Tell seguia Letícia pelo pátio à moda do mestre mandou. Quando ambos pararam, ela finalmente mostrou o que carregava em mãos: um ovo de galinha e uma bacia de metal cheia de água. Uma grande interrogação se formou na cabeça do garoto.

Ela vai me ensinar a cozinhar usando magia, é isso?

— Olha, professora, o que exatamente é tudo isso?

— Essas serão as suas ferramentas.

Uma gota de suor escorreu pelo mais novo aluno de alquimia, ao menos o tempo seria gasto praticando alguma coisa enquanto a sua nova espada não ficava pronta.

— Eu vou te ensinar uma Transmutação Ígnea.

— Ígnea? Ei, isso é fogo, não é?

— Sim, isso mesmo, Tell!

Pondo a bacia no chão de pedra, o recipiente refletiu a luz do sol no líquido.

A militar gesticulou para que o garoto se sentasse a frente dela. A mulher se pôs a explicar os fundamentos da alquimia para o Lisliboux.

— Eu sei por que o seu sabre se partiu, ele não foi forjado para conter energia mágica, principalmente durante tanto tempo.

O mago-espadachim fez uma expressão de quem tinha dificuldade de entendê-la.

— Olha, Tell, eu sei que parece difícil, mas se esforce tá.

— Uhg, tudo bem, eu acho. O que eu tenho que fazer, exatamente?

— Cozinhar esse ovo. O seu objetivo é aquecer essa bacia de alumínio com a sua energia mágica.

Duas gotas de suor escorreram pelo rosto do aprendiz, ele não se sentia capaz. Glup, pondo as mãos em volta do recipiente, o jovem concentrou a sua energia mágica nas palmas das mãos. A sua energia fazia tremular a água, mas não aquecia o líquido.

— Ah, não dá!

— Mas você só tentou uma vez.

— E o que tem a ver cozinhar ovos com transmutações?

Se pondo numa postura militarizada, Letícia pisou com o coturno firme no chão. Encarando Tell olho no olho, ela rosnou para o garoto:

— Você vai aprender esse negócio nem que eu tenha que enfiar ele pela sua orelha, gora continue tentando!

— Sim, senhora!