Abaixo das estrelas escrita por Mandalay


Capítulo 1
As mentiras que Liz conta a si mesma




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Batidas frenéticas na porta do apartamento tiraram sua atenção dos legumes que cortava para a salada que faria parte do jantar, não que ela não estivesse esperando por alguém enquanto se preocupava em adiantar os componentes da última refeição daquele dia, ela só não imaginava que sua repentina companhia fosse chegar tão cedo naquele fim de tarde. Bem quando ela se atentava em cortar um pequeno grupo de cenouras pequenas, quase cortando seu dedo indicador no processo. Com um suspiro longo seguido de pequenos palavrões diante do quase ocorrido fora como Maka Albarn recebera uma de suas amigas de longa data como convidada em seu humilde apartamento.

Entretanto seu mau humor repentino morrera no instante em que seus olhos caíra sobre ela.

Liz dificilmente a procurava para qualquer coisa que fosse, as duas sendo praticamente polares opostos. Então quando recebera uma ligação nervosa da arma do grande shinigami ela certamente poderia ignorá-la, se não fosse pelo o que ela havia dito em meio a soluços do outro lado da linha.

"Maka, eu preciso de alguém que definitivamente teria uma solução lógica para o que aconteceu comigo ontem á noite. Definitivamente. Posso ver você hoje pela tarde? Por favor?"

E para que uma das Thompson a procurasse com um tom de voz longe do jocoso parecia ser algo digno de nota, ainda mais de Liz, que sempre pareceu ser tão confiante aos olhos dos outros assim como os de Maka, que dificilmente se via no lugar dela, com as atitudes dela. Imaginá-la assustada era uma figura difícil de se imaginar, se ela já não tivesse visto a amiga daquele jeito.

Quando as duas irmãs quase perderam seu artífice, quando Liz se culpava por Death the Kid ter desaparecido.

Então quando as batidas vieram uma dúzia de possibilidades permeavam pela mente de Maka.

Do lado de fora, agarrada a jaqueta branca, encolhida na própria pele e olhando para todos os lados, Liz parecia mais assustada do que preocupada. Como se fugisse de algo que não conseguia ver. Com medo da própria sombra. Praticamente pulando quando sua atenção caíra sobre ela, Maka sentira seu corpo ser empurrado sem nem um cumprimento, o salto curto das botas que usava pesando sobre o piso, marcando cada passo dado até que ela se encolhesse no sofá as tirando de seus pés para colocá-los sobre o estofado velho, passando a abraçar os joelhos. Seus olhos arregalados.

A tremedeira e os dentes batendo se sobressaíram em seguida.

Liz Thompson definitivamente estava a beira da morte, de medo.

Com um suspiro Maka se resignou a fechar a porta, andando a passos largos - ao menos o máximo que suas pernas curtas conseguiam - em direção a cozinha para ao menos organizar e guardar aquilo que já havia preparado para a última refeição do dia e voltou para a sala, se sentando sobre a mesinha de centro e de frente para a amiga que agora parecia estar irreconhecível. Mas motivos eram motivos e ela adoraria saber o que a trouxera ali.

— O que houve Liz?

Ela sacudiu a cabeça para os lados, esfregou os braços e deixou que seus pés voltassem para o chão.

— Você sabe que eu não sou daqui, né? - ela esperou por um mero sinal positivo para continuar — Então, acontece que antes do Kid me trazer 'pra cá eu vivia sozinha, só tinha a Patty... não tinha ninguém além dela... a única lembrança da minha mãe foi de quando ela deixou a gente e a dois dias eu recebi uma carta na mansão, uma dizendo que ela tinha morrido... - uma pausa e mais uma vez a arma esfregava os braços copiosamente — eu não sei como me acharam mas parecia ser de uma amiga dela. Dizendo que a minha mãe tinha morrido. A dois meses e meio. E que queria muito ter visto a gente antes de morrer.

Ela balançou a cabeça de novo.

— Patty ficou indiferente de primeira mas não sei como nem o motivo, ela acabou comentando sobre isso com a Kim e aquela texugo idiota teve a brilhante ideia de querer tentar algo para trazê-la de volta, para que ela pudesse ver a gente ou algo assim e foi por isso que eu quis falar com você Maka. De todas as pessoas, você é a única que poderia me dizer algo sensato.

Quanto a Maka, bem, Maka estava atônita diante de tudo o que fora praticamente vomitado sobre ela.

Francamente, uma parte de sua razão ainda estava incomodada com o atraso do jantar mas, ver uma amiga que sempre parecera ser durona estar em frangalhos pela possibilidade de o quê exatamente? Ter visto um fantasma? Bem, parecia ser uma ótima piada na qual ela ainda não havia visto a graça.

