Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 41
O Desejo Infinito


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! O capítulo de hoje está um pouquinho grande, mas espero que gostem. :D

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/41

A noite havia chegado em Duskwood e, no bar Aurora, Phil estava desconcertado após a pergunta de Adie.

(Phil) - É… – Ele desviou o olhar por alguns segundos - Q-Quem te falou sobre ela? – Ele voltou a olhá-la.

(Adie) - Esqueceu que eu estou ajudando o delegado a investigar meu próprio caso?

(Phil) - Então, ele te mandou aqui?

(Adie) - Não. Ele não manda em mim. 

Phil a encarou por alguns segundos, até que suspirou e desviou o olhar.

(Phil) - Bem, como eu disse para ele… – Ele voltou a olhá-la - Ela é uma ex-funcionária daqui do bar.

(Adie) - Hum… e porque ficou tão nervoso quando perguntei sobre ela? 

Ele ficou tenso, mas tentou disfarçar com uma leve risada e desviou o olhar novamente.

(Phil) - E-Eu não estou nervoso, Adie. Isso é impressão sua. – Ele voltou a olhá-la, com um leve sorriso.

Adie o encarou por alguns instantes, com um leve sorriso debochado, o que o deixou ainda mais tenso e o fez desviar o olhar outra vez. Depois de alguns segundos, ela pegou seu celular no bolso de sua calça e abriu sua galeria. Após alguns segundos procurando, ela clicou em uma das imagens.

(Adie) - Vejamos… Há uma alegria selvagem em estar vivo. Há uma embriaguez da existência. Cada hora é uma amante para o meu desejo infinito. “Artur Lundkvist” PS: Lucy. – Ela leu na imagem. - Me diz… – Ela colocou o celular sobre o balcão e voltou a olhar para Phil. - Porque uma frase com um conteúdo relacionado a um desejo sexual desenfreado e que, coincidentemente, tem o nome de uma ex-funcionária do seu bar, foi direcionada a você?

Phil engoliu seco.

Enquanto isso, Alan continuava no estacionamento da delegacia, surpreso com as imagens que havia acabado de receber do hacker. Além das imagens do homem com a tatuagem na cabeça, havia mais algumas mensagens.

CHAT:

             ???

(???) - Devido a sua demora para me retornar a análise das imagens dessa câmera de segurança, eu tomei a liberdade de agir por conta própria.

(???) - Você reconhece o homem das imagens? 

               ??? está agora offline

Depois de passar o espanto, Alan conseguiu digitar uma resposta para o hacker.

CHAT:

             ???

(Alan) - Em primeiro lugar, como você conseguiu essas imagens?

(Alan) - Pois, pelo que bem me lembro, eu estava encarregado de ir atrás delas no supermercado.

(Alan) - Você por um acaso está em Duskwood?

Porém, a resposta do hacker poderia demorar a vir, já que ele estava offline no momento. Depois de alguns segundos, Alan travou a tela de seu celular e suspirou, irritado, enquanto balançava a cabeça em negação. Em seguida, ele guardou seu celular no porta luvas, ligou o carro e saiu dali.

No bar Aurora, Phil ainda tentava disfarçar sua tensão.

(Phil) - Adie, eu juro que não tenho ideia do porque! 

(Adie) - E se eu descobrir que você está mentindo?

Ele tomou um leve susto e tentou encontrar palavras, mas falhou e ficou cabisbaixo, com os braços ainda escorados no balcão e balançando a cabeça em negação. 

(Adie) - Phil, o motivo de eu ter vindo até aqui sozinha e fora do horário de funcionamento foi para deixá-lo mais tranquilo para falar sobre isso. Acreditei que evitando qualquer tipo de exposição da sua pessoa ao delegado e aos outros policiais, o deixaria menos retraído. 

Ele ficou pensativo, ainda sem olhá-la.

(Adie) - É muito importante sabermos a verdade e, por mais delicado que o assunto possa ser, eu acreditei que você confiasse em mim para me contar.

Ele a olhou.

(Phil) - Mas eu confio em você.

(Adie) - E porque não me diz logo a verdade sobre a Lucy?

(Phil) - Porque… porque eu vacilei! Eu sinto vergonha e odeio falar sobre isso – Ele suspirou e esfregou as mãos no rosto, ficando cabisbaixo novamente. 

(Adie) - O que você fez?

(Phil) - Adie… por favor. – Ele começou a se irritar.

Ela o observou por alguns segundos.

