La Belle Anglaise escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 16
15. A Marquesa.




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05|08|1780 Bristol House, Bristol

No mausoléu dos Tudor-Habsburg, a algumas milhas de Bristol House, o 3° marquês de Bristol já encontrava-se sepultado, no mesmo salão que seus avós e pais, agora ele apenas esperava pela esposa. Era um dia triste e sombrio para os Tudor-Habsburg, e para muitos na Inglaterra também.

Para todos os efeitos, Katherine era a 4° marquesa e segunda mulher a ter esse título. Ela era tudo, tinha tudo... Não era para acontecer assim tão cedo, mas a julgar pelo histórico familiar dos Tudor-Habsburg, nada diferente poderia ser esperado. Mesmo assim, as coisas aconteceram muito rápido.

Mas Katherine não iria chorar, não iria ajudar em nada. Nesse momento ela deveria ser forte e fazer as coisas como elas deveriam acontecer. E levando isso em consideração, a primeira coisa que a nova marquesa fez foi proibir o uso de preto para o luto. Por qual motivo? Nenhum Tudor-Habsburg ficava bem de preto.

De qualquer forma, a nova marquesa tinha a permissão do rei, e fez o que bem achou melhor com essa permissão. Agora o novo casal Bristol estava esperando atrás de uma porta na Bristol House.

— Ainda não consigo acreditar que você realmente fez isso, Katherine.— Ouvindo o marido, Katherine revirou os olhos. Que ótimo momento para falar.— Na verdade, se veio de você, acredito sim.

— Então por que da surpresa?

— Não precisa responder assim.— Já perdendo a paciência, a princesa encarou o marido dura. Não precisava?— Sei que a situação não é própria, mas...

— Exatamente, Wilhelm. A situação não é própria para suas reclamações.— Ele estava tão bom antes consolando ela. A nova marquesa voltou a encarar a porta plácida.— O preto não combina com os Tudor-Habsburg, Wilhelm. É uma cor tão... sombria, triste e sem beleza.

Os Tudor-Habsburg nunca ficavam bem usando essa cor, talvez ninguém ficasse. O príncipe balançou a cabeça. Por que ele não mostrava seu descontentamento depois? Agora não era o momento, Katherine tinha que se preparar para o que viria.

— Você acabou de definir quase que perfeitamente a palavra luto.— A marquesa suspirou cansada e encarou o marido.— Não sinta-se na obrigação de me responder.

Admirável a preocupação que ele tinha. Mas Wilhelm começou e teria que aguentar até o final.

— Meu querido príncipe, um Tudor-Habsburg sem beleza, não é nada. Sem brilho, grandeza e aparente alegria, somos apenas pessoas normais e sem qualquer dignidade imperial para sermos servidos.— E isso era a última coisa que um deles merecia.— Durante todo o seu período como príncipe e marquês, meu pai lutou para mostrar uma família poderosa, cheia de grandeza e beleza, uma família quase divina. O caos prepotente que a marquesa Anne deixou, papai consertou.

— E que relação existe entre isso e a nova cor de luto?— Havia um tom irônico nele, mas... Katherine sabia que Wilhelm tinha entendido.— Diga logo, eles logo irão te chamar.

— Papai nos ensinou a nunca mostrar fraqueza em público. Devemos sempre mostrar o que temos de melhor.— Parecia até instigante, era instigante. Mas ainda necessário.— Até mesmo no luto devemos ser belos e gloriosos.

Um silêncio se instaurou entre os dois. Apesar de estar esperando uma resposta do marido, ela não veio e o príncipe simplesmente aproximou-se da esposa e pegou seu braço, tal como era apropriado. Ele havia entendido, talvez não concordasse, mas iria aceitar. Suspirando, Katherine voltou a olhar para a porta.

— Devemos estar preparados quando Lord Pembroke lhe chamar.— Desviando o olhar da porta, a princesa encarou Wilhelm, que já a encarava. Era como olhar para um futuro de incertezas.— Certa vez você me disse que seus avós eram os William e Mary da sua família, e nós, Katherine? Quem seremos? A rainha Anne e o príncipe George da Dinamarca?

Do outro lado da porta três estrondosas batidas foram ouvidas. A hora havia chegado. Mas o casal Bristol nem parecia preparado.

— Não seremos ninguém, Wilhelm.— Na frente deles, as portas começaram a ser abertas. O inferno estava sendo aceso.— Seremos simplesmente eu e você.

