TARTARÚ escrita por MARCELO BRETTON


Capítulo 7
Capítulo 7




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O sono foi entrecortado por fragmentos de visões repetidas e outras imagens novidadeiras. Rolinhas como juízes de um tribunal tentando lhe imputar uma pena esquisita por colocar a raça em perigo de extinção. Discutiam se o transformava em uma delas para entender o que se passava na cabeçola de um pássaro objeto de maldades, ou o engaiolavam para servir como alvo de zarabatanas envenenadas. Também bateu boca com o defunto, que tiraria uns retratos com a família antes de descer a sete palmos.

— Como está a minha gravata? Não posso tirar o meu último retrato com isso torto, você há de admitir. Algum verme a passear pelas minhas bochechas? Espero que tenham corado um pouco as minhas faces. Mesmo em vida elas eram muito pálidas. E por favor, borrifem uma lavanda para que eu não exale odores desagradáveis enquanto as minhas irmãs me abraçam, certo?

Acordou sobressaltado, mas não pelos pesadelos, e sim pela lembrança do despacho colocado em frente à sua porta. Não acreditava naquilo, sua crença era na bala que saia da sua arma e entrava na carne de quem ele queria mandar o seu recado. Olhou pro copo de água ao lado da cama. Estava vazio. Se aquele suco de dentadura não lhe matava, nada mais o faria. Apressou-se com a ceroula quando ouviu uma algazarra na sala. O cheiro de café de todas as manhãs não era sentido. Assoou o nariz dentro do penico para desimpedir as narinas e aspirou novamente. Nem assim.

Ainda com a visão das velas vermelhas a circundar a galinha preta, saiu procurando Donana, Juninho, e o café da manhã. Encontrou a família na sala a lhe barrar a visão de algo. Sem prestar atenção numa casca de banana no meio do caminho, fez uma acrobacia ao pisá-la, jogando suas pernas para cima, e desabando no chão. Ainda com os olhos fechados numa contenção da dor que lhe subia pelo espinhaço, sentiu uma mão peluda a lhe acarinhar a cabeça. Acaso ainda fosse noite pensaria que a macumba estava a atrair lobisomens pra dentro de casa. Abriu um olho e deu um grito.

— Que diabos é isso aqui?

— Um chimpanzé! Não está vendo, pai?

— Claro que estou. Quero saber o que está fazendo dentro de casa? – Vociferou, tirando as mãos do bicho e ficando de pé.

— Estava no nosso quintal, trepado na bananeira – Esclareceu Donana, descascando uma para abocanhá-la em seguida. Ofereceu ao marido, fazendo troça daquele olhar enviesado na direção do bicho, que estava com as mãos na cintura como se estivesse censurando os presentes.

— Deve ser o animal que fugiu do acidente com o caminhão do circo.

— Pai posso ficar com ele, pai?

— Tá doido Juninho? Temos que entregar de volta para o circo – Explicou, se perguntando se aquele macaco sabia pintar.

— Quero saber quem entregou aquela encomenda que tá lá fora – Donana mudou de assunto, virando-se para a janela que dava de frente pra rua, num bom humor não costumeiro. Se fosse por causa da dancinha com o advogado, ele daria as piores notícias aos ouvidos dela.

— Também quero descobrir quem foi o filho de satanás que assentou esse bozó na minha porta – E olhou pra galinha, com um fiapo de pensamento a lhe carcomer os neurônios. Será que ainda servia pra cozinhar? Afinal tinha que cumprir sua palavra com as meninas do bar. Diversificar o cardápio. Aquela banda de vaca ia ser devorada em pouco tempo. Pelo lado bom, sabia que elas engordariam um pouco e o freguês gostava de mulher com carnes. Pelo lado ruim, carne era mais cara que macarrão. Olhou pro corpo de Donana, e viu o estrago que comer camarão todo dia fazia nas curvas de uma mulher – Tenho que sair pra saber como devolver essa encomenda peluda, e descobrir a figura que vou ter que mandar dar uma surra e que deixou esse presente aí. Têm café?

— Têm banana – Ela respondeu, pegando Juninho pra dançar no meio da sala e apontando o cacho da fruta sendo atacado pelo símio, colocando a mão no bolso da camisola para ver se o papel com o telefone ainda estava ali.

Ele olhou para ambos os lados da rua. Não era comum encontrar alguém ali àquela hora da manhã. Dona Veridiana, do lado esquerdo, estava ouvindo a missa no rádio com o volume nas alturas, já que era surda e reclamava que o Padre Totonho falava muito baixo nas missas. Sêo Ananias, do lado direito, sofria de incontinência urinária e não colocava muito a cara fora de casa, já que um penico tinha que lhe fazer companhia. Em frente, havia Dona Cotinha, moça velha, filha do último político que Robledo viu sentar na cadeira de prefeito. Nunca casou ou se amasiou com ninguém e fez votos de silêncio desde que o pai, candidato à reeleição, fora assassinado por um desafeto político, correligionário do Coronel Menelau, concorrente dele nas últimas eleições conhecidas da cidade, que nunca ocorreu.

