Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 5
Capítulo 5




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Acordei na manhã do dia seguinte sentindo que estava sozinho na cama, como era sábado, meu celular não tocou, então eu havia dormido até mais tarde que o costume.

Quando finalmente acordei por completo, percebi que Effy não estava na cama, provavelmente ela estava no banheiro, então me espreguicei e sentei na cama, abri um leve sorriso ao lembrar que havia dormido junto com ela, era a primeira vez que dormia assim com uma garota e confesso que realmente havia gostado, pena que aquela seria a última vez.

Não demorou muito e ela surgiu no quarto, ainda com os cabelos molhados, ela os enxugava com uma toalha e usava só um top preto com um short. 

— Bom dia - falei, me levantando.

— Bom dia - ela respondeu, abrindo um leve sorriso e indo para o guarda-roupa.

Aproveitei a distração dela para ir até o banheiro e tomar um banho também, a água estava gelada no começo, mas como de manhã estava frio, coloquei a água no modo morno. Depois de uns minutos, já mais relaxado, desliguei o chuveiro e coloquei a mesma roupa, não ia sair de casa naquele momento mesmo. Então, saí do banheiro e fui até a cozinha, começando a fazer alguma coisa para comer.

Decidi fazer dois mistos-quentes, não sabia se Effy estava a fim de comer aquilo naquela manhã, mas caso não gostasse, ao menos eu tentei. Quando ela surgiu na cozinha, olhei ela com um leve sorriso.

— Dormi bem? - perguntei, enquanto ela se sentava na mesa.

— Dormi muito bem, já nem lembro mais porquê eu estava triste - respondeu ela, com o sorriso de canto.

— Eu lembro, mas não vou falar o motivo para você não voltar a ficar triste.

— Obrigada.

Ri de leve e comecei a comer, ela também comeu o dela. Tomamos o café da manhã improvisado por um longo tempo, mas aquele silêncio estava me incomodando.

— Hoje é sábado. Vai para outro rolê? - perguntei, curioso.

Ela deu de ombros.

— Talvez... Se alguém me chamar, eu vou sim.

Assenti e tomei um gole de suco.

— E você? - quis saber ela.

— Não sei, eu não combinei nada com ninguém - respondi sem mostrar muito ânimo.

— Ainda não fez amizades na sua faculdade?

— Sim, fiz. Ontem, cheguei a fazer trabalho na sala de aula com um colega de classe, ficamos um bom tempo no intervalo juntos, ele até chegou a me apresentar algumas pessoas, mas não falamos nada a respeito de sair.

Ela rapidamente assentiu, logo me olhando.

— Se quiser, a gente faz alguma coisa... - sugeri.

— É uma boa ideia, melhor do que ficar sem fazer nada - concordou ela.

Assenti, embora eu quisesse sair com ela para nos conhecermos melhor e ela apenas queria sair para se distrair, decidi apenas concordar e pensar em algo para fazermos durante o dia.

Assim que terminamos o café da manhã, me levantei segurando meu prato e fui lavar, mas logo ela apareceu do meu lado e começou a me ajudar a lavar tudo que sujamos. Novamente, eu sorri de leve, estava gostando da nossa aproximação, agora não seria mais aquele clima tenso de dois estranhos em uma mesma casa.

— Tem falado com o Tony? - perguntei quando terminamos.

— Sim, todo dia ele me manda mensagem para falar sobre a lua-de-mel - respondeu ela, se virando para mim.

— Aonde é a lua-de-mel? - perguntei, curioso e ela fez cara de pensativa.

— Acho que é no Caribe.

— Uau, um dos lugares mais lindos do mundo - falei, espantado.

Ela riu.

— Com certeza, eu passaria férias lá.

— Eu também, se eu tivesse dinheiro...

— Quem sabe um dia? 

— É, quem sabe?

Sorri e guardei tudo que tínhamos lavado, em seguida, fui para o quarto, pensando no que eu poderia fazer naquele momento, poderia estudar, mas já tinha feito isso a semana toda e precisava ficar longe dos livros pelo menos nos fins de semana. Fui até a janela e observei uma boa parte da cidade, o dia estava lindo, o sol fraco da manhã permitia uma boa vista, mas ainda assim, não aquecia o bastante, estava uma manhã fria, mas até que era bom para sair e dar uma caminhada.

Sendo assim, logo fechei a porta do quarto e troquei de roupa, colocando um suéter marrom, calça jeans rasgada azul-marinho, um moletom preto e meus tênis, depois fui até a janela e fechei.

Antes de sair, fui até a porta do quarto de Effy, ela estava deitada na cama de costas para a porta, mexendo no celular.

— Effy, vou dar uma volta pela cidade, tá afim? - perguntei.

