Família Addams WENCLAIR escrita por raexgar001


Capítulo 3
O desafio da adaptação




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Para se ter um bom rendimento ao longo do dia são necessárias 8 horas de sono, podendo variar por pessoa, algumas tendo mais energia do que outras. Alguém que está acostumado a dormir 8 horas por dia, se dormir apenas 6 horas sentirá uma queda do rendimento ao longo do dia, então se imaginem dormirem pouco mais de 4 horas por dia? Esta era a nova realidade das Addams, que desde a volta do hospital – agora com os filhos já residindo no quarto ao lado – dormiam muito pouco dando sempre prioridade aos bebês que choravam constantemente, principalmente durante as madrugadas deixando ambas despertas prontas para trocar uma fralda ou dar de mamar.

E como de se esperar, o primeiro mês das crianças foram recheados de visitas, os parentes Addams vieram de todos os cantos do mundo com suas lembrancinhas para os novos membros da família. Enid certificou-se de esconder o móbile que continha facas penduradas – presente do primo It – que Wednesday adorou e que pretendia pendurar acima de um dos berços dos filhos, entre outros objetos cortantes, que aproposito eram inúmeros, os Addams definitivamente gostavam de coisas peculiares. Os presentes mais “normais” partiram dos ex-alunos de Nervermore que diferente da última visita não vieram todos juntos. Xavier viera logo quando tiveram alta do hospital, o rapaz trouxe quadros que pintou retratando os recém-nascidos, ele havia visto as fotos que Enid mandou no grupo e tratou logo de fazer algo para enfeitar o quarto dos irmãos. Eugene veio dias depois acompanhado de Parker, trouxeram alguns potes de mel da empresa de apicultura do ex-zunzun e duas abelhas de pelúcia. Bianca passou para dar os parabéns, Lucas não veio junto, porém mandou lembrancinhas que consistiam me uma gravatinha e um lacinho extremamente coloridos, brilhavam tanto que até Enid incomodou-se levemente, Wednesday não teve demora em jogar os presentes no lixo logo após a partida da Barclay. Por fim Yoko e Divina apareceram com o pequeno Joui nos braços da sereia, ambas ficaram surpresas com o estado das novas mamães.

— Amiga um caminhão passou por cima de você? – Yoko comentou logo que a porta do apartamento fora aberta por uma Enid extremamente cansada, olheiras profundas, cabelos desgrenhados e roupas amassadas.

— Ta tão ruim assim? – Questionou preocupada, estar a tantos dias sem dormir decentemente havia mexido com sua percepção.

— Não ta ruim, ta horrível – Yoko farejou o ar, como uma vampira ela tinha o olfato tão apurado quanto o da lobisomem a sua frente - Mas não tanto quanto esse cheiro.

— Ah, é a Wed – Deu de ombros guiando as amigas para dentro do apartamento.

 O casal se entreolhou preocupadas, será que a latina havia matado alguém e deixado o corpo apodrecer em algum cômodo do apartamento? Divina trouxe o corpinho adormecido de Joui mais próximo de si, apenas por precaução, já Yoko ficou em alerta para aplicar uma fuga junto a família se necessário fosse. Quando estavam próximas ao quarto dos gêmeos, elas notaram uma Wednesday carrancuda que fedia bastante parada no corredor, parecia não tomar banho a algum tempo, seu estado estava tão deplorável quanto o de Enid, olhos com olheiras profundas, os cabelos trançados, mas com fios soltos, as roupas amassadas e aparentemente não trocada a dias. Nos braços Wednesday segurava um garotinho de mechas pretas que chorava baixinho incomodado com algo.

— Vocês têm dormido? – Divina pergunta o obvio, ela e Yoko já estiveram na mesma situação, o primeiro mês era realmente complicado para se adaptar, porém elas nunca chegaram ao estado que as amigas estavam.

— É complicado dormir, quando o Lúcifer se acalma a Larissa começa a chorar – Enid responde em um suspiro cansado, porém Yoko não se importou no estado da melhor amiga, ela acabou ficando presa aos nomes das crianças conseguindo notar facilmente qual das duas escolhera – E quando a Larissa chora é complicado fazê-la se acalmar, geralmente trabalhamos juntas para conseguir coloca-la pra dormir novamente.

