La Belle Anglaise escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 20
19. Violentos Confrontos.




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Noite anterior| Bristol House, Bristol

Todas as ordens que os Tudor-Habsburg davam para a Guarda Germânica tinham uma espécie de "prazo de validade", alguns tinham um período longo, então haviam outros que valiam por pouco tempo. E a atual ordem fazia parte desse segundo grupo.

Sir Eliot Palmer, o novo capitão da Guarda Germânica, parou em frente a uma janela e encarou a brilhante cidade na sua frente. Nesse momento os bristolians abastados deveriam estar em alguma festa ou evento social, enquanto os mais humildes se preparavam para dormir. Consequentemente a cidade parecia muito calma.

Fechando os olhos fortemente, o militar respirou, suspirou e abriu os olhos, não era um engano, Bristol estava realmente calma. Talvez realmente tenha sido desnecessário tudo isso.

— Sir Eliot?— Ouvindo a voz de seu assistente, John Coleman, o capitão assentiu.— O grupo de Melman enviou notícias da ala leste.

— Onde estão as joias da anglicização.— Embora muito dificilmente alguém fosse entrar em Bristol House apenas pelas joias.— Há algo de preocupante? Algum arruaceiro ou vagabundo?

— Nada a se preocupar, Sir. Só um beberão que fez piadas maliciosas sobre os sabres dos guardas.— Sir Eliot balançou a cabeça negativo. Sabres eram armas, não brinquedos. Coleman permaneceu calado por um momento, seguindo o capitão, até que desistiu:— Tudo tem sido muito calmo ultimamente, chega até a ser estranho.

Novamente suspirando, Sir Eliot desviou a visão da cidade e olhou de lado o assistente.

— É muito natural. Bristol House está sendo protegida por homens armados com armas de fogo, o povo está com medo.— Qualquer um iria ficar.— Responda-me algo, Coleman. Há alguém em frente a residência?

— Sequer uma alma viva.

Talvez os protestantes realmente tenham ficado com medo e recuado. Isso era muito bom, Sir Eliot poderia voltar calmo para Londres, sabendo que Bristol estava em paz e tendo certeza que Camilla iria parar de reclamar.

— Mais alguma coisa, Coleman?— Desistindo de encarar Bristol, o capitão voltou-se ao assistente. Agora com uma expressão aliviada.— Não quero deixar nenhum assunto pendente.

— Isso é tudo Sir.— Permitindo-se a uma liberdade, Coleman sorriu malicioso.— Imagino que Lady Palmer esteja ansiosa para voltar a Londres?

Ansiosa não era a melhor palavra, Camilla estava extremamente feliz. Lembrando da tola alegria da esposa, Sir Eliot riu e assentiu a Coleman.

— Você nem imagina.— Com certeza logo um pequeno Eliot Palmer seria anunciado. Esse pensamento fez o capitão rir novamente, ao mesmo tempo que negou com a cabeça.— Mas eu até que gostei daqui. Aquela família é muito boa, mas... gostam muito de um escândalo. Coleman, você deveria escutar os gritos da marquesa, são divinos.

Se não fosse uma princesa, com certeza a marquesa seria uma soprano. Ela dava cada grito estridente quando brigava com o príncipe Wilhelm. Sem contar nas noites claro, era um show de escândalo.

Percebendo o que seu superior estava pensando, Coleman começou a rir zombeteiro junto com Eliot. Os julgamentos de quem estava fora sempre eram horrivelmente sinceros.

— Suas piadas sobre os Tudor-Habsburg ainda vão te colocar em maus lençóis, Eliot.

No final do corredor apareceu Lady Palmer, que parecia incrivelmente chateada. Mas não foi o suficiente para fazê-los parar de rir.

— Eu não consegui evitar.— A dama negou com a cabeça e estendeu sua mão para Coleman beijar, o que rapidamente foi feito.— Você não deveria estar arrumando suas malas para nossa viagem?
— Sim, as minhas eu arrumei.— Ah, as dela. O sorriso de Sir Eliot agora quase morreu.— Sou uma Fleming, Eliot, não uma criada.

Poderia ser até mesmo uma escrava e Eliot ainda duvidava muito que ela fosse algum trabalho muito pesado. Talvez Camilla fosse uma pobre com espírito de grandeza.

— Amanhã eu cuidarei disso.

