Terapia Compulsória escrita por Miss Siozo


Capítulo 6
Problemas leves e cadeiras


Notas iniciais do capítulo

[Echeveria] Pois é, adivinha quem está postando no trabalho de novo? Pois é KKKKK

A CULPA NÃO É MINHA! Vcs merecem! Eu amo esse capítulo, ele me deixa bem calminha... ou não


Boa leitura =)



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A cadeira não chegou a atingir o escorpiano, mas foi por interferência de outra pessoa:

— Tesouro do Céu! — Shaka abriu seus olhos, uma explosão de cosmo que até fez a Agatha se segurar mais na cadeira — Inibição do primeiro sentido, o tato!

A tal da cadeira, que já estava acima da cabeça do canceriano, foi ao chão. Ele desmontou igual panqueca.

— Assim não vale!

— Shaka, puta que-

— Tesouro do Céu! Inibição do segundo sentido, o paladar! — Balançou seu rosário, que não sabia nem de onde tinha vindo. Camus sentiu sua língua ficando mole.

A única coisa que fez foi mostrar os dedos do meio para Shaka.

— Esperem a vez de vocês, idiotas. Não é a primeira nem a segunda vez que atrasam o trabalho da moça, ela está recebendo pra ver se arruma os parafusos soltos nas nossas cabeças, e nem o maior salário do mundo vai cobrir os autocuidados que ela vai precisar fazer quando sair daqui, porque vocês são uns irresponsáveis!

— É mesmo, deve ser difícil lidar com a gente… foi mal aí, terapeuta — Afrodite estava comendo uma bala que parecia no mínimo… estranha.

— Não precisava me paralisar, me solta, era só uma piadinha! — o italiano ainda estava “estrebuchado" no chão. Milo, que seria o alvo da cadeirada, levantou-se para prestar socorros ao canceriano:

— Olha só, isso é só para você ver que eu sou benevolente demais. Já aviso que se ele te soltar e você falar de jogar a cadeira em mim de novo…

— A ideia foi do corno manso do seu namoradinho aí, xinga ele, não eu! Só uma piadinha, Shaka me solta vai, nem fiz nada… — o grego terminou de ajudar o italiano, que continuava choramingando.

— E lembre-se, Camus… — se curvou e sussurrou uma coisa bem feia no ouvido do ruivo, que ficou horrorizado.

— JÁ CHEGAAAAAA VOCÊS! — Agatha gritou e tentava recuperar o ar — Senhor Milo, a benevolência se faz e pronto, não pede favores ou conta vantagem sobre os outros — disse impaciente — Quanto aos seus poderes, Senhor Shaka, poderia ter me contado antes. Eu peço encarecidamente que mantenha a boca de todos fechada, com exceção sua e dos próximos casos que são… — olhou à sua lista e estava querendo evitar estresses maiores por alguns minutos. Então colocou na frente Aldebaran e Afrodite, os casos leves entre tanta confusão — Afrodite e Aldebaran. Quem aqui acha que consegue controlar os impulsos e não precisa da intervenção do senhor Shaka, levantem a mão.

Todos levantaram a mão, menos Camus e Máscara da Morte. 

— Ótimo. Queria pedir perdão por esse comportamento, mas vocês estão com os nervos à flor da pele, uma nebulosa que estamos cutucando para resolver esses problemas e não vejo outra escolha. Vamos lá? Afrodite, você conversou comigo durante nossa pausa. Tem algo que possa dizer sobre sua pessoa?

— Eu sou bem de boa. Suave. — fazia um sinal de hangloose com a mão, timidamente.

— Ok… isso já é algo. E você, senhor Aldebaran?

— Eu gosto de cozinhar.

— Sério? Pelo o que eu notei, o senhor Afrodite também gosta.

