Querido cometa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 5
Brisa


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Tudo bem?
Sei que dei uma sumidinha e peço desculpas, mas hoje temos capítulo novo, agora bem quisto por quem curte KibaHina.
Boa leitura!



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Desde que acordou, Hinata sentia-se inquieta.

O cabelo grudado no rosto e no pescoço evidenciavam que tinha acontecido algo intenso em seu sonho, no mínimo. Algo que gradativamente começou a desaparecer de sua mente até que se esquecesse por completo.

O que tinha acontecido? Por que se sentia assim? Perguntas as quais não fazia ideia de como responder.

Suspirou, pegando outra pedrinha e atirando no lago. Ela quicou três vezes antes de afundar, deixando para trás um caminho circular em cada toque na água.

Uma brisa a envolveu e permitiu-se relaxar.

Gostava de estar ali. Era calmo e muito reconfortante. Tinha descoberto aquele pequeno trecho da floresta graças a Kurenai sensei. Era o ponto de encontro do Time 8. Guardava tantas memórias.

— Por que não estou surpreso que esteja aqui? — a voz de Kiba a surpeeendeu.

— É um bom lugar para pensar. — admitiu.

Akamaru sentou-se ao seu lado, ansioso para receber seu tão amado carinho. Hinata já sabia disso e o fez com prazer. Aquele cãozinho que antes carregava no colo tinha crescido tanto e agora estava quase do seu tamanho se ficasse em pé. Mesmo assim, continuava amando seus carinhos.

— Aconteceu alguma coisa?

Kiba se sentou ao lado de Akamaru, que imediatamente se levantou e foi para outro lado de Hinata, deitando-se e apoiando a cabeça no colo dela.

O rapaz entendeu qual era o recado, mas não diminuiu a distância. Certas coisas exigiam paciência, o que era algo que ele estava treinando por não ser exatamente o seu ponto forte.

— Não é nada. Só queria dar uma volta. E você?

— Estava passeando com Akamaru. Sabe como é. Ele gosta de caminhar bem cedo.

Hinata observou o canino em seu colo. Parecia prestes a dormir de tão confortável e quietinho que se encontrava.

— Hana amou o vestido que você escolheu.

— Mesmo? Imaginei que fosse ficar bem nela.

— Ela estava numa missão fora da aldeia, mas acabou voltando um dia antes. Sabe qual foi a primeira coisa que ela me perguntou quando viu o vestido? — Kiba se animou ao sentir os olhos atentos da garota sobre si. — "Foi a Hinata quem escolheu, não foi?"

— Como ela sabia?

— Você acha mesmo que ela confiava em mim para uma tarefa dessas? — Kiba a encarou, debochado. — Nem eu confiaria em mim para isso.

Os dois riram e Akamaru latiu, como se concordasse.

— Ela adivinhou na hora que tive ajuda feminina, no caso, a sua, com todas as letras. — ele jogou uma pedrinha no lago, sem tanta graça quanto a Hyuga fazia. — Hana gosta bastante de você. Ela e mamãe dizem que é uma boa influência para mim.

Hinata não segurou o sorriso. Não era íntima da família Inuzuka, porém sabia que o amigo tinha crescido junto a duas mulheres muito fortes. Era animador saber que a mãe e a irmã dele a estimavam tanto.

— Você gosta de pão de canela, não é?!

Kiba colocou entre eles um pequeno bentô enrolado com pano, que a garota sequer tinha notado até então estar com o amigo.

Assim que foi aberto, o aroma de canela ganhou espaço. O jeito como Hinata parecia animada fez um sorriso ladino aparecer no rosto do rapaz.

— É para mim?

O Inuzuka assentiu.

Hinata pegou um dos pães. Sua postura se desmontou assim que saboreou. Os olhinhos fechados e o sorrisinho que estampavam seu rosto pareciam um bom presságio.

— É um agradecimento pela ajuda com o vestido. — Kiba falou.

— Foi Hana quem fez?

— Depende. O que você achou?

— Está mesmo muito bom. — Hinata elogiou, pegando outro pãozinho sem cerimônias.

— Então fui eu quem fiz. — o Inuzuka respondeu orgulhoso. — Na verdade, a Hana ajudou, mas maior parte fui eu. Sabe que cozinha não é bem o ponto forte dela.

A Hyuga riu. Sabia o que ele queria dizer.

