Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 42
Motivação Insensata


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Peço desculpas pelo atraso para postar o capítulo e espero que gostem do mesmo ♥

Tenham uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/42

Era de tarde em Duskwood e os corvos voavam agitados pela floresta. Provavelmente, até mesmo eles reconheciam a potencial presença de um monstro. Em meio a floresta, ele, o homem sem rosto, segurava uma arma e a ergueu, apontando precisamente para alguém. 

(Brandon) - Não faça isso, por favor. – Com os braços erguidos em rendição, ele tentou convencer o monstro a ter misericórdia. - Abaixe a arma e vamos conver…

O homem sem rosto apertou o gatilho. Embora se esperasse que o tiro chegasse rápido em seu alvo, naquele instante, tudo parecia estar em câmera lenta. Quando a munição se aproximou de seu alvo, que era Brandon, alguém entrou em sua frente. Adie impediu que o policial fosse atingido e a bala acertou seu ombro em cheio, atravessando-o. Pelo fato do tiro ter atravessado, Brandon, que ficou atrás dela, foi ferido no braço, de raspão. Porém, sua dor foi indiferente e, seu real espanto, foi por vê-la sangrar.

(Brandon) - A-Adie!

Em seguida, ele direcionou um olhar extremamente furioso para o homem sem rosto, mas antes que pudesse fazer ou dizer algo, um barulho familiar veio de trás. O barulho era de uma arma sendo destravada e, ao se virarem para ver do que se tratava, Brandon e Adie se espantaram com o que viram. Era o segundo homem sem rosto e ele apontava uma arma para Brandon. Sem perda de tempo, ele atirou e, dessa vez, Adie sequer teve tempo de se mexer para tentar impedir, assim como Brandon sequer teve tempo de fugir, e a bala acertou seu peito, atingindo seu coração. 

Adie, que estava com o braço coberto de sangue, se assustou.

(Adie) - NÃO! 

O homem sem rosto que havia acabado de disparar contra Brandon, tirou sua máscara. Era ele, Richy. Porém, ao invés daquele sorriso doce e inocente, desta vez, ele sorria com malícia e seu olhar era sombrio.

O corpo de Brandon despencou e ele caiu no chão. Adie logo tentou segurá-lo, mas caiu junto com ele, conseguindo amparar apenas sua cabeça. 

(Adie) - Brandon! Por favor, resista! – Ela acariciou o rosto dele em meio ao desespero – E-Eu vou entrar em contato com o delegado. Aguente firme! – Ela pegou seu celular no bolso, mas ao tentar ligá-lo, notou que estava descarregado. - Mas que merda! 

(Brandon) - A-Adie… Não tem… mais jeito. – Ele disse pausadamente e em seguida, tossiu, expelindo sangue pela boca.

Adie se assustou novamente.

(Adie) - Não se esforce, Brandon! Nós vamos chegar até o hospital em breve e você vai ficar bem, mas economize suas forças, por favor.

(Brandon) - T-Tudo é por minha culpa… – Uma lágrima desceu de seus olhos - Me… Me perdoe. 

Ele soou um gemido, juntamente com um suspiro lento e profundo. Ao esvaziar o ar de seus pulmões, seu olhar parou, assim como seus sinais vitais.

(Adie) - Não… Brandon?! N-Não… Não faça isso comigo, por favor! ACORDA, BRANDON! – Ela o sacudiu, mas ao notar que era tarde demais, lágrimas começaram a cair de seus olhos e ela foi tomada por um choro profundo. - NÃAAAO!

—_______________ / / ______________

Imediatamente, Adie abriu os olhos e levantou-se por um impulso. Seu cérebro havia lhe trazido de volta após um sono profundo, ao notar que seus pulmões não estavam conseguindo oxigênio. Ela acordou sem ar e em completo desespero, não só pelo pesadelo, mas também pela dificuldade para respirar. Ela estava em pânico e enquanto inspirava desesperadamente, seu corpo tremia e de seus olhos, lágrimas escorriam. Com a movimentação dela na cama, Jake logo acordou e a viu em desespero. 