— Sim, eu mentalizo meus chakras e penso em boas vibrações, tudo que está no meu templo é comestível e bem natural… Eu já tentei promover uma festinha da paz para nós doze… nós treze — se corrigiu — mas o pessoal nunca tá muito a fim…

— Esse daí parece que caiu num jardim de camomila e não saiu mais. A frequência dessa rádio aí é AM — disse o cavaleiro de sagitário.

— Ele usa muita droga, isso sim — Saga resmungou baixo.

— Não é droga, são coisas que a natureza nos dá e eu sou feliz assim… por isso sou tão tranquilo, dentre desses aí eu sou um Buda! — ele estava até se remexendo, como se estivesse dançando uma música que só ele ouvia — Claro, sem ofensas, Shaka. “Said he, woe yoy yoy, woe yoy yoy yoy” —  cantarolava.

— Você tem razão, só de ficar te ouvindo falar por mais de dois minutos seguidos eu já quase esqueci o estresse — começou a se remexer junto de Afrodite, agora eram como um parzinho, separados por algumas… cadeiras — Woe yoy yoy… — entrou no clima de reggezinho do colega pisciano.

— Não consigo ficar aqui, senhorita — Saga falou — Posso me retirar?

— Vai mandar um fax pra companhia d’água? — Aiolos ria da própria piada.

— Não, é que os dois estão felizes demais e isso me incomoda profundamente.

— Negado, Saga. Vamos terminar isso juntos, porque não aproveita e dança um reggae com eles também? — a mulher estava bem mais tranquila.

— Só danço as trendzinha do TikTok e se não tiver ninguém olhando. Mas é… vou lidar com isso.

— Eu aprendi um passinho de reggae, depois eu te ensino, é bem de boa! — agora ele balançava os braços levemente, totalmente envolvido no ritmo de música. Os outros só ficavam olhando com cara de taxo mesmo, porque era bem constrangedor.

— Uma última coisa, senhor Afrodite.

— Pois não?

— Essa sua questão de simpatizar bastante com a “natureza”, já afetou outras pessoas?

— Apenas positivamente, eu asseguro.

— Têm alguns exemplos?

— O primeiro foi com nosso querido Mu, já ajudei ele a relaxar com o pólen das minhas flores e nem adianta negar isso. Todo mundo viu no dia que a deusa e os cavaleiros de bronze vieram pra cá pela primeira vez — o ariano apenas bufou alto, não queria perder a fala ou qualquer outro sentido pro Shaka — Outra situação foi um dos pobrezinhos cavaleiros de bronze. Ele estava uma pilha de nervos tão grande que parecia que teria um troço.

— Já até imagino quem foi que deu fricote — comentou Milo — Adivinha quem é, é pequeno, usa armadura rosa e tem uma carinha de virgem.

Agatha nem conseguiu ver, apenas ouviu o tapão ardido que o aquariano deu no escorpiano. Ela ficou enfurecida, mas assim que viu as mãos ele se mexendo em uma mensagem, se acalmou:

“Eu já expûs muito meu discípulo e você viu a merda que isso gerou, deixa o coitado do amigo dele em paz, seu infeliz”

— Eu? Infeliz? Ah Camus, para… — Afrodite ficou chateado.

“Você não, o Agulhinha aí”

— Eu só estava brincando. Credo, que estresse — Milo cruzou os braços e virou de lado.

Saga anotou na costas da mão: “Camus, Milo e Afrodite sabem falar em linguagem de sinais”.

— Está tudo certo, Afrodite. A única coisa que mencionaram ao seu respeito é que você acabou promovendo uma “rave” em uma ilha e isso resultou em catástrofe. Você pode sim usar essas coisas, desde que estejam dentro da lei e que não afetem as pessoas ao seu redor. Acha que foi certo isso que aconteceu?

— Não sei se foi certo, mas foi bem legal… até antes deles começarem a fazer besteira…

— Você deve saber para quem ofertar essas coisas. Por exemplo, o seu bolinho me caiu bem, mas se fosse algum outro profissional, como um médico, um faxineiro ou outros, não pegaria muito bem. Entende?

