Um Reino de Monstros Vol. 3 escrita por Caliel Alves


Capítulo 24
Capítulo 5: Palácio Vulcano - Parte 2




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Sentado numa pedra tabular, Stalin esperava os heróis que pretendiam purificá-lo. Trajado com sua bela armadura cravejada de rubis, Krasnaya elegantemente refletia a luz solar. Ele pensava se Titã Cubo teria mesmo capacidade de derrotá-los.

A sua volta estava cheia de formações rochosas como a sua, que serviam como esconderijos perfeitos para ataques, mas ele já previra isso.

— Bogabogaboga, não adianta se esconder, eu conheço esse lugar como a palma de minha mão.

— E lá se foi o efeito surpresa...

A voz tinha vindo de um pilar de pedra, e mais rápido que o vento, o lutador saltou em cima da estalagmite, e a destruiu por inteiro.

— Bogaboga... O quê?

Saragat se revelou a uma distância segura de seu adversário. O primeiro-sargento recuou.

— Conhece tão bem o lugar que não sabe que aqui tem eco?

Depois de uma explosão, houve um deslizamento na montanha. Uma verdadeira chuva de rochas começou sem nem que nenhuma viesse acertá-lo. Saltando para trás, ele se pôs em posição de ataque.

— Tem razão daquele inseto está abaixo de mim na hierarquia da Horda, ele não consegue derrotar um grupelho de pirralhos como esse.

— Oh, cabeçita boa de dar um cascudo.

Rosicler usara uma rocha como apoio para o seu salto e tentou aplicar um golpe no monstro. Com efeito, o bogatir revidara a sua joelhada com um soco. As manoplas de aço reforçado partiram os ligamentos de seu joelho na mesma hora.

— Ai, arh! Filho da p...

Tell chegou no mesmo instante e cobriu a boca da garota. O mago-espadachim repousou a sua mão no joelho da companheira de luta e usou a Cura Benedicta.

O mascarado deu cobertura enquanto a magia era realizada. Assistindo a tudo, uma angustiada Letícia tinha Index empoleirado em seu braço esquerdo.

— Ah, se eu estivesse lá poderia ajudar a dar combate aquele monstrengo.

— Não faça isso sem ser convocada, Letícia, isso pode gerar graves consequências, você nem restabeleceu as suas forças.

— Eu sei, eu sei, mas, é que eu não consigo ficar parada enquanto todos os outros fazem alguma coisa.

— Todos vocês precisam descansar pelo menos um turno de batalha, senão poderemos perder efetividade de dois ou mais membros.

De certo modo, essa estratégia servirá para nos unir e analisarmos as habilidades do grupo. Em outra ocasião será mais fácil montar as táticas de batalha contra o inimigo.

Cabrum, cada soco do oponente destruía uma base de pedra com apenas um golpe. Seus punhos dilaceravam a rocha bruta como se não fossem nada.

O neto de Taala esquivava-se como podia do inimigo. O mascarado usava todas as conjurações para parar a fúria destrutiva de Stalin, mas o outro se mostrava mais poderoso.

— Homens, são frágeis, fracos, quebradiços e suscetíveis a todo o tipo de males. Se vocês aceitassem se ajoelhar aos pés de nosso deus, vocês estariam salvos de tudo isso.

— Desculpe-me, oh grande cabeção, mas eu já tenho a quem me ajoelhar.

— Não se preocupe, seu mentecapto, logo quebrarei os seus joelhos.

E afastando a perna, o monstro preparou um potente chute em Saragat.

— Deusa que repousa sentada no trono da escuridão... Obnubilar.

O pé do bogatir acertou a redoma de sombras projetada pelo servo de Nalab, mas para a sua surpresa, dois enormes punhos perfuraram a negra esfera. O impulso do golpe o arremessou para longe. Tell o pegou pela mão em pleno ar.

— Valeu, pivete.

— Disponha, Saragat.

— Bogabogaboga, nem mesmo o exoesqueleto de Titã Cubo conseguiu segurar os Punhos Dínamos, como poderão escapar deles? A magia divina mais poderosa pertence à Enug, é uma pena que humanos como vocês não reconheçam isso.

— Tô de saco cheio desse cara!

Se colocando na frente dos seus amigos, Rosicler calçou duas luvas pretas bastante resistentes, mas que permitiam a total mobilidade dos seus dedos ágeis.

