La Belle Anglaise escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 5
4. Desconforto.




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— Mas qual o motivo de todos esses insultos?— Essa cara ofendida do príncipe era insultosa!— Está louca por acaso?

— Ah, eu estou perfeitamente sã, meu príncipe. Aqui o louco é você!— Apontando para... a modéstia do príncipe, Katherine gritou ofendida.

O príncipe parecia não estar entendendo.

— Você fala...?— Esse dinamarqueses não tinham decoro!? Eram desavergonhados!?

— Uma homem não mostra sua modéstia a uma dama!— Esse segundo grito fez o príncipe dar um passo para trás assustado.— Você está nu! Eu sou uma dama!

Essa confusão, Katherine tinha total certeza que não passava de uma máscara de tolice e desatenção. Ela mesma fazia o mesmo todos os dias. Até que o príncipe pareceu entender a situação. Mas nenhuma mudança veio, Wilhelm continuou em pé, mostrando tudo, havia até um pequeno sorriso em seu rosto.

— Perdão?— Ele perguntou? O príncipe Wilhelm deu uma risadinha.— Katherine, creio que...

Esse homem só poderia estar zombando dela. E essas explicações apenas a irritavam mais.

— Eu já lhe disse, e não irei mais repetir, não me chame pelo nome.— Não foi um grito, Katherine tentou ser calma mas ao mesmo tempo ameaçadora. O sorriso do príncipe apenas aumentou.— Você mentiu para mim! Concordou que nada iria acontecer entre nós, mas suas ações mostram o contrário!

O príncipe não respondeu de imediato, na verdade, havia em seu rosto uma pequena ofensa, descontentamento. Katherine se perguntava o que ele pensava, o que iria responder.

— Estou tentando ajudar nós dois. É dessa forma que você me agradece, Katherine?— Ajudar? Katherine riu irônica com essa palavra. Como ficar nu iria ajudá-los.— Dúvida? Pois bem. O que você acha que irão pensar se entrarem aqui amanhã e descobrirem que nada aconteceu?

A princesa abriu sua boca, pensou em responder. Mas ele estava certo, desgraçado! Iria ser um desastre, todos iriam falar. Os criados soltariam essa informação, depois os plebeus iriam espalhar, os burgueses levariam a aristocracia e esses iriam comentar em todos os lugares.

Esse pensamento veio como uma alavanche sobre Katherine.

— Irão dizer que eu não fui capaz de lhe fazer sentir desejo, que sou uma incapaz.— Apertando os lençóis contra seu corpo, Katherine falou atônita. Até o momento a princesa estava sentada na cama, mas por causa dessas palavras, e apenas por isso, ela levantou.— Deite-se e cubra... tudo isso. E apague a vela.

Era apenas mais uma vergonha, Katherine tinha isso em sua cabeça, embora talvez já estivesse próximo de uma da manhã.

Sem resistência alguma o príncipe Wilhelm fez o que Katherine pediu e deitou na cama, olhando com atenção para ela. Ficando de costas para ele, a princesa levou as mãos até as alças da chemise de dormir e a tirou. Era apenas mais uma vergonha. Katherine deslizou sua chemise até um pouco depois da cintura, e apenas até esse ponto. Não foram dados todos os detalhes do que acontecia entre os lençóis, mas isso já bastava. Além do mais, os homens gostavam de olhar para os seis dela.

— Você tem belas costas.— Katherine não iria responder esse comentário zombeteiro. E ela sabia que tinha.— Quase me faz...

— Fique calado!— Essa voz de Wilhelm já estava irritadando.— Vire-se para o outro lado e não ouse me olhar. Ao contrário de você, eu tenho decoro.

— Pode ser que eu não tenha. Mas você me encarou por um bom tempo.— Katherine encarou Wilhelm irritadada, mas o máximo que ela ouviu dele foi uma risadinha. Talvez todos os Oldenburg fossem loucos.— Alguma coisa deve ter agradado você.

Era melhor nem mesmo responder. Com certa dificuldade, Katherine conseguiu enfim deitar na cama e cobrir-se com os lençóis, deixando a mostra o que era necessário, mas não exageradamente. Depois disso, Katherine não queria nunca mais passar uma vergonha como essa. Mas pelo menos Wilhelm fez assim como ela pediu e ficou de costas o tempo todo.

