Cálice de Fogo escrita por Sak


Capítulo 7
O Dia das Bruxas


Notas iniciais do capítulo

Olá a todo mundo!!!

Boa noite a todos e bom final de semana com mais um capítulo dessa história que, mesmo me dando muito trabalho, eu tô amando escrever, então todo apoio é muito gratificante!!!

Muito obrigada a todos que acompanham e a todos que deixaram seus comentários, vocês não têm ideia do quanto isso me motiva e me incentiva a continuar, muito obrigada mesmo!!!



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O início de outubro chegou e com ele o aniversário de Naruto no dia dez. Ele ganhou um bisbilhoscópio da melhor amiga (Sakura sabia que daria o presente antes mesmo de irem a Copa Mundial, já que o do amigo quebrou em um pequeno acidente no verão), um kit de manutenção de vassouras de Temari, um kit de genialidades de Kankuro, alguns cartões e vários doces dos amigos, mas Sakura reparou que ele ficou muito feliz quando ganhou uma pena de águia de Hinata e sempre que usava a pena segurava com mais cuidado do que as outras penas no estojo…

No meio de outubro uma friagem úmida chegou se espalhando pelos jardins e entrou no castelo. Madame Sula, a enfermeira, esteve muito ocupada com uma repentina onda de gripe entre professores, funcionários e alunos. Sua poção reanimadora fazia efeito instantâneo, embora deixasse quem bebesse fumegando pelas orelhas durante muitas horas. Karin Uzumaki, que andava pálida, foi intimada pelo próprio irmão a tomar a poção. A fumaça saindo por baixo dos seus cabelos muito ruivos dava a impressão de que a cabeça inteira da garota estava em chamas e ela recebeu alguns apelidos nada lisonjeiros de alguns de seus colegas.

Gotas de chuva do tamanho de pomos de ouro fustigaram as janelas do castelo durante os dias seguintes; as águas do lago subiram, os canteiros de flores viraram um rio lamacento e as abóboras para o Halloween ficaram do tamanho dos cavalos alados de Beauxbatons.

Antes, os alunos se preparavam para a temporada de quadribol, cheios de determinação, o time praticava três noites por semana, mesmo quando o tempo ficava mais frio e úmido e as noite mais escuras, o time treinava arduamente para ganhar a enorme Taça de Quadribol de prata. Mas agora só se falava no Torneio Tribruxo.

Na segunda feira de manhã, na semana das bruxas, Naruto e Sakura não foram os únicos a acordarem mais cedo do que o de costume, quando desceram para o saguão, viram umas trinta pessoas andando por ali, inclusive Temari e Kankuro, alguns comendo torrada enquanto o horário do café não iniciava de fato, mas todos examinavam o Cálice de Fogo. A peça tinha sido colocada no centro do saguão sobre o banquinho que era usado para o Chapéu Seletor. Uma fina linha dourada fora traçada no chão, formando um círculo de uns três metros de raio.

— Alguém já depositou o nome? – Naruto perguntou a Konohamaru, que era um dos alunos presentes, olhando com entusiasmo para a peça de ouro talhada com a chama bruxuleante azul em cima.

— Acho que todos da Durmstrang e da Ilvermorny – o menino respondeu. 

— Ninguém de Hogwarts? – Sakura ficou surpresa.

— Os únicos que vi colocarem o nome eram da Sonserina – respondeu Konohamaru fazendo uma careta de nojo em direção a mesa da Casa da Cobra.

— Eca, imagina só um sonserino representar Hogwarts – Kankuro falou com nojo ao se aproximar deles junto da irmã.

— Aposto que tem gente que vai depositar à noite depois de irmos todos dormir – disse Temari convicta, enquanto segurava um papelzinho.

— Vai se inscrever? – Sakura perguntou animada.

— É claro, você não? – a amiga sorriu antes de ir em direção ao cálice, passar pela linha dourada e depositar o nome. Ouviram aplausos de alguns ao redor.

Kankuro foi atrás da irmã e também depositou um papelzinho no cálice após passar pela linha dourada no chão, sendo acompanhado pelas mesmas palmas.

— Vocês dois não vão se inscrever? – Konohamaru perguntou afoito para Naruto e Sakura.

— Vamos sim – respondeu a garota de cabelos rosa. – Mas não hoje.

— Os últimos serão os primeiros – afirmou Naruto ao lado da amiga.