— Amanhã? Eliot eu espero que cheguemos em Londres antes do almoço, porque eu quero ir no jantar de Lady Harrington.— Ela realmente iria falar disso agora? O capitão olhou para Coleman e balançou a cabeça.— Por favor, Eliot! Não é comum Lady Harrington lembrar que nasceu Fleming.

E por que será? Esse assunto dos Harrington já estava irritando Sir Eliot. Muitas vezes ele avisou a esposa que não era apropriado falar sobre esses assuntos perto dos subordinados, mas... Um estrondo, seguido por passadas fortes e apressadas, dissipou os pensamentos do capitão.

— Sir Eliot! Sir Eliot! Capitão!— O causador desses barulhos revelou ser um guarda, que chamou por Palmer completamente aterrorizado.— Estão... estão atacando!
— Atacando!?— O guarda assentiu, embora tentando recuperar o fôlego.— Mas não escutamos nada.

A menos que... Sir Eliot encarou alarmado Coleman, o ataque não fosse em Bristol House!

— Eles estão em Marquise Square, capitão! Estão destruindo a praça!

Foi o suficiente. Imediatamente Sir Eliot mandou Coleman chamar reforços, ordenou que o guarda levasse Lady Palmer para seus aposentos e foi pegar seu cavalo nos estábulos, Marquise Square não era muito longe, mas seus homens tinham que vê-lo de longe.

Não demorando muito Sir Eliot chegou na praça em construção, um presente da marquesa para a cidade. E assim que chegou, o capitão realmente descobriu o que estava acontecendo nesse lugar: era uma terrível confusão. Os guardas germânicos estavam todos em posição para atirar, esperavam apenas o sinal, e na frente deles, mais afastados, estavam revoltosos.

Estavam todos raivosos, gritavam fortemente, alguns até mesmo pegaram as pedras da construção e ameaçavam jogar nos guardas, enquanto ainda outros subiram no pedestal onde ficaria a estátua da marquesa e gritavam ofensas a Guarda Germânica e aos Tudor-Habsburg, e foi esse grupo que viu Sir Eliot chegando.

— Mas olhem, se não é Sir Eliot Palmer!— Aos gritos de certo homem, um dos que estavam no pedestal, a multidão calou-se.— Veio aqui para nos matar!?

Uma onde de vaias foi direcionada a Sir Eliot, até mesmo insultos. Mas o capitão manteve a calma.

— Vim aqui em nome da mais bela dama, a marquesa de Bristol!— Com a menção da marquesa, o líder sinalizou para a multidão parar as vaias.— Agindo em nome dela, o príncipe Wilhelm...!

— O dinamarquês não importa! Queremos a marquesa!— Dessa vez a origem desse grito foi desconhecida.— Queremos a marquesa!

Essa frase começou a ser repetida pela multidão, tanto que nem mesmo os líderes deles sabiam o que estava acontecendo. Demorou um pouco, mas finalmente o interlocutor de Sir Eliot conseguiu acalmar os seus.

— O que a sua senhora quer, Palmer?

— A marquesa deseja unicamente a paz, saber quais as suas reclamações e servir como uma ponte entre o governo do condado e...

— Mentiroso!— O que!? O capitão procurou o dono dessa voz, mas logo novas acusações vieram:— São todos alemães mentirosos! Uma marquesa mentirosa!

Um alvoroço surgiu entre os revoltosos, acusações contra e a favor, o movimento parecia estar dissolvendo de dentro para fora. A confusão estava ficando tão grande que nem mesmo os líderes tinham mais controle do que estava acontecendo. Por causa disso os guardas voltaram a apontar suas baionetas para a multidão.

Como resultado, a confusão ficou ainda pior. Sir Eliot até tentou intervir:

— Sejamos razoáveis, por favor! A marquesa... Ouch!

Alguém acabou jogando uma pedra no capitão da Guarda Germânica, não era muito grande, mas o suficiente para distraí-lo e causar um problema ainda maior. 

— Atirar!— Foi impossível saber a origem dessa ordem. Mas ela foi seguida e os tiros foram dados.

*****

Na sala dourada, Wilhelm continuava na mesma posição, olhando para o chão. Um tapa, Katherine lhe deu um tapa. O príncipe levou uma mão a bochecha, que ainda ardia, e fechou os olhos. Quem ela pensava que era!? Quem a deu esse direito!?