Então comecemos do início.

— Liz, como a sua mãe morreu e conseguiram te achar sendo que você e sua irmã foram abandonadas por ela para começo de conversa?

A arma suspirou, buscando por um dos bolsos da jaqueta e tirando dela um papel amarelado e muito amassado, o entregando a ela em seguida.

— O endereço é de um dos bordéis em que ela trabalhou, lembro disso pois foi onde eu e Patty ficamos quando ela enxotou a gente. A gente ficava pelas redondezas mas nunca entramos nele, nem em nenhum outro. Foi assim até a gente começar a se virar.

Uma careta se formou no rosto da artífice, ela se lembrava muito pouco dos detalhes que trouxeram as irmãs a Death City, Tsugumi provavelmente saberia mais do que ela mas naquele momento eram aos poucos detalhes que ela poderia se apegar e com sorte, depois dessa conversa ela poderia chegar a se sentir mais próxima de Liz Thompson mas sua atenção não se distraíra muito com aquela ideia, se voltando ao papel em mãos, o envelope provavelmente fora descartado era apenas a carta e seus dizeres em uma escrita horrorosa diga-se de passagem.

Se bem que Blair também não tinha uma caligrafia privilegiada.

Com muito esforço ela conseguira distinguir as letras e conseguir ler as seguintes palavras: "Querida Elizzie, sei que não se lembra de mim já que a última vez em que te vi você não passava de uma garotinha ranhenta mas o que tenho para dizer é importante. Sou uma velha amiga de guerra da sua velha mãe e ela não tem estado bem querida, acho que ela não passa dessa semana para ser sincera e a pobre mulher vinha falando muito de vocês nesses últimos dias, dizia sentir saudade, acredita? Coitada, nem deve se lembrar do quão crescida você já não deve estar então decidi te escrever. Não sei como essa mensagem vai chegar até você mas caso chegue, saiba que aquela velha ainda se importa com você e com a Pettili, assim como eu espero que vocês duas estejam melhor do que a gente agora". Quando terminou de ler Maka não deixara de pensar na própria mãe e nas cartas que trocavam durante as viagens dela mas algo nessa carta em especial era diferente. E não eram pela letra ou pela leitura. A mensagem que ela trazia não era realmente reconfortante para vir de alguém que a conhecia desde que era uma criança com ranho escorrendo pelo nariz.

— Como se sentiu depois de ler?

— Terrível. Sempre pensei que ela nunca quis nada comigo. Nem com a Patty. Que a gente só atrapalhava ela e agora, justo quando ela 'tava pra morrer que ela vai pensar na gente. Parece até uma piada de mal gosto.

— Então você contou para a Patty e mais alguém?

— Só ela e você sabem disso, e a Kim também. Não sei como ou se devo contar 'pro Kid.

— Deveria. Acho que ele gostaria de saber disso e poderia te ajudar bem mais do que eu.

Um sorriso sem graça se formara nos lábios de Liz.

— Sei disso, mas você é mais racional do que ele e eu ainda não contei o resto. Com o que aconteceu depois é bem mais provável que ele ficasse eufórico.

— Então continue que eu vou pegar algo pra gente beber enquanto isso, tudo bem?

— Tudo. Bem, dois dias depois de eu ter contado a Patty me apareceu com a Kim na mansão, as duas pareciam empolgadas demais e me arrastaram para onde a Kim tem morado com Ox ultimamente e-

— Espera, o Ox e a Kim estão morando juntos?

— E a Jaqueline com o Haver, se é que você consegue acreditar mas continuando, enquanto elas me arrastavam a Kim dizia que aquela era a oportunidade perfeita para treinar um feitiço que ela aprendera anos atrás e que se desse tudo certo eu poderia falar com a minha mãe e droga, Maka a minha garganta tá secando, o que você tem pra beber?

— Limonada, serve?

— E se serve!

Ela voltara da cozinha com dois copos cheios de um líquido esverdeado acompanhados de um potinho cheio de cookies dentro.

— Continuando?

— Certo, continuando. Quando chegamos na casa dela fomos para um quarto onde ela disse para nos sentarmos em círculo e darmos as mãos, dizendo algo que eu não consegui entender e só de lembrar eu fico toda arrepiada! Credo! Depois disso só conseguia rezar e ficar de olhos bem fechados. Foi quando eu senti algo Maka. Algo quente mexer no meu cabelo e depois a Kim começou a falar mas não era a Kim que 'tava falando, era a minha mãe! Ela se mexia estranho, parecia pesada mas era ela que 'tava falando!

— E depois?

Fora quando ela começara a chorar.