Sakura somente sorriu enigmática para os irmãos quando eles franziram o cenho sem entender nada.

 

. . . 

 

E assim a semana se passou, os boatos correndo de um bruxo a outro de quem tinha colocado o nome no cálice, alguns alunos inclusive apostando para ver quem seria escolhido para representar Hogwarts.

Kankuro, Temari e Kiba estavam em uma discussão acalorada certa manhã... 

— Tem havido muita discussão sobre o assunto até entre os fantasmas – afirmou Kiba.

— Sobre o torneio? – Naruto perguntou enquanto se sentava ao lado do garoto.

— Corre um boato que o Kisame Hoshigaki se levantou cedo e depositou o nome no cálice – respondeu o monitor. 

— Aquele grandalhão da Sonserina que só acena para o que meu irmão faz? – disse Kankuro com desgosto.

Naruto imitou o gesto dele.

— Não podemos ter um campeão da Sonserina!

Sakura se controlou para não soltar o pressentimento que havia tido no dia da chegada das escolas estrangeiras convidadas.

— E todo o pessoal da Lufa-Lufa está falando em Shino Aburame – disse Temari com um exaspero. – Eu não teria imaginado que ele fosse querer arriscar aquele belo físico.

— Você só está chateada que o Shikamaru não vai participar – Kankuro alfinetou a irmã.

— O que? – Naruto exclamou indignado. – O Shikamaru não vai se inscrever?

— Não! – Temari soltou igualmente indignada. – Dá para acreditar?

— Escutem! – Sakura chamou a atenção deles de repente.

As pessoas estavam aplaudindo no saguão de entrada. Todos se viraram nas cadeiras e viram Karui e Tenten entrando no salão, a primeira cheia de orgulho, a segunda sorrindo meio encabulada. As duas se aproximaram dos colegas e se sentaram, Tenten disse:

— Bom, está feito! 

— Depositamos nossos nomes – acrescentou Karui.

— Parabéns! – comemorou Sakura.

— Quando é que você vai se inscrever? – a garota de tranças vermelhas se virou para a de cabelos rosa.

— Logo – Sakura respondeu misteriosa antes de começar a comer.

— Olha, o pessoal da Beauxbatons – Temari apontou discretamente.

— Aquele pessoal é muito bonito, hein – disse Karui, os admirando.

— Concordo – falou Kiba meio apaixonado.

Os alunos de Beauxbatons entravam no castelo, vindo dos jardins, entre eles a garota fada. O pessoal aglomerado à volta do cálice se afastou para deixá-los passar, observando-os ansiosos.

Madame Mei entrou atrás dos alunos e organizou-os em fila. Um a um eles atravessaram a linha etária e depositaram seus pedaços de pergaminho nas chamas branco-azuladas. A cada nome inscrito o fogo se avermelhava e faiscava por um breve instante.

— Você sabe o que acontece com os que não são escolhidos? – Kankuro murmurou para Sakura, quando a garota fada deixou cair seu pedaço de pergaminho no Cálice de Fogo. – Você acha que voltam para a escola ou ficam por aqui para assistir ao torneio?

— Não sei – respondeu Sakura, pensativa. – Ficam por aqui, suponho... Madame Mei vai ficar para julgar, não é?

Depois que os alunos de Beauxbatons se inscreveram, Madame Mei levou-os de volta aos jardins, onde a carruagem azul clara em que tinham vindo estava estacionada. A carruagem era enorme, do tamanho de um sobrado, na porta tinha duas varinhas cruzadas no qual saía três estrelas de cada ponta; era puxada por doze cavalos alados do tamanhos de elefantes que agora pastavam em uma espécie de picadeiro improvisado ao lado. A carruagem fora estacionada a menos de duzentos metros da cabana do professor Jiraya.

O acampamento de Ilvermorny ficava do lado oposto, em um círculo onde havia cabanas modernas cada qual com sua aparente funcionalidade: lugares de descanso, lugares para estudos e a cabana única do diretor no centro.

O navio de Durmstrang se diferenciava, era imponente mesmo em sua aparência esquelética, com um enorme mastro de madeira, na névoa, as luzes que brilhavam nas escotilhas pareciam olhos fantasmagóricos, a âncora se misturava com o navio.

 

. . . 

