Rosana: A Dariganiana que conquistou Meridell escrita por Anne Claksa


Capítulo 6
Longe de casa




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O silêncio imperou durante o trajeto, Master Darigan podia até tentar falar algo, dar milhões de explicações, mas não ia adiantar, Rosana não ia ouvir, não queria ouvir, nada justificaria. Por isso o korbat branco preferiu o silêncio. 

Quando chegaram à Central de Neopia, Rosana agradeceu, se despediu e seguiu o seu caminho. Foi tudo tão depressa, rápido e feito no impulso, que ela não pensou onde iria morar, mas tinha uma certeza, para o Reino de Darigan não voltaria. Hotel neopiano, era ali que iria ficar, durante a discussão com os pais, Rosana juntou uma boa quantidade de dinheiro para pagar a hospedagem, depois veria o que iria fazer quando o dinheiro acabasse. Entrou, tocou a sineta e logo o gerente veio a atender.

— Boa tarde, senhorita. — Cumprimentou o gerente. — No que posso ajudar?

— Boa tarde. Eu gostaria de fazer uma reserva, pretendo ficar alguns dias. — Respondeu Rosana. — Não sei por quanto tempo ficarei aqui, mas não se preocupe, tenho dinheiro suficiente para pagar pelos primeiros dias.

— Está bem, preencha o formulário e confirmaremos a sua reserva.

Rosana preencheu o formulário, na parte que perguntava o lugar de onde vinha, ela não hesitou, porém, mentiu, colocou Brightvale. Estava determinada a esquecer que nasceu no Reino de Darigan. Depois de pagar um valor, recebeu a chave de seu quarto e logo foi para ele. Se deitou na cama e começou a pensar em como seus pais estariam.

...

Lígia estava inconsolável, chorava a maior parte do tempo ao olhar um retrato de Rosana. Reginald entrou em casa e ela se encheu de esperança, pois, o marido havia ido conversar com os reis sobre a filha. Porém, ele voltou com um rosto desanimador.

— Eles estão irredutíveis. — Disse Reginald. — Se Rosana quis ir embora, então, não tem porque a trazer de volta. E mesmo que ela se arrependa e queira voltar, ela não será bem-vinda.

— Mas e se ela quiser apenas nos visitar? — Perguntou Lígia.

— Nem assim a deixariam entrar no reino. Rosana deixou de ser uma dariganiana e agora é uma traidora do reino. — Reginald se emocionou. — Por que nossa filha teve que fazer isso?

Os dois se abraçaram e Lígia desabou em choro.

...

Um vento leniente balançava os cabelos de Rosana durante o passeio. Em um momento teve uma surpresa. Enquanto passava perto da loja de legumes e verduras, viu um rapaz carregando uma caixa com nabos, demorou, mas o reconheceu, era Álvaro. Rosana decidiu ir falar com ele.

— Olá! Espero não estar atrapalhando. — Disse Rosana.

— Você é a moça do Baile. — Álvaro sorriu. — Não está atrapalhando, já havia terminado meu serviço. Eu ainda me lembro de você, do seu nome e principalmente do seu sorriso, Rosana.

“Ele ainda se lembra de mim”. Pensou Rosana.

— Posso saber o que anda fazendo? — Perguntou a garota.

— Sou um príncipe, mas não fico todos os dias no meu palácio, pregado no meu trono e dando ordens. Trabalho muito duro. Ajudo na colheita e na entrega dos produtos. — Respondeu Álvaro. — E eu adoro o que faço. Faço com gosto, pelos meus pais e pela minha Meridell.

Rosana estava encantada com Álvaro. Além de bonito, Álvaro era trabalhador, honesto, sincero, gentil, bondoso, dentre outras qualidades. Rosana não tirava os olhos dele, pode se dizer até que havia um certo brilho no olhar dela. Também notou que seu coração bate mais forte quando o vê. Aquilo era um sinal, encontrou um amor.

— Você está bem? — Perguntou Álvaro, ao perceber que ela o olhava de forma diferente.

— O quê? — Disse Rosana, saindo de seu encantamento.

— Perguntei se está bem. Está se sentindo bem? A Central de Neopia não é muito quente, mas tem vezes que fica bem abafado.

— Estou sim, é que meus pensamentos me tiram de órbita algumas vezes. Obrigada por se preocupar.

Álvaro achou uma graça o jeito com que Rosana falou e de como fica tímida perto dele. O sorriso tímido, as bochechas vermelhas e o brilho nos olhos escuros, chamaram a atenção de Álvaro desde que a viu no baile, mas agora descobriu outras qualidades dela. Ele também percebeu o sinal, encontrou a garota que vinha procurando.

— Aquele dia sua mãe apareceu e você não conseguiu me dizer de onde é. Mas não precisa, eu sei de onde você vem. — Disse Álvaro.

— Sabe? — Perguntou Rosana espantada.

— Sei. Seus modos, seu jeito de falar, suas roupas dizem que você vem... de Brightvale. Não é isso?

Rosana suspirou aliviada.

— Isso mesmo. Sou de Brightvale. — Ela continuou mentindo, aliás, colocou isso na ficha do hotel.

— Está só passeando ou veio fazer alguma entrega aqui? Seus pais trabalham com o quê?

— Estou apenas passeando. Meus pais trabalham produzindo enfeites. — Ela contou uma verdade. — Mas eu estou passando alguns dias aqui, resolvi ficar alguns dias longe da casa dos meus pais, quero conhecer mais da cultura neopiana. Eu estou hospedada no hotel neopiano.

— Se quiser, pode visitar Meridell. Eu ia gostar muito da sua visita.

— Eu irei. Ouvi falar tanto de Meridell, que fiquei curiosa em a conhecer. Dizem que o povo é alegre e simpático.

...

Depois do passeio, Rosana retornou para o hotel, tomou um banho e deitou na cama para descansar. Em seus pensamentos estava a conversa com Álvaro e teve uma ideia. Estava decidido. Amanhã iria visitar Meridell, sua curiosidade sobre a terra medieval ajudou na decisão, porém, o que mais a alegrava era que poderia reencontrar Álvaro. Isso fazia aparecer um largo sorriso em seu rosto.


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