— É agitada igual a mãe – Wednesday resmunga ao mesmo tempo que Enid dá de ombros, de fato a pequena parecia consigo neste quesito enquanto que Lúcifer era bem mais calmo lembrando bastante a personalidade da latina – Vamos lá Lúcifer, dorme um pouco – Sussurrou enquanto continua o leve movimento dos braços, ninando o pequeno que ainda chorava tão baixinho que nem sequer incomodava Joui que dormia tranquilo nos braços da sereia.

— Será que ele não está incomodado com seu cheiro? Eu sei que nós estamos – Yoko voltou a se pronunciar chamando a atenção para si, o nariz contorcido pelo mal cheiro era evidente.

— Como? – O olhar mortal que Wednesday lhe direcionou no segundo seguinte nem lhe causava tanto arrepio como antes, por isto a Tanaka aproximou-se estendendo os braços – Pra que isso sanguessuga? – A menor recuou dois passos institivamente.

— Me dê ele, Larissa está dormindo certo? – Olhou para Enid procurando uma resposta para sua pergunta, a licantropo assentiu levemente confusa com a ação da melhor amiga – Neste caso não haverá problemas, vou tomar conta do Lúcifer enquanto vocês duas vão tomar um banho e vestir roupas limpas!

— Como se eu precisasse de sua ajuda...

— Wed, acho que elas têm razão – Enid deu seu ponto, há dias não descansavam devidamente, qualquer ajuda seria bem-vinda a esta altura – Estamos tão ocupadas que nem dormimos direito, meus sentidos estão loucos pelo cansaço, mau pude notar que você não tem mudado as roupas desde sábado.

— Tudo bem – Rendeu-se até que extremamente rápido, após alguns segundos de silêncio, não que tivesse forças para rebater a lupina de qualquer forma, sua mente trabalhava de forma lenta nesses últimos dias, ela havia negligenciado os banhos e as trocas de roupas para dar prioridade as poucas horas de sono que tinham, nem mesmo haviam comido algo decente.

Ao deixar o bebê nos braços da asiática as mulheres se “arrastaram” até o quarto de casal para pegarem suas roupas e tomarem o merecido e relaxante banho de banheira que tanto ansiavam. Lúcifer por sua vez pareceu agitar-se um pouco no colo da vampira, desconhecendo aquele no toque, só se acalmando quando esta foi para perto de Divina que segurava Joui. Enid e Wednesday se deram um longo tempo na banheira, onde relaxaram e quase dormiram na mesma se não fosse pela morena que não gostava muito da ideia da Tanaka tomar conta do seu filho, a água estava tão morna que poderiam ficar ali por horas a fio se não tivessem outras responsabilidades. Saíram do quarto 1 hora depois, optando por arrumarem-se com calma, Enid tentou disfarçar as olheiras com maquiagem, mas não soube dizer se fizera um bom trabalho, seus olhos pareciam pesar e incomodava como se tivessem alguns poucos grãos de areia no globo ocular, isto atrapalhou seu processo de maquiagem,, pois a fazia piscar diversas vezes a fazendo desistir.

— Vocês demoraram – A asiática reclamou ao finalmente avistar as figuras de tamanhos distintos adentrarem a sala-de-estar.

O lugar era espaçoso, com um grande sofá de cor neutra que comportaria muito bem cinco pessoas, dois pufes de cores rosa e preto ao lado esquerdo do sofá, uma mesinha de vidro mais ao centro comportando algumas revistas de moda e o controle da TV Smart de 40 polegadas que estava suspensa acima de um raque mediano da mesma cor neutra que o sofá, em cima haviam fotos recentes, como a dos gêmeos dormindo nos braços de Wednesday e outra com Enid extremamente sorridente segurando Larissa nos braços. A coleção dos livros autorais de Wednesday estavam dispostos em um suporte para livros acima no raque.

— O Lúcifer dormiu, não se preocupem deixamos ele no berço – Divina tratou de explicar ao receber olhares confusos das mulheres que esperavam encontrar o filho ainda aos cuidados da vampira.

— Nem ousamos entrar no quarto para checar, Larissa percebe nossa presença assim que botamos o pé lá, mesmo se estiver dormindo ela acorda imediatamente e começa a chorar – Enid explica sentando-se no sofá ao lado da família Tanaka, Wednesday senta-se no braço do sofá passando a destra por cima dos seus ombros em um meio abraço, a loira encosta a cabeça no peito da esposa relaxando ao que a menor faz um carinho sutil no seu braço.

— Isso não é coisa de lobo? – Yoko pergunta focando em distrair o filho que estava acordado em seus braços, os olhos aperolados iguais aos de Divina observavam atentamente as presas de Yoko quando ela falava.