— É… faz sentido… não posso só sair oferecendo meus bagulhetes pra qualquer um, nem todos estão acostumados a relaxar tanto assim…

— Exatamente! — foi bem mais tranquilo do que ela pensou, tinha ficado até mais aliviada — Então podemos concluir que não há problemas em seguir um estilo de vida mais “naturalista”. Apenas é preciso se autorregular para não passar do ponto, principalmente com outras pessoas. Você tem um “superpoder” que se não tiver algum controle pode ser benéfico ou catastrófico e nunca saberá o que pode acontecer em seguida. Nunca coloque o outro em risco. Estamos entendidos?

— Ok. Suave, senhorita Agatha!

— Ótimo! — até balançou as pernas de tão feliz — Agora você, senhor Aldebaran. Fiquei sabendo também que dentre os doze você é o que menos se envolve em situações de Cavaleiro. Isso afeta você no seu trabalho?

— Não, acho que não. Sinceramente, senhorita, com todo respeito, eu não sou problemático como meus amigos de patente. Tenho uma vida tranquila, isso é o suficiente para mim.

— Debas, vou falar numa boa, mas tu é um puta preguiçoso sim — o geminiano sacou o celular — Essa é a rotina do nosso querido touro — abriu no instagram — Esses são os stories de ontem. O dia começou com ele acordando às 9:30, o que é até cedo para os padrões do Aldebaran. Depois ele tomou o café da manhã às 10:00 e já colocou as coisas pra preparar o almoço às 11:00. Almoçou ao meio-dia e foi descansar. Treinou mesmo só às 15:00 e parou às 17:00. Daí foi jantar e repousar, foi fazer a ronda dele no Santuário das 22:00 até à 01:00 e voltou a dormir.

— Eu tinha te bloqueado no Instagram, como você tá vendo meus stories? — ficou preocupado.

— Eu tenho meus meios.

— Tá, eu adoro comer e adoro dormir, mas sério, olha o meu tamanho — meneou a mão da cabeça até a parte que aparecia na mesa — Eu ainda tenho que tomar alguns suplementos para manter a forma, porque não é fácil ser um grande touro.

— Se me permite dizer, senhorita… — Mu disse depois de respirar fundo muitas e muitas vezes — O Aldebaran cozinha para nós também, principalmente porque o Kiki nunca reclama de comer os vegetais quando estamos na casa de Touro.

— Ele reclama de tudo que você faz, Mu. O resto tá tudo certo — Milo soltou seu veneno.

O ariano mais novo segurou na cadeira com força. Aldebaran segurou sua mão:

— Não Mu, nada de cadeira.

— Espera até a terapeuta ir embora, espera… — os olhos do lemuriano já estavam quase vermelhos de tanto ódio.

— Vou fingir que vocês dois não disseram isso e vamos prosseguir com a consulta — Agatha já estava desistindo — Senhor Aldebaran, você é forte e não duvido que para uma pessoa com seu porte físico realmente precise de um esforço, porém acredito que isso possa estar saindo da zona do saudável. Pelo o que notei em seu comportamento aqui, e pelo o que vocês me contaram, você pode ter alguma questão com compulsividade alimentar.

— É, eu discordo em partes, mas se a senhorita achar que me faria bem, podemos nos ver em outra consulta para conversarmos mais sobre isso.

— Obrigada, acho que vocês dois estavam com a mente mais aberta e aceitaram bem a minha ajuda! Aos outros, espero que tenham entendido como uma terapia deve ser: recíproca. Aprendam isso para as próximas sessões… se houverem próximas sessões…

Disse a última parte bem mais baixo, mas todos ouviram.


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Notas finais do capítulo

A música que o Afrodite e o Shaka cantam é Bufallo Soldier, do Bob Marley! Escutem, é muito calminha, escutamos sempre que vamos escrever sobre nosso peixinho favorito ♥

Beijos, até segunda!



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