Depois que a princesa deitou, apenas o silêncio sobre entre eles, era como uma trégua em toda essa confusão. Era até que confortável esse silêncio, embora Katherine ainda estivesse sentindo uma certa tensão e... vergonhas.

— Irei logo avisar que você não deve me tocar.— Mas Katherine acabou com esse silêncio.— E nem mesmo chegar muito perto de mim.

— Não se desejasse eu faria isso.— Havia na voz de Wilhelm um tom de... irritação?— Talvez você se surpreenda, mas eu também tenho decoro.

Mesmo não desejando admitir, Katherine sabia que ele tinha. Novamente houve um silêncio entre eles, e novamente ela o quebrou:

— Posso fazer uma pergunta?

—... Pergunte o que desejar.— Essa resposta veio atrasada, mas não o suficiente para fazê-la desistir.

— Por que você tirou completamente a roupa de dormir?— Katherine não viu, mas os olhos de Wilhelm se arregalaram.— Eu sei que não é necessário tirar tudo para... consumar o ato.

Agora que fez a pergunta, o arrependimento tomou conta de Katherine e ela corou violentamente. Mas que noite vergonhosa estava sendo essa.

— Que tipo de pergunta é essa!? E depois eu sou o indecoroso.— Mas Wilhelm não deu uma resposta.— Eu não sei o porquê. Os humanos fazem coisas muito estranhas. Guten Abend.

E novamente o silêncio voltou, mas segundo o próprio Wilhelm, agora era definitivo. Não demorou muito, e o príncipe parecia já ter ido para o mundo dos sonhos e ilusões. Katherine se perguntava como ele conseguia, porque ela estava tendo dificuldades para fazer o mesmo. Eles eram dois estranhos, que estavam nu e quase nua, havia algo incomum, até mesmo errado. Mas ele parecia não se importar.

Mas isso era apenas aparência mesmo. Apesar de estar completamente parado e com os olhos fechados, Wilhelm tinha a mesma dificuldade. No final, ambos estavam na mesma posição de estranheza.

Em algum momento da madrugada os dois conseguiram dormir. Mas para Katherine esse sono não mostrou-se muito duradouro e muito menos calmo. Ela estava tendo... não havia uma palavra certa para descrever isso na verdade. Parecia um sonho.

Katherine estava nos jardins de Hampton Court passeando com Frederik Adolf. Quando eles chegaram no Jardim da Grande Fonte, o príncipe sueco a abraçou e beijou-a avassaladoramente. Os beijos ficaram mais fortes, desejoso, Frederik Adolf começou a toca-la e em um piscar de olhos, ambos estavam nus. Até esse ponto parecia ser um sonho "normal", mas ele começou a ficar estranho.

Repentinamente tudo ficou escuro, uma escuridão total, e quando esclareceu, não era mais Frederik Adolf que estava com ela, mas sim Wilhelm, que a beijava nu, a beijava! Em sua cama a princesa começou a soar. Em seu sonho Katherine consentia com tudo que o príncipe fazia, os beijos, os toques. Mas a gota d'água foi quando Wilhelm a olhou e disse:

Gosta do que sente, Katherine?— Imediatamente a princesa acordou confusa e com calor. O que foi isso?

Esse sonho, Katherine não gostou dele. Suas ações e sentimentos, eram reprováveis. Havia um lugar onde não mais ela era virgem. Mas o que irritava ainda mais a princesa, era saber que realmente havia um Wilhelm nu ao seu lado.

Mas... havia algo errado. Antes Wilhelm estava longe, agora ele estava encostado nela. Estava tão próximo que ela sentia sua respiração, coração, músculos e... os braços dele estavam sobre ela! Katherine foi percebendo conforme despertava. Uma das mãos de Wilhelm estava rosando em um dos seios dela!

Katherine começou a respirar com uma maior dificuldade. Não por causa dessas coisas, mas sim por algo que ela acabou de perceber, ou melhor, sentir. Atrás de si, Katherine sentiu uma coisa quente, dura e volumosa. A princesa instantaneamente percebeu o que era. Ela fez então a primeira coisa que lhe veio a cabeça: gritar. Katherine gritou com toda a força que tinha na sua garganta.

Imediatamente Wilhelm acordou assustado e confuso, e com certa raiva.

— O que é isso, Katherine!? Você ficou louca!?— Apesar de sonolento, com o susto ele perguntou alto.

— Certamente eu não estou louca, meu príncipe! Mas como você acha que eu deveria reagir com isso encostando em mim!?