A população amedrontada com coações e ameaças de lado a lado para vender o seu voto, fez uma grande fogueira na praça da igreja e queimou os títulos de eleitor junto com todos os documentos. Depois desse episódio, Robledo caiu numa limbo. Foi esquecida pelo governo e sumiu do mapa. A contribuição com a economia do estado, ou era a exportação de leprosos e alienados para os hospitais da capital, ou de cadáveres insepultos desovados por ali. Com uma aura de cidade maldita, ganhou a repulsa de quem ouvia falar o seu nome.

Chegando na funerária, foi ter com Tuti, e o encontrou dando os últimos retoques no cadáver.

— Capriche na cor das bochechas – Pediu de maneira inconsciente.

— Este homem pode sentar numa praça por um dia inteiro que ninguém vai saber que está morto – Relatou o sócio, penteando os fartos cabelos do defunto.

Conde se aproximou e deu uma ajeitada na gravata, só pra garantir que ele não viesse puxar o seu pé à noite.

— Você vai?

— Não posso. Ia pedir que fosse entregar essa encomenda e fazer a cobrança. Tenho que ir ver a colheita lá em Sinhá Rosa. Boca de Ouro está me pressionando. Não podemos perder aquela maleta de jeito nenhum.

— E o carro?

— Te deixo em Mata de Curvelo e sigo pra Amparo. Vou mandar Nego Tito dar um jeito no carro do advogado que ficou quebrado na estrada de Cabrueira e ir te buscar. Essas estradas são perigosas e você volta com dinheiro graúdo.

— Por falar em dinheiro, o Padre Totonho veio te procurar pra falar do batizado do seu menino. Pediu pra você passar lá.

— Deve ser pra me cobrar os bancos da igreja. Vou aproveitar e passar na serraria de Damião. Mas Tuti, me diga uma coisa, não é a Dona Mocinha que cria umas galinhas pretas lá perto da plantação de papoulas? 

— É sim.

— Botaram uma macumba na minha porta ontem. O desgraçado não deve ter trazido aquela galinha de fora. Quando voltar de Amparo vou ver se descubro pra quem ela vendeu uma por esses dias.

— Alguém não gosta de você meu amigo. Aqui também tem os que estão do seu lado por interesse ou fingimento pra não se meter em encrenca. Pode ser qualquer um.

— Vou mandar Donana fazer uns banhos de folha pra tirar a urucubaca – Pensou alto, saindo pra chamar Bira pra ajudar a colocar o defunto no carro.

Deixou Nego Tito ao lado do Fusca do Doutor Benevides para dar tentar ressuscitar o motor. O toco de baobá possuía um ótimo conhecimento de máquinas, talento descoberto quando Conde precisava do gerador da fábrica funcionando para cumprir uma encomenda de caixões.  Uma epidemia de gripe havia assolado Cabrueira e muitos idosos pereceram. Era preciso cumprir uma demanda crescente quando a máquina quebrou. Ele que achava que o seu capanga era só um brucutu, viu naquelas mãos de dedos grandes, a solução que evitou um prejuízo considerável. O homem parecia um cirurgião ao lidar com engrenagens, bobinas, fios elétricos, porcas e parafusos. Tinha certeza que aquele Fusca estaria na estrada em alguns minutos.

Ajudou a descarregar Benício, que já era esperado pelas irmãs, todas vestidas como se fosse para o aeroporto pegar um avião da Panair pra Paris, com um retratista segurando sua ferramenta de trabalho, e que não escondeu uma careta discreta ao ver o que teria que registrar para a posteridade. A pedido da irmã, Tuti ficou no local para ajudar quando fosse preciso mudar a “pose” do ente querido. Despediu-se do sócio, e pegou a estrada, mas não sem antes ver um maço de dinheiro mudando de mãos na sala.

