Cálice de Fogo escrita por Sak


Capítulo 13
Yule Ball


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Finalmente capítulo novo pra vcs!!!

Eu percebi q a partir de agora vai ser um pouco difícil de escrever, todas as cenas da Hermione com o Krum no livro são bem passageiras, pra Sakura e pro Sasuke aqui na fic eu vou ter q inventar muito (ñ q eu já ñ tenha cenas na minha cabeça), mas eu tô com medo de perder sentido na história, torçam por mim…
Além disso, o estilo de escrita dos livros é bem mais rebuscado do q eu tô acostumada, tudo é muito cheio de detalhes, o q ñ é ruim, acho q isso enriquece a história, mas pra quem já leu outras histórias minhas (como Os Descendentes e H2O: Vida de Sereia) vai perceber como eu gosto de tudo bem ágil…

Resumindo, pode ser q daqui pra frente eu ñ consiga atualizar com tanta frequência, fazer o que?

Enfim, sem mais delongas vamos ao capítulo (q se ñ for o maior q eu já escrevi eu nem sei qual é)



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O salão ficou em silêncio mais uma vez, apesar de alguns gritinhos e bufos de indignação por parte de alguns dos alunos ao ouvirem o campeão de Hogwarts convidar a olhos de lua.

— Quer dizer, se você não tiver um par – o loiro disse sem graça ao notar que havia feito o mesmo que Nagato: convidar alguém em público. O que tinha dado nele?

— Tá bom – Hinata sorriu acenando com a cabeça. – Eu vou com você.

— Tá bom – ele sorriu para ela feliz, os ombros desmoronando de alívio. – Combinado e desculpa mais uma vez pela torta.

— Eu vou ter que fazer outra – ela disse tristinha, olhando para o uniforme manchado do garoto.

— Se quiser ajuda… – ele ofereceu.

— Não, eu consigo sozinha – ela negou e continuou seu caminho.

— Nos vemos depois – ele se despediu.

Hinata parou e acenou de volta para ele.

Todos ainda de olho.

Naruto se sentou ao lado de Sakura para aproveitar o café da manhã. Depois iria correndo até o dormitório da Grifinória para trocar o uniforme.

— O que? – ele perguntou ao perceber todos os amigos olhando para ele.

— Só você mesmo pra fazer um pedido assim – apontou Temari.

— Imprevisível – concordou Sakura, mas com um sorriso de aprovação no rosto. – Que bom que deu certo.

Kankuro balançava a cabeça de um lado para o outro sem acreditar.

— Agora eu sou o único sem um par – lamentou. – Eu tava com esperança de que você ia me convidar – apontou para o loiro. Naruto fez uma careta pelo exagero do amigo. – Sakura, você vai mesmo com alguém ou só falou aquilo pra não ir com o Nagato? Vai comigo, por favor – implorou juntando as duas mãos em sinal de prece.

— Eu vou com alguém – disse Sakura mais uma vez, cansada pelo interesse incessante dos amigos.

— Quem? – perguntou todos em sua volta, isso incluía Kankuro, Temari, Karui e Tenten. Naruto foi o único a ficar quieto, sabendo que aquilo só iria irritar a amiga.

— Vocês vão ver no dia do baile – respondeu a garota de cabelos cor de rosa pela milionésima vez.

— Aposto como é alguém de outra escola – disse Temari. Sakura ergueu os olhos para a amiga. – Viu? Traidora!

— Por que é que eu sou traidora? – Sakura ficou indignada. – Todo o Torneio Tribruxo é feito para cooperarmos e confraternizarmos com as outras escolas. Fazer contatos, mas principalmente, amigos.

— É traidora por não dizer quem é – acusou Temari.

Sakura somente revirou os olhos.

Nesse momento, o correio coruja chegou, as aves mergulharam pelas janelas salpicadas de chuva, espalhando pingos de água em todo mundo.

— Olá, Emma – Sakura acariciou a outra coruja da família, mas se surpreendeu por ser ela e não Frost a enviar a mensagem. A garota de cabelos rosa leu calmamente e seu semblante foi se tornando sofrido à medida que finalizava a carta. – Argh! O Natal vai ser horrível – lamentou a garota.

— O Natal vai ser incrível – Naruto contrapôs indignado.

— Pra você – disse ela, enquanto pegava migalhas do prato e dava para a coruja. – Eu vou passar o Natal na casa do meu irmão e toda a família vai estar lá.

— Com toda a família você quer dizer…

— Até meus parentes que vivem na França vão vir – Sakura revirou os olhos. – Ai, vai ser um pesadelo. Eu falei que tive um sonho um dia desses? Tô sentindo que vai se tornar realidade: eu e meu irmão vamos brigar feio e vai ser definitivo, ou a gente se resolve de uma vez por todas ou a gente nunca mais se fala – suspirou.