— Sua Alteza Sereníssima, a princesa Katherine de Niedersieg, princesa Wilhelm da Dinamarca e Noruega, a marquesa de Bristol!— Assim que as portas duplas da sala foram abertas, o barão Pembroke os anunciou ao mundo.— Sua Alteza, o príncipe Wilhelm da Dinamarca e Noruega!

A vista de todos os presentes: o Conselho de Bristol, a marquesa viúva, as damas de companhia, o enviado de Niedersieg, alguns outros enviados continentais, o príncipe Henry, a condessa de Aberavon, agora também baronesa von Habichtsburg, e outros nobres e pessoas importantes, Katherine e Wilhelm caminharam até o elevado onde estava a cadeira prateada de Niedersieg. Chegando em seu lugar, a marquesa se posicionou, sozinha, em frente a cadeira soberana.

— Em meio a guerras e rebeliões, meu pai, o marquês de Bristol, morreu, deixando uma grande herança dinástica para minha administração. Sendo uma mulher, frágil e sem experiência, sei que nada conseguirei fazer sozinha, que irei precisar de auxílio. Por isso mesmo confiarei na preciosa e sábia ajuda do Conselho de Bristol e do meu bom marido. Tenho certeza que, junto da minha força de vontade, eles me farão gloriosa.— Sem nenhuma surpresa, não houve reações. Nesse momento, Lady Pembroke entrou na sala com Richard e o entregou a marquesa. Segurando seu bebê, Katherine sentou na cadeira de Niedersieg.— Assim como tenho certeza que irão me ajudar como regente. Conheçam o príncipe de Niedersieg e sua regente.

Não houve reações alguma a não ser aplaudir, aplausos esses que eram dos mais variados tipos: entusiasmados, céticos e horrizados com essa situação. Katherine sabia de uma coisa: ela havia conseguido dar o que falar. Agora era esperar os resultados. E muitos dos resultados seriam comentários de como ela era hipócrita. A marquesa falava de submissão e obediência, mas ao mesmo tempo mostrava orgulho, falta de respeito e desconsideração.

Nenhum dos pensamentos estava completamente errado, ou completamente certo. Katherine sabia muito bem o que havia feito. Ela havia sinalizado que faria tudo que um príncipe normalmente faria. Richard era príncipe de Niedersieg, mas era a marquesa que reinava, o poder pertencia a ela. Em outras palavras, Katherine deu um golpe.

Talvez ela tenha sido um pouco extrema realmente. Devolvendo Richard a Lady Pembroke, Katherine levantou da cadeira e estendeu sua mão ao príncipe. Mas estava feito, não havia mais volta. Por que estava demorando tanto?

Ao olhar para o marido, a princesa percebeu o olhar decepcionado de Wilhelm. A oposição dele era esperada, Katherine não iria se compadecer. Voltando ao agora, o príncipe pegou a mão dela, mas ao fazer isso, direcionou a princesa um sério olhar duro.

— Que espetáculo foi esse?— A resposta de Katherine foi permanecer plácida e olhar para frente. Wilhelm novamente sussurrou:— Diga logo que loucura foi essa?

Os dois desceram do elevado e pararam, apenas esperando alguém se aproximar.

— Foi o que aparentemente foi.— Rapidamente Katherine sussurrou. O enviado de Niedersieg veio na direção do casal.— Conde von Heingein! Como sou abençoada.

— Abençoados somos eu e Niedersieg por tê-la como regente e senhora, Sua Alteza Sereníssima.— Pegando a mão da marquesa, o conde a beijou em uma mesura. Era um bajulador, esses diplomatas mais jovens eram todos assim.— O barão von Frieden terá uma enorme alegria ao ler o relatório sobre hoje.

Barão von Frieden?— Ao lado dela, Wilhelm sussurrou confuso.

— O chanceler do tesouro de Niedersieg.— O homem que cuidava de tudo no principado. O príncipe novamente sussurrou, mas dessa vez ela não escutou.— Envie ao barão meus comprimentos, von Heingein.

— Eu farei isso, minha princesa.— Era "minha marquesa" agora. Com seu sorriso, o conde mudou sua atenção para o príncipe atrás de Katherine, e o encarou por certo tempo. Até que o sorriso morreu e von Heingein voltou a princesa.— Von Frieden envia os pêsames a família principesca.

O enviado lembrou Katherine do motivo de tudo isso. O sorriso da princesa morreu, ela voltou a placidez e assentiu ao conde. Passando dele, a próxima pessoa que se aproximou foi a marquesa viúva. Havia no rosto dela um superficial sorriso bondoso, um que escondia os mais tristes sentimentos.