 

 

A única coisa que animava mais os alunos do que o Cálice de Fogo era o primeiro fim de semana em Hogsmeade, que seria no sábado, já que no dia seguinte seria o domingo que tanto esperavam: a Festa do Dia das Bruxas, onde iam finalmente ter a abertura do Torneio Tribruxo com o sorteio dos campeões. Normalmente era no final de outubro que acontecia o primeiro passeio do trimestre à Hogsmeade.

Sakura e Naruto estavam sentados em duas das melhores poltronas do salão comunal da Grifinória ao lado da lareira terminando alguns dos deveres de mapas estelares para a aula de Astronomia quando o alarme do relógio de pulso de Sakura soou.

— Está na hora. Vamos? – ela perguntou ao amigo.

Tanto ela quanto ele pegaram os papeizinhos em que tinham escrito seus nomes e saíram do salão comunal pelo túnel que dava no retrato da mulher vestida em seda. Desceram as escadas o mais depressa possível. Era sexta-feira, afinal, as escadas adoravam se mexer.

Então chegaram ao saguão de entrada do salão principal, onde estava o Cálice de Fogo, Naruto foi na frente, respirou fundo antes de atravessar a linha dourada e depositou seu nome na chama azul. Não havia muitos alunos naquele horário, era perto do entardecer, mas os que estavam presentes bateram palmas para ele.

Foi quando Sakura ouviu risos atrás de si.

— Deu certo! – Konohamaru gritou atrás dela. – Senhoras e senhores, preparem-se!

— Nós encontramos a resposta para os seus problemas! – disse Ise em um tom vitorioso ao lado do amigo.

Sakura cruzou os braços e ergueu uma das sobrancelhas, observando os dois sendo acompanhados de outras crianças enquanto desciam as escadas correndo, todos muito animados... Para o que quer que fosse. O que será que eles estavam aprontando?

— Nós acabamos de preparar a Poção para Envelhecer – avisou Ise mostrando um frasco cheio do que parecia ser a poção. – Quatro gotas cada – apontou para si e Konohamaru. – Uma gota equivale a um ano que precisamos envelhecer – informou a todos.

— Isso não vai dar certo – disse Hinata ao lado de Sakura. Era o mesmo pensamento que a garota de cabelos rosa tinha acabado de ter. Mas de onde a garota de olhos perolados tinha surgido?

Como monitora Sakura se via na obrigação de avisar os meninos.

— Tenho certeza que o diretor Hiruzen pensou nessa possibilidade – avisou a eles.

Mas os garotos somente a olharam e decidiram ir em frente mesmo assim. Sakura observou abismada Konohamaru engolir as quatro gotas e se dirigir ao Cálice, tirando um papelzinho do bolso. O garoto foi direto à linha e parou ali, balançando-se nas pontas dos pés como um mergulhador se preparando para um salto. Depois, acompanhado pelo olhar de todos que estavam no saguão, ele respirou fundo e atravessou a linha, dando um grito de triunfo. Ise foi logo atrás e, juntos, depositaram os nomes na chama bruxuleante.

Os alunos começaram a aplaudir assim que os dois atravessaram a linha dourada, mas no momento seguinte, ouviram um chiado forte e os dois foram arremessados para fora do círculo dourado, em uma pancada forte. Eles aterrissaram dolorosamente, a dez metros de distância no chão de pedra frio, para piorar a situação, ouviram um forte estalo e brotaram nos dois longas barbas brancas e idênticas.

O saguão de entrada ecoou de risadas. Ise e Konohamaru entraram em um briguinha no chão, um culpando o outro pelo fracasso da poção, mas caíram na risada depois de se levantarem e darem uma boa olhada nas barbas um do outro.

— Eu avisei a vocês – disse uma voz grave e risonha, ao que todos se viraram e deram com o diretor Hiruzen na entrada do Salão Principal. Ele examinou Konohamaru e Ise, com os olhos cintilando. – Sugiro que os dois procurem Madame Sula. Ela já está cuidando das senhoritas Moegi e Hanabi da Grifinória e dos senhores Kol e Kaito da Sonserina, que também resolveram envelhecer um pouquinho. Embora eu deva dizer que as barbas deles não sejam tão bonitas quanto as suas.

— Eu os levo – Hinata se prontificou, preocupada ao ouvir o nome da irmã mais nova. O diretor acenou antes de continuar seu caminho.