Os amigos trocaram os familiares olhares de quando Sakura compartilhava uma “sensação”, como ela mesma dizia, para eles. Naruto fez um gesto para que todos se calassem quanto aquilo.

— Relaxa, vai dar tudo certo – Naruto bateu de leve no ombro da amiga.

— Não sei se vai dar tudo certo – ela discordou. –, mas só vou pensar nisso quando chegar em Londres!

 

. . .

 

Mais uma vez, as espirais de neve batiam nas janelas geladas. 

Os funcionários de Hogwarts, demonstrando um constante interesse em impressionar os visitantes de Ilvermorny, Beauxbatons e Durmstrang, pareciam decididos a mostrar o castelo em sua melhor forma neste Natal. Quando armaram as decorações, dava para reparar que eram as mais fantásticas que já haviam sido vistas no interior da escola. 

Pingentes de gelo perene tinham sido presos nos balaústres da escadaria de mármore; as doze árvores de Natal que sempre eram montadas no Salão Principal estavam enfeitadas com tudo o que se tinha direito: desde frutinhas vermelhas luminosas até corujas douradas vivas que piavam, e as armaduras tinham sido enfeitiçadas para cantar canções tradicionais de Natal quando alguém passasse por elas. Era impressionante ouvir “O’ vinde adoremos” cantado por um elmo vazio que só sabia uma parte da letra.

Apesar da pesada carga de deveres de casa que os alunos do sexto ano tinham recebido para as férias, nenhum deles estava com a menor vontade de estudar quando o trimestre terminou, nem mesmo Sakura, e passaram o restante da semana que antecedeu o Natal divertindo-se o máximo possível com todos os outros alunos.

A Torre da Grifinória não parecia mais vazia agora do que estivera durante o tempo de aulas; parecia até ter encolhido ligeiramente, porque seus moradores estavam muito mais barulhentos do que o normal. Afora o assunto do baile (todos já tinham uma boa ideia de quem ia com quem, então raramente uma fofoca nova surgia), os alunos passavam o tempo pregando pegadinhas uns nos outros. Sakura era a única que conseguia escapar delas e seus amigos ficavam em volta dela o tempo todo para se verem livres também. Por vezes demais jogaram xadrez bruxo e cartas mágicas.

Até que o dia do baile finalmente chegou.

Caía muita neve sobre o castelo em seus terrenos agora. A carruagem azul clara de Beauxbatons parecia uma enorme abóbora coberta de gelo ao lado da casinha que parecia ser feita de bolo glaçado que era a cabana de Jiraya, enquanto as escotilhas do navio de Durmstrang estavam foscas e o cordame branco de gelo; a tenda invisível do acampamento de Ilvermorny precisava ser limpa de hora em hora e tanto o diretor quanto os alunos pareciam se revezar para fazer a limpeza, o que fazia acumular neve ao redor do perímetro delimitado como se fosse um forte de um castelo que se assemelhava a um iglu.

E naquela manhã, tudo se seguiu como se fosse outro dia qualquer, mesmo que os alunos estivessem animados pela noite. Naruto e Kankuro se encontraram com Sakura e Temari na sala comunal e desceram juntos para tomar o café da manhã. Os quatro passaram a maior parte da manhã na Torre da Grifinória, onde todos se divertiam com brincadeiras e jogos de tabuleiro, depois voltaram ao Salão Principal para um almoço magnífico, que incluía no mínimo uns cem perus e pudins de Natal e montanhas de Bolachas Mágicas de Cribbage.

Os garotos saíram para os jardins à tarde; a neve estava intocada, exceto pelas valas fundas feitas pelos estudantes de Durmstrang, Beauxbatons e Ilvermorny a caminho do castelo. Eles brincaram de batalha de bolas de neve se revezando entre os times, as coisas começaram a ficar acirradas quando separaram os times pelas casas de Hogwarts, às cinco horas, as meninas disseram que iam subir para se preparar para o baile.

— O que? Tão cedo? – caçoou Kankuro.

— Nós, meninas, nos arrumamos juntas – Sakura empinou o nariz para ele, defendendo a amiga. – Vocês vão tomar banho pelo menos, não é? – ela alfinetou.

Os garotos trocaram olhares sem graça entre si. Naruto sabia que iria sim.

Não houve o chá de Natal àquela tarde porque o baile incluía um banquete, de modo que às sete horas, quando ficou difícil fazer pontaria direito, os garotos abandonaram a batalha de bolas de neve e marcharam de volta ao salão comunal. A Mulher do quadro estava sentada em sua moldura com a amiga Violeta do andar de baixo, as duas extremamente bêbadas, caixas vazias de bombons recheados de licor amontoadas sob o quadro.