(Adie) - Tudo bem… – Ela suspirou e desviou o olhar por um breve momento. - E se… fizéssemos uma troca. – Ela voltou a olhá-lo.

Ele a olhou.

(Adie) - Pelo que entendi, esse é um segredo que você guarda a sete chaves. Então, proponho que, se eu lhe contar um segredo meu, você me conte este, o que acha?

Ele pensou por alguns segundos, encarando-a.

(Adie) - Dessa maneira, teremos informações que ficará apenas entre nós, assim como dois bons amigos e confidentes.

Ele pensou por mais alguns segundos, até que deu uma leve risada.

(Phil) - Hum, mas eu aposto que você não possui segredos obscuros. Afinal, você é perfeita.

(Adie) - Ninguém é perfeito, Phil. Absolutamente, ninguém.

Ele manteve um sorriso galanteador e suspirou.

(Phil) - Tudo bem. Mas espero que você não mude sua opinião a meu respeito depois que eu lhe contar. Saiba que me arrependo profundamente e não tem um só dia que eu não pense nisso sem me envergonhar. 

(Adie) - Feito. Então… – Ela se ajeitou no banquinho, deixando a postura mais ereta. - Eu começo.

(Phil) - Certo.

(Adie) - Primeiramente, quero te dar uma informação muito interessante sobre o código de ética dos profissionais da área da saúde mental. Você sabia que um profissional sério e que de fato ama o que faz, é extremamente confiável? Mas digo no sentido de guardar informações, pois o código de ética exige isso e é feito um juramento que jamais pode ser quebrado. 

(Phil) - Hum, interessante. Ouvi falar a respeito desse tal juramento, mas acreditei que só se aplicava aos médicos.

(Adie) - Sim, exato, se trata do mesmo. Com base nessas informações, confesso que me sinto extremamente feliz e competente quando ouço que alguém confia em mim, sabe porque?

(Phil) - Porque?

(Adie) - Porque significa que tenho honrado meu juramento.

Phil ficou extremamente intrigado por alguns instantes, até que ligou as informações e arregalou os olhos.

(Phil) - Então, você…

Adie sorriu sutilmente, com satisfação.

(Adie) - Até hoje, todos do grupo, exceto a Cleo e o Jake, pensam que eu tenho como profissão a Administração, mas eu a abandonei há tempos. 

Phil se intrigou.

(Adie) - Minha atual profissão é a psiquiatria. Eu sou Psiquiatra Forense.

Ele se surpreendeu ainda mais e ficou boquiaberto.

(Phil) - É sério?!

Ela assentiu com a cabeça.

(Phil) - Uau! Isso… isso é fantástico!

Ela sorriu sutilmente e desviou o olhar, com timidez.

(Phil) - Mas… eu não entendo. Porque escondeu isso da maioria?

(Adie) - Por dois motivos. O primeiro, é para que ninguém se sinta julgado por mim e também não me julguem, afinal, tenho minhas questões internas mal resolvidas, assim como todos. O segundo motivo, é pela Hannah. Eu fiz um acordo com o psiquiatra que ela se consultava e me responsabilizei totalmente pela saúde mental dela, porém, saber que eu sou uma profissional, pode gerar resistências e desconfianças da parte dela.

Phil ficou em silêncio por alguns segundos, olhando-a admirado.

(Phil) - É incrível saber que nunca foi um erro confiar em você.

Ela sorriu sutilmente.

(Adie) - Eu levo muito a sério esse juramento, Phil. Guardo segredos a sete chaves e trabalho, mesmo que indiretamente, pelo bem de todos que confiam em mim.

Ele continuou olhando-a, com admiração. Ela desviou o olhar por um breve momento e bebeu da água que havia em seu copo.

(Adie) - Então… sua vez. – Ela voltou a olhá-lo.

 

A expressão de Phil mudou, ficou tensa e ele olhou para baixo.

(Phil) - Certo... – Ele suspirou - Vamos lá. Bem, eu tenho... ou tinha... um amigo de infância chamado Derick. Ele sempre foi um ótimo amigo e nós nos dávamos muito bem. Ele frequentava o bar quase todos os finais de semana e sempre trazia mais clientes... – Ele fez uma breve pausa, ainda olhando para baixo, até que suspirou novamente. - Durante um tempo, ele começou a diminuir a frequência com que vinha ao bar, mas eu logo soube o motivo. Ele estava namorando uma garota que morava em uma cidade grande, não muito longe daqui, chamada Colville e, aos finais de semana, ele viajava para lá. Porém, houve um final de semana que ela veio para Duskwood e ele a trouxe até aqui para nos apresentar. Ela é a Lucy.