(Jake) - Adie?! – Ele se levantou rapidamente, ficando sentado na cama, ao lado dela. - O que foi?! 

 Ele tocou o rosto dela e a viu com os olhos esbugalhados, pálida, respirando pesadamente e tremendo.

(Jake) - O que aconteceu, minha linda?! – Ele segurou o rosto dela com as duas mãos, fazendo-a olhá-lo. 

Adie segurou os pulsos dele com força, como se tentasse se agarrar em uma âncora, ao único que poderia lhe trazer de volta a realidade. 

(Adie) - J-Jake… – Ela sussurrou em meio ao desespero.

(Jake) - Se acalme, meu amor! Tente respirar mais devagar. Respire junto comigo, assim… – Ele respirou fundo, devagar.

Ela começou a tentar seguir o ritmo da respiração de Jake, enquanto ainda se segurava nele.

(Jake) - Isso, continue… – Ele respirou fundo novamente, devagar.

Adie tentou seguir o ritmo de sua respiração novamente, mas Jake precisou repetir mais algumas vezes, seguindo com a tentativa de acalmá-la.

Enquanto isso, no apartamento de Brandon, após o pedido de Alan, ele continuava pensativo.

(Alan) - E então, o que me diz?

Brandon desviou o olhar por um breve momento, até que suspirou.

(Brandon) - Por mim está tudo bem, senhor. – Ele voltou a olhá-lo.

Alan sorriu sutilmente.

(Alan) - Ótimo.

(Brandon) - Então… O senhor acredita que o hacker está em Duskwood? 

Alan se recostou no sofá.

(Alan) - Algo me diz que sim. Porém, o que mais me intriga, é a preocupação dele com a senhorita Folsham. 

Brandon desviou o olhar, pensativo.

(Alan) - Se a senhorita Folsham disse a verdade sobre ter contratado os serviços dele para investigar o desaparecimento da senhorita Donfort, quem o contratou dessa vez? Será que foi ela mesma?

Brandon voltou a olhá-lo.

(Brandon) - Acho pouco provável, afinal, ele entrou em contato com o senhor, ao invés de falar com ela.

(Alan) - Bem observado. Isso nos faz excluir a possibilidade dele sequer ter sido contratado, dessa vez. 

(Brandon) - Então, se ele de fato não foi contratado, qual outro motivo o senhor acredita que tenha levado ele a se envolver no caso dela?

(Alan) - Hum… – Ele deu uma leve risada. - Se tratando de motivos, podemos pensar que ele esteja se mostrando apenas para livrá-la das minhas suspeitas, o que nos faz presumir que ele se importe muito com ela, de uma forma um tanto quanto estúpida. 

Brandon arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Alan) - Sejamos realistas, ele é um criminoso procurado pelo FBI e sabe o risco que está correndo. O que talvez indique que, o motivo de sua insensatez, possa estar relacionado diretamente com seus sentimentos.  

Brandon ficou pensativo por alguns segundos enquanto encarava-o, até que desviou o olhar.

(Brandon) - É, talvez o senhor esteja certo.

(Alan) - Sinceramente, se esse for o caso, eu não ficaria tão surpreso, afinal, se até mesmo você, alguém altamente profissional, se encantou pela senhorita Folsham depois de uma breve convivência, quem dirá esse hacker, que teve um pouco mais de tempo com ela.

Brandon suspirou, levemente irritado e o olhou.

(Alan) - Ora, fique tranquilo para assumir o que sente. Você não estará cometendo nenhum crime, desde que não deixe com que isso interfira em seu trabalho.

 

(Brandon) - Acontece que eu não tenho nada para assumir. 

(Alan) - Ah, qual é, Brandon? Somos amigos, não tem porque esconder essas coisas, eu não irei julgá-lo. Ao contrário, até compreendo, afinal, ela é muito bonita e atraente.