Alguns alunos ainda riam quando Sakura pegou o papelzinho do bolso e se dirigiu ela própria ao Cálice. Alguns alunos começaram a aplaudir quando a viram e gritaram empolgados:

— Sakura! Sakura! Sakura!

A garota de cabelos rosa sorriu em agradecimento para eles depois de depositar o nome e foi para o lado do amigo. 

— Acho que alguém aqui é a favorita – ele comentou por cima da gritaria dos outros e batendo palmas em apoio a amiga.

Mas Naruto paralisou junto a todos os outros presentes no saguão. Sasuke Uchiha vinha acompanhado dos familiares garotos que sempre andavam com ele, o de cabelos platinados e o de cabelos ruivos.

Quando os três depositaram os nomes no Cálice, Sakura foi a primeira a puxar as educadas palmas, sendo logo acompanhado pelos demais.

O jogador famoso acenou a cabeça em direção a ela em agradecimento, mas a garota de cabelos rosa ficou surpresa por ele olhar para ela por mais tempo do que o necessário.

Com o último raio de sol se findando, o Cálice de Fogo sumiu. 

E estava feito.

 

. . . 

 

Sábado amanheceu úmido, as serras em torno da escola viraram cinza gelo e o lago metal congelado, o chão coberto de geada. Parecia que a neve chegaria mais cedo naquele ano.

Os alunos estavam animados para o passeio em Hogsmeade, sempre era bom sair dos terrenos do castelo por algumas horas e, com todos tão excitados e ansiosos com o Torneio Tribruxo, seria bom anuviar a cabeça um pouco.

Hogsmeade era um vilarejo próximo a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e era a única cidade da Grã Bretanha ocupada puramente de bruxos. Os alunos não tinham permissão de visitar o vilarejo até o terceiro ano escolar, isso se tivessem uma autorização assinada pelos pais ou pelos responsáveis.

Os alunos gostavam de visitar Hogsmeade por causa de suas diversas lojas: 

Dedos de Mel – conhecida como a maior doceria da Grã-Bretanha por sua enorme variedade de doces de todos os tipos, para bruxos e bruxas, até mesmo para vampiros, como: enormes barras de chocolates, varinha de alcaçuz, sapos de chocolate, bombons explosivos, flocos de neve de glacê, delícias gasosas, borboletas de açúcar, feijõezinhos de todos os sabores e entre muitos outros; era a loja favorita dos alunos de Hogwarts.

Zonko’s – empatada com a Dedos de Mel de loja favorita dos alunos, a Zonko’s vendiam todo o tipo de travessuras, como: chumbinhos fedorentos, bombas de bosta, sabão de ovas de sapo, snap explosivo, soluços doces e xícaras morde nariz, entre outras genialidades.

Três Vassouras – Responsável pelo melhor hidromel envelhecido em barris de carvalho da Grã-Bretanha, o Três Vassouras era ponto de encontro para beber cerveja amanteigada, embora servisse, também, água de gilly, rum de groselha, abóbora espumante, uísque de fogo e outras bebidas não direcionada a alunos. Possuía mesas, cadeiras e um grande espelho sobre o bar. Havia uma pequena sala de reunião no segundo andar, onde professores de Hogwarts e membros do ministério se encontravam. 

Cabeça de Javali – Era uma pequena taberna, no final de uma rua lateral da rua principal, que consistia num pequeno salão, com uma mistura de cheiros particularmente forte e difícil de identificar devido à clientela diversificada, embora não fosse proibida a entrada dos alunos de Hogwarts, também não era recomendada. Outra recomendação era que o cliente trouxesse o próprio copo para beber o que fosse de sua escolha.

Trapobelo Moda Mágica – era uma loja especializada em roupas bruxas, que, aliás, possuía filiais no Beco Diagonal, em Londres, em Paris e na Itália.

Loja de Penas Escribas – Localizada na Rua Principal, lá se encontrava uma enorme variedade de penas, de todas as cores, tipos e tamanhos. A loja podia ser pequena, mas as vitrines mostravam as mais belas e caras penas, além de diversas tintas e tinteiros para acompanhar.

Dervixes e Bangues – localizada perto do fim da rua principal, era uma loja de instrumentos mágicos e artigos sortidos, que vendiam produtos como bisbilhoscópios.

