Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 4
Capítulo 4




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Quando terminei de comprar tudo, fui até o caixa e paguei, ainda sobrou cento e cinquenta dólares, não era muita coisa, mas eu poderia pagar o aluguel com aquilo, com certeza as compras dariam por um tempo, além de que Effy poderia até comprar coisas também, a não ser que ela visse que eu comprei as coisas e ficasse acomodada, querendo que eu fosse o cara que comprasse tudo agora. Será?

Sem muito tempo para pensar naquilo, comecei a caminhar de volta para casa. Ao entrar, ainda estava escuro, devia estar vazia, Effy não havia voltado, lógico.

Ao acender a luz, fui direto para a cozinha e guardei tudo que havia comprado e fui para a sala assistir televisão. Assim que liguei, inicialmente briguei com o controle, mas não demorou muito para que eu encontrasse algo interessante, uma reportagem sobre crimes. Eu, como um apaixonado por séries de crimes, prestei atenção.

— Hoje, aproximadamente às quatro horas da tarde, uma gangue de bandidos armados realizaram um assalto no centro da cidade, tentaram assaltar um banco, eles roubaram cem mil dólares, até que a polícia chegou e o tiroteio começou. Na fuga, um bandido ficou ferido e está no hospital, mas assim que receber alta, será levado para a prisão até seu julgamento. No entanto, um policial foi baleado na cabeça e está em estado grave no hospital. Os outros bandidos encontram-se foragidos.

Soltei um leve suspiro, uma matéria que durou menos do que eu esperava, então voltei a procurar por outro canal interessante.

Depois de muito brigar com o controle, encontrei um canal que exibia um documentário, não prestei atenção em qual canal que era, mas eu adorava documentários, então simplesmente assisti com atenção. Eu estava tão focado na TV que tomei um leve susto quando escutei o barulho da porta sendo destrancada, olhei em direção à ela e Effy apareceu na sala, com um olhar meio perdido, confusa, algo de errado aconteceu.

— Effy? - chamei, mas ela não me olhou - Aconteceu algo?

Ela não me respondeu, então me levantei e fui até ela.

— Aconteceu algo? - perguntei novamente e ela finalmente me olhou.

— Não... Só um babaca que encontrei no rolê, tentou fazer eu parar de fumar, acredita? - ela respondeu, triste.

Franzi a testa ouvindo aquilo.

— Você estava fumando na frente dele? - perguntei, curioso.

— Não, estava fumando sozinha, quando eu acabei, ele veio me oferecer uma bebida, desconfiei, mas acabei aceitando. Daí começamos a conversar, ele me pareceu bem legal, mas quando me viu fumando, mudou de postura, tentou tirar o cigarro da minha mão, começou a gritar comigo, me chamou de nomes bem feios... 

— Aposto que esses nomes não estão na lista telefônica de Londres. 

Ela negou com a cabeça.

— Tanta coisa, só por causa de um cigarro... Era um maromba, mas mais proerd do que você - finalizou ela, suspirando.

— Sinto muito, ele não podia ter quebrado seu coração desse jeito - respondi, sincero.

Ela soltou uma leve risada.

— Eu não estava apaixonada por ele, nem o conhecia, só achei que ele fosse realmente diferente, vinha mostrando que era, até isso acontecer... - bufou.

— Mesmo assim, sinto muito - falei a puxando para um abraço, ela retribuiu prontamente. E devo dizer, que abraço bom era o dela. Eu não sei quanto tempo se passou, mas naquele momento eu desejei que aquele momento nunca acabasse, para que eu ficasse o resto da vida naquele abraço. Talvez eu também estivesse precisando de um, mas que realmente havia gostado muito do abraço dela, isso com certeza. 

Depois de algum tempo, ela afrouxou o abraço, ainda com a cabeça baixa, então suspirou:

— Acho melhor eu ir dormir e esfriar a cabeça.

— Tudo bem...

Então nos separamos de vez do abraço e ela caminhou em direção ao banheiro, fechando o mesmo. Enquanto ela tomava banho, rapidamente voltei até a sala e desliguei a tv que ainda estava passando o documentário e fui até meu quarto pegar uma roupa, não iria dormir, mas não tinha mais ânimo para assistir televisão. Quando ela saiu, fui até o banheiro e tomei um banho, estava quente naquela noite e a água me fez bem, refrescou meu corpo. 

Quando saí do banheiro, estava a caminho do meu quarto quando a vi parada na porta do mesmo.

— O que foi? - perguntei.

Ela não disse nada, apenas estendeu a mão para mim, peguei ainda sem entender o que ela queria e ela me puxou até seu quarto. Comecei a sentir um frio na barriga, sabe-se lá o que ela estava pensando em fazer. Na porta, parou e me olhou.

— Se importa de dormir comigo essa noite? - ela disse, finalmente.

Mesmo um pouco receoso, pois nunca tinha dormido com uma garota antes, eu sabia o quão mal ela estava com o que havia acontecido, mesmo não tendo ideia do que, de fato, aconteceu, que resolvi aceitar. Ela abriu um leve sorriso e entramos no seu quarto. Eu já havia dormido sim com algumas garotas em um quarto, na festa de aniversário do meu melhor amigo, mas estávamos em colchões separados, aquela seria a primeira vez - e provavelmente a última - que dormia na mesma cama. 

Depois que ela deitou, me deitei também, antes que eu pudesse ficar em uma posição que me permitia relaxar, ela nos cobriu, o ar-condicionado estava ligado, ela virou-se de costas para mim e senti sua mão segurar na minha, logo puxando lentamente pela sua cintura, me fazendo a abraçar por trás. Céus, o quão carente essa garota estava? E o mais bizarro: por quê eu estava me sentindo tão estranho? Já deitado de conchinha com ela, decidi quebrar o gelo do momento.

— Boa noite - falei, baixo.

— Boa noite - ela respondeu, baixo também.

Não sei se ela dormiu antes de mim, mas o clima frio e o edredom sobre nós deixou tudo tão aconchegante que não demorou muito e eu adormeci.


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Notas finais do capítulo

Parece que houve um avanço na relação do casal protagonista, hein?



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