(Brandon) - Delegado, com todo o respeito que o senhor merece, peço-lhe que não insista nesse assunto. – Ele disse sério, de forma intimidadora.

Alan ficou levemente surpreso e seu sorriso debochado logo se desfez.

(Alan) - Tudo bem. Me desculpe se fui inconveniente.

Brandon assentiu com a cabeça, ainda sério.

Na casa dos amigos, Adie havia se acalmado. Ela estava sentada na cama, com as pernas cruzadas, estilo índio, e inclinada para frente, escorando os cotovelos nas coxas e com as mãos na têmpora. Depois de alguns segundos, Jake entrou no quarto, segurando um copo de água e uma cartela de remédio. 

(Jake) - Minha linda… – Ele se aproximou dela.

(Adie) - Hum? – Ela respondeu sem olhá-lo.

Ele se sentou na cama, em frente a ela.

(Jake) - Eu trouxe um analgésico para sua dor de cabeça.

Depois de alguns segundos, ela ergueu o corpo e o olhou. Sua expressão era de dor e enjôo. Jake a entregou a água e tirou um comprimido da cartela, colocando-o na boca dela em seguida. Ela bebeu um pouco de água e entregou o copo para ele.

(Adie) - Obrigada.

Ele pegou o copo e colocou em cima da mesa de cabeceira.

(Jake) - Me diz… O que aconteceu?

Ela recostou a cabeça na cabeceira da cama, estando com o olhar distante. 

(Adie) - Um pesadelo.

Ele a olhava com preocupação.

(Adie) - Eu sonhei com o dia em que o homem sem rosto atirou em mim e senti a dor, tão intensa quanto naquele dia. – Ela fez uma breve pausa. - E depois… apareceu o outro. O outro homem sem rosto e… era o Richy. 

Jake suspirou, entristecido, e desviou o olhar por um breve momento.

(Adie) - Ele era diferente… Era perverso. – Ela fechou os olhos e suspirou. 

Ele voltou a olhá-la e se ajeitou na cama, se aproximando um pouco mais dela.

(Jake) - O seu pesadelo é um reflexo do trauma que ficou depois do seu desagradável encontro com o homem sem rosto, da qual ele a atingiu com um tiro, estou certo? 

Ela abriu os olhos e assentiu com a cabeça.

(Jake) - Eu entendo que isso seja inevitável e lamento muito por você estar passando por isso, minha linda. – Ele acariciou o rosto e os cabelos dela. - Mas quero que saiba que estou aqui para você. Estou aqui, unicamente, para cuidar de você e protegê-la.

Ela o olhou, enquanto ele ainda acariciava seu rosto.

(Jake) - Nós vamos superar esse momento juntos e eu farei tudo que estiver ao meu alcance para te manter segura. 

Ela suspirou e acariciou a mão dele, que acariciava seu rosto.

(Adie) - Obrigada, Jake. 

Ele sorriu sutilmente, com acolhimento, e se aproximou um pouco mais dela, lhe dando um beijo carinhoso nos lábios.

Depois de alguns minutos, Adie abriu a porta do seu quarto e entrou, se virando para fechá-la. 

(Jessy) - Oi, amiga! Bom dia! – A ruiva, que estava deitada em sua cama e mexendo em seu celular, logo a viu entrar. 

Adie tomou um leve susto e logo se virou para olhá-la.

(Adie) - Oi, Jessy. Bom dia!

Jessy se sentou na cama e observou Adie, notando que ela vestia apenas uma camisa preta, que era de Jake e pegava na altura de suas coxas, e segurava suas roupas, as que usou no dia anterior.

(Jessy) - Hum, posso presumir que sua noite foi muito boa. – Ela sorriu, com uma leve malícia.

Adie ficou levemente surpresa e logo olhou para as roupas em sua mão.

(Adie) - B-Bem… sim. – Ela sorriu, constrangida - Eu dormi muito bem. Com licença. – Ela foi apressada para o banheiro.