Ele olhou para Adie, que olhava-o com curiosidade.

(Phil) - Eles namoraram por alguns meses e não demorou muito para que se casassem. Eles estão juntos há aproximadamente um ano. Depois do casamento, ela se mudou para Duskwood e ele voltou ao costume de vir aqui todos os finais de semana, mas agora, com a companhia dela. Em um dia comum, eles estavam curtindo o som de uma das bandas que tocam aqui aos sábados e, em meio a uma conversa aleatória, eu comentei sobre estar à procura de uma garçonete. Rapidamente, Lucy se disponibilizou e, obviamente, eu achei ótimo, afinal, eu já a conhecia e sabia que ela tinha os pré-requisitos necessários para o cargo. Ela começou logo no outro dia, que era um domingo à noite, e se saiu muito bem. Por conta da minha amizade com o marido dela, eu e ela também nos tornamos bons amigos. Ela é divertida, inteligente e compartilhamos alguns gostos em comum, por bandas, bebidas e jogos. Os dias foram passando e, teve um final de semana que o Derick não pôde vir ao bar, pois tinha pendências do trabalho para resolver. A própria Lucy foi quem me deu o recado e eu compreendi. Naquele final de semana, eu e ela conversamos de forma mais desinibida e ela me contou detalhes íntimos sobre seu casamento. – Ele ficou com o olhar distante. - Ela compartilhou comigo sua insatisfação com o trabalho de Derick. Ele nunca tinha tempo para ela durante a semana e aquilo a frustrava. Eu tentei justificá-lo, pois eu sei como é difícil trabalhar em seu próprio negócio. Porém, ela começou a atribuir virtudes a mim, da qual sentia falta nele e... e acabou rolando um clima diferente entre nós.

Ele olhou Adie, que estava com uma expressão neutra, como se não tivesse ouvido nenhuma novidade.

(Phil) - Mas, apesar do clima, não aconteceu nada entre nós naquele dia. 

(Adie) - Hum, pelo visto, só naquele dia. – Ela debochou.

Ele fez uma breve pausa e permaneceu olhando-a, sério.

(Adie) - Desculpe, prossiga.

(Phil) - Bem, depois desse ocorrido, todas as vezes em que nos víamos, na presença ou na ausência de Derick, era inevitável trocarmos olhares. Eu comecei a vê-la de uma forma diferente. Sempre achei ela muito atraente, mas havia uma barreira que me impedia de desejá-la, porém… depois daquele dia… ela não saía dos meus pensamentos. Obviamente, nossa relação mudou e sempre havia uma tensão sexual entre nós, o que era muito difícil de controlar. Passaram dois meses e houve uma semana em que o Derick precisou viajar a trabalho.

(Adie) - Hum, acho que já sei o resto dessa história.

Phil desviou o olhar, envergonhado.

(Phil) - B-Bom… ela perguntou se poderíamos nos ver em meu apartamento e… eu aceitei. Quando ela chegou, nós nos olhamos e… as palavras sumiram. Nós simplesmente nos beijamos e nos envolvemos. Todos aqueles sentimentos reprimidos, foram expressados através de beijos, carícias e de um sexo intenso.  

(Adie) - Certo, me poupe dos detalhes.

Ele suspirou e passou as mãos no rosto. 

(Phil) - Eu juro que tentei resistir até o último instante, mas… 

(Adie) - É, grande tentativa. – Ela ironizou e tomou o resto da água de seu copo.

Ele ficou olhando para baixo por alguns instantes, pensativo.

(Phil) - Eu fui fraco, eu sei. 

(Adie) - E valeu a pena?

Ele suspirou.

(Phil) - Eu não sei.

Adie arqueou suas sobrancelhas, franzindo a testa.

(Phil) - Bem, tivemos um caso que durou alguns meses e era sempre tão intenso e prazeroso, que nós sequer lembrávamos que o Derick existia. Porém, eu não tinha olhos só para ela e cheguei a ter encontros sexuais com outras mulheres, o que serviu para esclarecer o que eu realmente sentia. Eu juro que acreditei estar apaixonado por ela, mas só compreendi a diferença dos sentimentos, quando conheci você.

Adie se intrigou e ele a olhou.

(Phil) - Quando eu ouvi falar sobre você, já me senti atraído sem mesmo vê-la pessoalmente.

(Adie) - Hum, e você achou que eu faria parte do seu harém?