Passou a confiar no sócio na época em que as matanças por duelo eram mais frequentes. Foi logo depois que as pessoas se deram conta que o delegado havia fugido, e as leis estavam sendo reescritas na base da bala. Quando o bar ainda era uma novidade no lugar, a frequência era formada por gente acostumada a violência gratuita. Esbarrar em alguém era motivo para um duelo, em que um dos dois tombava morto. Quando Conde apartou uma briga dentro do seu estabelecimento, ocorrido por trapaça no carteado, um bandido conhecido nas paragens de Mata de Curvelo o desafiou. Era uma situação delicada para ele, já que sua jovem esposa esperava um filho seu na barriga, mas para manter o respeito da delinquência, era uma grande oportunidade. Depois dos dez passos habituais, ele sacou primeiro, mas a sua bala picotou. Quando começou a se despedir do mundo, simultâneo ao estampido, Tuti se jogara na frente e recebera a bala de raspão nas suas costelas. Ainda caído e com o peso do amigo sobre si, atirou pela segunda vez, acertando mortalmente o seu algoz. Depois daquele dia, ganhara um irmão, e ganhara a obediência tácita do banditismo. Depois daquele primeiro embate, abateu mais alguns foras da lei que desconhecia o terreno minado que estavam pisando. Foi na mesma época que inaugurou o cemitério clandestino e a sua fábrica de caixões.

Pensou em parar no meio do caminho para ver a sua mãe, mas existiam coisas que urgiam por providências. Estacionou a veraneio na entrada da casa da fazenda. E como um cachorro esperando o seu dono, lá vinha Nicolau correndo em sua direção movendo suas pernas longas e finas num passo de cisne, batendo as mãos como se fosse o aniversário de alguém, ou uma foca sentindo cheiro de peixe. Era só uma demonstração de felicidade por vê-lo. Estranha, é bem verdade. Seu rosto logo avermelhou com o abraço efusivo do rapaz. Meio sem jeito, lhe deu dois tapinhas nas costas, sendo logo socorrido por Rosa.

— Chega Nicolau! Desculpe, ele ainda acha que lhe deve pela televisão que você trouxe de presente.

— Não foi nada. Vim ver como está a colheita.

— Quase no fim. O barracão já está até o teto de fardos. Pode mandar o caminhão vir buscar amanhã mesmo.

— Sei que não precisava me preocupar sabendo que você tá no comando. Mas fiquei com vontade de te ver.

— Que bom. Senti o mesmo. Entre logo que o café ainda está na mesa. Fiz pamonhas.

Em contraste com as bananas que Donana lhe mandara comer, aquela mesa parecia ter saído de algum filme de época. A toalha de linho branco com bordados e uma renda nas bordas passava essa impressão. Fartou-se de pamonha, cuscuz de côco, e mungunzá. Achou espaço para um naco de requeijão e uma fatia de bolo de puba. Com a pança cheia, foi caminhar pela plantação e ver o trabalho dos seus homens. Quando se deu por satisfeito, perto da hora do almoço, tomou um banho e comeu bode frito com pirão d´água, arroz de carreteiro e feijão de corda. Limpou uma xícara de doce de leite de caldo, e foi se deitar com Rosa. Acordou no meio da tarde com uma vontade tão doida de possuir aquela mulher, que terminaram de fazer amor quarenta minutos depois, mas só porque o lastro da cama tinha arrebentado. Ainda estava em forma. Só precisava de alguém que tivesse a chave pra abrir a jaula das feras que tinha dentro de si. Esse alguém era a Sinhá Rosa. 

Foi embora satisfeito e com a missão de mandar o caminhão de Boca de Ouro buscar a mercadoria. Parou na serraria para acompanhar a confecção dos bancos que o padre andava lhe cobrando. Logo estariam prontos. Passou pela porta do sítio de sua mãe, onde parou por uns minutos para rezar, ainda dentro do carro, lembrando que teria que comprar velas na venda de Derico. Conversaria com Dona Mocinha assim que chegasse em Robledo, e em seguida teria um dedo de prosa com o Doutor Benevides, que àquela altura já deveria estar se deleitando com os efeitos de uma doença venérea. Aquilo não era agradável e ele sabia. Quando seu pai o levara a casa da luz vermelha em Cabrueira, na mais tenra idade, para mostrar a ele do que se tratava a tal conjunção carnal, contraíra piolhos nos seus genitais. Com vergonha de dizer o que estava se passando, e com uma coceira incontrolável dentro da ceroula, embebeu um pano com o querosene do lampião e esfregou nas partes íntimas. Não demorou até aquilo causar uma irritação e comichão ainda maior, levando-o a ficar internado num hospital. Levou dois anos até criar coragem pra se deitar com outra mulher. Foi aí que Benedita entrou na história com o seu decantado traseiro, fazendo-o perder o trauma.

Dona Mocinha estava de prosa na porta com o tal Romeu, que se dizia enamorado por sua filha, que, por sua vez, estava na cozinha utilizando os seus dotes culinários para encantar o candidato a marido com seus quitutes.

— Boa tarde Dona Mocinha - Cumprimentou, levantando o chapéu.

— Boa tarde Sêo Conde. A que devo a honra da visita?