Wilhelm não percebeu imediatamente, por causa da sonolência, mas quando o fez, ele respondeu com muita sinceridade:

Isso tem nome sabia?— É mesmo?— Eu gosto de chamar de pau, e ele tá duro.

Isso Katherine não aguentaria. O príncipe percebeu o que falou assim que acabou, mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa, Katherine deu um forte tapa em Wilhelm, e sem arrependimento algum.

— Não fale assim comigo! Eu sou uma dama!— A primeira reação de Wilhelm foi tocar sua bochecha confuso e assustado, mas quando esses passaram, a raiva revelou-se também.

— Você não tem o direito de me bater, Katherine! Eu não lhe fiz mal algum por desejo!

Ah, Katherine estava bem disposta e pronta para responder, mas...

— Katherine! Qual o motivo de tanta gritaria!? Toda a casa...— O marquês entrou no quarto, sem bater, e se assustou.— Santo Cristo.

Logo depois de marquês, a marquesa também entrou, e ficou igualmente assustada. Pareciam também estarem vindo mais. Instintivamente Katherine agarrou e abraçou Wilhelm assustada. Essa era a pior vergonha de sua vida!

*****

Não havia dúvida alguma, essa semana que passou foi uma das piores na vida de Wilhelm. E tudo começo com aquela noite terrível, vergonhosa, traumatizante, e isso não apenas para ele, mas claramente para Katherine também. Wilhelm ainda sentia calafrios quando lembrava do que aconteceu.

O marquês e a marquesa não foram os únicos que entraram no quarto, logo depois vieram três guardas e alguns criados, todos assustados e curiosos com toda a confusão que acontecia nos aposentos da princesa Katherine. Foi uma vergonha sem precedentes na vida de Wilhelm, e mais ainda na de Katherine. No final, a princesa apenas o agarrou, abraçou e ambos se esconderam entre os lençóis.

E por algum motivo desconhecido, agora Katherine parecia despreza-lo, segundo ela, era culpa dele aquilo ter acontecido. Era injusto. Só que mais injusto que isso era a forma como Wilhelm era tratado nesse lugar.

Por ser a filha mais velha do marquês, a herdeira de tudo e todos, Katherine era poupada de muitas coisas, mas Wilhelm não. Desde aquele dia, ele tornou-se o principal alvo dos cochichos, fofocas e olhares dos criados. E eram esses olhares que mais o incomodavam. Eram de pena, vergonha, repreensão, curiosidade e havia alguns outros que Wilhelm nem mesmo gostava de lembrar.

Isso tudo foi em uma semana, uma única semana, mas Wilhelm sentia que já fazia uma eternidade! Todos os dias ele escravia cartas para casa, tentando se distrair com algo, mas em contrapartida, Wilhelm irritava-se com mais frequência.

Era exatamente por não ter o que fazer, que Wilhelm caminhava por um corredor de Hampton Court, ele estava buscando a sala azul, onde talvez houvesse algo interessante: livros, jogos, instrumentos ou qualquer outra coisa. Mas infelizmente enquanto procurava a sala, Wilhelm cruzou com alguns criado e criadas, a grande maioria que o olhou de cima para baixo.

Wilhelm grunhiu consigo mesmo. Se fosse na Dinamarca, esses criados iriam ter uma bela lição. Ele poderia ser iluminista, mas não era Deus com sua eterna misericórdia. Depois de cruzar o corredor, enfim Wilhelm encontrou a sala e entrou nela. Mas ao entrar, o príncipe teve uma pequena surpresa, ela já estava sendo ocupada.

O marquês e a marquesa estavam sentados em um sofá conversando, enquanto as princesas Elizabeth e Charlotte jogavam cartas um pouco mais afastadas dos pais, mas Katherine não estava presente, Wilhelm poderia aguentar a família dela.

Assim que a presença do príncipe foi percebida, todos pararam o que faziam o olharam para ele. Isso era tão desconfortável.

— Mas olhem, Wilhelm nos deu o ar da graça.— Wilhelm, todos o chamavam pelo nome agora, uma tentativa de fazê-lo sentir-se em casa. O príncipe tentou sorrir para o marquês.— Veio nos fazer companhia?

— Eu estava entediado.— Novamente Wilhelm tentou sorrir, mas foi em vão. Realmente, ele tinha problemas com posições paternas.