— Não sei, talvez? – Enid dá de ombros – Sou a mais nova da família, não sei muito sobre filhotes de lobisomem e por ter tido uma transformação tardia meus pais nunca chegaram a comentar se eu apresentava alguma dessas reações.

— Ou ela apenas é uma sensitiva, como a Wed – Divina deu seu ponto, Wednesday nem incomodou-se com o apelido, a anos havia permitido que os amigos diminuísse o seu nome para formar esse apelido que somente proferido pela lobisomem pareciam soar bem.

— Talvez – Wednesday limitou-se a responder apenas isto, ficando em silencio logo em seguida, cansada demais para puxar ou perdurar algum assunto com as visitantes, não que antes ela também fosse adepta a participar de uma conversa, mas se esforçava por Enid e no fim não achava tão ruim, as vezes poderia sair algo interessante da boca de alguns dos colegas.

— Acho que já devemos ir embora amor – Divina comentou com a esposa que assentiu levantando-se logo em seguida.

— Aproveitem para dormirem um pouco – Yoko aconselhou antes de se despedirem na porta do apartamento.

Assim que Enid perdeu as mulheres de vista no elevador que fechou-se logo em seguida a entrada delas, a loira voltou seu corpo para dentro do apartamento trancando a porta logo em seguida. Não precisaram trocar palavras, o olhar de ambas já comunicava o desejo de deitarem em absolutamente qualquer superfície para dormir algumas horas antes do próximo choro dos filhos. Deste modo voltaram para o quarto, passando pelo quarto dos gêmeos no caminho sem ao menos entrarem, apenas observando de fora, a porta aberta dava visão do ambiente pouco iluminado coberto por pelúcias que Enid comprara, os pequenos repousavam tranquilamente cada um em seu berço.

Com passos leves foram até a cama de casal, deitando de qualquer jeito e com um suspiro exausto fecharam os olhos, não demorou para o sono vir, logo estavam no mundo dos sonhos que perdurou exatos vinte minutos, quando a babá eletrônica emitiu o som já conhecido do choro de Larissa e logo em seguida de Lúcifer, que havia acordado assustado pelo escândalo da irmã. Alertas arrastaram-se para fora da cama prontas para darem os devidos cuidados aos filhos.

[...]

Com o passar dos meses a adaptação virou uma simples rotina, já tinham ciência de como cuidar devidamente dos filhos, ficando atentas para as especificações de cada um. Lúcifer por exemplo, não gostava de banho por isso sempre esperneava quando entrava em contato com a água, tinham que distrai-lo muito bem com brinquedos de borracha – brinquedos estranhos para uma criança na percepção de Enid, o famoso patinho de borracha amarelo era desbotado com um olhar morto e desenhos de costuras – e bolhas de sabão. Larissa por outro lado não gostava de muito contato físico, preferindo ser posta em sua cadeirinha ou no cercadinho, isso lembrava a Wednesday ela própria quando bebê, talvez a pequena não fosse tão parecida com a lupina afinal de contas.

Aos seis meses dos bebês, Enid apareceu na sala com Lúcifer em seu colo, os olhos azuis arregalados mostrando o filho a Wednesday que outrora observava Larissa tentar engatinhar no carpete higienizado – tarefa impossível dado aos poucos meses de vida – o pequenino tinha no topo da cabeça pequenas orelhinhas de lobo e um rabinho que balançava animadamente de um lado a outro próximo as nádegas. Assim como a mais alta Wednesday arregalou os olhos surpresa.

— Wed ele é um lobisomem! – Aproximou ainda mais o filho da face surpresa da esposa, ela estava trocando a fralda do bebê enquanto cantarolava uma canção, quando quase engasgou com ao ver o pequeno “transforma-se” em sua frente – Veja mi amore, ele é como eu!

— Eu estou vendo cara mia – Proferiu com um leve sorriso e olhar ainda surpreso, tomou o bebê em seus braços tocando suavemente suas orelhinhas negras assim como a cor de seus cabelos.

 O pequeno pareceu se incomodar com o ato, estreitando os olhos azulados enquanto a orelha lupina mexia de forma a se livrar dos finos dedos da escritora.

— Fascinante – Sussurrou por fim com um sorriso sereno pairando nos lábios.

