– Estão vivos... todos eles... – Ryan não parava de chorar. Não somente ele, Arme e Elesis também choravam.

O escudo de Arme se desfez gradualmente. Amy e Lire começavam a despertar...

– Onde estou...? – Lire levantou-se e começou a olhar em volta, procurando sinais de que ainda estivesse dentro da Fortaleza.

– LIRE! – Mari correu na direção da elfa e a abraçou, chorando – pensamos que tivessem morrido, todos vocês!

Amy, ao contrário de Lire, não fez nenhuma pergunta. Ao invés disso, ao ver que Jin estava ao seu lado, a garota virou um soco no queixo dele.

– SEU IDIOTA! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, ME CARREGANDO ASSIM?! VOCÊ TERMINOU COMIGO, LEMBRA?!

Jin se surpreendeu com a reação de Amy, mas mesmo assim, a beijou. Amy continuava a socá-lo, mas acabou desistindo depois de alguns segundos.

– Seu idiota... é melhor desistir de mim... – Amy tentou parecer irritada, mas sua voz a denunciava. Ela não queria que Jin desistisse dela.

No barco, enquanto voltavam para Vermécia, todos bombardeavam Jin com perguntas, desde o que ocorreu depois da explosão até o momento em que eles se reencontraram. Jin começou a contar, esquecendo-se de falar sobre Dio e sobre o que aconteceu com Víctor.

– Depois de acertar o Víctor, eu consegui tirar as meninas dali. Mas elas acabaram perdendo a consciência com o impacto do golpe e da explosão. Fomos atirados muito longe da Fortaleza e eu estava ferido. Tomei uma poção de cura e... – Jin foi interrompido por Lass que pareceu não entender uma coisa.

– De onde você tirou essa poção de cura?

Jin sentiu seu rosto ficar vermelho e falou algo muito rapidamente.

– Tirei da mochila da Lire!

O grupo trocou vários olhares de dúvida entre eles e pediram à Lire para confirmar a versão do rapaz. A elfa também estava duvidando do que Jin dizia. Por fim, quando ela abriu a mochila, seus olhos se arregalaram e ela afirmou:

– Ele... realmente pegou a poção da minha mochila... – Jin deu graças aos céus por Dio ter pegado a poção da mochila certa.

– Posso continuar? Muito obrigado. Então... onde é que eu estava mesmo? Lembrei: eu procurei as duas e as encontrei não muito longe de mim. Depois, eu as carreguei até onde vocês estavam e acabei escutando a conversa e os gritos do Ryan. É isso.

– Jin, você me salvou... – Amy o abraçou, queria esquecer tudo o que aconteceu. Ao ouvir essas palavras, Jin não conseguiu pensar em nada para falar. Não fora ele que a salvou, mas sim, Dio, o garoto da Profecia. E ele não podia contar para ninguém o que realmente aconteceu. Por fim, ele falou algumas poucas palavras.

– Eu sinto muito, Amy. Você não me merece, eu sou um lixo.

– É, você é um lixo. Mas acho que pode melhorar – a garota estava sorridente e deu um selinho nele.

Não comentaram mais nada até o fim da viagem de volta. Estava todos aliviados por terem conseguido evitar um grande problema.

Na manhã seguinte, Ronan foi visitar a namorada na ala hospitalar. Como a garota não quis tomar a poção de cura na hora, teve que tomar uma dose extremamente reforçada quando chegou à escola. A porta estava aberta e ele a viu deitada na primeira cama, bem próxima a janela. Arme olhava tristemente pela janela.

– Arme? – Ronan estava com uma das mãos escondida atrás das costas.

– Oh, bom dia! – ela deu um sorriso meigo e logo perguntou – o que você trouxe para mim?

– Um buquê de margaridas... – ela estendeu as mãos e pegou as flores da mão de Ronan. O rapaz se sentou na beirada da cama de Arme, enquanto ela abraçava o presente.

Ficaram um tempo em silêncio. Nem Ronan nem Arme sabiam como começar. Foi então que ele falou:

– Arme, sabe sobre aquele seu curso de... ah... especialização de magia? Aquele que você teria que ir para Xênia?

– Lembro. E era sobre isso que eu queria falar com você – Arme fitava o namorado, muito séria – vou desistir.

O rapaz deu um salto da cama. Parecia ter levado um choque.

– Eu ouvi direito? Que idéia é essa? Logo agora que eu consegui...

– Conseguiu o quê? – Arme cruzou os braços e olhava para Ronan com a expressão “o que você fez?” .

–Não me olhe assim... é o seguinte, como você vai para Xênia durante um ano, decidi que vou para lá também! E além do mais, dois guerreiros Grand Chase valem mais do que um! – ele agitava os braços no ar, todo sorrisos.

– Você vai comigo? – Arme jogou as cobertas para o lado assim que Ronan fez um sinal afirmativo com a cabeça e o abraçou– SÉRIO?? Ah, Ronan! Eu te amo!

Ela aproximou seus lábios dos dele e o beijou; desta vez, sem nenhuma interrupção.

Elesis estava sozinha, caminhando pelo pátio. Ela ficou surpresa ao ver que, quando chegaram, a notícia do que fizeram na Terra de Prata havia se espalhado tão rápido. E ficou mais surpresa ainda quando o diretor da escola disse que as aulas seriam canceladas e que todos teriam a semana para descansar.

Ela ficava sorrindo a todo o momento e não parecia mais ser a mesma Elesis que adorava uma briga. Estava até usando uma roupa diferente do habitual: um vestido amarelo rendado, um chapéu com uma fita branca e sandálias sem salto. Estava perdida em seus pensamentos quando ouviu alguém chamá-la.

– Quem é? – a ruiva olhava para todos os lados, e se sentia indefesa sem a espada.

– Aqui em cima! – quando Elesis olhou para cima, viu Lass sentado no alto da árvore, comendo uma maçã e... lendo? – belo vestido. Está muito mais bonita assim.

Elesis corou, mas acabou perguntando algo sem querer.

– Você sabe ler? AGH! Quer dizer... ah, saiu sem querer...

Lass a olhou, emburrado. Pulou da árvore e foi andando até ela, enquanto a mesma ia andando de costas, sem saber para onde estava indo. Até que Elesis acabou encostando-se à parede. Lass encostou a palma de sua mão na parede, impedindo-a de tentar fugir.

– Como assim, eu sei ler? É um pouco óbvio, né?

Elesis ficou tão ou mais vermelha que seus cabelos.

– Então... podemos esquecer isso? – ela começou a mexer nos cabelos, e ficava olhando de Lass para o chão, não conseguia encará-lo.

– Posso pensar – e um segundo depois – já pensei. E posso te desculpar se... aceitar namorar comigo.

O rapaz se ajoelhou, tão vermelho quanto Elesis, e ficou segurando suas mãos.

– Quê? Não, peraí, fica de pé – ela puxou Lass e ficou segurando seus ombros – assim está melhor. Tá, então... sim...

A última palavra foi sussurrada. Lass fingiu que não ouviu direito o que ela tinha falado e pediu que repetisse.

– Eu disse que SIM! – a garota o encarou, muito irritada. Foi então que viu um sorriso surgir nos lábios de Lass. O garoto se inclinou e foi se aproximando mais e mais dela. Vários pensamentos passaram pela cabeça de Elesis, entre eles “MAS AONDE É QUE FOI PARAR A TODA PODEROSA ELESIS?” ou “O QUE É QUE EU TÔ FAZENDO AQUI?”. Foi então que ela ignorou todos os pensamentos e deixou que Lass a beijasse. Seu primeiro beijo com o cara certo.