Primeiro pensei estar morto, pensei está no inferno e alguém me torturava. Fui retomando minha consciência aos poucos e percebi finalmente que não estava morto, mas porque ainda sentia uma dor?

 

   Senti a textura dura e fria do chão que me cercava, abri os olhos com muita dificuldade e olhei tudo a minha volta. Meu corpo se recusou a levantar dali e tive que ficar mais uns minutos até ele decidir levantar-se. Já em pé meu olhar percorreu cada lugar daquela sala apertada, até chegar ao envelope que guardava toda minha angustia e tristeza. Automaticamente meus braços apertaram meu corpo tentando espantar a dor que insistia em tentar me consumir. Meus olhos tentaram encontrar mais alguma lágrima para derrubar, mas não achou nenhuma, na garganta formou-se um nó quase impedindo a passagem do ar.

 

   Decidi que cuidaria daquele envelope mais tarde, talvez quando não estivesse querendo morrer ou quando estivesse querendo morrer menos. Caminhei lentamente em direção ao meu quarto, lá ainda tinha o melhor cheiro do mundo. O cheiro dela. Minha mente se recusava a pensar no nome da mulher que tinha levado meu coração embora. O relógio marcava cinco e meia, fiquei tentado a deitar naquela cama, mas sabia que se ao me deitar lá ficaria perdido no cheiro dos lençóis e não me permitiria sair de lá tão cedo.

 

    Meu corpo, digo meu corpo porque minha mente estava totalmente desligada de tudo, ele, o meu corpo foi em direção ao banheiro e com roupa e tudo entrou embaixo da água gelada. Fiquei um tempo esperando que a água gelada do chuveiro levasse embora aquela dor, mas como já era de se esperar a dor continuou ali e mais forte do que nunca.

 

   Coloquei a roupa automaticamente e sai rápido do quarto para não inalar aquele cheiro doce que tinha ali. Parei em frente a porta, talvez com medo de encarar o mundo lá fora ou apenas por ter retomado a consciência do que tinha acontecido na noite anterior. Aquela imagem de sua saída me fez recuar e sentir uma dor muito forte onde já tinha uma dor, quase cai no chão quando o buraco do meu coração aumentou mais um pouco. Fechei os  olhos tentando afastar aquela imagem,mas só consegui a ver melhor.

 

-me prometa que vai ser feliz...prometa-me que irá realizar seus sonhos...

 

   A voz dela era tão audível, como se ela sussurrasse em meu ouvido. Aquilo me faz sorrir e por um segundo a dor desapareceu, mas a voz foi embora e a dor voltou mais forte.

 

-farei isso por você meu amor. – tentava falar com a voz que a pouco tinha me deixado feliz, mas a voz não me respondeu.

 

   Por aquela imagem do meu anjo na porta, ela não era mais um obstáculo para mim, então passei por ela rápido. O caminho até a escola foi rápido e em poucos minutos eu já estava no estacionamento. Estacionei a moto no local de sempre, procurei por todo o lugar o carro dela, mas ele não estava em lugar algum. De repente uma vontade de vê-la me consumiu por inteiro, será que eu poderia perdoá-la depois de tudo o que foi dito ontem à noite?

 

   Eu precisava dela tanto quanto o ar para viver precisava sentir o seu cheiro, queria tê-la de novo em meus braços. Eu a perdoaria por ter me traído, mas algo ainda me incomodava.

 

   O carro dele entrou no estacionamento, talvez eu ainda desse uma boa surra naquele canalha. Algo me chamou a atenção, ele levava um anjo com ele no caro, o meu anjo. A dor voltou como nunca, o ar me faltou por um segundo, o coração parou. Pensei que morreria de uma vez por todas, pedi aos céus para a dor voltar a ser como a de antes, mas aquela dor não iria sair com uma simples reza. Tentei me manter forte, mas antes que eu pudesse fazer algo os meus braços já estavam em torno de mim tentando me manter em pé.   

 

   Ele a tirou do carro como uma boneca. Por mais que eu tentasse não olhar, eu não conseguia e meus olhos os seguiam de longe. Eles pararam e se beijaram.

 

 Tentarei descrever a sensação que senti, mas não sei se isso será possível, pois a sensação será mil vezes pior.

 

  Tudo ficou escuro, de repente só havia eu parado ali. Senti o coração sendo esmagado e triturado em questão de segundos. O ar acabou o sangue parou de circular. Senti como se estivesse ardendo em um monte de chamas, meus pés sentiam as brasas queimando em baixo dos meus pés. O buraco no peito aumentou generosamente e lentamente para prolongar a dor. Por que isso acontecia comigo? Porque fui castigado desse jeito? Porque ela fazia isso comigo?

 

- jake, jake...- alguém me tirou do meu pequeno devaneio da morte.

 

-oi. – minhas palavras saíram mais normais do que eu pensei que sairiam.

 

-você e a ness acabaram?- o nome dela me atingiu como um punhal afiado.

 

-o que você acha? – minha voz saiu ríspida.

 

-não precisa ser grosso. - reconheci a voz da minha irmã.

