Conflitos do Coração escrita por Yukiko Tsukishiro


Capítulo 8
A descoberta de Yunhe


Notas iniciais do capítulo

Chang Yi fica...

Yunhe se sente...

Yunhe descobre que..



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Pelo canto dos olhos, ela viu momentaneamente a reação dele quando usou um dos seus títulos nobiliárquicos em vez do nome dele ou do apelido "peixe de cauda grande. "

O rosto do tritão exibiu choque, o que era novidade nesse novo Chang Yi porque só via um semblante de frieza, de indiferença, de raiva ou de crueldade conforme o humor dele e confessava que este rosto era efervescente, com a jovem se surpreendendo por apreciar isso.

Após passar o choque dele, a mestra de demônios o viu torcendo os punhos, uma visão que lhe trouxe satisfação, para depois, sentir gratificação ao ver os cabelos ocultarem o belo rosto dele enquanto os lábios eram mordidos.

Era evidente para qualquer um que ele odiou o tratamento e isso a fez se sentir feliz.

Afinal, odiava ficar confinada e amava a liberdade. O tritão a privou da liberdade e a condenou ao que mais odiava, além de privá-la de ver os seus amigos que com certeza estavam no Norte enquanto se lembrava de ter sido mordida com raiva na orelha. Agora, ela o trataria da forma que ele detestava ser tratado. Quem diria que ela iria descobrir uma arma dessas?

Enfim, Yunhe se sentiu feliz ao ver que tinha meios de abalá-lo e podia considerar a disputa entre eles um pouco mais equilibrada porque até então, somente o jiaoren sabia como infligir desespero e desesperança nela, além de tormento e dor. Agora, a mestra de demônios sabia como afligi-lo um pouco.

Claro, não podia ser comparado ao que o imperador do Norte fazia contra ela, mas, era algo gratificante para quem não tinha nada.

Afinal, apesar de reconhecer que tinha uma dívida com o jiaoren, o que o seu carcereiro estava fazendo podia ser considerado excessivo porque estava se vingando de uma forma que não concordava porque beirava a crueldade.

Se o príncipe herdeiro do oceano queria puni-la, tudo bem. Mas, havia um limite e Chang, na visão dela, ultrapassou esse limite e se tornou cruel ao mesmo tempo em que a jovem sabia que ela era a culpada pela mudança dele. Não havia como ele continuar o mesmo após conhecer alguém infeliz como ela.

Afinal, beirava a crueldade. Se o príncipe herdeiro do oceano queria puni-la, tudo bem. Mas, havia um limite e Chang, na visão dela, ultrapassou esse limite e se tornou cruel ao mesmo tempo em que a jovem sabia que ela era a culpada pela mudança dele. Não havia como ele continuar o mesmo após conhecer alguém infeliz como ela.

Ademais, Yunhe estava aceitando o fato de que, naquela noite no penhasco, matou Chang Yi. O que estava na frente dela não era mais o mesmo que conheceu e sim, outro tritão.

Conforme se lembrava da noite anterior, o ferimento em sua orelha curou rapidamente sobre o espanto dela ao mesmo tempo em que revelou uma runa azul e conforme se lembrava daquele momento, o sentimento de terror e impotência que sentiu nos braços dele apenas fortaleceu a visão de que matou quem amava naquela noite, fazendo com que fosse plenamente ciente de não podia condená-lo por essa mudança porque não era hipócrita.

Afinal, foi ela quem quebrou o seu coração e cortou a linha vermelha entre ambos, desfigurando um espírito bom, gentil e amável em alguém cruel e brutal. Ela foi a ferreira que criou a espada Chang Yi e também foi a pedra de amolar que afiou ainda mais essa lâmina após destruir o que eles tinham no passado. Yunhe era ciente de que era a única culpada. Mesmo assim, decidiu atormentá-lo um pouco pelo fato da punição ter ganhado um viés demasiadamente cruel na sua visão.

