Doce e Marrento escrita por llRize San


Capítulo 43
Uma nova amiga




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Jimin segurou a mão da moça, que o puxou para que ele ficasse de pé. 

— Como é seu nome? — Perguntou ela. 

— Park Jimin, obrigado por me ajudar — Respondeu Jimin, limpando a roupa.   

— Não precisa me agradecer. Não parece, mas eu odeio violência, não tolero ver isso contra pessoas indefesas, esses aí merecem apanhar. 

Jimin ficou um pouco chateado com o “indefeso”, mas ela tinha razão, era muito fraco fisicamente.  

— Apanhar de quem, gatinha? — Um dos homens a provocou e ela ficou possessa de raiva com a forma que ele a chamou.  

— Vão se fuder seus filhos da puta! Gatinha é o caralho. Vou socar tanto a sua cara que seu olho vai sair pra fora. Se temem pelas suas vidas, vão embora.  

“Ela parecia ser tão requintada, mas o jeito que fala me lembra Yoongi” — Pensou Jimin, estudando a moça enquanto os homens riram com deboche. 

— Esse chute foi um golpe de sorte — Disse um deles —, me pegou distraído, mas isso não vai acontecer de novo. Vá embora e deixe o rapaz conosco, você não tem nada a ver com isso, docinho. 

— Docinho é a puta da sua mãe que te pariu. Jimin é meu amigo agora, não vou deixá-lo aqui.  

— Olha o nosso tamanho e olha o seu, não vamos pegar leve só porque é mulher.  

— Quanto maior o tamanho maior a queda! E eu não vou pegar leve só porque são idiotas. Podem vir... 

Os homens encararam a moça, hesitando sobre atacá-la ou não. Ela revirou os olhos e tomou a iniciativa. Consciente de que aqueles homens eram altos e extremamente fortes, sabia que seria impossível escapar se a capturassem. Ela precisava encontrar uma abertura e dar um golpe preciso; lutar de igual para igual seria uma loucura. Então, agiu estrategicamente. Aproveitou sua única chance e desferiu um golpe certeiro e crítico, atingindo com força e rapidez a traqueia de um dos homens. Ele caiu no chão, debatendo-se e lutando por ar. Não demoraria muito para que sua vida chegasse ao fim, mas a moça não parecia se importar com isso. Seu foco estava no outro rapaz, que a encarava incrédulo. Uma mulher daquele porte, aparentemente delicada, havia derrubado um homem enorme em questão de segundos. 

O segundo homem se aproximou lentamente, enquanto ela mantinha uma postura firme de luta, sem recuar nem desviar o olhar. Jimin observava tudo atônito, maravilhado com a força e agilidade demonstradas pela moça.

— Acho que você matou ele, sua vadia! — Disse o homem, olhando assustado para o amigo que agora não se mexia mais.  

— Eu avisei! Quer ser o próximo?  

O homem ferveu de ódio e partiu para o ataque, lançando um soco certeiro em direção à moça. Porém, com uma defesa ágil, ela bloqueou o golpe com destreza. Em seguida, executou uma joelhada precisa em seus testículos, fazendo-o cair de joelhos no chão, chorando de dor intensa. Aproveitando a abertura, ela desferiu um poderoso soco na têmpora do agressor, deixando-o nocauteado e desmaiado. Jimin mal conseguia respirar, completamente pasmo com tamanha força e habilidade. 

 

— Eles… eles… eles morreram? — Perguntou Jimin, assustado.  

Ela examinou um deles, colocando os dois dedos para sentir a pulsação em sua jugular, sua careta de nojo denunciou a resposta. 

— Infelizmente não morreram, esse merda está vivo, só está desmaiado. 

— E o outro? Será que ele ainda tá vivo? 

Ela se agachou e examinou o outro. 

— Esse aqui está quase indo de arrasta pra cima. Entende de primeiros socorros? — perguntou ela, com a maior calma do mundo, Jimin por outro lado, tremeu e sentiu uma pontada no estômago.  

— Um pouco, estou estudando enfermagem. 

— Então é sua chance de treinar. Pode ir com calma, se ele morrer não tem problema, um filho da puta a menos.  