(Phil) - Claro que não. Bem… eu desejava conhecê-la e quando a vi pessoalmente, a atração e o desejo de tê-la em meus braços se tornou extremo. Porém, há algo diferente em você… algo que me fez parar.

(Adie) - Parar?

(Phil) - É… Eu me apaixonei por você de verdade e isso foi algo muito novo para mim, Adie. Sentir isso me fez desistir completamente do meu caso com a Lucy e, pela primeira vez, uma única mulher estava em meus pensamentos todos os dias. – Ele a olhou com ternura. - Você é a mulher mais incrível que eu já conheci e mesmo que você não me corresponda de nenhuma forma, eu me conformei em apenas tê-la por perto.

Adie desviou o olhar, tímida.

(Phil) - Eu terminei com a Lucy três dias após chegar na casa onde vocês estão. Eu marquei um último encontro com ela em meu apartamento, mas nós não transamos, apenas conversamos e eu disse que queria terminar. Não foi algo tão simples de se fazer, afinal, ela tinha sentimentos por mim e eu havia alimentado isso, fazendo-a acreditar que era recíproco, mas eu estava enganado.

Adie voltou a olhá-lo.

(Phil) - Durante nossa conversa, ela pareceu respeitar e aceitar minha decisão, mas, depois, conforme os dias foram passando, ela começou a me enviar diversas mensagens, insistindo que eu desse uma nova chance para nós. Eu ainda tenho as últimas mensagens que trocamos, você gostaria de ler?

(Adie) - Claro.

 Ele pegou seu celular no bolso de sua calça e abriu o chat, procurando pela conversa. Depois de alguns segundos, ele pareceu encontrar o que queria.

(Phil) - Aqui está. – Ele entregou o celular para Adie, que o pegou.

 

CHAT:

        Lucy

(Lucy) - Oi

(Lucy) - Podemos conversar?

     Phil está agora online

(Phil) - Sim, pode falar.

(Lucy) - Será que poderíamos nos encontrar no seu apartamento? 

(Lucy) - Derick acabou de sair.

(Phil) - Prefiro conversar por aqui, Lucy.

(Phil) - Estou a alguns metros de Duskwood.

(Lucy) - Onde você está?

(Phil) - Passando uns dias com a minha irmã e os amigos dela.

(Phil) - Então, o que quer conversar?

(Lucy) - Sinto sua falta, Phil :( 

(Lucy) - Não consigo te esquecer…

(Lucy) - Eu te amo

(Lucy) - Vamos nos ver, nem que seja pela última vez.

(Phil) - Nós já nos vimos pela última vez e agora você precisa seguir em frente com o Derick.

(Lucy) - Mas eu não o amo mais!

(Lucy) - Eu só penso em você.

(Phil) - E porque não se separa dele?

(Lucy) - Porque você não quer assumir um compromisso comigo!

(Lucy) - Não quero ficar sem você… eu te amo, Phil.

(Phil) - Sinto muito, Lucy.

(Phil) - Minha decisão já está tomada.

(Lucy) - Mas porque?!

(Lucy) - Me diz onde você está e eu vou até aí

(Lucy) - Se você está a alguns metros de Duskwood, será mais fácil para nós

(Lucy) - Você não precisará ser tão cuidadoso

 

(Cena do Capítulo 23 - Falsa Trégua)

(Phil) - Mas é evidente que preciso ter cuidado.

(Phil) - Ninguém sabe desse segredo aqui e isso não pode mudar.

(Lucy) - Não entendo sua mudança repentina

(Lucy) - Sinto que tem algo que você não quer me contar

(Lucy) - Vamos, me diga...

(Lucy) - Tem outra pessoa nisso?

(Phil) - Bom... eu me precipitei, talvez

(Phil) - Não sei ao certo...

(Phil) - Mas é melhor que as coisas continuem como estão.

         Phil está agora offline

(Lucy) - Você vai se arrepender de me jogar fora, Phil!

(Lucy) - Ninguém nunca vai te amar como eu

(Lucy) - Ah, e pode esquecer de mim como garçonete da sua droga de bar.

(Lucy) - Me demito.

               Lucy está agora offline

Após finalizar a leitura das mensagens, Adie devolveu o celular de Phil.

(Adie) - E ela não apareceu aqui depois da reabertura?

Ele pegou o celular.

(Phil) - Felizmente, não.

Adie ficou em silêncio e ele a observou por alguns segundos, envergonhado.

(Phil) - Você deve estar me achando um grande canalha, não é? 

Ela pensou por alguns segundos.