Jessy deu risada enquanto olhava sua amiga tentar se esquivar.

Alguns minutos mais tarde, Cleo, Hannah e Jessy estavam na sala de jantar, enquanto Thomas e Lilly preparavam o café da manhã na cozinha e Dan tinha saído para comprar algumas frutas. Depois de tomar um banho e trocar suas roupas, Adie chegou à sala de jantar, mas ao entrar e ver Cleo, Hannah e Jessy sentadas à mesa, se intrigou.

(Hannah) - Bom dia, amiga! – Ela logo a viu.

(Cleo) - Bom dia, Adie! – Ela sorriu sutilmente.

(Jessy) - Oi de novo, amiga! – Ela sorriu.

Adie ficou observando-as por alguns segundos, ainda intrigada.

(Adie) - Vocês não deveriam estar trabalhando?

(Cleo) - Na verdade, não. Hoje é feriado e eu havia me esquecido completamente.

(Adie) - Ah… – Ela se aproximou e se sentou à mesa. - E o que está sendo comemorado hoje? 

(Hannah) - O dia em que a praça do mercado foi inaugurada.

(Adie) - Hum, interessante. Pensei que isso fosse comemorado no dia do Festival Pine Glade.

(Cleo) - Não. No dia do festival, é comemorado o aniversário de Duskwood.

(Adie) - Ah, sim.

(Dan) - Aí… - Ele apareceu na porta da sala de jantar, com uma sacola de frutas em uma das mãos e segurando uma garrafa de whisky Black Label com a outra - Quem encheu a cara nessa madrugada?

Adie, que havia escorado os cotovelos na mesa e massageava suas têmporas com as pontas dos dedos, indicando ainda estar sentindo dor de cabeça, logo o olhou.

(Adie) - Adivinha.

(Dan) - Hum, eu perguntei já sabendo a resposta. A questão aqui, é: Porque não me chamou? 

(Adie) - Obviamente, porque eu não queria dividir. – Ela fechou os olhos, fazendo uma sutil expressão de dor.

Dan franziu o cenho, olhando-a com cara de bravo e ela abriu os olhos, olhando-o com um leve sorriso debochado.

(Adie) - É brincadeira. Você já estava dormindo quando eu cheguei.

(Dan) - Não tem desculpas. De qualquer maneira, me sinto traído. – Ele seguiu até a cozinha.

Ela deu uma leve risada.

(Jessy) - E então, amiga, você foi ao Aurora ontem? 

(Adie) - Sim. 

(Cleo) - Hum, aposto que o Phil amou sua visita. – Ela debochou.

Adie deu uma leve risada.

(Adie) - É…

(Jessy) - E você conseguiu descobrir o porquê da pista estar relacionada com a Lucy?

Adie logo a olhou e parou de massagear suas têmporas.

(Adie) - Bem… O Phil me contou algumas coisas sobre ela, mas quando eu estava prestes a fazer as perguntas cruciais para descobrir informações mais importantes, uma amiguinha dele chegou e não gostou muito de me encontrar lá, bem na hora da diversão dos dois, se é que vocês me entendem.

As garotas se surpreenderam.

(Hannah) - O quê?!

(Cleo) - Não acredito…

(Jessy) - Que amiga?!

(Adie) - Bem, ela é loira e é muito bonita. Phil a chamou de Lina e ela não foi muito simpática comigo, o que é totalmente irrelevante para mim.

(Jessy) - Lina… Essa eu não conheço.

(Cleo) - Você não daria conta de conhecer todas, Jessy. São muitas.

Jessy a olhou com uma de suas sobrancelhas arqueada.

(Adie) - O pior é que ela está certa, amiga.

Jessy revirou os olhos.

Enquanto isso, na delegacia de Duskwood, Alan estava em sua sala, imprimindo algumas folhas e após alguns segundos, Jason abriu a porta.