Certa vez, durante uma tocaia de treinamento que durou cerca de três ou quatro dias, Hana tinha feito questão de levar suprimentos para o time do irmão, o que era realmente encantador. Entretanto, no preparo da comida, ela tinha adicionado acidentalmente shoyo ao pão doce e açúcar na sopa, o que não tornou a experiência uma das mais agradáveis. Depois de ser consolada por Kurenai, a situação acabou em risadas. Por sorte, tinha levado consigo algumas frutas e sanduíches extras que se tornaram o jantar o time.

— Ficou muito bom, Kiba. Parabéns!

Kiba sorriu e sentiu algo mais. Talvez estivesse levemente envergonhado? Talvez.

— Então você estava me procurando? — Hinata perguntou, dando um pedaço do último bolinho para Akamaru.

— Não. — Kiba respondeu de ímpeto, pouco convincente, corrigindo-se em seguida. — Quer dizer, sim. Imaginei que te encontraria no caminho.

— Aqui?

— Qual é, Hinata? — ele deu um sorriso orgulhoso e tocou o nariz. — Estamos juntos há muito tempo. Eu conseguiria te achar na Vila da Areia se precisasse só usando meu olfato apurado. O seu cheiro está gravado em mim.

— Verdade. — ela sorriu.

Jogaram mais algumas pedrinhas que acabou se tornando uma quase competição para quem conseguia fazer com que o trajeto fosse mais longo e gracioso, categoria na qual a Hyuga ganhava facilmente.

— Então, você quer conversar sobre o que te deixou chateada?

— Não estou chateada. — ela respondeu, voltando a acariciar a cabeça de Akamaru. — Só não tive um bom sonho, eu acho.

— O que aconteceu nele? Ninjas zumbis invadiram a aldeia para conseguir comer no Ichiraku? — Kiba brincou, arrancando uma risada dela.

Hinata era tímida. Não era de tantas palavras ou demonstrar tanto suas emoções quanto ele, mas todas vezes que ria o fazia sorrir também.

— Não consigo me lembrar o que acontecia. Simplesmente sumiu da minha mente. — contou, tentando lembrar-se de algo e falhando novamente.

— Não fica assim. Se você não se lembra, é porque não era importante. — o ninken latiu, concordando. — Viu só? Akamaru pensa a mesma coisa.

Inevitavelmente, Hinata sorriu. Era incrível como os dois conseguiam deixar o clima tão leve.

Kiba se levantou, estendendo a mão para ajudá-la a ficar de pé.

— Quer ir a um lugar legal?

Como se para garantir que a convenceria, Akamaru latiu, também ficando de pé e balançando o rabo animadamente.

Não tinha como negar. Então, aceitou a mão amiga para sabe lá onde iriam.



◇ ♤ ◇

Depois de passearem pela Vila e notarem os enfeites que anunciavam a véspera da passagem do cometa, seguiram por um passeio quase turístico em meio a conversa que ia e vinha, passando por alguns conhecidos como Shizune e Tonton na loja de ervas ou a própria sensei Kurenai acompanhada de Anko enquanto faziam compras.

A parte mais demorada certamente foi subir a grande quantidade de escadas, porém valeu a pena quando atingiram o topo.

Uma brisa fresca os envolveu como se desse as boas vindas por terem chegado até ali. Não era impossível, mas sem dúvidas um caminho um tanto cansativo. Afinal, estavam no topo do Monumento dos Hokages.

— Nossa... — Hinata sorriu com aquela vista, maravilhada.

— Acho que é a melhor vista da vila.

— É sim. Dá para ver tudo daqui de cima e é tão bonito.

Tinham passado por muitos conflitos. Pessoas tinham morrido para defender Konoha, que novamente se reerguia. Tão próximos aos rostos dos Hokages, podia entender porque tinham sido esculpidos ali.

— E eles sempre estão aqui para cuidar das pessoas. — Kiba falou, fascinado. — Mesmo depois de partir, todo Hokage continua presente. Não é incrível?!

Hinata o olhou e assentiu.

Kiba também tinha sonho de ser Hokage um dia, assim como outros ninjas da Vila. Era um cargo de extremo respeito e dedicação. A figura mais importante e isso não o causava medo. Pelo contrário, alimentava sempre sua coragem. Seus sonhos eram seu combustível e isso a inspirava. Mesmo que Shino por vezes parecesse cortar os devaneios do amigo, aquela autoconfiança irradiava. Fazendo parte do Time 8 junto com eles, Hinata sentia que isso sempre a deixava mais forte.

