Skins - Recomeço escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Voltei, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808218/chapter/14

Mesmo depois de terminar o copo de água com açúcar, não consegui me acalmar, o sumiço de Effy me preocupava muito, imaginar o que poderiam estar fazendo com ela naquele momento e não poder fazer nada para ajudar, era algo completamente desesperador para mim, que passava por isso pela primeira vez na vida, nunca tinha testemunhado um sequestro antes.

— Relaxa Dean, se foi mesmo um sequestro, eles vão ligar logo - ela disse, sentando ao meu lado.

— E como vamos pagar o resgate? - perguntei, ainda ofegante.

— Vamos dar um jeito, fica calmo! - respondeu Tony, andando de um lado pelo outro na sala.

— Fácil falar né?

Ficamos um tempo em silêncio, eu não estava mais aguentando esperar, sentia que precisava fazer alguma coisa. Sugeri que fôssemos à polícia relatar o que havia acontecido, mas só se pode definir a pessoa como desaparecida quando ela completa vinte e quatro horas do ocorrido, o que não era o caso.

Em determinado momento, a sala ficou um clima tenso demais para mim, ver os dois aflitos enquanto eu não fazia nada, precisava dar um jeito de descobrir alguma coisa. Passei pelo quarto de Effy, que estava com a porta entreaberta, pensei em entrar e verificar se encontrava alguma pista de quem poderia ter a levado e para onde, mas as imagens do nosso momento íntimo ali, me fez perder um tempão, parado. Certamente, se eu entrasse ali, seria uma tortura psicológica e eu já estava nervoso demais para suportar.

Tentando manter a calma, fui para o meu quarto e olhei pela janela, precisava encontrar algo na cidade que me distraísse. Fiquei um tempo encarando os carros que passavam por lá e as poucas pessoas que passavam por lá. Olhei no meu celular, eram uma da manhã, já haviam se passado duas horas e ali, eu percebi o quão estranho era Londres de madrugada, com os pubs fechados. A brisa suave que tocava no meu rosto, eu nunca havia sentido antes, apesar de não me deixar mais tranquilo, refrescava; algo que eu certamente nunca tinha percebido.

Passei um tempo ali, encarando o céu e as ruas escuras, até que acabei me cansando e saí da janela fechando a mesma; até porque estava começando a fazer um frio da porra naquela madrugada.

Deitei na cama, o tempo que passei desacordado não foi o suficiente para tirar meu sono; e mesmo que tivesse, eu não queria ficar acordado pensando no pior, precisava dormir e descansar a mente. Fiquei um tempão ali, deitado, quando ouvi meu celular tocar. 

Mais que depressa, atendi sem olhar o número:

— Alô? - falei.

Quer salvar sua namoradinha? - disse a voz do outro lado da linha.

— Quem tá falando?? - meu coração disparava.

Vou te dar um endereço, vá até ele e lá você saberá! Mas vá SO-ZI-NHO!

E desligou a ligação sem que eu pudesse falar qualquer outra coisa.

Sem nenhuma opção, eu acabei decidindo encarar essa situação. Eu não poderia levar Tony e Michele comigo, mas eu precisava de alguma pista para que eles pudessem me achar lá caso acontecesse alguma coisa pior. Esperei alguns minutos e a mensagem do endereço indicado chegou. Provavelmente, ele havia obrigado Effy a dar o meu número para ele, mas o que não fazia sentido era o fato dele pedir o meu, não o de Tony.

Bom, talvez, ele apenas não soubesse ainda que o irmão dela havia retornado, ou talvez Effy não soubesse disso, por isso deu o meu número. Mas, infelizmente, aquele não era o momento para ficar fazendo teorias, tive que agir rápido. Então, tive uma ideia: peguei uma folha do meu caderno da faculdade, rasguei uma folha e anotei o endereço que ele havia me passado. Em seguida, fui até o quarto de Tony e Michele, que já dormiam profundamente, ou pelo menos, tentavam; então pus o papel com o bilhete debaixo do celular de Tony, que estava no carregador. Ele, com certeza iria acabar ficando preocupado e correria atrás desse endereço.

Era só torcer que ele chegasse a tempo.

Depois de fazer isso, fui me aprontar, coloquei uma calça jeans, um moletom e o casaco mais quente que eu tinha, pois naquela madrugada estava fazendo muito frio. Peguei meu celular, minha chave e saí bem devagar para não fazer barulho e não acordá-los. 

Ao chegar na porta, destranquei a mesma com chave e saí do apartamento, fechando a porta e trancando silenciosamente. Ao sair do prédio, comecei a caminhar pelas ruas de Londres, eu não sabia como chegar até lá a pé, mas não havia ônibus, então não sabia o que fazer, só sabia que tinha que ser rápido.

Caminhando por algumas quadras, logo vi um reboque virando a esquina, provavelmente, estava voltando de um serviço para a garagem, então aproveitei para atravessar a rua e fazer sinal pra que ele parasse.

— O que foi garoto? - perguntou ele, quando abriu a porta.

— Oi senhor, me desculpa estar incomodando à essa hora... Eu devia estar dormindo mas, me ligaram pedindo para ir nesse endereço, mas não tem ônibus e nem uber. O senhor sabe onde fica? - perguntei, mostrando o endereço no meu celular.

— Sei sim, mas o que você quer fazer lá? - ele perguntou meio desconfiado.

— Vou só pegar uma encomenda lá, depois eu volto de carro com o cara, nem vai precisar se preocupar de ser pego ou algo assim.

Ele ficou pensativo por alguns segundos, cheguei a pensar que ele não acreditaria na mentira e recusaria me ajudar, mas logo ele assentiu:

— Entre aqui - disse ele.

— Obrigado.

Mais que depressa, entrei na cabine e ele começou a acelerar para o local indicado. Meu coração acelerava mais a cada minuto, com medo do que me esperava a partir daquele momento.

Depois de alguns minutos, chegamos ao local e ele parou o caminhão.

— Muito obrigado pela carona - eu disse, já tirando o cinto e descendo do caminhão.

— Disponha. Boa sorte - respondeu o caminhoneiro no momento em que eu fechei a porta.

Assim que o caminhão arrancou, comecei a olhar o local: era um galpão que não estava abandonado, aparentemente. Lugar típico para um cativeiro. Então, respirei fundo e caminhei a passos lentos em direção à entrada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Skins - Recomeço" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.