Casa do Gritos – Era considerada a casa mais mal assombrada da Grã-Bretanha, até mesmo os fantasmas de Hogwarts a evitavam, devido aos boatos de que uma figura estranha morava lá e era recomendado que longe de lá ficassem.

Correio – Com mais de 300 corujas, de todos os tamanhos e cores, esperando para carregar mensagens. As aves ficavam sentadas em poleiros e tinham códigos de cores diferentes, de acordo com urgência da mensagem. Algumas só faziam entregas locais.

Estação de Trem – Parada final do trem que saía de Londres, na Plataforma Nove e Meia, em King’s Cross. A estação ficava situada perto de Hogsmeade.

Café Madame Puddifoot – Era uma pequena loja, situada numa rua lateral da rua principal. Tinha pequenas mesas circulares e uma decoração aconchegante, era bastante frequentada por casais de alunos de Hogwarts.

Era nessa loja que Sakura e Naruto estavam indo. Lá vendia uns bolinhos de açúcar deliciosos, mas somente a garota de cabelos rosa entrava, já que se os dois amigos entrassem juntos – como fizeram uma vez no terceiro ano – todos diriam que estavam namorando. Quando chegaram perto viram Nagato desenhando alguma coisa no vidro da vitrine da loja. Os amigos trocaram um olhar, sorrindo um para o outro, já sabendo o que viria a seguir.

— Nagato! – Konan saiu de dentro da loja, irritada, Yahiko vinha logo atrás.

Nagato saiu correndo, mas não sem antes gritar:

— É isso que vocês ganham quando deixam seu melhor amigo para trás!

Sakura e Naruto riram.

— Quando é que ele vai crescer? – a garota de cabelos rosa comentou.

— Sei lá – o loiro deu de ombros. – Nunca?

E riram mais um pouco.

Sakura entrou rapidamente, vendo uma pequena multidão se formar do lado de fora, tentando entender o que estava acontecendo. Fez o pedido e enquanto esperava viu outro casal de amigos: Temari e Shikamaru, tentando permanecer escondidos. Sakura olhou para fora da vitrine em direção a Naruto e apontou para o casal. O amigo não se conteve e fez o mesmo que Nagato: zoou o casal com um desenho na vitrine. Sakura pagou pelo pedido e saiu correndo.

Ainda estavam rindo quando viraram na rua principal.

— Ela vai se vingar tanto da gente quando tiver a chance – Sakura tentou controlar a respiração.

— É, mas até esse dia chegar, ela vai ter que aguentar – Naruto riu enquanto enfiava o bolinho na boca. – Nossa, isso é tão bom, parece melhor a cada vez que eu como, o que a cozinheira coloca nisso aqui? – elogiou antes de enfiar outro bolinho na boca.

Sakura concordava, era doce na medida certa, fofinho e o açúcar derretia na boca. Se fosse definir em comida não mágica, diria que era uma mistura de bolo, com marshmallow e algodão doce.

A garota de cabelos rosa viu o amigo se endireitar e seguiu o olhar dele. Hinata caminhava do outro lado da rua, perdida em pensamentos.

— Eu vou no Penas Escribas agora, a gente se vê mais tarde no Três Vassouras? – falou com o amigo.

— Tá – ele concordou rapidamente se afastando dela e indo em direção a Hinata.

Sakura sorriu internamente.

— Eu vi o que você fez – Nagato surgiu ao lado dela como num passe de mágica e colocou um dos braços nos ombros dela. Sakura o retirou imediatamente.

— E o que eu fiz? – ela sorriu inocentemente.

— Eu não sou bobo, garota – ele piscou para ela. – Ah Sakura, a cada dia que passa você só fica mais e mais bonita – Sakura se controlou para não revirar os olhos. – O que eu tenho que fazer para você aceitar sair comigo?

Sakura já ia dispensá-lo novamente quando Karin surgiu atrás deles:

— Garoto, vai dar em cima de alguém que tenha interesse em você – e puxou Sakura de lado, fazendo-a andar em sua companhia.

— Obrigada – disse Sakura surpresa pela interrupção da ruiva.

— Não me agradeça – respondeu a garota.

A garota de cabelos rosa concordou internamente, Karin não era do tipo que ajudava os outros sem receber nada em troca, mas perguntou ainda mais curiosa, a ruiva raramente lhe pedia um favor:

— Do que precisa?