— Lutas de Covil, é isso aí! – ela riu quando os garotos disseram a senha e girou o quadro para deixá-los passar.

 

. . .

 

Sakura respirou fundo quando entrou no quarto, estava um pouco nervosa quanto ao seu par. Não tinha sido intencional esquecer o brinco, mas veio a calhar. Temari precisou de ajuda com o vestido e Karui com a gravata do terno, no processo de ajudá-las acabou por esquecer o outro par do brinco… As meninas já tinham saído aquela altura, o que foi um alívio, elas tinham insistido e muito em saber com quem ia ao baile a semana inteira e Sakura já estava ficando cansada com a insistência delas. 

Ela lançou o feitiço “accio” e rapidamente o brinco veio até ela. A garota de cabelos rosa se posicionou na frente do espelho e o arrumou, se olhando de corpo inteiro quando terminou, sua mãe tinha escolhido muito bem, o vestido era de um tecido rosa etéreo cheio de camadas, o par de brincos de jade em formato de gotas davam um charme que combinava muito bem com seus olhos, lembrou do pedido de seus pais e rapidamente tirou uma máquina fotográfica analógica da pequena bolsinha de mão (não sabia se uma camêra digital funcionaria nos terrenos da escola), feitiços de expansão eram extremamente úteis quando se queria guardar coisas grandes.

Depois da foto tirada, saiu do quarto indo em direção a sala comunal e logo em seguida tomando o rumo das escadas. Sakura respirou fundo antes de pisar no primeiro degrau para descer. O saguão de entrada estava apinhado de gente.

E se o garoto tivesse desistido?…

Mas não, nem deu tempo de pensar.

A garota de cabelos rosa desceu a escadaria e rapidamente enxergou seu par na multidão de casacos vermelhos da escola de Durmstrang quando este se moveu para ir recebê-la. Seu par se entremeou entre as pessoas, que davam um passo para trás a cada avanço dele, até que chegou ao final da escada e a esperou pacientemente, a mão erguida e um sorriso mínimo nos lábios.

Sakura não sabia explicar, mas sentia um calor cheio de expectativa no estômago. Ela desceu os degraus, os olhares de todos no saguão sobre os dois, e pegou a mão dele.

— Oi – ela o cumprimentou.

— Você está linda – ele a elogiou, apenas um pequeno indício do sotaque.

— Obrigada – ela agradeceu. – Você também- 

Mas foi interrompida pela voz do diretor de Durmstrang.

— Vamos, vamos, não gosto de atrasos – ele lançou um olhar de desgosto em direção a Sakura.

Como campeão e jogador, parecia que o diretor Daniel queria destacá-lo em meio aos outros alunos. A turma de Durmstrang parecia já acostumada com o comportamento do diretor.

— Mas não estamos atrasados – disse o Uchiha, formalmente ao lado de Sakura.

Ele estendeu o braço para ela e ela aceitou, um sorriso nos lábios.

Sim, ela ia ao baile com Sasuke Uchiha, seus amigos iam surtar com ela mais tarde, mas valia a pena, se tivesse contado eles iriam surtar antes E depois do baile.

Os alunos, usando diferentes cores em lugar da massa dos uniformes de sempre, olhavam para os dois com assombroso espanto, como se não acreditassem. Inclusive viu alguns de seus amigos olharem na direção dos dois, Temari parecia que ia lançar facas pelos olhos, Tenten tinha a boca aberta e Karui tinha um sorriso grande no rosto, chegou a fazer um gesto de joinha com as mãos quando Sakura olhou para ela. 

Um grupo de alunos da Sonserina vinha subindo as escadas do seu salão comunal na masmorra. Gaara, à frente, paralisou ao olhar para ela e o jogador, Shion, o par do garoto ruivo, soltou um suspiro de indignação, havia boatos de que ela havia convidado o jogador e que ele a recusou. Sakura, que não conseguiu se controlar, deu um sorriso de superioridade. 

Pelas portas de carvalho era possível ver que a área do gramado logo à entrada do castelo foi transformada em uma espécie de gruta cheia de luzes encantadas, ou seja, centenas de fadinhas vivas encontravam-se sentadas nas roseiras que tinham sido conjuradas ali e esvoaçavam sobre as estátuas que pareciam representar Papai Noel e suas renas.

Então a voz da professora Tsunade chamou:

— Campeões aqui, por favor!