Sem pressa, ela se virou pra mim e me olhou.

— Espera na sala, eu já tô indo - ela falou e eu assenti indo para a sala, me sentando no sofá. 

Aproveitei então, para mandar mensagem para a minha mãe.

"Bom dia mãe, hoje é sábado, ainda não conheci quase nada da cidade, mas estou saindo aqui agora e vou caminhar um pouco, quando chegar te conto aonde fui e o que achei. Beijo"

Depois de enviar a mensagem, guardei o celular no bolso novamente. Effy apareceu em seguida, com o famigerado sorriso de canto:

— O que foi? - perguntou ela, ao perceber que eu a olhava.

Tratei de rapidamente me recompor.

— Nada, é que... você tá bonita - falei, corando um pouco e ela riu baixo.

— Obrigada, vamos?

— Vamos.

Levantei do sofá e fomos até a porta, deixei que ela saísse primeiro e depois eu saí trancando a mesma. Descemos do prédio e começamos a caminhar pelas ruas.

— E então? Para onde vamos? - perguntou ela.

— Você mora aqui há mais tempo do que eu, quero que me mostre os pontos turísticos da cidade - respondi, enquanto caminhava.

Ela novamente riu baixo.

— Se eu te mostrar todos, vamos voltar para casa só na segunda de madrugada ou na semana que vem.

Franzi a testa, rindo baixo.

— É tão grande assim? - perguntei.

— Sim, bastante. Mas, como eu nunca conheci os pontos turísticos daqui, vamos conhecer juntos.

Fiquei boquiaberto com aquela revelação.

— Como assim? Mora aqui há tanto tempo e nunca visitou os pontos turísticos? - questionei, chocado.

— É que quando me mudei para cá, imediatamente comecei a rotina da vida adulta, preferia passar noites em baladas, como os últimos dias. Então, nunca conheci os pontos turísticos da cidade - revelou, suspirando.

Decidi começar pelos lugares mais pertos de onde nós morávamos, afinal, não podia ir tão longe com tão pouco dinheiro para a passagem. Lembrei do Hyde Park, embora eu não fosse muito fã de parques na adolescência, pois meus amigos diziam que era lugar de velhos, era um bom lugar para se começar, principalmente para quem acabou de chegar na cidade. Então, pegamos um táxi e pedi para nos deixar lá. Levou uns dez minutos e ele chegou, paguei pela corrida, que nem foi cara, desci do táxi e esperei que ela descesse também. 

Quando ela chegou ao meu lado, começamos a caminhar em direção à entrada do parque. Logo na entrada já deu para ver um bonito lago com vitória-régia bem esverdeada.

— Olha que bonita - apontei para a planta na água.

— Essa planta é bonita mesmo - sorriu ela.

— Pena que seus olhos são azuis, senão eu ia falar que a vitória régia me lembra você, mas vou falar que aquela água cristalina lembra seus olhos - soltei sem querer, mas tentei deixar no tom mais engraçado possível para parecer que estava tentando deixá-la mais à vontade, porém, acho que não deu muito certo.

— Obrigada - ela disse, sorrindo, mas deu para ver que ela estava meio desconcertada.

Decidi me controlar mais na hora de falar alguma coisa, pensar antes de dizer algo, então continuamos o passeio.

Durante a caminhada pelo parque, encontramos vários monumentos lindos, gramados verdes por todos os cantos, tão macios que dava vontade de deitar neles. Fiquei ainda mais maravilhado ao encontrar, perto de uma árvore bem antiga, esquilos saltitantes colocando várias nozes dentro da mesma através de um buraco. Impressionado, percebi turistas de todos os cantos do mundo passando por ali, um casal de noruegueses tiravam fotos no lago, um menino asiático brincava com um cachorro Golden Retreiver em outro gramado. Mais para frente, encontrei umas pessoas montando em cavalos com a ajuda de uns homens, prontos para dar um passeio à cavalo pelo parque. Ao longe, pude ver pessoas fazendo um passeio de barco no lago, parecendo se divertir bastante.

— Quer ir no cavalo? - perguntei para Effy.

— Não, esses bichos são até bonitinhos, mas não me deixam com vontade de montar - respondeu ela, sorrindo.

— Ok, que tal tirarmos umas fotos? - sugeri.

— Claro, vamos sim.

E assim, passamos boa parte daquela manhã aconchegante no parque, tirando várias fotos em vários lugares do parque. Ele não era tão grande quando o Central Park, o maior parque de Nova Iorque, onde eu nasci e cresci, mas era muito bonito e aquela manhã, estava valendo a pena.


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Notas finais do capítulo

Será que nosso protagonista tá apaixonado?



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