— Depois, depois ela disse o quanto se arrependia de ter abandonado a gente e que ela queria se desculpar. Queria o nosso perdão mas eu fiquei tão assustada que só consegui sair correndo do quarto, da casa, e não parei até voltar para a mansão e agora eu só quero acreditar que eu só tive um sonho ruim.

— Liz, aconteceu algo de estranho depois disso, você falou com a Patty?

— Não e não também. Eu fiquei assustada demais Maka e agora só quero que alguém me diga que não estou ficando louca.

— Certo, 'pra começar você não está louca e depois disso, você tem que falar com a sua irmã. Se Patty ficou depois que você saiu então ela pode te dizer se algo mais aconteceu e, se você quer saber o que penso sobre isso, eu diria para você ser sincera consigo mesma e pensar em tudo o que passou graças a decisão que sua mãe tomou em abdicar da criação de vocês duas e digo isso pois eu também fui deixada pela minha, você sabe disso, mas ela ainda vive e fala comigo constantemente e você não teve isso, muito menos teve um pai para cuidar de você então sei que esse não é o melhor conselho mas tente refletir sobre o que viveu e o que ela disse para você naquela noite.

— Você levou isso a sério?

— Liz, nós lidamos com coisas bem mais estranhas não concorda?

Ela se encolheu.

— Fale com a Patty e depois com a Kim. Ouça o que elas podem te contar mas sinceramente, pense no quanto aquelas palavras afetaram você. Você correu de medo ou por ter realmente escutado a voz dela Liz?

Um suspiro.

— Um pouco dos dois mas mais por ter reconhecido a voz dela. Parecia que ela não tinha envelhecido nada Maka, era a mesma voz que ouvi da última vez em que falei com ela e isso me deixou tão estranha, eu nem dormi direito, não consegui fazer nada direito e muito menos olhar na cara da minha própria irmã!

Mesmo estando encolhida no pequeno sofá, olhar para a arma naquele momento era como ver ela buscando se esconder ainda mais no móvel, o cabelo sendo retido pelo rosto molhado e as pequenas tremedeiras correndo soltas pelo corpo eram outro claro sinal, um difícil de ser ignorado. A ansiedade de Liz estava quase beirando o pânico, fazendo com que Maka pensasse no estado em que ela estivera na noite anterior, que provavelmente deveria ter sido pior. Roubando seu sono e humor. E ela detestava vê-la assim.

Resolvida de sua ideia, a artífice estendeu ambas as mãos em direção a arma sobrenatural. Limonada e biscoitos esquecidos sobre a mesinha de centro. E quando os membros suados dela encontraram os seus Maka respirou fundo. Tentar uma ressonância de almas sem a presença de Soul era incômodo quando não feito propriamente e para isso ela precisava acalmar ambas as partes. A sintonia não poderia acontecer em animosidade e acalmar a alma de Liz seria uma tarefa agridoce, mas necessária para que ela pudesse ajudar a amiga.

— Respire junto comigo Liz.

O olhar confuso que recebeu a fez frisar suas palavras.

— Não pense. Só respire.

E fora o que ela fez. Indo e vindo. Como ondas chegando a orla. A cada vez que o ar era inspirado as mãos da arma apertavam as suas, para então soltarem em seguida e assim foi até que ela finalmente encontrasse a alma de Liz Thompson, distante entre um emaranhado de marquises, solitária em sua própria angústia dentro de seu cerne.

O cenho franzido deixara de persistir ali, quando Maka recostou sua testa frente a dela.

A ressonância estava completa.

A alma dela estava enfim, calma.

E a artífice conseguia sentir sua foice sobrenatural chegando languidamente, a poucos lances de escada da entrada.

A porta se abriu e as duas se separaram, Liz ainda atordoada pela súbita paz que sentia, encarando a amiga cumprimentando sua arma que passava pelo batente da porta com uma careta no rosto enquanto alisava a face de suas mãos, como se buscasse salientar o sentimento de quietude em sua cabeça.

Mas por uma infelicidade, Soul só conseguia pensar em uma necessidade de cada vez e seu estômago parecera ganhar da curiosidade diante da visita inesperada.

— Ei Maka, a janta 'tá pronta?

A artífice suspirou, se levantando.

— Não, mas vou fazê-la agora. Por que não conversa com a Liz enquanto isso?

— Maka-

— Se você quiser conversar com o Kid acho melhor começar por algum lugar, e o Soul é uma ótima opção para isso.

A piscadela acabara sendo notada por ambas as partes e antes que Soul pudesse perguntar o que a Thompson mais velha estava fazendo ali, ela já estava na cozinha colocando todo o seu foco no que fazia antes de ter sido interrompida naquela noite, buscando quem sabe distrair seus próprios pensamentos.