Além disso, não havia motivo para chama-lo pelo nome ou apelido carinhoso do passado porque não era mais o Chang Yi do passado. Não era mais o seu peixe de cauda grande. Na visão dela, ele era agora um imperador com poder, um reino e exércitos, além de nutrir um imenso desejo de vingança tanto contra ela, assim como contra Shunde e o Grã-mestre de demônios.

Ademais, o rosto dele frio e cruel era o que mais via, assim como a frieza em seus olhos que eram como adagas de gelo direcionadas cruelmente para ela que estava impotente junto do fato de sempre ver as costas dele.

Também havia o ato do tritão ter cortado uma mecha do cabelo dela, demonstrando que estava ali para machucá-la, no dia que a tirou da prisão do grão-mestre para jogá-la em outra prisão, além do fato de falar que a vida da jovem pertenceu ao Vale do demônio e depois, ao grão-mestre e que agora, a vida dela pertencia a ele e que ela deveria viver enquanto ele quisesse se vingar dela, com o jiaoren falando essas palavras enquanto exibia um semblante frio e uma voz gélida, além de cortante.

Não obstante, quando a jovem se curvou e passou mal, vomitando um pouco de sangue negro enquanto se encontrava protegida pelo manto negro criado pela magia dele e que a cobria por completo porque o sol drenava a sua pele e músculos, a reduzindo a ossos, ela murmurou fracamente que devia estar horrível e ele disse que era menos horrível do que o coração humano dela.

Ademais, desde que a trouxe, ele chegou a machucá-la fisicamente uma vez para obriga-la a tomar o remédio, para depois, continuar torturando-a mentalmente, assim como emocionalmente, com estes sendo ferimentos que não deixavam marcas físicas enquanto que os danos eram maiores do que os físicos.

Ademais, as palavras cruéis que proferiu quando ela quase morreu na luta contra Shunde falando que estava horrível enquanto exibia um semblante frio, a machucaram mais do que quaisquer ferimentos ou torturas que Shunde, Ning Qing, Zhu Ling ou os mestres de demônios da seita do grão-mestre fizeram nela durante a luta e nos seis anos de tortura que sofreu na prisão.

Claro, a mestra de demônios sabia que devia a ele porque era tudo culpa dela.

Por isso, havia concordando consigo mesma que o deixaria fazer o que desejasse porque estava morrendo enquanto esperava que a vingança dele contra ela trouxesse paz de espirito ao jiaoren.

Já que estava no palco devia atuar até o final da sua vida, o que não demoraria muito porque sentia a morte se aproximando enquanto definhava gradativamente ao mesmo tempo que não temia mais a morte e sim, a via como uma amiga muito esperada e que em breve a visitaria, com a jovem esperando que nesse dia, Chang pudesse sentir paz de espirito quando ela desse o seu último suspiro, fazendo com que ele pudesse viver livre do seu ódio em relação a ela e quem sabe, encontrasse uma mulher digna para casar e constituir família.

Afinal, após conhecer a infeliz Yunhe e acreditar que havia sido traído, o coração, outrora gentil e amável havia sido estraçalhado e agora restava o desejo de se vingar e na visão da mestra de demônios, o ódio que ele sentia em relação a ela o impedia de viver a vida e somente a morte dela faria o tritão se libertar para poder viver novamente plenamente e buscar uma companheira para constituir família porque sabia através das conversas com ele no passado que os jiaorens só tinham um único companheiro ou companheira para a vida toda e desconfiava que se um deles ficasse viúvo ou viúva, eles não conseguiam contrair uma nova união.

Porém, reconhecer o direito dele de se vingar não significava manter o mesmo tratamento e consideração do passado porque a punição havia se tornado cruel e chegava ao ponto de infligir dor física para obrigá-la a comer e beber o medicamento.

Afinal, o ato de confiná-la como prisioneira e impedir de ver a sua família era uma forma de atormentá-la e puni-la, assim como de fazer ela sofrer enquanto a deixava sem esperanças.