— Não é! Não imaginava que poderia ser despertado tão novo – Enid observou maravilhada, deixando que sua calda e orelhas também crescessem, como se mostrasse ao pequeno que ela era igual, sua calda também balançava bastante de um lado a outro, chamando a atenção de Larissa que nunca havia presenciado aquilo – A lua cheia é apenas para nossa forma lupina completa, quando nosso lobo interior sai. Tio Fester vai ficar contente em saber que quando tiver idade, Lúcifer irá uivar conosco.

O sorriso de Enid mal cabia na face, sua empolgação e felicidade estavam estampadas nela por inteira, a calda chegava até incomodar levemente Wednesday que sentia ela batendo em sua perna repetidas vezes, não reclamou, pois notou que Lúcifer tinha os olhinhos azuis fixados na mãe imitando o seu movimento também animado.

[...]

Aos oito meses dos bebês, as Addams enfrentaram pela primeira vez algo que não souberam como lidar, pois não tinham experiências próprias com este tipo de situação. No começo estranharam a filha que sempre estivera tentando engatinhar e que agora apenas ficava quietinha no cercadinho enquanto o irmão brincava mastigando um mordedor que estranhamente lembrava muito a Thing – presente do mesmo, talvez a pequena mão decepada tenha encomendado o mordedor a sua imagem - Pensaram que talvez ela estivesse com sono e logo dormiria, Enid então se pôs a pegar a filha nos braços que imediatamente acomodou-se no colo da lupina, novamente estranharam, Larissa não era tão receptiva quanto a toques, principalmente quando estava com sono. Enquanto ninava a pequena, Enid notou seu corpinho um pouco mole e levemente quente, ficou preocupada.

— Algum problema cariño? – Wednesday questionou quando viu a súbita mudança de expressão na face da licantropo.

— Eu acho que ela está com febre – Respondeu levando a bebê até a menor que colocou a mão sob a testa conferindo a temperatura.

— Sim, é o que parece – Franziu a testa ao constatar que realmente a filha estava com uma temperatura diferente do habitual.

— O que fazemos?

— Eu não tenho certeza...

— Sua mãe não sabe de algo para nos ajudar?

— Nós Addams não ficamos doente – Respondeu com orgulho – Ela não saberia o que fazer, apenas tratar ferimentos, tirar veneno de cobra e criar curas para plantas mortíferas.

— Se os Addams não ficam doentes, então o que ela tem? – Enid preocupou-se, se não poderiam recorrer a um médico comum o que elas fariam?

— Não pode ser algo relacionado a lobisomens? – Checou novamente a temperatura, parecia estar aumentando, Wednesday estava começando a ficar assustada, embora seu semblante parecesse neutro o coração começava a acelerar em preocupação.

— Não ficamos doentes com facilidade, nossa imunidade é alta – Explicou rapidamente, sua mente buscava algo na memória sobre as poucas vezes que havia ficado de cama – Quem saberia responder definitivamente são meus pais, mas...

Enid pareceu ficar um pouco triste ao lembrar que fora expulsa da matilha, em momentos como esse gostaria de poder ter a quem recorrer, mas estava proibida permanentemente de dirigir a palavra à qualquer membro da alcateia que fizera parte, além de ter cautela com qualquer outra alcateia, sempre que uma matilha se sentia ameaçada por um exilado ela tinha a permissão de atacar e matar o mesmo.

— Ei, ta tudo bem – Wednesday tirou-a de seus pensamentos a confortando com um leve carinho na face, passando seus dedos por cima das cicatrizes que foram feitas no dia que a loira lutou contra um hyde – Vamos dar um jeito, não se preocupe.

Assentindo levemente, Enid concordou com as palavras da latina. Passaram o dia alternando em cuidar de Lúcifer e Larissa que precisava de atenção redobrada, enquanto pesquisavam sobre formas de tratar a febre da pequena. Wednesday chegou a ligar para a mansão a pedido de Enid, porém só obteve respostas que não lhe pareceram ser uma boa forma de tratamento, não para aquela doença em especifico. Não achava que mergulhar a filha em uma banheira repleta de gelo fosse servir de muita coisa. Ignorou também as palavras de Pugsley que afirmava que o filho dele – Ophelia estava gravida de quatro meses – nunca sucumbiria a uma doença. Ponto para o mais novo, essa competição estava sendo moleza, mesmo com ele saindo atrás na “corrida de bebês” que inventou em usa cabeça.