— Que cheiro bom!

— Tancinha na cozinha toda animada pra servir umas rabanadas. O senhor fica com a gente?

— Não, não, muito agradecido – Respondeu, olhando pro rapaz que lhe cumprimentou a distância e parecia estar interessado nas flores plantadas no terreno – Tenho que abrir o bar. Na verdade vim aqui saber se a senhora ainda vende aquelas galinhas caipiras bonitonas.

— Tenho um tanto assim já no ponto de abate

— Pretas?

A mulher franziu o cenho tentando compreender o significado daquilo. Em se tratando de Conde nada era por acaso.

— O senhor se refere aquela que o povo usa pra fazer aqueles trabalhos?

— Essas aí. A senhora por um acaso vendeu alguma dessas por esses dias?

— Das pretas?

— É dessas que tô falando, mulher.

— Não senhor. Mas senti falta de duas delas de anteontem pra ontem. Ou tão perdidas pelo terreno, ou uma raposa comeu, ou me roubaram. Pra panela não foi, e vendida também não. 

— Uma delas era uma bichinha com uma papada rosada bem grande, caindo no olho?

— Sim, essa mesma! Onde o senhor viu?

— Na porta da minha casa, em cima dum prato de barro cheio de farofa, com uma garrafa de pinga do lado e arrodeada de velas vermelhas.

— Morta?

— Mas é claro Dona Mocinha. Sua galinha foi roubada pra darem de presente pro capeta me fazer mal. E se a outra tá sumida é porque ainda vêm coisa por aí. Uma coisa eu lhe digo, se descobrir o cabra safado que emporcalhou o meu jardim, vou botar pra dormir lá nas covas clandestinas com isso aqui – Elevou o tom, empunhando seu trinta e oito niquelado.

— Cruz credo Sêo Conde, quem ia lhe querer fazer uma coisa dessas?  Todo mundo aqui lhe respeita.

— A senhora é que pensa. Um sujeito desse já perdeu o respeito, o medo e a vergonha. Mas eu acho ele. E se for gente de fora da cidade, mando dar um tratamento ainda mais distinto – Ameaçou, olhando o seu jovem hóspede, que ao ouvir aquelas palavras, parou de analisar uma flor. Quando começaria a dizer algo, Tancinha aparece com um prato de rabanadas quentinhas. Como não sabia se teria o que comer em casa além de banana, aceitou a oferta da moça, solapou duas do prato, e se foi.

A meio caminho de casa, vê Nego Tito chegando com Tuti no Fusca do advogado, e emparelha.

— Como foi lá meu camarada?

— Cada centavo foi bem pago. Depois das fotos em pé, apareceu uma namorada de infância querendo tirar um retrato com ele beijando-lhe as faces. Mas reclamava do mau cheiro. Fiz o que pude para amenizar a situação até que ela desmaiou nauseada. Daí ficou mais fácil fazer a pose e o retrato.

— Só acredito porque é você que tá me dizendo. Deixe o dinheiro no cofre que vamos juntar com o de Boca de Ouro amanhã e levamos pra depositar no banco em Cabrueira. O que tenho aqui dá para as despesas. Tinha que passar em casa e na igreja, mas vou direto pro bar.

Na calçada do seu comércio, o telefone estava movimentado. O ligeiro Romeo de Tancinha, balbuciando com alguém da capital, tapando o bocal do telefone para tornar a sua conversa mais privada; o segurança de Boca de Ouro aguardando a vez impaciente para avisar ao caminhão que poderia vir buscar a carga; Turíbio para pedir desculpa ao laboratório e dizer que o resultado intrigante se deveu ao fato de que o paciente lhe entregara bosta de cachorro no lugar da dele própria, com medo  de estar com alguma doença grave; Cândida pra avisar a mãe que mandaria pouco dinheiro aquele mês por estar afastada do trabalho por causa de uma gripe; e um anão fantasiado de palhaço, negociando com Sacino pra ver se ele o segurava em cima de um caixote velho enquanto falava com o seu patrão para avisar que o macaco foi encontrado em Robledo, e que a cidade era promissora para montar a lona e exibir seu espetáculo.

Antes de abrir o bar, Conde presenciou o chimpanzé ser entregue por Donana ao anão, que fazia graça para Juninho parar de chorar.

— Têm jantar em casa hoje, mulher?

— Fiz uma moqueca de camarão dentro de uma abóbora!

Pensou por um momento em arrancar um pedaço da abóbora, raspá-la para tirar o cheiro e o gosto do crustáceo, mas aquilo ia dar muito trabalho. Mandou Bira levar a família para casa e foi comer um bife da vaca atropelada junto com as suas raparigas.


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