(Adie) - Bom… é, você não é nenhum santo. Porém, se você reconhece sua falha e está tentando mudar, já é um avanço.

Ele suspirou e ficou cabisbaixo.

(Phil) - É… Bem, é isso. Essa é a minha história com a Lucy e, sim, a frase da folha tem total sentido. – Ele voltou a olhá-la.

Adie o encarou por alguns segundos.

(Adie) - É uma história e tanta… mas uma coisa ainda continua sem nexo.

(Phil) - O quê?

(Adie) - Qual a ligação da Lucy com o homem sem rosto? 

Phil ficou pensativo.

(Phil) - Eu não tenho ideia.

(Adie) - Você poderia me dar algumas informações sobre ela e seu amigo Derick?

(Phil) - Claro. O que quer saber?

(Adie) - Bem…

(Lina) - Oi, Phil. – Uma mulher de cabelos loiros, olhos verdes, usando roupas chamativas de cor vermelha, com maquiagem leve nos olhos e um batom de cor marsala, interrompeu e se aproximou do balcão, ficando ao lado de Adie.

Adie logo a olhou, enquanto Phil ficou claramente desconcertado e sem reação por alguns segundos, intercalando seu olhar entre Adie e Lina.

(Phil) - O-Oi, Lina! Que surpresa!

Lina pareceu se intrigar.

(Phil) - E-Essa é a Adie, minha amiga.

Adie a cumprimentou com um leve movimento da cabeça e um sorriso sutil. Lina a olhou de cima a baixo, com desdém.

(Lina) - Oi. – Ela disse sem entusiasmo e logo voltou seu olhar para Phil - Não entendo sua surpresa, sendo que você mesmo  me convidou para vir hoje e foi bem específico ao me pedir para chegar mais cedo para resolvermos aquele nosso assunto. – Ela mordiscou o lábio inferior.

Ele ficou tenso e olhou para Adie, que o olhou com um leve sorriso debochado.

(Phil) - B-Bom…

(Adie) - Bem, eu vou indo, pois não quero atrapalhar o “assunto” de vocês. – Ela debochou e se levantou. 

(Phil) - Não, Adie, espera…

(Adie) - Não se preocupe, eu voltarei em um outro momento, Phil. – Ela sorriu sutilmente. - Até mais e divirta-se. – Ela piscou para ele e se virou, caminhando até a saída.

(Phil) - Certo… Até mais. – Ele saiu de trás do balcão, se aproximando de Lina, mas com os olhos fixados em Adie. - Tenha cuidado na estrada. 

(Adie) - Sim, senhor Hawkins! – Ela acenou com a mão, estando de costas, e saiu do bar.

Phil suspirou e sorriu com ternura.

(Lina) - E então? – Ela começou a tirar a alça do vestido de seus ombros e começou a tirá-lo devagar. 

Phil virou a cabeça para olhá-la e seu olhar foi direcionado para os seios de Lina, que logo foram despidos. 

Mais tarde, Alan estava em sua sala, assistindo TV. Seu celular, que estava ao seu lado, em cima do sofá, acendeu a tela, o que o fez olhar em direção. Ao notar que era uma notificação de mensagens do Hacker, ele logo pegou o aparelho e desbloqueou sua tela.

CHAT:

            ???

(???) - É inútil me perguntar tais coisas, delegado.

(???) - Mas, posso dizer que consegui as imagens através do senhor mesmo.

Alan logo abriu o chat para respondê-lo.

CHAT:

            ???

(Alan) - Você está dizendo que invadiu o meu computador, seu verme?!

(???) - Ah, delegado, depois que a Álgebra Booleana surgiu no mundo, nada mais é 100% secreto. 

(???) - E antes que passe por sua mente pagar alguém para tentar encontrar meus rastros pelo sistema, aconselho que economize o seu tempo e o seu dinheiro.

(Alan) - Você cometeu um grande erro.

(Alan) - Saiba que suas falas pretensiosas não irão me fazer desistir de procurar pelos seus rastros e eu não descansarei até colocá-lo atrás das grades!

(???) - Certo. Faça o que bem entender.

(???) - Sem mais delongas, o homem nas imagens se parece com um dos detentos que fugiu da cadeia a algum tempo.

(???) - Embora as imagens dele próximo ao supermercado não ajude muito no momento, elas me fizeram cogitar uma nova teoria.

(???) - Porém, eu não pretendo compartilhá-la. Vou deixar com que você faça o seu trabalho e crie suas próprias teorias.