Durante a madrugada tiveram dificuldades com a filha que chorava constantemente parecendo sentir alguma dor, fazendo com que assim, Lúcifer também passasse a madrugada chorando incomodado com o barulho da irmã, mas não só isso, parecia que de certa forma ele sentia levemente o que a pequena sentia, Enid comentou que seus irmãos por serem trigêmeos tinham esse tipo de ligação, como se compartilhassem certas experiências, foi ai que Wednesday entendeu o porquê achar que eles dividiam o mesmo neurônio, pareciam cachorros correndo sempre atrás de qualquer graveto – geralmente jogados por eles mesmo, onde no fim brigavam pela posse do galho - bagunçando pelos corredores e uivando aleatoriamente em qualquer ocasião importuna, além de não parecerem entender muito bem certas situações, lembrando um pouco a Ajax, o górgona que sempre parecia estar chapado. 

Quando amanheceu saíram para o pediatra, torcendo para que fosse algo comum e tratável. Enid se posicionou no assento do meio entre as cadeirinhas no banco de trás, preparada para atender qualquer pedido dos filhos, levava consigo uma bolsa com fraldas, mamadeira e mudas de roupas, torcendo para Larissa não vomitar durante o trajeto. Não demoraram muito a chegarem no hospital, devido ao horário quase não haviam carros na pista. Wednesday estacionou em uma das diversas vagas do estacionamento e desceu do carro, pegando Lúcifer que dormirá com o movimento do carro, Enid segurou Larissa que matinha seus pequenos olhos ônix abertos, ela parecia cansada, porém não dormia.

Quando adentraram na sala da médica foram direcionadas as cadeiras a frente da mesa que continha um computador e vários papéis prontos para serem escritos com receitas de medicamentos. O ambiente era cheio de figuras de animais desenhadas e pintadas delicadamente em paredes verde água, um pequeno armário cinza ficava mais ao canto com medicamentos seringas e outras coisas a mais.

— Bom dia mamães – A médica, uma mulher de cabelos castanhos e olhos verdes atrás das lentes do óculos que usava, cumprimentou as mulheres lendo brevemente a ficha que fora preenchida antes delas entrarem no consultório – O que ela tem?

— Febre – Respondeu Wednesday rapidamente.

— E parece que ta sentindo dores, ela chorou bastante – Complementou Enid – Ela também não dormiu muito essa noite.

— Quantos meses ela tem? – A médica anotou algo na ficha antes de direcionar o olhar para as mulheres, notando só então a diferença gritante de tons de roupa, os bebês, no entanto vestiam roupas parecidas em tonalidades diferentes, Lúcifer algo mais forte e vibrante e Larissa uma cor mais fraca e opaca. “Família estranha” - Pensou a médica.

— Oito meses – Novamente Wednesday respondeu rapidamente, ela estava preocupada demais com a saúde de sua pequena, quanto mais rápido fosse feito o tratamento mais rápido ela melhoraria.

— Podem traze-la aqui na maca? – Guiou as mulheres até a cama hospitalar forrada com lençóis azuis claro que continham grandes nuvens indicando ser o céu – Tirem a roupinha, vou checar os batimentos.

Prontamente Enid levou a bebê, tirando sua roupinha, o corpinho febril arrepiou-se com a temperatura gelada que o ar-condicionado ligado proporcionava, Larissa estreitou os olhinhos negros, as lágrimas já se formando. Quando o estetoscópio gelado encostou no seu peito ela chorou alto, Lúcifer acordou agitado pelo susto começando a chorar baixinho, Wednesday tentou confortar o filho enquanto observava atentamente a médica seguir com a checagem enquanto Enid segurava seu próprio choro, não gostava de estar naquela situação, se pudesse tomaria as dores da sua pequena para si própria.

Passados alguns minutos veio o veredito. Larissa Addams estava apenas com os dentinhos crescendo, diferente de Lúcifer que sentia a gengiva coçar e por isso sempre tentava por algo na boca para aliviar a coceira, Larissa tinha tido uma reação mais severa, no entanto não era incomum, todos os bebês tinham reações diferentes, alguns podendo até apresentar febre e irritação. Passado uma receita de um medicamento em gotas, elas foram embora aliviadas que não havia sido nada de grave. Naquela manhã a família dormiu na cama de casal, com os bebês no meio das mulheres, cansados demais acordaram apenas perto do entardecer.


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Notas finais do capítulo

erros ortográficos por favor avisar, eu já revisei algumas vezes, porém sempre pode passar algo despercebido. Obrigada por ler até aqui, obrigada pelos comentários, amo ler cada um. Até o próximo capitulo na semana que vem!



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