Deixando por um momento a raiva tomar de conta, o príncipe encarou furiosamente a esposa. Não era o primeiro tapa que ela dava nele, mas era o primeiro que Wilhelm não poderia perdoar. A última pessoa que deu uma bofetada nele, o príncipe Carl, arrependeu-se amargamente.

— Por quê?— Até mesmo no tom de voz dele havia raiva, mas Wilhelm tentaria se controlar.— Por que disso, Katherine?

A princesa o encarou, cheia de desdém irônico, e balançou a cabeça, como se ele desse nojo. Seria um pecado querer retribuir o tapa? Wilhelm nunca desejou tanto fazer isso. Mas ele não era um monstro para bater na própria esposa. 

— Eu já não lhe disse? Agora você também é surdo, Wilhelm!?

— Não brinque comigo, Katherine.— Apertando fortemente seus punhos, o príncipe encarou a esposa.— Eu não sou um brinquedo.

— Armas também não são brinquedos.— Armas? Os olhos de Wilhelm arregalaram percebendo do que ela falava.— Como você pôde dar ordens para atirar em bristolians!

Exatamente o que ele acabou de pensar. Não aguentando olhar nos olhos de Katherine, Wilhelm voltou-se para o lado. Havia um grande espelho bem ao lado do príncipe, um que mostrava claramente a marca vermelha em sua bochecha. Isso bastou para fazer a raiva dele dominar sobre a vergonha.

— Não é comum para absolutistas atirar em seu próprio povo!?— Era uma acusação e Wilhelm entendia muito bem a gravidade. Mas ele não aguentou e gritou logo mesmo.— Fiz apenas o que é natural para tiranos!

— Tiranos!?— Katherine perguntou ofendida. Sorrindo ferozmente irônico, Wilhelm assentiu.— É uma ofensa? Está querendo dizer alguma coisa?

— Não, não é uma ofensa, mas sim a verdade!— A voz do príncipe tremeu, mas ele falou.— Talvez os americanos tenham razão em se revoltar contra a Grã-Bretanha, contra o rei, contra os Tudor...

Levantando novamente a mão, sinalizando outro tapa, Katherine calou ele. Não por medo, mas sim indignação. Agora havia uma princesa raivosamente ofendida e um príncipe ferozmente indignado.

— Não ouse falar assim comigo, Wilhelm! E não duvide do meu amor por Bristol.— Amor? Ele riu e balançou a cabeça. As ações dessa família não mostravam amor.— Não tem medo de outro tapa?

— Você não teria coragem para tal coisa, Katherine.

— Não?— Deixando a raiva de lado, a princesa deu uma risada cheia de escárnio, até que parou e encarou ferozmente o marido.— O que faz você ter essa certeza?

Parecia até uma ameaça. Era uma ameaça. Wilhelm negou com a cabeça, ela não poderia fazer uma coisa dessas! Mas ainda assim fez. Quando Wilhelm menos imaginava, Katherine levantou a mão deu uma segunda bofetada nele. O príncipe imediatamente olhou para o espelho, sua bochecha estava vividamente vermelha!

Essa ação apenas aumentou a raiva do príncipe, enquanto não ajudava em nada a da princesa. Wilhelm encarou furioso a esposa, e bufou, realmente estava sendo difícil se conter. Katherine novamente levantou a mão e tentou dar um terceiro tapa no marido, mas dessa vez Wilhelm conseguiu agarrar o braço dela, a parando no meio da ação.

— Um homem não aguenta tudo.— Rindo com escárnio, Katherine tentou puxou o braço, mas Wilhelm não estava disposto a soltá-la.— Não sou uma saco de pancadas.

Encarando a esposa, e fazendo isso o mais fixamente possível, Wilhelm enfim a soltou.

— Por acaso você está me ameaçando?— Agora livre, Katherine perguntou retribuindo o olhar.

— Não, ameaçando não.— Longe disso, Wilhelm não ameaçava. O príncipe sorriu afetado.— É um aviso. Eu não vou aguentar tudo.

Eles ficaram em silêncio. Por um momento Wilhelm até pensou que Katherine iria tentar dar outro tapa nele, mas muito ao contrário disso, ela balançou a cabeça e afastou-se dele.

Os pensamentos da marquesa eram os mais diversos. Iam de raiva, medo a frustração. Como uma coisa dessas poderia ter acontecido!? Por que esse tipo de coisa tinha que acontecer com ela!? Tentando acalmar seus próprios pensamentos, Katherine começou a andar pela sala. Ela balançava a cabeça e sussurrava consigo mesma.