                ??? está agora offline

Alan bloqueou a tela de seu celular e suspirou.

(Alan) - Hum… – Ele deu uma leve risada. - Você não é tão esperto assim. – Ele manteve um leve sorriso malicioso.

Quando a madrugada se iniciou, Adie estava em casa, porém, do lado de fora, sentada na mesa da varanda. Em cima da mesa, havia uma garrafa de whisky, Black Label, e um copo cheio até a metade com a bebida. Ela estava ali, sozinha, no escuro, enquanto virava alguns goles de whisky e encarava o nada. Em sua mente, tudo que se passava eram lembranças das diversas vezes que aquele sentimento de solidão e vazio se repetiu em sua vida.

(Adie) - Esse é o meu destino… não tem como fugir. – Ela disse com a voz um pouco arrastada por estar começando a ficar bêbada. - Acostume-se, Adie… esse é o único som que restará… o pleno silêncio. – Ela suspirou com pesar e virou um gole de whisky.

Depois de alguns segundos, o silêncio foi interrompido pela porta da casa sendo aberta, mas Adie continuou indiferente. Alguém saiu e fechou a porta com cuidado, como se não quisesse assustá-la. Aquela pessoa ficou parada por alguns segundos, observando-a pelas costas, até que deu alguns passos em direção a ela.

(Jake) - Vi que chegou há algum tempo, mas não entrou.

Ela tomou um leve susto e o olhou por cima do ombro.

(Adie) - Eu só queria evitar encarar a reprovação de mais alguém. Já vi o suficiente por hoje. – Ela voltou seu olhar para frente e bebeu mais do whisky em seu copo.

Jake suspirou com pesar e continuou observando-a, até que deu mais alguns passos e chegou até a mesa, se sentando perto dela. Porém, Adie sequer o olhou, ela continuou encarando o copo em sua mão.

(Adie) - Desculpe por não lhe oferecer um pouco de whisky. Acontece que eu só comprei um copo. – Ela o olhou e mostrou seu copo, virando um gole da bebida em seguida e voltando a olhar para baixo.

Jake continuou apenas olhando-a.

(Adie) - Porque ainda está acordado?

(Jake) - Eu estava preocupado com você e não poderia dormir sem vê-la.

Ela o olhou.

(Jake) - Eu fui muito rude com você mais cedo e me arrependo, Adie.

(Adie) - Não… você estava certo. Todos estão certos. 

 Ela desviou o olhar e pegou a garrafa de whisky, virando mais em seu copo. Em seguida, ela virou mais um gole do mesmo.

(Adie) - Embora eu esteja me sentindo uma pessoa horrível agora, eu aprendi minha lição. 

Jake suspirou, entristecido.

(Adie) - Eu poderia usar medicamentos para aliviar o estado depressivo da qual me encontro atualmente, mas sou uma psiquiatra moderna e escolhi algo diferente. – Ela mostrou o copo e virou mais um gole de whisky. - Aaaah… porém, tem algo estranho. Em outros momentos, a bebida amenizava os sentimentos ruins, mas dessa vez… não está adiantando nada. – Ela virou o resto da bebida e, após engolir, ficou encarando seu copo por alguns segundos. - Hum… – Ela deu uma leve risada, balançando a cabeça em negação - Que droga! – Ela colocou o copo sobre a mesa. - Talvez eu precise da garrafa toda – Ela pegou a garrafa para servir mais whisky em seu copo, porém, Jake a impediu de virar a bebida.

(Jake) - Por favor, chega por hoje.

Ela o encarou, levemente surpresa, até que cedeu e afastou sua mão da garrafa. 

(Adie) - Então, me mostre uma outra solução. Eu preciso de algo que funcione! E-Eu só não quero mais me sentir assim. – Ela ficou cabisbaixa e esfregou as mãos no rosto.

Jake suspirou e aproximou sua cadeira da dela.

(Jake) - Ei… olha pra mim. – Ele tocou o queixo dela com carinho, fazendo-a olhá-lo.

Os olhos dela estavam cheios de lágrimas e seu rosto estava realmente aflito.

(Jake) - Me perdoe, por favor.

(Adie) - Porque está me pedindo perdão, Jake? Eu errei e te causei tristeza… – As lágrimas desceram pelo rosto dela.

(Jake) - Não – Ele enxugou o rosto dela. - Eu consegui assimilar tudo e pude compreender suas intenções. Primeiramente, me perdoe por ser o responsável por você estar se sentindo assim agora. E segundamente, obrigado. Eu te agradeço por me amar e por tentar me proteger. 