Escutar a história de Liz a fizera pensar em possibilidades que ela não gostaria de se ver imaginado tão cedo novamente. Ao menos fazer o jantar seria o suficiente para distraí-la antes que seus pensamentos fossem longe demais e notar os sons vindos da sala eram o suficiente para trazê-la de volta ao presente.

Quando terminou seus afazeres culinários a conversa dos dois também parecera ter sido encerrada visto que agora Soul tinha um de seus vinis em mãos, não deixando de encará-la incrédulo quando anunciou que o jantar estava pronto, convidando a amiga para comer junto deles. A noite parecia tranquila do lado de fora conforme a vitrola deixava de tocar. Panelas, pratos, copos e talheres foram postos a mesa de centro enquanto os três se acomodavam ao tapete e o televisor passava a mostrar algum programa de variedades conforme o trio se servia em silêncio, a animosidade de outrora praticamente esquecida.

— Caramba Maka, que molho é esse que você fez?

— Molho pronto. Meu pai costumava fazer esse tipo de macarrão quando estava chateada com algo.

Soul sorriu torto pegando mais do arroz com legumes.

— E depois você me diz que nunca foi mimada.

— Cala a boca, Soul!

Os três riram, voltando a comer.

Até uma das mãos de Maka ser espremida pelo aperto de Liz.

Quando olhou a amiga seus olhos estavam arregalados, seu corpo tremia e ela pode jurar que viu uma mecha de cabelo cor de areia ser levantada no ar.

— Maka, ela 'tá aqui!

— Então diga o que deveria ter dito para começo de conversa. Não evite ela.

E de todas as coisas que ela poderia pensar em dizer, sua razão afiada acabara falando mais alto e, tendo em vista o olhar desgostoso que recebera, acabou sendo o mais correto a ser dito.

— Diga Liz. Espere, e diga também para ela não ficar aqui, não quero fantasmas no meu apartamento.

A arma sobrenatural sorriu, mesmo estando suando bicas e se levantou, indo em direção a janela aberta. O vento frio da noite fez com que todo o seu cabelo se elevasse enquanto que ela murmurava algo baixinho, palavras que nem ela e muito menos Soul poderiam ouvir, voltando para junto dos dois em seguida, se servindo de um copo de limonada.

Um suspiro leve e outro gole depois, era como se o corpo dela estivesse mais leve.

— Acho que deu tudo certo.

— Você acha?

— É, acho, e acho que preciso falar com a minha irmã sobre isso. Obrigada por ter me ajudado, Maka. De verdade.

E algo que a artífice, com seus instintos em intuições acabara por perceber apenas naquele momento era de que a Thompson mais velha realmente era a emoção da dupla de irmãs, enquanto que a outra era curiosamente a razão.

Provavelmente Liz nunca aceitara o que mãe fizera com elas.

— Amigos são para isso, não?

As duas riram.

"Elizzie" fora dito no ar e ambas deixaram de rir.

— Sua mãe te chamava assim?

— Ela e todas as amigas dela. Sempre detestei esse apelido.

No fim, quando a mesa já estava desfeita e as duas se abraçavam á porta, Maka soube que a amiga não sentia mais o que a trouxera até ela naquela noite e que, de uma maneira incomum, ela pudera ser de alguma ajuda. Ela só se perguntava como seria estar no lugar dela, sem nenhuma família ou uma irmã brilhantemente forte onde se sustentar diante das mazelas de ser abandonada a própria sorte. Sem uma arma de humor ácido por perto para alavancar um senso de humor jocoso ou um pai mulherengo. Somente ela. Sozinha.

Soul parecia sério do outro lado do cômodo.

— E você vai me explicar o que acabou de acontecer?

— Ela te contou, não? Eu só tentei ajudar. De alguma maneira.

— Mas isso não te ajudou, certo?

Os olhos dela estavam marejados.

— É, eu acho que não Soul.

E os braços abertos dele acabaram sendo o apoio não dito de que ela mais precisara naquele momento.

Maka poderia detestar o próprio pai mas só de pensar em nunca tê-lo tido por perto era como convidar um vazio imenso a fazer parte de seu ser, e ela detestava aquele sentimento que até então não era uma especialidade dela de sentir.

Ela tinha tanta sorte.


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Notas finais do capítulo

Sim, o foco do texto é na Liz mas do ponto de vista da Maka, não me perguntem os meus motivos. Eu não sei deles.

Para essa em especial acabei usando de experiências sobrenaturais vividas por mim logo, me coloquei um pouco nos pés da Liz para descrever suas emoções e que eu bem me lembre, ela e a Patty realmente foram abandonadas pela mãe. É isso ou eu estou bem louca, acreditando nas vozes da minha cabeça :B



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