Jimin lutava para controlar a respiração, sentindo-se nervoso e tremendo incontrolavelmente. Suas mãos estavam úmidas de suor devido à tensão do momento. Embora sentisse que o homem merecia pagar pelas suas ações, também não queria que a moça enfrentasse consequências negativas caso algo lhe acontecesse. Observou o agressor caído, cuja expressão não era nada agradável, o que só aumentava a preocupação de Jimin.

— Lábios cianóticos, isso não é nada bom, ligue para emergência. Preciso fazer algo até que eles cheguem, caso contrário ele vai morrer. Não sei se vai dar certo, nunca fiz isso, só li em livros. Tem uma caneta e uma faquinha, ou algo cortante?  

A moça pegou a bolsa no chão e fuçou procurando por uma caneta e um pequeno canivete. 

— Achei — Ela entregou o material para ele —, pra que quer isso?  

— Reze para que isso dê certo, pois a traqueia dele já está machucada, talvez eu piore a situação, preciso fazer a incisão no ponto certo. 

— Vá em frente, você consegue — Disse ela, sem se importar com a vida do homem. Só queria que o procedimento desse certo pra ver o novo amigo feliz por ter conseguido. 

Jimin retirou o tubo de tinta da caneta, deixando apenas o frasco e destampou as duas extremidades. Fez um pequeno corte na traqueia do rapaz abaixo da laringe onde foi atingido e enfiou o tubo da caneta no pequeno corte até conseguir atingir as vias aéreas. Assoprou o canudo com a esperança que o indivíduo voltasse a respirar, mas nada aconteceu. Examinou o rapaz novamente, seu semblante estava ainda mais preocupante, ele já estava sem pulso. 

— Terei que fazer um RCP .

A moça não estava nem um pouco abalada, olhava Jimin apenas porque estava admirada com sua agilidade.  

Jimin se inclinou sobre o rapaz, tentando reanimá-lo. Alternava entre assoprar no canudo e comprimir o peito do indivíduo. Os três minutos em que realizou esse procedimento pareciam os mais longos de sua vida. Com muito esforço e agilidade, ele conseguiu reanimar o rapaz. Os paramédicos demoraram para chegar, se ele não tivesse agido rápido, o homem teria morrido. 

— Viu? Deu certo! — Disse ela com um sorriso. 

— Obrigado — Jimin sorriu para a moça — Fico feliz por você ter me salvado, mas você quase o matou, não teve medo?  

— Não, medo nenhum. Olha que legal, eu te salvei e você me salvou de se tornar uma assassina. Somos uma dupla perfeita.  

Ela explicou aos paramédicos o que havia ocorrido, a polícia foi acionada, mas a moça parecia ser alguém influente, não precisaram ir para delegacia prestar depoimento.  

— Tenho bons advogados, não se preocupe. Ou eram eles ou era nós, alegaremos legítima defesa — Ela sorriu para ele colocando a mão em seu ombro — Depois desse susto, o que acha de tomarmos um milkshake?  

Jimin a olhou surpreso. Ainda estava tremendo com todo aquele ocorrido e a moça querendo ir tomar milkshake. Ela era doida, e Jimin gostou dela.  

— É um pouco estranho tomar milkshake depois de todo esse ocorrido, mas talvez um pouco de açúcar no sangue me ajude. 

Jimin entrou no carro da moça, surpreso ao deparar-se com uma deslumbrante Lamborghini vermelha. Era evidente que ela possuía recursos financeiros consideráveis. Sentiu-se um tanto desajeitado ao acomodar-se no veículo, consciente das diferenças entre suas realidades.

— Ponha o cinto, que eu sou bem louca quando dirijo — Ela riu e colocou os óculos escuro, o que deixou Jimin um pouco tenso — Relaxa, só estou brincando.  

Depois de algumas ultrapassagens, derrapadas, sinais vermelhos furados e palavrões para motoristas alheios, chegaram vivos à sorveteria. Jimin nunca havia imaginado que alguém além de Jungkook fosse conseguir fazer seu coração acelerar tanto, mas nesse caso a sensação não era nada boa.  

— Gostaríamos de dois milk shakes enormes — Ela pediu para a atendente — Do que você quer Jimin?  