(Jason) - Com licença, senhor. – Ele entrou e fechou a porta atrás de si, se aproximando da mesa de Alan - Já estamos prontos. 

(Alan) - Ótimo. Estou imprimindo os últimos folhetos, veja como ficou. – Ele entregou uma das folhas para Jason.

Jason pegou e a olhou por alguns segundos. Na folha, havia a foto de Ted Madruga, uma de frente e uma de perfil, deixando evidente a tatuagem na cabeça, que era o desenho de uma caveira. Embaixo, havia o seguinte texto: Se você viu este homem, acione a polícia. Ligue 110. 

(Jason) - Excelente, senhor. – Ele devolveu a folha para Alan.

A última folha foi impressa e Alan pegou todas elas, se virando para frente e empilhando-as sobre a mesa.

(Alan) - Espero que isso nos traga respostas o mais breve possível. 

(Jason) - Hum, é inevitável não questionar a inteligência de alguém que acredita que uma cidade tão pequena, como Duskwood, é um bom esconderijo.

Alan o olhou.

(Alan) - Depende do ponto de vista. Se o criminoso for bom em se esconder, Duskwood é um excelente lugar, afinal, nossas vastas florestas, favorecem tal coisa. – Ele se levantou, segurando as folhas. - Sem mais delongas… – Ele as entregou para Jason. - Espalhem por todos os lugares possíveis e, é claro, não se esqueçam da floresta ao lado do mercado. 

Jason pegou as folhas.

(Jason) - Certo, senhor. Com licença. – Ele se virou e saiu da sala de Alan.

Na casa dos amigos, todos estavam à mesa, tomando café da manhã. Enquanto todos se deliciavam com café ou suco, acompanhado de frutas, ovos mexidos com salsicha e um pedaço do bolo de cenoura com chocolate, Adie tomava apenas uma xícara de café.

(Cleo) - Hum, Adie, quase me esqueço. – Após tomar um gole de suco, ela limpou a boca com um guardanapo. - Eu disse que passaria na casa da minha mãe hoje na volta do trabalho para pegar o livro, mas, mesmo sendo feriado, eu farei isso, pois eu e ela vamos almoçar juntas. 

(Adie) - Ótimo, Cleozinha. Obrigada. 

(Dan) - Qual é a sua ideia com esse livro? – Ele perguntou para Adie.

(Adie) - Como eu expliquei ontem, alguns criminosos costumam usar referências de livros, filmes e séries para tornar a busca por eles muito mais difícil. 

(Dan) - Isso quer dizer que teremos que ler o livro inteiro para encontrarmos alguma pista?

(Adie) - Bom…

(Jessy) - Se for o caso, podemos encontrar um resumo na internet, ou quem sabe a própria Cleo possa resumi-lo para nós. Você já terminou de ler todo o livro? – Ela perguntou para Cleo.

(Cleo) - Não, ainda estou na metade.

(Hannah) - E que tal se nós nos dividíssemos na leitura? Assim, trabalharemos em equipe e terminaremos mais rápido.

(Lilly) - Sim, é uma ótima ideia. E todos podemos fazer anotações das partes que possam ser uma coligação com a maneira do homem sem rosto agir.

(Adie) - Olha… Eu adorei a ideia! 

(Jessy) - Isso será ótimo! Será uma maneira de demonstrarmos que todos nós estamos nessa com você, Adie. 

(Lilly) - É verdade.

(Dan) - É, você tem razão.

Adie suspirou, com um leve sorriso.

(Hannah) - Então, todos estão de acordo com a ideia?

(Jessy) - Absolutamente, sim.

(Lilly) - Sim, com certeza.

(Thomas) - Claro.

(Cleo) - Claro que sim.

(Jake) - Sem dúvidas.

(Dan) - Uhum. – Ele estava mastigando um pedaço do bolo de cenoura.

(Hannah) - Ótimo! – Ela sorriu entusiasmada.