 

   Ignorei-a como ignorei a todos os outros que me perguntaram isso durante as primeiras aulas. O medo de vê-la durante o almoço me surpreendeu, como é que eu vou conseguir encará-la novamente?

 

  Por via das duvidas, não fui para o refeitório. Não queria ver a felicidade deles as minhas custas. Eu teria uma prova de física próximo horário e ele estaria na mesma sala que eu. Eu poderia ir embora agora, pular o muro da escola como fiz várias vezes quando criança, mas decidi encarar ele, não iria o deixar destruir meu orgulho como destruiu minha vida.

 

    Caminhei em direção a sala onde seria a minha prova. Não conseguia desviar dos olhares e dos comentários maldosos ao meu respeito e ao que aconteceu. Estava tentando não escutar quando uma pessoa esbarrou em mim, pensei em pedir desculpas, mas quando eu virei e olhei o homem que tinha tirado o meu tudo de mim me fitava com um sorriso nos lábios.

 

-olha por onde anda. – eu falei alto e várias pessoas começaram a nos rodear, já prevendo uma provável briga.

 

-desculpa, e que eu ando no mundo das nuvens pensando na minha N A M O R A D A. – um calor percorreu cada parte do meu corpo  e quando dei conta do que estava fazendo, as pessoas já estavam gritando no corredor. Eu estava em cima de Sam, socando o seu rosto e uma voz suave como uma brisa chegou aos meus ouvidos.

 

- JACOB, PARA! – ela estava assustada. Alguém me segurou por trás e eu consegui vê-la parada do lado corpo de Sam que sorria. Seus olhos eram tristes e uma lágrima escapou dos seus olhos. Não entendi o porquê de querer abraçá-la e dizer que tudo estava bem depois de tudo o que ela fez comigo.

 

***

 

 

 

PDV- Renesmee

 

 

     Se aquilo era o inferno eu queria ter tido a chance de me redimir pelos meus pecados para não passar por isso. Os olhos dele tinham uma tristeza que era quase tangível, sua face expressava uma dor profunda e os braços a sua volta me dava uma vontade de correr e abraçá-lo. Demorei um tempo para voltar a realidade e aquele que era o guardião do inferno me levava consigo como se eu fosse uma boneca. Conseguia sentir o seu olhar nos seguindo, e parecia me queimar.

 

    O “guardião do inferno” me parou, eu dei a ele um olhar confuso. Os seus lábios tocaram o meu, ele me apertava contra seu corpo tentando me prender a suas garras. Quando ele finalmente me liberou daquele martírio que era o seu beijo, ele sorriu docemente como um anjo. Um anjo caído do céu.

 

     Tive prova nos primeiros horários, acabei rápido e sai. Fiquei fora da sala de Jacob, o observando de longe tentando descobrir o que havia acontecido nos últimos dias que tinha acabado com a minha vida. Ele parecia está viajando no tempo e não prestava a mínima atenção na aula, seus olhos fixos em algum ponto no ar, o rosto com feições duras o deixava alguns anos mais velho. O que eu fiz com ele? Como pude fazer isso com o homem que amo? Como pude estragar a vida de tantas pessoas ao mesmo tempo?

 

   O sinal tocou e todos se levantaram para o almoço, corri pelos corredores a fim de não deixar que ele me avistasse lá e ficasse mais mal do que estava. Sam me encontrou no refeitório e tentou puxar assunto comigo o tempo todo.

 

    Sam era um cara legal, se não fosse o fato de ele estar me chantageando e me afastando do homem que amo, eu poderia ser sua amiga sem nenhuma dificuldade. Eu sei que acabei com a vida dele quando o beijei então me sentia culpada por tudo que estava acontecendo. Não percebi e o tempo passou rápido, achei estranho quando Sam disse que não me acompanharia até porta da minha próxima aula. No caminho para minha sala fiquei imaginando o porquê ele não me acompanhou, já que ele tem sido o meu cão de guarda enquanto o cara que ele deixou vigiando a minha casa não estava lá. Ontem à noite percebi que alguém vigiava a casa, pensei que era um ladrão a princípio, mas depois me lembrei do recado de Sam. 

 

    O medo passou por mim quando percebi o que Sam pretendia, lembrei que ele e Jacob tinham a próxima aula juntos, então Sam planejava algo. Corri pelos corredores e ouvi gritos ao longe. Tentei passar pela multidão que gritava coisas incitando a briga. Jacob estava em cima de Sam que não reagia aos socos que levava, a única reação que tive foi tentar parar Jacob que tinha um olhar de ódio.

 

-JACOB PARA!- gritei desesperada com aquela cena. Queria proteger Jacob do que Sam iria fazer com ele futuramente.

 

    Alguém puxou Jacob para longe, seus olhos encontraram os meus e aquela tristeza tomou o lugar onde havia ódio. Queria tanto protegê-lo de tudo que Sam poderia fazer com ele, meus olhos ficaram marejados quando ele me olhava com uma cara interrogativa, não pude conter uma lágrima de cair dos meus olhos. A pessoa que o segurava o levou para longe.