Atrás dela, Wilhelm apenas observava calado as ações da esposa. Nesse momento ele também estava tentando colocar seus pensamentos em ordem, voltar a calma. Mas, aparentemente, foi Katherine que acalmou-se primeiro.

— O que você tinha na cabeça quando deu essa permissão, Wilhelm?— Ela falava com um tom tão repreendedor e diminuto, mas pelo menos a raiva foi colocada de lado.— Você não imaginou que poderia resultar num desastre?

— Seus honoráveis conselheiros disseram que era necessário, que um desastre ainda maior aconteceria caso nada fosse feito. Então eu aceitei.— E talvez tenha sido a pior decisão da vida dele.— Mas francamente, nada de ruim vai acontecer.

Alguma das palavras dele fizeram Katherine rir com escárnio e negar com a cabeça.

— Quem garante? Não estamos no continente, Wilhelm.— Isso de fato era visível. Mas assim ele queria acreditar na passividade britânica.— Lá quando um rei envia soldados, o povo se curva e aceita obedientemente, mas aqui não é assim. Os ingleses não são covardes, eles lutam contra o que consideram errado.

Era uma verdade inegável, ao menos a primeira parte. Wilhelm se perguntava onde Katherine queria chegar com essas palavras. Mas ele sabia para onde iria.

— Pode até ser, mas você não se lembra dos Motins de Gordon? Tantas pessoas morreram naquela ocasião.— A princesa semicerrou os olhos curiosa.— Talvez os ingleses tenham visto que, as vezes, simplesmente não vale a pena lutar.

Uma vergonha, uma terrível vergonha. Isso que Wilhelm sentia que era. A sua mandíbula tremia com suas próprias palavras. Mas o príncipe falou mesmo assim. Ele não poderia mostrar que estava errado, porque talvez houvesse alguma razão em suas ações, tudo dependeria do resultado em Bristol.

Mas isso era ele, a marquesa continuava com uma expressão de raiva e incredulidade no rosto.

— Se você quer acreditar nisso, tudo bem. Não posso fazer nada, afinal.

— Mas?— Porque deveria haver um mas.

— Tão engraçadinho.— Não havia no rosto do príncipe nenhum sorriso, ele entendia a gravidade da situação.— Você tomou essa ação sem me consultar, consultar minha mãe. Isso me deixa enraivecida! Você não tinha esse direito, Wilhelm!

Realmente, ele não tinha, Wilhelm sabia disso e lhe doia muito também. Mas ela não poderia tentar entender a situação dele? Wilhelm estava sozinho.

— Tomei essa decisão pensando no seu bem, Katherine. Você estava tão lastimável e desgraçada.— Ouvindo a defesa dele, a marquesa simplesmente negou com a cabeça. Quase que julgando ele. Bastava.— Você realmente acha que tinha cabeça para tomar qualquer tipo de decisão naquele momento? Faca-me o favor, Katherine.

Essas palavras conseguiram atingir Katherine, mas não de uma forma positiva. Ela encarou Wilhelm raivosa. Nesse momento ele queria rir de si mesmo. Depois de cuidar dela, era isso que ele recebia? O mundo muito ingrato mesmo.

— Não importa, você errou! O que as futuras gerações irão pensar se acontecer um massacre!?— Poderiam pensar qualquer coisa! Eles não era ninguém!— O que vão pensar de mim!? Wilhelm, ore a Deus para que nada aconteça em Bristol, ou eu vou destruir você.

— Me destruir?— Chegava a ser hilariante... mas Wilhelm não conseguiu achar graça.— Eu fiz o que o seu conselho mandou, não tenho culpa de nada.

— Não?— Agora já bastava, ele não era obrigado a nada.— Quem disse que você deveria escutar aqueles... Wilhelm? Para onde você está indo!?

Para longe, muito longe. Wilhelm cansou de ouvir o que já sabia e, rodeando pelo outro lado da mesma, saiu da sala. Ele tinha suas próprias preocupações, foi com o coração na mão que assentiu com esse crime, Katherine não estava ajudando em nada.