Adie olhou para cada um, mantendo um leve sorriso. Saber que tinha o apoio de todos, fazia toda a diferença para o caos interno que vinha lhe acometendo nos últimos dias. Depois de alguns segundos, ela suspirou e olhou para baixo por um breve momento.

(Adie) - Eu… eu agradeço o apoio de vocês. – Ela voltou a olhá-los. - Vocês são ótimos amigos. 

(Cleo) - Você faz parte desse grupo e nosso ditado se aplica também a você.

Ela se intrigou.

(Adie) - Ditado?

(Cleo) - Sim. Um por todos…

(Hannah) - E todos por um!

Por alguns segundos, Adie ficou séria, pensativa, até que disfarçou, sorrindo sutilmente novamente.

(Dan) - Hum… – Ele havia tomado um gole de suco. - Mas há um outro ditado que também pode ser aplicado ao presente.

(Jessy) - E qual é?

(Dan) - “Se você comer tudo, amanhã teremos bom tempo.”

Adie o olhou com uma de suas sobrancelhas arqueada, estando extremamente intrigada, mas Dan, que a olhava, fez um leve sinal com a cabeça, apontando para a xícara de café que ela segurava, deixando claro que havia percebido que ela não havia comido nada.

(Cleo) - Olha… Agora que alguém falou a respeito, preciso ressaltar, Adie… Você tem se alimentado muito mal.

Adie a encarou por alguns segundos, até que desviou o olhar, um pouco constrangida por não poder discordar.

(Thomas) - É verdade, eu também tenho notado isso, Adie.

(Lilly) - Porque não come pelo menos um pouco das frutas, Adie? É uma ótima opção para ajudar na recuperação de sua ressaca.

(Adie) - É… Bom…

(Jessy) - Ou então, que tal um pedaço desse bolo que a Cleo fez? – Ela logo começou a cortar uma fatia para servir para Adie. - Está delicioso! 

(Hannah) - Sim! E para acompanhar, que tal um pouco de suco de laranja? – Ela logo pegou a jarra e serviu um pouco de suco em um copo.

Jessy estendeu o prato com o pedaço de bolo e Hannah estendeu o copo de suco para que Adie pegasse. Porém, ela estava levemente surpresa e sem reação, ao ver a preocupação de todos com o seu bem estar, mas Jake logo pegou o prato, o suco e colocou perto dela. Ela logo o olhou e ele sorriu sutilmente.

(Jake) - Come pelo menos um pouco, por favor.

Ela pensou por mais alguns segundos, enquanto olhava-o.

(Dan) - Vai, senhorita Black Label, pelo menos um pedacinho. 

 Ele, que estava sentado ao lado direito de Adie, logo pegou o garfo e tirou um pedaço do bolo no prato e direcionou para a boca dela. Ela logo o olhou, hesitante.

(Dan) - Olha o aviãozinho… 

(Adie) - Tudo bem, tudo bem… Mas eu posso comer sozinha.

(Dan) - Abre logo essa boca.

Ela revirou os olhos e, mesmo relutante, abriu a boca e ele lhe deu a garfada de bolo, sujando um pouco o queixo dela com o chocolate, o que fez os demais darem risada e ela pegar um guardanapo rapidamente para limpar.

Enquanto isso, em um quarto com baixa iluminação, que continha uma mesa com um computador e um notebook, postas sobre ela, um homem estava sentado em frente e seus olhos castanhos indicavam extrema concentração. 

Na tela, um software fazia uma varredura no sistema, buscando por algum malware que pudesse transmitir para as mãos de alguém informações sigilosas e valiosas da polícia de Duskwood. Porém, além de buscar por tais vestígios que pudessem ter sido deixados pelo hacker, a pessoa olhando para a tela do computador, buscava conseguir a resposta tão almejada, tanto pela polícia, quanto pelo FBI, que era a verdadeira identidade daquele cibercriminoso. Mas o hacker era ardiloso e, além do Spyware, ele também infectou o computador com um Backdoor e Rootkit, construído com uma programação de alto nível, que facilitaria o seu retorno para aquele sistema e ao mesmo tempo, atribui a ele características stealth, dificultando a sua identificação durante a varredura feita pelo software de segurança. 