— Oh, Katherine, minha bela rosa Katherine.— A viúva fez uma respeitosa mesura para a filha. Katherine mordeu os lábios para não falar ou mostrar sentimentos.— Você agora é marquesa, a senhora de tudo e todos. Não sei nem o que dizer.

— Não fale nada, é desnecessário.— Estava sendo muito difícil guardar os próprios sentimentos. Eram duas mulheres de luto, uma perdeu o marido, a outra o pai.— Levante-se, mamãe. A senhora é a segunda mulher mais importante da família.

— E desejo deixar isso bem claro, minha marquesa. Todos devem ver que já não sou a mais importante.— E isso custava a dignidade dela? Mas para o alívio de Katherine, a marquesa viúva logo se ergueu.— Estarei sempre do seu lado, qualquer preocupação que tive me procure, Katherine.

A marquesa assentiu grata. O pai havia morrido, mas ela ainda tinha o apoio da mãe. Katherine estava emocionada, o que não se estendia a Wilhelm.

— Certamente vamos precisar desses conselhos.— Havia tanta doçura nessa fala. Era claramente falsa. Katherine encarou o marido sorrindo, mas com os olhos falando outra coisa.— Por que será que todos olham para nós?

Se eles não estivessem em público, ela mandaria ele calar a boca. A viúva riu levemente dessa cena, antes de voltar ao semblante triste.

— Creio que você deve escolher suas damas de companhia ainda hoje.

— Não acho que isso seja adequado no momento, mamãe.— Desviando seus olhar do marido, Katherine voltou a mãe.— As pessoas podem comentar que eu esqueci muito rápido. Papai foi sepultado apenas algumas horas atrás.

— Não querendo ser insensível — Mas já sendo. Qual seria a joia de Wilhelm agora?— eu devo avisar que você já escandalizou a sociedade com o azul e o golpe, Katherine. Um pouco mais não fará mal.

— Se você fizer como eu e esperar muito, será ainda pior, minha rosa.— A marquesa viúva continuou sua falar apesar do príncipe.— Use suas amigas, e eu recomendo você casar a Srta. Caroli. O visconde Ricketts é um cavalheiro que recomendo. Ele é rico, respeitável e não é feio, além de ajudar muito a filantropia. Apesar da família Ricketts ter lucrado muito com a escravidão no passado, o visconde é um abolicionista e já fez grandes doações ao meu comitê.

Talvez a precipitada aqui fosse a marquesa viúva. Katherine balançou a cabeça pensando, ela não poderia forçar Josephine a casar, mesmo que Lord Ricketts tivesse uma oratória fascinante...

— Mamãe, a senhora está sendo...

— A duquesa de Devonshire na sua casa também seria perfeita.— O que? A marquesa olhou dura para a mãe, que não percebeu.— Ela daria uma ótima Primeira Dama da Marquesa.

Isso não poderia! Mas antes que Katherine pudesse protestar, a marquesa viúva saiu de perto e ela ouviu uma voz.

— Sua Alteza Sereníssima,— Essa voz... ouví-la quase fez Katherine gemer de frustração. Ela nem lembrava mais da existência dessa família.— meus pêsames pela perda.

Olhando para os donos da voz, a marquesa de Bristol sorriu é Wilhelm encarou o casal, nada jovem, com desinteresse.

— Eu agradeço, Lord e Lady Bristol.— Os olhos do príncipe se arregalaram.

*****

Como assim havia um Lord Bristol? Não existiam só os Tudor-Habsburg? Nesse momento Wilhelm estava confuso, terrivelmente confuso.

— Deve estar sendo muito difícil aceitar, mas tenha fé, Deus cuidará de acalentar o sofrimento de minha senhora.— A expressão do príncipe ficou mais confusa. Esse homem parecia até um sacerdote.— Sua Alteza.

Quem eram esse homem e essa mulher? Wilhelm não fazia a mínima ideia. Ele assentiu com a cabeça ao casal e encarou Katherine pedindo uma explicação.

— Esse é o conde de Bristol e sua esposa.— Mas se existia um marquês de Bristol, não poderia existir nenhum outro título com Bristol.— São os Hervey.

— Estou honrado em conhecê-los.— O conde e a condessa assentiram.

O dois casais Bristol ficaram levemente em silêncio. Havia um certo ar de desprezo nesse silêncio, o príncipe notou.

— Devo dizer que fiquei impressionada com o seu discurso, minha marquesa, assim como sua roupa.— A condessa "elogiou" sorrindo fracamente.— Muito corajosa é a senhora.