 

   No final da aula tentei ouvir o que as pessoas falaram sobre o que aconteceu com Jacob, alguns gatos estavam falando que ele tinha sido retirado das aulas que tinha com Sam, e agora iria fazer as provas na detenção. Sam me esperava no estacionamento com o rosto ainda inchado, mas com aquele sorriso de vitória que eu infelizmente já conheci. Me aproximei e ele me deu um abraço acolhedor, apesar de odiar Sam por dentro o seu abraço me fez sentir pena dele. Meus olhos marejaram de novo, ele percebeu e afagou meu rosto. Se eu nunca tivesse feito o que fiz com Sam minha vida poderia ser tão diferente, ou talvez se eu nunca tivesse existido a vida de todos poderiam ser tão diferentes. Quando saímos do estacionamento sam me falou algo que eu já sabia.

 

-vou te levar para conhecer alguém.

 

- quem?- perguntei curiosa.

 

-o seu segurança. - ele falou alegre.

 

-eu não preciso de um segurança. - falei indignada com a situação.

 

-depois do que aconteceu hoje não quero que você corra nenhum risco por ai. – sínico!

 

-ele nunca me machucaria e você sabe disso. – nem eu mesma tinha certeza do Jacob faria comigo, mas qualquer coisa seria melhor do que viver longe dele.

 

-você vai fazer tudo o que eu quiser e não discuta comigo. - ele foi ríspido.

 

   Logo chegamos a um restaurante onde o garçom nos levou até uma mesa, lá estava o mesmo homem que eu vi vigiando a casa ontem a noite. Sam conversou com ele e falou tudo o que era para ele fazer, o que incluía me levar a qualquer lugar que eu quisesse vigiar minha casa a noite e passar praticamente vinte e quatro horas no meu pé. Sam também fez algumas exigências a mim, eu teria que dormir com ele quando ele quisesse e faria tudo o que ele mandasse. Quando saímos do restaurante Sam mandou James me levar para casa pois ele iria tratar de algumas coisa na borracharia. Meu corpo gelou e eu sabia que ele iria demitir Jacob, eu não podia o deixar fazer isso, Jacob precisava do dinheiro.

 

-Sam, você não vai demiti-lo não é?- perguntei na porta do restaurante.

 

-claro que não- ele falou sorrindo. Eu desconfio seriamente que Sam tenha um distúrbio bipolar.

 

-você promete?- eu estava desesperada.

 

-e você promete que será boazinha comigo e fazer tudo o que eu mandar? – ele perguntou ironicamente.

 

-prometo. - eu falei em um impulso, Sam sorriu.

 

-eu sei disso. - ele foi embora.

 

 

   Então ser escrava de Sam seria o preço que eu tinha que pagar por existir. Eu ficaria até feliz em pagar esse preço pela liberdade dos meus pais, mas esse preço era muito caro a pagar, pois atingia o homem que eu amava. Eu queria protegê-lo de tudo, mas não conseguia protegê-lo de mim mesma. Eu tinha nojo de Sam e pena, eu amava Jacob, mas o fazia sofrer, eu amava os meus pais e para deixá-los livre tinha que me submeter às chantagens de Sam. E agora eu estaria presa em suas malditas mãos, teria que aceitar tudo o que fosse ditado pelo “guardião do inferno”. Era assim que me sentia, em um inferno, sentia que estava queimando por dentro e não havia ninguém que pudesse me salvar. Guardaria cada momento feliz que passei com o homem que amava dentro de mim e me confortaria em saber que um dia fui feliz, que um dia me senti completa. Essa seria minha única fonte de vida durante o tempo que passasse com aquele que destruiu minha vida. Lembraria do olhar doce e apaixonado, o toque quente e do corpo macio de Jacob até o meu ultimo suspiro de vida.

 

 

 

 

“Se ela me deixou a dor, É minha só, não é de mais ninguém Aos outros eu devolvo a dó Eu tenho a minha dor Se ela preferiu ficar sozinha, Ou já tem um outro bem Se ela me deixou, A dor é minha, A dor é de quem tem...

 

É meu troféu, é o que restou É o que me aquece sem me dar calor Se eu não tenho o meu amor, Eu tenho a minha dor A sala, o quarto, A casa está vazia, A cozinha, o corredor.

Se nos meus braços, Ela não se aninha, A dor é minha, a dor.

Se ela me deixou a dor, É minha só, não é de mais ninguém Aos outros eu devolvo a dó Eu tenho a minha dor

Se ela preferiu ficar sozinha, Ou já tem um outro bem Se ela me deixou, A dor é minha, A dor é de quem tem mmmh...mmmh...

É o meu lençol, é o cobertor É o que me aquece sem me dar calor Se eu não tenho o meu amor, Eu tenho a minha dor A sala, o quarto, A casa está vazia, A cozinha, o corredor. Se nos meus braços, Ela não se aninha, A dor é minha, a dor. mmmh mmmh...”

 

   (de mais ninguém- marisa monte)


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Notas finais do capítulo

comentem!!
please!



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