Ela suspirou com pesar e ficou cabisbaixa.

(Jake) - Eu odeio ficar longe de você e essas horas foram insuportáveis. Não apenas por você estar ausente, mas pela incerteza se eu poderia voltar a olhá-la de perto e dizer o quanto eu te amo. – Ele tocou o queixo dela novamente e o levantou com carinho, fazendo-a olhá-lo.

Os olhos dela estavam cheios de lágrimas novamente, mas um leve sorriso surgiu em seus lábios.

(Adie) - Jake… eu te amo tanto. – Ela acariciou o rosto dele e as lágrimas desceram de seus olhos.

Ele enxugou o rosto dela novamente.

(Jake) - Eu te amo e jamais poderia viver sem você, Adie. – Ele se aproximou devagar e lhe deu um beijo carinhoso, enquanto acariciava o rosto dela.

Após o beijo, eles continuaram com as testas encostadas.

(Jake) - A partir daqui, me permita retribuir tudo o que você já fez por mim e descanse, pelo menos um pouco. 

Ela pensou por alguns segundos, até que suspirou e fechou os olhos, assentindo com a cabeça. Jake sorriu sutilmente e lhe deu um beijo breve. 

(Jake) - Então, que tal subirmos para eu colocá-la na cama?

(Adie) - É uma boa ideia, mas eu preciso de um banho primeiro.

(Jake) - Tudo bem. – Ele se levantou e estendeu a mão, convidando-a a pegá-la. - Então, vamos?

Ela sorriu e pegou a mão dele, se levantando com um pouco de dificuldade por conta da bebida, mas sendo amparada por ele. Os dois entraram na casa, da qual o andar de baixo estava vazio e silencioso, já que todos haviam ido para seus quartos. Eles subiram as escadas e chegaram na porta do quarto de Jake. Adie entrou primeiro e Jake, após entrar e trancar a porta, foi até ela, que estava perto da mesa de seu computador. Ele a olhou com ternura e acariciou seus cabelos, seu rosto. Em seguida, ele se aproximou devagar e lhe deu um beijo lento e apaixonado. Durante o beijo, ele colocou as mãos na cintura dela e a conduziu para mais perto de sua cama. Eles pararam o beijo e Adie se sentou em sua cama. Em seguida, Jake se abaixou e começou a desfazer os laços dos tênis dela, tirando-os em seguida. Ele também tirou as meias e, em seguida, massageou os pés dela. Adie sorria com doçura, enquanto olhava-o. Ele também a olhava e sorria sutilmente. Depois de alguns minutos de uma massagem relaxante, ele se levantou e estendeu a mão para ela novamente, convidando-a a se levantar. Ela se apoiou nele para conseguir ficar de pé e ele a conduziu até o banheiro. Ao chegar lá, estando de frente para Adie, ele levou sua mão até o zíper da jaqueta dela e o desceu, abrindo devagar. Os dois se olhavam nos olhos e mantinham um sorriso sutil nos lábios. Era como se não precisassem de palavras para expressar o que estavam sentindo naquele momento. Após abrir a jaqueta de Adie, ele começou a tirá-la devagar, porém, quando estava prestes a passar pelos ombros, ela ficou séria de repente e segurou a mão direita de Jake, balançando a cabeça em negação. Jake se intrigou por alguns segundos, mas logo voltou a sorrir sutilmente e continuou olhando-a com carinho. Ele havia compreendido que Adie não desejava ter intimidades naquele momento e a respeitou. Ele a beijou na testa e deu passos para trás, saindo do banheiro, Adie, porém, olhava-o com pesar. Quando ele já estava do lado de fora e prestes a fechar a porta, Adie o impediu, segurando-a. Ele se intrigou novamente e Adie abriu a porta totalmente, para que ele a visse por completo. Em seguida, ela ficou cabisbaixa e começou a tirar sua jaqueta, enquanto ele a observava. Quando ela passou a jaqueta dos ombros e revelou a faixa enrolada no ombro direito, Jake ficou extremamente surpreso. Ela jogou a jaqueta no chão e logo começou a desenrolar a faixa e, após tirá-la por completo, revelou o ferimento. Jake ficou ainda mais surpreso e ela, sem olhá-lo, suspirou.

(Adie) - Me perdoe.