— Certamente foi.— Wilhelm encarou surpreso a esposa. Não foi sincero. Ela voltou a razão?— Vamos, meu príncipe?

Apertando o braço dele, Katherine o puxou para longe do "casal Bristol", os Hervey. Se antes ela não estava feliz com a duquesa de Devonshire, agora estava menos ainda com esse encontro.

— Katherine?— Quando eles estavam longe o suficiente do casal, Wilhelm chamou pela irritada esposa.— Você...

— Você não deve saber, Wilhelm, mas os Hervey são cheios de inveja. Eles foram feitos condes de Bristol em 1714, e tinham sérias esperanças que também seriam feitos marqueses de Bristol.— Mas então os Tudor-Habsburg chegaram em 1721?— Mas isso não aconteceu. Naturalmente eles nos culpam, e fazem isso até hoje, quase sessenta anos depois! Tanto em 1739 quanto em 58 essa família foi contra nós.

Não se poderia negar que havia uma rixa entre as famílias, até inveja talvez. Mas isso de forma alguma envolvia ele, na verdade, Wilhelm não tinha problemas com ninguém na Inglaterra, a não ser o duque de Bravandale, que estava até que calmo, mas isso era algo a parte.

— Francamente, Katherine, sua família tem muitos problemas.— O que lembrava ele de algo.— E eu não esqueci da conversa que devemos ter.

— Não é o momento, Wilhelm.

— Sei bem disso, mas não posso evitar.— Usando todo o seu autocontrole, o príncipe manteve baixo seu tom de voz.— Você destruiu todas as coisas que eu acredito, foi uma...

— Calado, Wilhelm!— Ela falou algo, o suficiente para chamar alguma atenção. Não dando muita atenção, os dois voltaram a andar, quase sem rumo.— Não é o momento.

Dessa vez a marquesa usou um tom mais baixo, contido.

— Que seja.— Maravilhoso, agora ele também estava irritado! Katherine bufou.— Mas saiba que não serei gentil com as palavras.

— Como se já fosse.— Foi um insulto injusto, e doeu.

Wilhelm era muito bom e carinhoso com Katherine, principalmente depois que o marquês morreu. Que foi que abraçou a abraçou até ela dormir? Que acalentou ela? Foi ele, Wilhelm!

Mas, pelo que parece, eles logo encontraram um rumo. Quando o príncipe menos imaginava, ele e Katherine se encontraram com a duquesa de Devonshire, junto com o duque e a duquesa de Portland, a irmã de Devonshire. Todos ficaram em silêncio, esperando o primeiro a falar. Wilhelm fracamente se perguntava muito qual era o motivo de Katherine desgostar tanto assim de Georgiana Cavendish. Todos gostavam dela. A duquesa era carismática e gentil de verdade.

Era verdade que Katherine tinha muitas qualidades. A princesa se preocupava com os outros, era gentil, amorosa e sabia ser empática, mas apenas com quem ela queria. A verdade era que a marquesa era governada pelos preceito de sua própria família, ela nunca fazia o que era errado, não se misturava com os inferiores e muito menos ncom os de má reputação. Katherine usava uma máscara. Talvez fosse por que a duquesa fosse uma líder social.

Wilhelm também não era hipócrita para pensar que era gentil, caridoso e verdadeiramente imparcial. Mas pelo menos ele não se importava excessivamente com posição e reputação, o valor de alguém não estava no que os outros falavam, mas sim em suas qualidades. Mas infelizmente esse era um preceito que ninguém dava importância.

Os três aristocratas fizeram uma mesura a realeza, e quando se ergueram, a duquesa sorriu amplamente. Ela poderia derreter um lago siberiano assim.

— Suas Graças, fico muito agradecida pela presença de todos.— Naturalmente, Katherine começou as falas. Assim parecia até que ela gostava da duquesa.— Peço perdão por obrigá-los a deixar Chatsworth e Welbeck Abbey.

— Deveríamos estar aqui, nossas famílias são amigas a gerações.— O duque respondeu, menos austero que o normal.— O marquês era um bom amigo, excelente aliado.

— Não consigo nem imaginar como é a dor que está sentindo, minha princesa.— A duquesa de Devonshire comentou emotiva. Katherine sorriu fracamente.— Mas sua coragem e rapidez em agir o deixaria muito feliz. Pense assim.

— De fato, seu pai ficaria satisfeito.— Mais irônico, Wilhelm comentou, chamando a atenção da princesa.— Pelo menos você não está se acovardando.