— Que leve os alunos de Beauxbatons para um pequeno tour por Hogsmeade – respondeu Karin. – Eu ia falar para a Hyuuga fazer isso, mas você deixou ela e Naruto em uma espécie de encontro…

— Não fala isso para eles – pediu.

Karin suspirou.

— Acha que eu tenho tempo para pensar na vida amorosa do meu irmão mais novo? Tenho mais o que fazer – respondeu plena.

— Tudo bem – Sakura concordou. – Só os alunos de Beauxbatons se interessaram em conhecer a cidade? – questionou confusa.

— O Aburame da Lufa-Lufa está responsável pelos alunos de Ilvermorny e eu estou responsável pelos de Durmstrang – Karin a informou. – Estou feliz pelo Uchiha não querer se juntar a nós ou esse pequeno tour seria o mais completo caos – desabafou.

— Achei que você gostasse do Uchiha – comentou se lembrando de uma fala dela na Copa Mundial de Quadribol.

— Ele é lindo de se admirar de longe, mas de perto… Não, trabalho demais – sacudiu a cabeça de leve.

Karin a levou até o grupo de alunos de Beauxbatons e apresentou Sakura a eles, parecia que uma das meninas ia soltar um comentário em francês, então a garota de cabelos rosa se apressou em cumprimentá-los:

— Bonjour tout le monde. (Olá a todos)

— Parles-tu français? – uma das alunas perguntou surpresa. Sakura a reconheceu da primeira noite em Hogwarts. (Você sabe falar francês?)

— Oui – respondeu educada. – Je peux parler en français si vous vous sentez plus à l'aise. (Sim. Posso falar em francês se sentirem mais confortáveis)

— Prrefirro em inglês parra prraticar – disse a garota.

— Como quiser – Sakura acenou.

Durante o tour conversaram sobre amenidades e diferenças entre as duas escolas, os alunos de Beauxbatons faziam questão de dizer que de onde vinham tudo era melhor e mais bonito. Sakura somente sorria educada e acenava quando necessário, mas defendia a escola quando um aluno ou outro parecia implicar de propósito…

Depois de terminado o tour foi em direção ao Penas Escribas, como tinha dito que faria ao amigo, precisava mesmo de penas novas e tinteiros, gastava os seus muito rapidamente…

Encontrou com Karui e Tenten na Trapobelo Moda Mágica depois de um tempo perambulando e comprou duas blusas novas, uma verde esmeralda e outra vinho. As meninas iam na Dedos de Mel depois, então Sakura se separou delas. Além das blusas, ela tinha agora um punhado de penas novas, tinteiros cheios, rolos de pergaminho e ingredientes para a aula de poções.

Estava passando perto do Cabeça de Javali quando viu a professora Tsunade entrar no estabelecimento acompanhada do diretor de Durmstrang. O homem olhava para ela como na primeira noite em que chegaram à Hogwarts. A professora tinha uma careta no rosto.

— Sakura! – ouviu a voz do melhor amigo do outro lado da rua.

Ele ainda estava acompanhado de Hinata, os dois tinham sacos nas mãos.

— O que é isso? – ela apontou para os sacos.

— Doces da Dedos de Mel – respondeu Hinata.

— Prometi para o Konohamaru que levaria doces para ele – disse Naruto dando de ombros. – O que você estava fazendo na frente do Cabeça de Javali? – perguntou curioso.

— Nada demais, só estava passando – deu de ombros. – Ainda dá tempo de passar no Três Vassouras – apontou –, vamos? – fez questão de chamar Hinata também.

A garota de cabelos preto azulados olhou para Naruto que sorriu para ela e ela sorriu de volta, acenando, as bochechas coradas, se pelo frio ou pelo garoto ao lado dela...

Sakura tomou a frente, um sorriso satisfeito querendo sair pelos lábios.

 

. . . 

 

A decoração do Salão Principal foi mudada no domingo de manhã. Mil morcegos vivos esvoaçavam nas paredes e no teto e outros mil mergulhavam sobre as mesas em nuvens negras e baixas, fazendo dançarem as velas dentro das abóboras. A comida apareceu de repente nos pratos de ouro, como acontecera no banquete de abertura das aulas.

Durante o café, uma onda de centenas de corujas adentrou o Salão Principal sobrevoando as mesas. Uma carta caiu em frente a Sakura.

— Olá, Frost – cumprimentou a coruja da família.