Utilizando um sistema do FBI, preparado para localizar os autores desse tipo de ataque, bastaram poucos minutos para que os resultados fossem mostrados na tela, porém, apareceram diversas localizações diferentes, até em outros países e o homem por trás da tela, suspirou frustrado. 

(Brandon) - Hum, caótico, mas eu esperava por isso. – Ele se recostou em sua cadeira.

Depois de alguns segundos pensando, ele ajeitou sua postura e voltou sua atenção para o computador. 

Na casa dos amigos, cada um curtia o feriado à sua maneira. Cleo, Hannah, Lilly e Thomas haviam saído. Dan e Jessy estavam na varanda e Jake estava em seu quarto. Já Adie, estava na sala, tentando relaxar enquanto assistia um filme de comédia. Porém, apesar de sua tentativa de manter a atenção na TV, seu olhar estava distante e, em sua mente, o pesadelo ecoava. Depois de alguns instantes, ela suspirou, esfregou as mãos no rosto e voltou sua atenção para o filme. Ela conseguiu assistir por alguns segundos, até que começou a balançar sua perna. Porém, ela continuou insistindo em prestar atenção na TV, mas depois de mais alguns instantes, ela suspirou de exaustão e se levantou, indo apressada até as escadas. Enquanto isso, no quarto, Jake estava concentrado em seu computador, até que Adie entrou e ele logo a olhou.

(Adie) - Jake, está ocupado?

(Jake) - Não, minha linda. Pode falar.

Ela se aproximou dele.

(Adie) - É que… Será que você poderia me ajudar a fazer algumas pesquisas?

(Jake) - Claro.

(Adie) - Hum… – Ela olhou em direção ao notebook de Jake - Eu posso usar? – Ela apontou em direção a ele.

(Jake) - Sim, pode.

Adie pegou o notebook e se sentou na cama de Jake. Ele logo levantou e se sentou ao lado dela.

(Jake) - O que deseja pesquisar?

(Adie) - Nada tão complexo, meu amor. 

Jake olhou para a tela do notebook e se intrigou ao ver que ela havia aberto o Facebook e pesquisava um nome, Phil Hawkins.

(Jake) - Hum…Phil? – Ele a olhou, enciumado.

(Adie) - Bem, eu me dei conta de que não preciso ir até o bar perguntar aquilo que posso descobrir por conta própria.

Após encontrar o perfil de Phil, ela o abriu e, em seguida, clicou nos amigos dele. Na barra de pesquisa entre os amigos, ela escreveu o nome Derick. A busca lhe apontou três perfis com o mesmo nome, mas um deles tinha como foto de perfil um casal. Na foto, havia um homem de cabelos loiros e olhos verdes, abraçado com uma mulher também loira, com as pontas dos cabelos pretas e de olhos azuis.

(Adie) - Hum, acho que encontrei. – Ela sorriu sutilmente.

Jake observava as buscas curioso e, após abrir aquele perfil, Adie clicou na foto do casal. Ao abrir, a legenda, que era uma frase romântica, lhe mostrou a marcação do perfil que era da mulher na foto.

(Adie) - Lucille Seifer, vamos ver se essa é a famosa Lucy. – Ela clicou no perfil. – Eu ainda não tive tempo de te contar essa história, mas farei isso em breve.

(Jake) - Então, ela tem mesmo alguma ligação com o Phil?

(Adie) - Muito maior do que qualquer um do grupo possa imaginar.

(Jake) - Hum, vindo dele, presumo que seja algo ruim.

(Adie) - É… Não é nada legal.

Durante essa breve conversa com Jake, Adie permanecia com os olhos concentrados na tela, enquanto vasculhava o perfil de Lucille Seifer.