Era uma crítica sim, havia um elogio junto, mas era principalmente uma crítica. Katherine fechou a cara.

— De qualquer forma eu... eu tenho um... pedido a fazer.— O sorriso da duquesa cresceu muito, parecia até que ela estava esperando esse momento.— Gostaria de ser a Primeira Dama da Marquesa... Lady Baster!?

O que!? Como assim Lady Baster!? Eles realmente não haviam percebido, mas a condessa estava atrás da duquesa e olhava para a cena com atenção. Katherine não poderia ter feito isso. Ela matou o sorriso de Georgiana Cavendish, e o da condessa também. Wilhelm encarou a esposa duramente.

— Creio que minha marquesa errou o título e o nome.— Entendendo a situação, Bess tentou remediar a situação.— Eu não posso ser a primeira dama da...
— Claro que pode Bess, você é minha amiga.— O olhar de Wilhelm persistia na esposa. Ela estava trapaceando.— Lady Courteney pode ser a Dama das Vestes e Josephine a Camareira-mor...

— A Srta. Caroli não é casada, liebe.— A menos que... Katherine assentiu.— Você não...

— Wilhelm, Josephine está noiva, não sabia?— E desde quando? Indignado com ele, o príncipe balançou a cabeça. Até mesmo Bess ficou surpresa.— A Srta. Josephine Caroli irá casar com Philip Ricketts, o 1° visconde Ricketts.

Era uma trapaça desesperada! Katherine não poderia usar uma de suas amigas apenas para afastar um desafeto. Mas assim ela fez e continuou falando com a condessa. A atenção de Wilhelm voltou a duquesa, que estava muito desapontada, havia um sorriso, mas não era verdadeiro.

— Tenho certeza que Katherine não queria lhe ofender, Sua Graça.— Virando-se para ele, Georgiana sorriu tranquila.— Ela apenas...

— A princesa Katherine nunca machuca alguém de propósito. Ela é incapaz de ofender. E meu príncipe sabe disso.— Isso... não deixava de ser verdade, até com ele Katherine tinha certo cuidado ao usar palavras.— É natural a marquesa desejar suas amigos por perto. Mas eu nunca gostei da rejeição.

— E quem seria tolo o suficiente para rejeitá-la?— A duquesa riu de Wilhelm.

— Meu príncipe é tão doce. Katherine tem sorte em tê-lo como marido.— Quanto a isso... O príncipe olhou para a esposa, que encarou ele de volta. Talvez eles tivessem sorte sim.— Eu queria que todos me amassem. Queria realmente.

Havia um sorriso melancólico no rosto da duquesa. Ela estava olhando para... o duque? Havia algum problema entre eles? O casamento deles era visivelmente infeliz. Wilhelm tentou falar algo, mas antes a própria Katherine o interrompeu.

— Não se irritem Georgiana e Dorothy, a casa da marquesa não é o lugar para duas duquesas.— Ela estava com pena?— É melhor para vocês duas brilhar na sociedade. Além do mais, os Cavendish não servem, eles andam juntos dos Tudor-Habsburg.

Isso era surpreendente. Katherine mostrou algum sentimento verdadeiro a Georgiana Cavendish. Wilhelm estava surpreendido e a duquesa também, que estranhamente ficou contente com esse consolo.

Mas antes que mais alguma coisa fosse dita, o duque de Bravandale entrou pela porta do salão e caminhou imediatamente na direção da marquesa. O que esse dumm estava fazendo aqui!? E só agora!?

— Katherine! Oh, Katherine, você deve estar inconsolável!— Para o escândalo de todos, o duque abraçou fortemente ela.— Sei como é essa dor, demora muito para passar. Mas fique calma, eu estou aqui. Tudo você pode me compartilhar.

O que ele queria provar com isso? Wilhelm encarou confuso Katherine, que o fitou de volta e negou com a cabeça. Ela estava muito mais confusa.

— Quantas vezes você terá de cavalgar desde Gloucestershire, James?— Mas dessa vez o dumm soube no momento certo, não havia possibilidade do contrário.— Poderia...

— Isso não tem importância, Katherine, eu entendendo.— Afastando-se, Bravandale permaneceu com as mãos nos ombros da princesa, e falando também:— Eu iria continuar em casa, mas então...

James Berkeley começou e não parou mais. Isso irritou muito Wilhelm, era de propósito, apenas para chamar atenção e privar Katherine dele.


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Notas finais do capítulo

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