Seus pais haviam comprado duas corujas no ano em que descobriram que era bruxa, assim, quando a correspondência mágica chegasse, ninguém não mágico estranharia o fato de haver tantas corujas sobrevoando ao redor do terreno deles.

Sakura abriu a carta rapidamente:

 

“Para nossa amada bruxinha, digna de Sabrina

Com amor, papai e mamãe”

 

Dentro do envelope havia um medalhão de ouro, Sakura abriu, havia uma foto dela com a mãe de um lado e o pai do outro, os três se abraçavam, o outro lado do medalhão estava vazio, poderia colocar a foto que quisesse. A garota de cabelos rosa sorriu encantada e colocou o medalhão ao redor do pescoço.

— Que bonito – Temari comentou.

— Seus pais? – Karui perguntou.

— Sim – Sakura sorriu para as amigas. Karui assobiou.

Como a garota tinha o pai não mágico, ela sabia muito sobre o mundo não mágico, isso incluía a família de onde Sakura vinha.

 

. . .

 

Uma chuva leve começou a cair lá pelo meio da tarde; foi muito gostoso sentar ao pé da lareira e escutar as gotas de chuva tamborilando de leve na janela ao lado das amigas. Ficaram se revezando entre fazer os deveres e jogar conversa fora, quando lá pelas cinco horas começou a escurecer. Naruto e Kankuro tinham ido visitar o professor Jiraya. O homem de cabelos brancos era como um padrinho de Naruto, mas pouquíssimos sabiam disso.

Sakura consultou seu relógio de pulso.

— É melhor descermos, sabe, a festa vai começar dentro de cinco minutos – as quatro amigas atravessaram depressa o buraco do retrato e se misturaram à aglomeração de alunos, todos empolgados para o anúncio de quem seriam os campeões das escolas.

Quando chegaram ao saguão de entrada e o atravessaram para entrar no Salão Principal, este tinha sido decorado com centenas de abóboras iluminadas por dentro com velas, uma nuvem de morcegos, muitas serpentinas laranja vivo que esvoaçavam lentamente pelo teto tempestuoso parecendo luzidias cobras de água.

O Cálice de Fogo tinha sido mudado de lugar; agora se encontrava diante da cadeira vazia do diretor Hiruzen, à mesa dos professores. Konohamaru e Ise – novamente em seus rostos lisos de criança – pareciam ter aceitado o desapontamento muito bem.

— Espero que você ganhe, Sakura – Hanabi a parou no meio do caminho para demonstrar seu apoio à garota de cabelos cor de rosa.

— Obrigada – Sakura sorriu agradecida para a menina.

Ela não era a única. Muitos dos colegas cumprimentaram Sakura ao passar dizendo que torciam para ela.

 – Alguém é a favorita de Hogwarts – Temari zoou a garota de cabelos cor de rosa.

— Eu fico lisonjeada – Sakura respondeu a altura. – Mas não acho que vou ser a escolhida – soltou enigmática.

Naruto e Kankuro entraram correndo ao lado do professor Jiraya e seu enorme guarda-chuva, se dirigindo à mesa da Grifinória para se sentarem ao lado dos amigos. 

— Eu tô faminto – soltou Kankuro.

— E eu tô ansioso demais para sentir fome – reclamou Naruto. – Já falaram alguma coisa? – perguntou para a amiga de cabelos rosa.

— Não – respondeu ela. – Acabamos de chegar.

A Festa das Bruxas pareceu durar muito mais do que habitualmente. Naruto não era o único ansioso, a julgar pelas constantes espichadas de pescoços, as expressões impacientes nos rostos, o desassossego de todos que se levantavam para ver se o diretor já havia acabado de comer, alguns até consultavam os relógios a todo momento… Poucos pareciam interessados na comida preparada com extravagância tanto quanto das outras vezes.

Depois de muito tempo, os pratos voltaram ao estado de limpeza inicial; houve um aumento acentuado no volume dos ruídos no salão, que caiu quase instantaneamente quando Hiruzen se ergueu. Ao lado dele, os diretores das outras escolas pareciam tão tensos e ansiosos quanto os demais.

Nawaki sorria e piscava para vários alunos. O senhor Hashirama conversava empolgado ao lado da filha, a professora Tsunade.