— Morango! — Sua resposta saiu mais empolgada do que ele esperava. Ela sorriu o achando fofo.  

— Dois milkshakes enormes de morango, por favor.  

Enquanto tomavam seus milkshakes, conversavam sobre diversas coisas. Foram descobrindo assuntos e gostos em que tinham afinidade. 

— Mas, me diga Jimin, o que aqueles homens queriam com você? Você é traficante de drogas ou algo do tipo?  

— Não, claro que não... Isso é um pouco complicado. 

— Me conte, talvez eu possa te ajudar nocauteando seus inimigos.  

— Melhor não, você seria presa antes de acabar com todos — Jimin riu — Como eu posso dizer isso? Estou incomodando uma certa pessoa, e ele quer se livrar de mim ou quer me colocar medo.  

Ela tomou um gole de seu milkshake, sem deixar de prestar atenção ao que ele dizia. 

— E você está com medo deles?  

— Um pouco, mas não vou ceder. 

— Você é fofo e parece ser uma boa pessoa. Por que iriam lhe fazer mal? 

— Pra ser sincero, estou namorando alguém cujo pai me odeia, ele não me acha digno de ser namorado de seu filho e está tentando de todas as formas nos separar. 

— Quem é o coroa? Vou lá agora dar uma lição nele, não se separa um casal que se ama. 

— Sim, mas infelizmente ele está chantageando meu namorado a se casar com outra pessoa. Caso ele não se case, eles me farão mal.  

A moça inclinou a cabeça, seus olhos expressando uma mistura de compreensão e indignação. Ela podia sentir a angústia de Jimin e ansiava por ajudá-lo.

— Entendo o que estão passando.  

— Também não te deixam ficar com quem você ama? 

— Não, não é isso, não sou o tipo de pessoa que quer um relacionamento, estou muito bem sozinha e vou continuar. Mas entendo o que seu namorado está passando. Estou vivendo o mesmo inferno. Meu pai está usando minha mãe doente para me chantagear a se casar com um idiota que eu nem conheço. Tem ideia de quantas vezes eu fugi de casa pra não provar a porra do vestido de noiva? Não quero me casar nunca, ainda mais com alguém que eu não amo. 

— Queria tanto poder te ajudar, mas também não posso fazer nada — Jimin suspirou com um semblante triste.  

— Seja meu amigo. Não tenho muitos amigos verdadeiros.  

— Tudo bem, a partir de hoje seremos grandes amigos — Fizeram um brinde com os copos de milkshake — Mas eu ainda nem sei o seu nome.  

— Esqueci de falar — Ela deu risada — Meu nome é Kim Jisoo.  

— Que nome bonito... Jisoo, esse é o começo de uma grande amizade.  

— Sim, eu gostei muito de te conhecer. Aliás, quero te ensinar algumas técnicas de autodefesa. Imagina se eu não estivesse ali, o que teria te acontecido?  

— Sou muito pequeno e fraco, não levo jeito pra essas coisas. 

Ela o encarou, dessa vez com uma expressão séria. 

— Jimin, eu sou bem menor que você, e tecnicamente sou mais fraca, e dei conta. Não é o tamanho que conta, é saber os pontos vitais onde bater, você precisa aprender a se defender caso um dia esteja sozinho.  

— Tem razão, você me ensina alguns golpes? 

— Terei muito prazer. Vou te transformar em um exterminador de pessoas más.  

— Não é pra tanto, só quero me defender, de preferência sem matar ninguém — Jimin deu um gole em seu milk shake e a olhou, curioso — Jisoo, posso te perguntar uma coisa? 

— Sim, somos amigos de milkshake agora, vá em frente. 

— Você disse que nunca viu o seu noivo, mas ao menos sabe o nome dele? Podíamos pesquisar pra ver como ele é, ele deve ter alguma rede social.  

— Boa ideia! Não tinha pensado nisso... O nome dele é Jeon Jungkook. 


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Notas finais do capítulo

É eita atrás de vixi!

Lembrando que a Jisoo não é vilã, é minha bebê rsrsrsr
Estou amando o personagem dela :3

Me desculpem se tiver algum procedimento errado, não entendo nada de primeiros socorros, fui pelo Google hehe.



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