Um Reino de Monstros Vol. 4 escrita por Caliel Alves


Capítulo 23
Capítulo 5: A Invocação - Parte 1




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Enquanto Saragat tentava esganar Rosicler, a ladina dava língua ao conjurador. A turma do deixa disso se colocou entre os dois.

Rachid nunca havia presenciado algo como aquilo.

Se eu fosse o rei Zarastu, jamais nos levaria a sério.

— Senhor conjurador, minha cara Rosicler, nosso inimigo está a nossa frente.

— Se preocupa não, oh da realeza, eu chuto o traseiro desse desgraçado depois.

— Tenta a sorte, sua inútil.

Sem que precisassem dizer mais nada um ao outro, o quinteto tomou suas posições.

Tell e Rachid deram o combate inicial. Ambos se serviam de estocadas. Zarastu se desviava dos ataques de modo tão rápido que parecia se teleportar durante a sua defesa.

Rosicler e a alquimista passaram a dar cobertura a distância, ficando cada uma responsável por um dos flancos do adversário.

Saragat ficou ao fundo, concentrado em suas orações.

Era uma boa formação de ataque. Mas Zarastu já previra esse condicionamento de batalha e preparou uma defesa. Os golpes de espada passavam muito perto de seus membros. Agora o flandino investia em cortes diagonais, isso diminuía a previsão dos ataques.

A ladina lançava variadas porções, que explodiam no solo. As balas de Letícia eram desviadas pelo mago através de acúmulo de energia mágica ao seu redor. Quando as coisas pareciam se complicar, ele pegou a lâmina da Justiceira com dois dedos da mão e deu uma joelhada na barriga do mago-espadachim. O filho de Taran foi lançado ao longe.

— Tell!

— Preste atenção no seu inimigo, alfaraz.

— O quê?

Com um tapa no ombro, Zarastu fez com que o oasiano perdesse o equilíbrio e tivesse que se ajoelhar. A dor era imensa.

Letícia parece ter melhorado suas armas, é tão analítica quanto eu em batalha. Rachid não usa magia, mas também não deixa de ser perigoso. Rosicler Cochrane é o coringa aqui... quantas porções ela tem guardada naquela bolsa?

Quando as duas garotas coordenaram o ataque para pegá-lo desprevenido, o monarca desapareceu. Ambas atacaram um a outra. A bala acertou o ombro de Rosicler de raspão, enquanto a porção Jitter passou muito rente a cabeça de Letícia, sem atingi-la.

Droga! Quase atingi a militar...

Quando o chefe da Horda apareceu, estava paralisado. Não conseguia mover um músculo.

— Saragat!

— Você agora está sob meu domínio.

— Usou a Teia das Sombras, não foi?

— Sim. Usei a Teia das Sombras para me conectar com os meus companheiros e chegar ao mais próximo de você. Usando as sombras dela como força para a Prisão das Sombras, você não poderá escapar.

— Veremos.

Mais uma vez ele tentou provocar uma explosão de energia em volta dele. Mas a conjuração estava mais forte que dá outra vez. Todo o corpo de Zarastu tremia, mas não conseguia se mover.

Mas que magia divina desgraçada! Estou me sentindo uma presa acuada pelo predador.

— Você é como uma mosca na teia de uma aranha.

— Sua visão do campo de batalha é sempre poética.

— Poesia bélica vende bem em tempos de guerra. Tell, Saragat, façam as honras. Deem cabo desse infeliz.

O esgrimista e o lanceiro se levantaram e avançaram com as armas na mão, prontos a desfechar o golpe final.

— Huohuohuo, como se eu fosse deixar isso acontecer.

O solo começou a tremer e ficar escuro, lamacento. Uoooh! Era um som fúnebre, como almas marchando para o inferno. Um cheiro de sangue inundou o ar. O quinteto da Companhia de Libertadores não conseguia dar um passo sequer.

Zarastu, passou a andar por cima daquela areia movediça borbulhante, onde espíritos profanos emergiam agarrando os jovens. Arrastando eles. Impossibilitando sua salvação.

— Parecem que vocês estão mais presos que eu. Essa conjuração servirá para dar fim a vocês. Morram nas Ondas de Leteu!

Como ele conseguiu anular a Prisão da Sombra? Ele é... Absurdo!

— Saragat, tira a gente daqui!

— Letícia, estamos afundando até o joelho, servo de Nalab. Por favor, ajudai-nos.

— Calma Letícia, Rachid... eu vou, ah droga!

Acalme-se Saragat, concentre-se.

— Deusa das sombras, escute o vosso servo. Impulso sombrio.

O impacto das sombras eliminou o rio de lama e sangue no qual os seus amigos submergiam. O mascarado perguntou aos companheiros?

— Todos salvos?

— Por pouco tempo. Revolução das Estrelas Celestes.

A energia mágica de Zarastu estava tão densa na atmosfera que dava a impressão que poderia ser tocada. Num extenso raio em volta do monarca, o solo foi sumindo e em seu lugar surgiu um mapa celeste, como os usados em astronomia.

O grupo de desafiantes ficou surpreso com o fenômeno. O estranho evento continuou com a diminuição da força gravitacional, a ponto de seus corpos passassem a flutuar ao redor de Zarastu.

O líder dos monstros abriu os braços e espalmou os dedos deformados. Fora da área do mapa celestial, tudo mergulhou em profunda escuridão como àquela do espaço. Dezenas de estrelas se desprenderam do mapa e passaram a orbitar em volta do grupo.

— Zarastu, o que é isso?

— Não sei, Tell. Nunca vi uma magia dessa. Deve ser uma magia de alto nível que só arquimagos sabem utilizar.

— Desde muito jovem ganhei o título de arquimago na academia de magia. Eu tinha o que é chamado de talento. Dominei os fundamentos básicos da magia em apenas uma semana. Sobrepujei os meus mestres precocemente. Controlei o mais difícil dos elementos da magia. Não que vocês sejam dignos de ver a glória do meu poder, mas animem-se, vocês morrerão pelas mãos do maior mago que Lashra já viu.

Quando ele apertou as garras, as dezenas de estrelas convergiram para cima dos seus inimigos. Tell, Saragat, Rosicler, Letícia e Rachid foram bombardeados pelos corpos celestes. As estrelas se chocaram com o quinteto e explodiram, Bommmm!


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