— Bom, o Cálice de Fogo está quase pronto para decidir – anunciou o diretor Hiruzen. – Estimo que só precise de mais um minuto. Agora, quando os nomes dos campeões forem chamados, eu peço para que se levantem e venham até este lado do salão, diante da mesa dos professores. Ao final do sorteio, vocês serão levados a uma câmara particular onde receberão as primeiras instruções.

Ele puxou, então, a varinha e fez um gesto amplo; na mesma hora todas as velas, exceto as que estavam dentro das abóboras recortadas, se apagaram, mergulhando o salão na penumbra. O Cálice de Fogo agora brilhava com mais intensidade do que qualquer outra coisa ali, a brancura azulada das chamas que faiscavam vivamente quase fazia os olhos doerem. Todos observavam à espera…

As chamas dentro do Cálice de repente tornaram a se avermelhar. Começaram a soltar faíscas. No momento seguinte, uma língua de fogo se ergueu no ar e expeliu um pedaço de pergaminho chamuscado – o salão inteiro prendeu a respiração. O diretor apanhou o pergaminho e segurou-o à distância do braço, de modo a poder lê-lo à luz das chamas, que voltaram a ficar branco azuladas.

— O campeão de Durmstrang – leu ele em alto e bom som – é Sasuke Uchiha.

Uma tempestade de aplausos e vivas percorreu o salão. Observaram o Uchiha se levantar da mesa da Sonserina e andar até parar diante da mesa dos professores 

— Bravo, Sasuke! – disse Daniel com a voz tão retumbante que todos puderam ouvi-lo apesar dos aplausos. – Eu sabia que você era capaz!

Os aplausos e comentários morreram. Agora todas as atenções tornaram a se concentrar no Cálice de Fogo, que, segundos depois, tornou a se avermelhar. Um segundo pedaço de pergaminho voou de dentro dele, lançado pelas chamas.

— A campeã de Beauxbatons é Ino Yamanaka!

— É ela! – gritou Kankuro, quando a garota que parecia uma fada levantou-se graciosamente, sacudiu a cascata de cabelos louro-prateados para trás e caminhou impetuosamente entre as mesas da Corvinal e da Lufa-Lufa.

— Ah, olha lá, eles estão desapontados – disse Temari sobrepondo sua voz ao barulho e indicando com a cabeça o resto da delegação de Beauxbatons.

“Desapontados” era dizer pouco, pensou Sakura. Duas das garotas que não tinham sido escolhidas debulhavam-se em lágrimas e soluçavam, com as cabeças deitadas nos braços.

Quando Ino parou diante à mesa dos professores e ao lado do Uchiha, em uma posição toda pomposa, todos tornaram a fazer silêncio, mas desta vez foi um silêncio tão pesado de excitação que quase dava para sentir seu gosto...

E o Cálice de Fogo ficou mais uma vez vermelho, jorrando faíscas dele, a língua de fogo se ergueu muito alto no ar e de sua ponta Hiruzen tirou o terceiro pedaço de pergaminho.

— O campeão de Ilvermorny é Utakata Uton.

Mais vivas e aplausos vieram, principalmente de seus colegas de escola, quando o garoto alto e esguio de cabelos castanhos se posicionou diante a mesa dos professores, os alunos ficaram em silêncio imediatamente. Só faltava o campeão de Hogwarts e todos se inclinaram à espera.

O fogo no cálice acabara de se avermelhar outra vez. Expeliu faíscas. Uma longa chama se elevou subitamente no ar e ergueu mais um pedaço de pergaminho.

O diretor estendeu a mão e apanhou o pergaminho. Ergueu-o e seus olhos se arregalaram agradavelmente surpresos para o nome que viu escrito. Houve uma longa pausa, durante a qual o bruxo mirou o pergaminho em suas mãos e todos no salão fixaram o olhar em Hiruzen, muitos prenderam a respiração quando o diretor sorriu minimamente.

— E, por fim, o campeão de Hogwarts é… – a maioria pareceu prender a respiração ao mesmo tempo. – Naruto Uzumaki.

 

Continua…

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? espero que sim!!!

Me digam o quê estão achando, suas opiniões, perguntas, dúvidas, críticas, eu vou adorar saber

Minha indicação de leitura da vez é “A Maldição do Ex”, esse é um livro para maiores de 18 anos, então vejam bem hein!!!! Li esses dias e adorei, é uma leitura leve e rapidinha de ler…

Por enquanto é isso, beijinhos e até o próximo capítulo



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