Tell e Saragat se entreolharam quando a ladina retirou um objeto circular de dentro do bolso de trás. O círculo polido era um sanduíche de duas rodelas tendo um fio de aço como recheio. Ela entrelaçou o dedo médio da mão direita com o fio e sorriu.

— O que é tão engraçado, menina?

— Sua cabeça é grande pra dedéu.

Sentindo-se ofendido, Stalin alisou os bigodes e a olhou de modo fulminante. Ele ergueu as mãos e gritou:

— Minha cabeça não é feia. Eu tenho um busto tão belo que nem mesmo o melhor escultor conseguiria reproduzir. Mas tudo bem, a minha beleza salvará o mundo.

— Uia como ele se acha, gente! Se liga, cabeça de arromba navio. Tua cabeça é tão grande que se num tivesse sido transformado em monstro, a tua mãe ia sofrer muito pra dar à luz a um bicho feio como tu, rapa.

Tell olhava apreensivo o desenrolar da luta, ele não entendeu o que ela fazia.

— O que ela pensa que está fazendo irritando ele assim?

— Acredite ou não, ela está tomando a atitude correta.

O garoto voltou os seus olhos para a batalha que estava prestes a terminar. Stalin se pôs a concentrar energia divina nos punhos e os exibiu para a gatuna. A energia era tão densa que chegava emanar um brilho arroxeado pelas manoplas.

— Estou farto, irei matá-la com apenas um braço.

— Tenta a sorte.

— Molímen.

Empregando uma corrida, o bogatir socou com o punho direito aplicando uma verdadeira martelada no oponente.

Rosicler fez uma pirueta e lançou a sua arma secreta.

— Mas o quê! Um ioiô?

O jovem ficou estupefato quando viu o que a ladina usava para atacar o monstrengo.

Apesar de ter destroçado o chão, ele nem sequer acertara a garota de raspão.

— O que foi, cabeçudo, não consegue acertar uma garotinha, não é?

— Argh, sua maldita!

E socando um direto de esquerda, ele viu o seu outro braço enrolado no fio metálico. Ele segurou-o e tentou fazer com que a ladra viesse até ele. Mas contrariando os seus planos, ela cedeu mais o fio, fazendo com que Stalin acabasse com as suas mãos capturadas nele.

— Ora sua...

Desferindo um chute, o seu pé ficou preso, parecia uma mosca na teia de uma aranha. O primeiro-sargento aplicou outros golpes nela. Entretanto, os seus punhos e chutes esbarravam sempre no fio de aço do ioiô, o que lhe dava a impressão de que ele era infinito.

A garota sorria a cada novo enlace feito no oponente.

— Quem é o inseto agora?

E assim os dois continuaram. Parecia uma dança, o bogatir golpeava com braços e pernas, e as partes do seu corpo iam sendo enredados pela ladra. No fim, o primeiro-sargento estava completamente preso no ioiô.

— Tell, tá na hora de fazer um cafuné no nenê.

— Deixa comigo.

O monstro ainda tentou se livrar, em vão, quando o garoto saltou oito metros de altura, ele virou a Justiceira na parte da folha da lâmina, e desceu a espada como um martelo. Tunck, o som ecoou num timbre agudo. Os olhos do inimigo se fecharam e o bogatir tombou no chão. O seu peso era tamanho, que surgiu uma cratera onde o corpo tombou.

Tell embainhou a sua espada e observou o seu grandioso oponente dominado por um simples brinquedo. Ele prontamente trouxe o livro em mãos e recitou a purificação.

— Ainda bem que o monstrengo foi derrotado, eu já estava agonizando, viu!

— Cala essa boca, sua bola de carne inútil...

— É verdade, Saragat, essa luta foi inquietante. Cheguei até a cogitar entrar na luta, mas, Index me freou. Rosicler, eu devo te dar os parabéns, foi incrível aquilo que você fez... e inusitado também, não é todo dia que se derrota um bogatir com um ioiô.

— Hihihihi, valeu, mina!

— Bem, agora que eu purifiquei esse cara, vamos avançar.

O mascarado fez um sinal para que todos permanecessem no local. Mais importante do que prosseguir para o próximo inimigo, era fazê-lo em segurança. Então ele usou uma Cura Divina em Tell, o garoto também estava esgotado fisicamente.

— Quer que eu descanse esse turno?

— Não, eu descansarei esse turno, pivete, mesmo um conjurador precisa de um.


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