Portanto, por que devia trata-lo como se não houvesse os acontecimentos recentes entre eles?

Ademais, o seu carcereiro a estava privando de conversar com a sua nova amiga ao mesmo tempo em que sabia que nunca mais veria os seus amigos porque Chang Yi não permitiria por fazer parte da punição dele enquanto que Yunhe queria muito conversar com alguém para poder se sentir minimamente viva.

Ela sai dos seus pensamentos ao ouvir uma porta batendo e ao olhar para o lado, sorri imensamente porque ele havia saído de muito mal humor.

Afinal, nunca o viu bater à porta desse jeito, com a jovem acreditando que a pancada deve ter alarmado os servos e guardas no entorno.

Após a saída dele, a mestra guardiã do Vale demoníaco decide dormir para que o dia passe mais rápido até o horário da sua próxima refeição ao mesmo tempo em que orava aos deuses para não passar mal novamente.

Algumas horas depois, a jovem acorda com a porta abrindo e exibe um sorriso porque identificava os passos como não sendo de Chang e ao virar o seu rosto na direção dos passos, como esperado, avista Song Wu que sorri gentilmente para ela, a cumprimentando, para depois, arrumar a mesa, se retirando em seguida.

Então, quando Chang Yi entra, a mestra guardiã do Vale demoníaco fica embasbacada ao vê-lo com roupas imponentes junto de uma coroa de jade com detalhes dourados envoltos em um bolo do seu cabelo enquanto os demais fios brancos estavam soltos.

Após se recuperar da surpresa porque nunca o viu com roupas tão formais e majestosas, além de uma coroa de jade sendo que no dia-a-dia usava uma coroa e um grampo de cabelo dourado ou prateado, Yunhe se senta à mesa e começa a comer enquanto continuava orando pela misericórdia dos Deuses para não passar mal novamente.

A jovem come lentamente e fica aliviada ao ver que não passou mal, para depois, beber o remédio amargo, tomando um chá em seguida enquanto detestava o fato de tomar aquele medicamento porque não fazia qualquer efeito nela. A sua saúde continuava decaindo ao mesmo tempo em que o seu corpo se deteriorava, reforçando a concepção dela de que estava morrendo, o que era visível pelo fato de sua gordura corporal estar desaparecendo gradativamente, fazendo-a parecer um saco de ossos revestido por pele murcha, além de uma face repleta de fadiga.

O tritão estava aborrecido porque a humana não olhou para ele nenhuma vez e parecia ignorar a sua existência ao mesmo tempo em que se lembrava das palavras dela anteriormente. Ouvi-la chama-lo pelo seu título e agir formalmente o machucava.

Afinal, havia se acostumado ao tratamento informal e apelidos. Deixá-los de ouvir era estranho.

Então, a jovem se levanta e pega uma toalha, assim como roupas no armário, para depois, caminhar até o quarto de banho sem dedicar a ele um único olhar, fazendo-o torcer os punhos em frustração porque podia sentir o sentimento de frustação dela para a sua presença, além de aborrecimento.

Yunhe orava para que o tritão saísse o quanto antes e havia decidido fingir que ia tomar banho para que o seu carcereiro se retirasse, o que de fato acontece porque ela observa o jiaoren se levantando e após alguns minutos, ela volta com a toalha e roupas, sentando na frente mesa, com Song Wu aparecendo e sentando na frente dela.

— Foi uma pena que nós pararmos a nossa conversa naquele momento. Mas, antes de começarmos a conversar, eu vou ficar invisível e quando eu fizer esse gesto – ela demonstra o gesto – Você tem que parar de falar e fingir fazer outra coisa.

— Por quê? Você pode ficar invisível, também?

— Sim. Ninguém consegue me ver.

— Mas, não tem ninguém aqui além de nós duas. – Ela comenta com confusão em seu semblante.

— Essa marca em sua orelha. Eu sei o que é.

— O que significa?

 


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