— Incrível mesmo. É como se fôssemos grandes...

— E capazes de vencer o mundo. — Kiba completou.

A Hyuga suspirou, sentindo outra brisa envolvendo-os e dançando com seu cabelo. Como se para fazer parte do balé, algumas folhas pareciam acompanhar a coreografia, deslizando pelo ar de maneira graciosa.

A respiração de Kiba travou por um momento quando notou que Hinata envolveu um de seus braços e apoiou a cabeça em seu ombro.

Enquanto tentava retomar a normalidade, virou devagar para ver os olhos perolados observando a Vila. Não parecia mais angustiada como quando a encontrou mais cedo. Ser o responsável por isso, mesmo que fosse apenas em parte, fazia com que seu dia já fosse bem sucedido.

Quando seus olhares se encontraram, Kiba sentiu que podia perder-se em meio àqueles olhos perolados sem qualquer remorso e agradeceria por isso.

O ar quente de suas respirações se misturaram, fazendo com que piscasse e despertasse daquela breve hipnose.

A fim de zerar a distância, Akamaru deu um empurrão (não tão) suave, fazendo-os cair um sobre o outro.

O plano era que seus lábios se encontrassem, porém foram suas testas, o que resultou em breves gemidos de dor.

— Akamaru! — Kiba o repreendeu.

— Não tem problema. — Hinata riu, esfregando sua testa. — Ele não fez de propósito.

— Não tenho tanta certeza disso.

Hinata o encarou novamente com um sorriso ladino. Entretanto, algo mais chamou sua atenção.

— Seu coração está... Acelerado.

Kiba sentiu a voz faltar por um momento.

— Acho... Que devem ter sido as escadas.

Ela assentiu vagarosamente, aceitando a justificativa, antes de cortar o contato visual e se levantar, estendendo a mão para que Kiba fizesse o mesmo.

Seguiram de volta à aldeia e despediram-se em frente a floricultura. Kiba precisava dar banho em Akamaru para que estivesse apresentável no festival.

Após algumas implicâncias com o parceiro ninken, dispensou agradecido a ajuda que Hinata ofereceu. Em outra ocasião, Kiba aceitaria, mas precisava antes processar tudo que tinha acontecido. E pensar no que faria no dia seguinte.

— Nos vemos amanhã no festival? — Hinata perguntou.

— Claro. Estarei te esperando.

Hinata sorriu, seguindo o tão conhecido caminho para casa.

Kiba a observou até que sumisse de seu campo de visão antes de seguir para casa.

De dentro da floricultura, dois expectadores pareciam bastante atentos a cena.

— Não acredito. — Ino disse, boquiaberta. — Desde quando isso está acontecendo?

— Não sei sobre o que está falando. — Shino respondeu, arrumando os óculos e colocando as flores sobre o balcão.

— Ah, nem me venha com essa. Você também viu o que estava acontecendo ali. — Ino olhou novamente pela vidraça da floricultura. — Quem diria... Justo o Kiba. Parece que o cometa trará mesmo surpresas interessantes...

Logo um sorriso presunçoso assumiu seu rosto quando ela virou-se para Shino.

— E você? Levando essas flores para alguém especial?

— Abelhas. Descobri uma nova comeia na floresta e queria levar algo diferente para elas.

Ino revirou os olhos.

— Por que será que isso não me surpreende?

Naquela noite, Hinata teve outro sonho do qual não conseguiria lembrar-se no dia seguinte. Dessa vez, ela assistia a passagem do cometa no alto do Monumento dos Hokages. A brisa fresca da noite os envolviam e um abraço quente a fazia se sentir segura, mesmo quando o brilho que cruzou o céu parecesse estar cada vez mais e mais próximo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que o coração de Hinata está começando a ficar dividido? Seria Temari que estava dando uma forcinha com essa brisa para criar um clima? Brincadeirinha! Kkk Ou será que não?!

Pessoal, acabei atrasando um pouco a atualização de "Querido cometa", mas foi por um bom motivo. Ou melhor, dois bons motivos.
O Desafio Janeiro/Fevereiro 2023 – Songfic me rendeu duas ótimas ideias e precisei colocar em prática. Estou bem contente com o resultado e por isso venho convidar vocês a darem uma chance para essas histórias também.

☆ Crisálida
https://bit.ly/3JJwVqf

☆ Bumerangue
https://bit.ly/40EjduP

Até a próxima!



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