— Então fique a vontade, Wilhelm.— O marquês falava com cordialidade, mas aqueles olhos...— Você está em casa.

— Eu agradeço.— Não conseguindo evitar, Wilhelm fez uma mesura ao marquês e a marquesa.

O príncipe foi diretamente para uma prateleira de livros, que estava estrategicamente distante o suficiente do casal Bristol, mas em compensação muito próxima as duas princesas, que ainda estavam encarando ele. O marquês e a marquesa voltaram então a conversar. Wilhelm colocou o máximo de sua atenção nos livros, tentando manter sua mente distraída. Mas os olhares das princesas pareciam ser piores que os do marquês. Wilhelm sentia uma grande vontade de perguntar "o que foi?", mas ele não poderia.

— Esses livros não o agradam, meu príncipe?— A princesa Elizabeth perguntou com seu tom de voz desinteressado.

Wilhelm apertou com força um livro e olhou para a princesa.

— Eu me pergunto se há Voltaire ou Rousseau aqui?

— Oh, um iluminado.— A princesa Charlotte comentou com uma risadinha, ganhando de Wilhelm uma olhar questionandor.— Acho que temos obras desses filósofos, mas não aqui.

— Estão em nossa biblioteca pessoal, se meu príncipe desejar, podemos enviar alguém para buscar.— De forma alguma, Wilhelm mesmo poderia ir, seria uma ótima desculpa para fugir. Mas antes dele poder falar qualquer coisa, Elizabeth já havia chamado sua dama.— Srta. Leke, traga um livro da biblioteca para Wilhelm, por favor.

Se Wilhelm tinha alguma chance de sair dessa sala, ela foi embora junto com a filha do barão Leke. Agora ele estava a mercê das duas princesas, que continuavam a fita-lo.

— Há algo de errado em mim?— Agora Wilhelm não reprimiu nada e perguntou franco. As duas princesas se entreolharam.— Vocês duas me olham de uma forma tão inquisitiva.

Ambas as princesas olharam para Wilhelm com um sorrisinho.

— Não nos leve a mal, Wilhelm. Estamos apenas curiosas.— Curiosas? Wilhelm frazio o cenho para as palavras de Charlotte.— Também estamos com um pouco de inveja. Você é muito bonito, lindo, Katherine teve muita sorte. Muito diferente de Elizabeth e eu.

O que ela queria dizer com isso? O príncipe olhou para Elizabeth buscando saber, mas a segunda princesa simplesmente riu tensa.

— Charlotte, a beleza não é o mais importante.— A princesa mais nova revirou os olhos.— Ela é tão engraçada, não é?

— Acho que ela está com medo, isso sim.— As duas encararam Wilhelm fortemente, principalmente Charlotte.— Estou apenas sendo sincero.

— E como está.— Wilhelm deu de ombros. A princesa Elizabeth ficou mais um pouco calada, mas ainda assim o encarando, ambas o encarando. As vezes ele se perguntava o que havia de tão interessante em seu rosto.— Então você é um homem do iluminismo, Wilhelm? Seu gosto literário é tão... interessante.

Wilhelm não entendia isso. Qual era o objetivo delas com essas perguntas?

— Realmente, é uma leitura que me dá muito prazer. Além de me fazer abrir os olhos para muitas coisas.— Como as injustiças. Um sorriso surgiu nos lábios de Wilhelm.— Em casa eu tinha uma grande coleção de livros iluminados, meu pai não gostava muito, mas não é como se a opinião dele fosse importante.

O sorriso de Wilhelm virou uma risadinha, ele ainda lembrava das muitas vezes que seu pai lhe ameaçou. Eram tantas ameaças, mas todas não passaram disso, ameaças.

— Assim parece até que você não gosta dele.— Olhando para Charlotte, o príncipe assentiu sorrindo. Wilhelm não tinha vergonha de admitir, ele despreza seu pai, tinha quase ódio.— Oh, meu Deus, então...

— Charlotte, minha rosa — O marquês chamou pela princesa, certamente ele não estava gostando dessa conversa.— Por que você não toca algo para nós? Eu gostaria tanto de ouvir cravo, e tenho certeza que Wilhelm também, estou certo?

Não habitava em Wilhelm coragem o suficiente para ir contra aqueles olhos frios. O príncipe dinamarquês assentiu. Acatando o desejo do pai, Charlotte sentou em frente ao cravo e começou a tocá-lo. Ela tocava com muito talento, por sinal, Wilhelm estava impressionado.