(Adie) - Olha só… É ela mesma! – Ela se surpreendeu ao ver uma foto de Lucille ao lado de Phil, com a localização marcada no bar Aurora.

(Jake) - E a legenda diz: “Amizade preciosa!” e um emoji de coração.

(Adie) - Hum, se o Derick soubesse o quanto essa amizade é profunda. 

Jake a olhou, intrigado.

(Jake) - Espera… É o que eu estou pensando? 

(Adie) - Uhum. – Ela assentiu com a cabeça.

Jake ficou surpreso.

(Adie) - Para piorar a situação, Derick é o melhor amigo dele. 

Jake ficou ainda mais surpreso, arqueando as sobrancelhas e ficando levemente boquiaberto.

(Jake) - Esse cara é nojento! Está vendo porque eu não suporto vê-lo perto de você?

(Adie) - Você não tem com o que se preocupar. Afinal, só existe uma pessoa que me interessa nessa vida. – Ela o olhou, com um leve sorriso.

Jake, que estava com uma expressão um pouco irritada, logo suspirou e esboçou um lindo sorriso sutil e tímido. Adie voltou sua atenção para o notebook e rolou mais algumas publicações do perfil de Lucy para baixo.

(Adie) - Bom, não há nada de útil para a investigação no perfil dela – Ela saiu do perfil de Lucy. - Hora de analisar o de Derick. 

(Jake) - O que estamos procurando exatamente?

(Adie) - Bom, eu já sei que a Lucy de fato possui uma ligação com o Phil, mas estamos lidando com alguém que sabe os segredos mais íntimos de todos do grupo e nós precisamos usar todas as nossas ferramentas para entender quem pode ser.  

(Jake) - Adie, você continua em negação, mas nós já temos quase 100% de certeza de que se trata do…

(Adie) - Me deixe assim até que eu veja com os meus próprios olhos e seja inevitável aceitar o fato… – Ela o olhou - Por favor.  

Jake, que também a olhava, suspirou e, depois de alguns segundos, assentiu com a cabeça.

Em seguida, ela voltou seu olhar para o notebook e começou a vasculhar o perfil de Derick. Ela e Jake olhavam para a tela atenciosamente, enquanto viam diversas publicações feitas por ele.

(Adie) - Eu me pergunto, o que faz alguém postar uma foto de um pneu furado?

(Jake) - Hum, claramente um homem que distribui informações sobre si, sem pensar no efeito disso. 

(Adie) - Ou seja, um ser humano típico, com acesso a tecnologia.

(Jake) - Exato.

Os dois continuaram olhando as publicações de Derick. Ele era uma pessoa que fazia postagens diárias e, depois de alguns instantes, Jake e Adie já estavam entediados.

(Adie) - Acho que não encontraremos nada nesse perfil também.

(Jake) - Ou talvez precisaremos de mais tempo. É importante analisarmos cada foto minuciosamente, pois alguém que expõe muitas informações sobre si, contribui grandemente para as investigações.

(Adie) - É, você tem razão. – Ela o olhou.

Jake sorriu sutilmente e lhe deu um beijo carinhoso nos lábios e Adie recostou sua cabeça no ombro dele. Ele a abraçou e voltou a olhar para o notebook, mesmo que eles já estivessem encerrando as pesquisas. Porém, depois de alguns segundos, ele pareceu se intrigar com algo.

(Jake) - Espera… Olhe esse texto.

Adie logo voltou sua atenção para a tela e começou a ler…

(Adie) - “Não acredito que você se foi. Hoje recebi a notícia de que um grande profissional, da qual confiava uma das coisas que mais amo, meu carro, partiu deste mundo. Mas além disso, era um grande amigo e sentirei sua falta eternamente…” – Ela rolou o mouse um pouco para baixo e viu que, além do texto, a publicação continha uma foto em preto e branco. - “Richy Roger.” – Ela olhou para Jake, extremamente abismada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Feliz ano novo a todos e obrigada por chegarem até aqui! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.