As semanas passavam rápidas e em duas semanas seria o casamento de tia Alice, eu estava muito nervosa e no fim de semana ela me obrigava a ir à port Angeles para o ensaio de casamento. Eu e Jacob estávamos cada dia mais amigos, éramos como amigos de infância em poucos dias, às vezes eu via um olhar triste e logo tratava de fazer uma graçinha para animá-lo. A velha ness não habitava mais esse corpo, com Jacob eu aprendi que poderia ser normal... Ser apenas eu, e ser eu era uma coisa que eu gostava e estava aprendendo que também fazia bem a Jacob. Nós estávamos nos penhascos quando ele me disse isso.

 - fazia muito tempo que não ria assim. -ele falou me puxando mais junto do seu corpo.

-que bom que faço você sorrir. – falei me aconchegando em seu abraço.

-não é só isso, com você me sinto bem. Fico feliz sem precisar fazer esforço.

-jake, você é um bom amigo e também faz eu me sentir melhor, melhor do que eu era um tempo atrás.

   À noite Alice me ligava e eu falava como tinha sido meu dia com Jacob e como ele me via como uma amiga. Ele não te vê como amiga, você que não consegue enxergar, ela repetia isso todos os dias. Um dia ela veio a minha casa disposta a conversar com ele, mas felizmente ele tinha saído da cidade para comprar algumas coisas para a moto dele. Meus pais estavam super ansiosos para conhecê-lo também, depois do relatório que Alice passou para eles.

   Uma semana antes do casamento Jacob foi a minha casa deixar um casaco que eu tinha esquecido na casa dele, era sábado de manhã.

-ness ! você tem visita. –escutei minha mãe gritando lá de baixo, desci correndo as escadas para ver quem era, e ele estava lá lindo como sempre parado no sofá conversando com o meu pai, meu casaco estava dobrado em cima do seu colo.

- hey! Jake – eu o chamei enquanto entrava na sala.

-ness vim deixar o casaco que você esqueceu ontem lá em casa. - ele falou erguendo o casaco para eu ver.

-ah obrigado- eu peguei o casaco da sua mão.

-então acho que já vou.- ele já estava em pé quando meu pai falou.

-por que não fica para almoçar conosco?

-eu acho que... – olhou para mim como se estivesse pedindo socorro.

-fique Jacob .- eu pedi.

- está bem.- ele falou meio envergonhado.

-então as meninas cozinham e os meninos ficam ai na sala conversando.- minha mãe apareceu atrás de mim, e eu não entendi por que minha mãe absolutamente não sabia fritar um ovo. De vez em quando ia até a entrada da sala escutar o que eles estavam falando, na maioria conversavam sobre esportes, mas uma vez que estava escondidinha me chamou a atenção o que Jacob falou.

- é o sonho dos meus pais sempre foi que eu fizesse uma boa faculdade.- era a voz de Jacob.

- você disse que trabalha em uma oficina. Não me leve a mal, mas como pretende pagar uma faculdade?- meu pai estava o perguntado.

-levi uley , vai me pagar a universidade caso eu não receba uma bolsa de estudos.

-levi é um bom homem.

-é sim não sei o que seria de mim sem ele, talvez morasse na rua, ou no Havaí, mas viveria na miséria, pois o que o marido da minha irmã ganha não é o suficiente para eles imagine com uma boca a mais para comer. - foi nesse momento que senti um cheiro estranho vindo da cozinha e corri para ver o que era.

-mãe , joga água nisso.- gritei para ela que estava correndo para pia com uma travessa em chamas.

-bella o que aconteceu? – meu pai correu até ela e ajudou a apagar o fogo.

-não foi nada querido, só acho que vamos ter que pedir alguma coisa por telefone. - ela falou sorrindo para mim e vi que Jacob estava atrás de mim.

-eu falei que ela não sabia fritar um ovo- falei me virando para olhar Jacob que estava rindo.

-sem problemas. – ele sorriu para minha mãe.

   Meu pai ligou pedindo uma pizza, nós comemos enquanto minha mãe ditava como estava fazendo a receita. Depois do almoço fui deixar Jacob na porta.

-seus pais são muito legais.- estávamos encostados na moto.

-umas figuras.

-é mesmo, segunda a borracharia vai fechar quer ir para praia comigo?

-quero, mas por que vai fechar?

-Sam quer conferir o estoque antes de viajar.

-viajar para onde- eu estava super curiosa.

-los Angeles. - ele falou meio triste.

-já fui lá uma vez. - me veio na mente o sorriso nojento daquele tal Dtr.Robert.

    Naquele dia minha mãe ficou fazendo observações como Jacob era lindo e simpático, já meu pai falava que ele era um homem de caráter e muito inteligente. Mas o que adianta ser tudo isso e não ser meu? A única coisa que eu queria e a única que não podia ter. Porque ele só me vê como uma amiga? E aqueles beijos? Não foram nada para ele? Por que Jacob? Por quê?

“Eu admiro quem me faz voltar A ver a vida como eu sempre quis Minhas verdades ninguém vai mudar Nem apagar o que foi feito aqui

Hoje eu sou o que restou da dor Da minha dor Não posso me esconder Mas que a verdade seja dita agora

Eu mudei por você Mas não quis sofrer Por ser tão real pra mim

Vou Aprendo a viver E num segundo perder O medo de ser quem eu sou Ser quem eu sou”

               (passos escuros- hevo84)