Ele ficou estático por alguns instantes e ela compreendeu que ele jamais a perdoaria por mais um segredo omitido. Ela caminhou para fora do banheiro, indo embora, mas ao passar perto de Jake, ele a impediu de seguir, se colocando à frente dela e segurando-a com carinho pela cintura. Eles se olharam por alguns segundos em silêncio, até que ele acariciou o rosto dela e, novamente, lhe deu um beijo carinhoso na testa. Em seguida, ele olhou para o ombro dela que estava ferido e passou a mão envolta com cuidado, olhando-a com preocupação. 

(Jake) - Vamos cuidar disso. 

Adie ficou sem reação, ainda olhando-o surpresa. 

(Jake) - Vem… – Ele pegou a mão dela e a conduziu de volta para o banheiro. 

Ao chegarem lá, ele fechou a porta e se colocou de frente para ela. Ela ainda olhava-o com surpresa e ele colocou as mãos na cintura dela e começou a deslizar para cima, devagar, tirando a blusa dela. Ela levantou os braços, não muito alto, pois o ferimento não lhe permitia fazer isso sem dor, e Jake passou a blusa com cuidado pelos ombros dela, evitando que encostasse no ferimento. Após passar a blusa pela cabeça de Adie, tapando sua visão por um breve momento, ao voltar a vê-lo, ele estava com um leve sorriso nos lábios, o que a fez sorrir também. Em seguida, ele desabotoou a calça dela e a ajudou a tirar. Quando Adie estava apenas com as roupas íntimas, ele a olhou por completo, tímido, e ao mesmo tempo, com desejo. Ela encarava-o da mesma forma e enquanto mantiveram seus olhares um no outro, ele se surpreendeu ao sentir a mão dela deslizando em sua barriga, tirando sua camisa, que era de mangas compridas. Apesar de surpreso, ele logo levantou os braços para que ela passasse a camisa pela sua cabeça. Em seguida, quando ela jogou sua camisa no chão, ele colocou as mãos na cintura dela novamente e a puxou para si, beijando-a com desejo.

Depois de alguns minutos, os dois estavam completamente sem roupa e debaixo do chuveiro. Enquanto a água caía sobre seus corpos, eles se beijavam e trocavam carícias. Estando atrás de Adie, Jake beijava seu pescoço e deslizava seus lábios até o ombro, enquanto ela, estando com os olhos fechados, delirava com cada toque. Em outro momento, eles estavam de frente um para o outro e ela acariciava o peitoral dele, enquanto trocavam beijos românticos e cheios de desejos. As mãos de Jake deslizavam pelas costas dela e, em certo momento, ele entrelaçou seus dedos no cabelo dela, dando um leve puxão para o lado e abocanhando seu pescoço com uma leve mordida, que se transformou em um beijo e se deslizou até o lóbulo de sua orelha. Adie mordiscou o lábio inferior e apertou as costas dele, estando em êxtase de prazer. Os dois estavam completamente entregues um ao outro e finalizaram a noite da melhor maneira.

No dia seguinte, Alan estava em frente a porta de um apartamento que tinha o número 204. Ele estava com seus trajes de delegado e havia tocado a campainha daquele apartamento. Depois de alguns segundos, uma pessoa abriu a porta.

(Brandon) - Senhor Bloomgate?!

Ele estava sem camisa e com calça moletom, que fazia parte de seu pijama.

(Alan) - Preciso falar com você antes de irmos para a delegacia. 

Brandon se intrigou.

(Brandon) - Tudo bem. Entre. – Ele abriu espaço para o delegado passar.

Alan entrou. 

(Brandon) - Sente-se, senhor delegado. – Ele apontou para o seu sofá.

Alan se sentou e Brandon se sentou no outro sofá, ficando de frente para ele. 

(Brandon) - Em que posso ajudá-lo?

Alan sorriu sutilmente. 

(Alan) - Aquele hacker maldito invadiu nosso sistema.

Brandon se surpreendeu.

(Brandon) - O quê?!

(Alan) - Ele me confessou isso indiretamente e, apesar de parecer caótico, era exatamente disso que nós precisávamos. Você sabe o que isso significa, não sabe?

Brandon se intrigou.

(Brandon) - Bom… eu não sei.

Alan deu uma leve risada.

(Alan) - Entendo que esteja um pouco mais devagar por ter acordado a pouco tempo. Bem, sem delongas… o que eu quero dizer é que está na hora de você entrar em ação.

Brandon ficou levemente surpreso

(Alan) - Porém… eu gostaria de te fazer um pedido.

(Brandon) - Claro, senhor.

(Alan) - Será que você poderia manter o disfarce de policial? Pelo menos por enquanto.

Brandon ficou pensativo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.