Era praticamente uma fuga, ele andava rapidamente na frente, enquanto ela vinha logo atrás chamando por seu nome. O objetivo de Wilhelm era se trancar no quarto, mas quando entrou no hall, o príncipe teve uma surpresa. O Conselho de Bristol, a marquesa viúva, as damas de companhia e os cavalheiros estavam junto com... Sir Eliot Palmer.

— Sua Alteza, eu...— O capitão iniciou.

— Eu disse para não me dar as costas, Wilhelm!— Chegando no hall, Katherine assustou-se com as pessoas.— Milordes, mamãe e... Sir Eliot.

Todos fizeram uma mesura a marquesa. Havia um ar de tensão no ar... era angustiante.

— Acho que Sir Eliot veio dar seu relatório sobre Bristol, minha rosa.— Dando um passo para frente, a marquesa viúva avisou.

— Muito bem. Sir Eliot, como foi em Bristol?

A marquesa encarou fortemente o marido, completamente convencida que estava certa. Quase fazia Wilhelm sentir raiva. Mas ao invés disso, ele encarou o capitão da guarda, que apesar de desalinhado, parecia calmo.

— Nada aconteceu em Bristol House, Sua Alteza Sereníssima. Foi uma calma estadia.— A respiração do príncipe voltou ao normal ouvindo isso. Wilhelm encarou Katherine e sorriu vitorioso, embora ela estivesse muito ocupada na própria calma.— Mas não posso dizer o mesmo de Marquise Square.

Oh, Santo Cristo! Katherine imediatamente encarou Wilhelm, e com tanta raiva que dava até medo.

— O que aconteceu em Marquise Square, Sir Eliot?— Como a marquesa estava muito ocupada julgando o marido, a marquesa viúva perguntou.— Foi grave?

Sir Eliot Palmer não respondeu imediatamente. Ele pensou por um momento, pensou novamente, e quando encontrou uma resposta, ele praticamente jogou-se nos pés de Katherine.

— Perdão. Perdão, minha marquesa! Aconteceu tão rápido, estavam gritando, zombando... um caos!— O que exatamente aconteceu? Com os olhos trêmulos, o capitão encarou Katherine.— Um mal-entendido causou tiros... foi um desastre. Pessoas foram feridas e... ouso dizer que algumas até mortas.

Todos ficaram calados, seja por horror ou surpresa. Katherine parecia presa em seus próprios pensamentos, com uma expressão perdida, a única ação dela foi virar-se e encarou o marido, completamente acusadora. Se Wilhelm focasse nos olhos dela, ele poderia sentir que era um anjo o julgando. Mas o príncipe não precisava de anjo, a verdade era o suficiente.

— Eu... Katherine, eu...— Não havia como falar, as palavras já nasciam mortas.

— Fez muito bem em me informar, Sir Eliot. O Sir cumpriu suas ordens.— Tentando mostrar pena, Katherine sorriu ao capitão.— Milordes, imagino que nesse momento toda Londres já deve estar sabendo o que aconteceu, e se não estiver, o rei está.

— O que a senhora vai fazer, minha marquesa?— Lord Ormond perguntou.

Suspirando pensativo, a marquesa pegou o braço do marido e voltou-se a ele.

— Mandem preparar a minha carruagem para St. James.— Virando-se de costas, ela puxou o príncipe.— Vamos para nosso quarto?

Que fosse como ela quisesse. Não recebendo uma resposta, Katherine simplesmente o puxou mesmo. Toda essa raiva era desnecessária.

— Katherine, eu...

— Não me venha com desculpas e remorso, Wilhelm. Temos que nos explicar ao rei.

Mas ela nem sabia o que ele queria dizer. Além do mais, Wilhelm não sentia culpa, e muito menos remorso, por mais terrível que pudesse parecer.

Não demorando muito a berlinda da marquesa foi preparada e juntos eles foram para o Palácio de St. James, onde receberiam o "julgamento" do rei. 


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Notas finais do capítulo

° Originalmente esse capítulo e o próximo eram apenas um, mas na revisão eu percebi que o formato usado por mim era muito confuso, então eu dividi em dois. O que era resumido ficou mais detalhado.

° A primeira parte desse capítulo é revolucionária, vai demorar um pouco para aparecer, mas eu comecei a "expandir" minha escrita. Aqui foi o inicio, por isso devo confessar que não ficou as mil maravilhas.

° Antes que eu me esqueça, La Belle Anglaise no Pinterest: https://pin.it/3CLe2IM



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