— De fato não me importo muito com meu pai.— Olhando para Elizabeth, Wilhelm respondeu. Mas a princesa o olhou com... pena?— Ele é apenas um beberão sujo e violento. A escória humana.

Essa última parte o príncipe falou com um ódio e ressentimento maior, que chegou a assustar a princesa a sua frente. Talvez Wilhelm tenha se deixado levar por um momento.

E pela primeira vez, a sala inteira ficou em um leve silêncio, o único barulho ouvido era a melodia que Charlotte tocava. E novamente Wilhelm sentia-se no centro das atenções, mas que sensação terrível. Onde estava essa Srta. Leke!?

— E como estão indo você e Katherine, Wilhelm?— Essa pergunta da marquesa quase assustou o príncipe. Ele não esperava por isso.— Eu sempre pergunto a Katherine, mas todas as respostas que ela dá são vagas.

Fitando a marquesa, Wilhelm pensou no que responder. Ele gostava muito da personalidade mais calorosa dela, sempre gentil, calma e feliz. Mas no momento não havia como fugir.

— Continuamos do mesmo jeito desde que cheguei aqui semana passada. Isso é bom, de certa forma.— Pelo menos ela o ódio dela não cresceu, apenas o ressentimento.— Está sendo muito difícil. A princesa é muito..

— Katherine não é muito adepta a mudanças, Wilhelm.— Um pouco mais séria a marquesa interrompeu o príncipe. Mas a princesa não ser adepta a mudanças não significava o destratar.— Esse foi um arranjo muito rápido, um casamento inesperado. No momento ela é um pouco difícil, mas logo as coisas irão melhorar. Não se preocupe.

Certo, estava sendo difícil para Katherine. Mas e ele!? Wilhelm também não estava achando fácil.

— A palavra difícil não é a melhor para descrevê-la, minha marquesa.— Wilhelm e Katherine mal conversavam, e quando o faziam, nunca era uma conversa agradável. Ele tinha sim uma parcela de culpa. Mas a princesa não gostava dele.— Sua filha é na verdade...

— Um cavalheiro não fala mal de uma dama.— Que voz era essa?

Ao olhar para o lado Wilhelm descobriu. Era um jovem de maneiras agradáveis e gentis, embora parecesse um marinheiro. Quem era ele? Mas não foi exatamente isso que chamou a atenção de Wilhelm. Esse cavalheiro estava com Katherine entre os braços. Será que...?

— Mamãe, veja quem veio nos visitar!— Muito alegremente Katherine falou enquanto puxava o cavalheiro.— Eu estava começando a pensar que tínhamos brigado, James.

A marquesa levantou de seu lugar e foi até o jovem, que sorriu amplamente para todos, ou melhor, quase todos. O olhar que ele deu a Wilhelm não foi "feliz".

— Que felicidade! Por que você não veio antes, James?— James. Esse então era o nome dele. Essa tal James encarava para Wilhelm com muita atenção, era o suficiente para o príncipe não gostar dele.— Wilhelm, esse é James Berkeley, o duque de Bravandale. É um amigo da família.

— E meu melhor amigo, a pessoa mais próxima de mim.— Mesmo? Era bem visível. Mas Wilhelm não deixava de se perguntar se esse James era o motivo do desacordo entre ele e Katherine. De qualquer forma, Wilhelm era muito mais bonito.— Vamos sentar, James? Estávamos conversando nos jardins a pouco.

O duque e Katherine sentaram juntos em um sofá. Pareciam até um casal, e esse James parecia estar aproveitando.

— Lembro-me de Sua Graça no casamento.— O duque desviou seu olhar de Katherine, para Wilhelm.— Mas não me lembro de seus comprimentos.

Bravandale nem mesmo teve a dignidade de responder a Wilhelm. Mais um que não gostava dele. Perfekt.

— E como está indo a guerra nas colônias, meu marquês?— Apesar do duque fazer essa pergunta ao marquês, ele continuou encarando Wilhelm.

— Sem nada de muito importante.— Quase entediado o marquês respondeu.— Está estranhamente tudo calmo.

Esse James parecia até um membro da família, suas conversas mostravam isso. Mas Wilhelm achou muito interessante os olhares que o marquês e a marquesa estavam sempre trocando durante essa conversa. O que significavam?


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Notas finais do capítulo

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