A bruxa mais velha trajava vestes a rigor de tartan vermelho, a aba do chapéu enfeitada com uma guirlanda de cardos – a flor nacional da Escócia –, mandou-os esperar a um lado das portas, enquanto os demais entravam; eles deviam entrar no Salão Principal em cortejo, quando os outros estudantes se sentassem. 

Ino Yamanaka e seu par pararam mais próximos às portas, ela estava usando um vestido azul nuvem esvoaçante, Sakura não reconheceu o garoto que a acompanhava. Utakata vestia um elegante smoking bruxo, Sakura também não conheceu o garoto que fazia par com ele.

Naruto e Hinata ficaram ao lado de Sakura, o amigo olhava para ela com incredulidade, perguntando pelo olhar como aquilo havia acontecido, Sakura murmurou um “depois” para ele, Hinata sorriu e Sakura sorriu de volta, a achou muito bonita no vestido, queria a elogiar, mas sabia que a garota adorava conversar quando lhe davam trela e aquele não era o momento propício.

Quando as portas do Salão Principal se abriram, o fã-clube do Uchiha, que fazia ponto na biblioteca ou em qualquer lugar que o jogador pudesse estar, passou lançando olhares de profunda inveja a garota de cabelos cor de rosa. Sakura estava ligeiramente nervosa, não negava, sabia que sua vida seria outra a partir de agora devido a exposição. Mas estava confiante de que tudo daria certo… O jeito com que Sasuke havia falado com ela…

 

Sakura estava sentada em um dos parapeitos disponíveis pelos corredores do castelo. Era final de semana e fazia muito frio para estar lá fora confortavelmente, o que significava que a sala comunal da Grifinória estava cheia de alunos fazendo jogos e brincadeiras para passar o tempo antes do jantar.

A garota de cabelos rosa estava lendo compenetrada um dos livros enviados pela mãe quando um par de botas entrou em sua visão, ela ignorou quem quer que fosse e continuou a ler, mas o par de botas parou bem ao seu lado.

— Posso ajudar? – ela ergueu a cabeça, incomodada em interromper sua leitura.

Por dois segundos suas sobrancelhas se levantaram em surpresa, as botas eram de Sasuke Uchiha que olhou para ela e quando tentou falar gaguejou algumas vezes. Um segundo depois ele ergueu a varinha e Sakura já tinha em mãos pronta para usar a sua em resposta quando ele lançou o feitiço de se entender, não importa a língua.

— Me desculpe por interromper sua leitura – ele pediu.

— Tudo bem – ela acenou com a mão. – Precisa de alguma coisa?

O garoto olhou para ela e respirou fundo antes de dizer:

— Gostaria de ir ao Baile de Inverno comigo?

A neve caía devagar do lado de fora da janela, pequenos desenhos mágicos que brilhavam contra o rosto dos dois pela luz da lua. Sakura endireitou o corpo.

— Olha, se for pra me agradecer pela outra noite, não precisa – ela fechou o livro de supetão e se levantou do parapeito, pronta para ir longe daquele garoto. Ela era uma cabeça e meia mais baixa do que ele.

— Não… – ele pegou ela pelo braço.

— Me solta – ela se irritou, principalmente com o choque elétrico que subiu pelo corpo dela através daquele toque. Ele estava usando magia?

— Me desculpe – ele pediu dando um passo para trás.

Agora ele queria bancar o bonzinho?

— Por que eu? Você pode convidar a garota que você quiser! Quer tirar uma com a minha cara junto dos seus amigos?

— O que? – o garoto lançou um olhar confuso para ela, igualmente frustrado.

— É! – ela apontou. – Você e seus amigos de risinho prum lado e pro outro, com essa sua língua búlgara! O que é krasiva kosa ou rosova? São xingamentos?

Sakura respirava acelerado. Tinha explodido. Fechou os olhos, frustrada por ter perdido o controle na frente do garoto. Seus amigos tinham razão no fim.

— Desculpa pela minha… explosão – foi difícil admitir. – Eu vou fingir que essa situação nunca aconteceu e… – ela balançou a cabeça de um lado para o outro, prestes a partir. 

— Krasiva Kosa – disse o garoto, a voz apressada saindo com o sotaque ainda mais forte. O  feitiço de línguas tinha acabado. – Significa cabelo bonito.

Aquilo paralisou Sakura que se virou para o garoto mediante ao que ele dizia.

— Rosova significa rosa – soltou ele, apertando as mãos nas laterais do corpo, um sinal claro de nervosismo. – Convidei a senhorrita, non para lhe agradecerr pela ajuda de outrra noite, mas sim porrque tenho interresse em você – ele se declarou deixando Sakura atônita. – Peço perrdão pelo incômodo, non vai mais se repetirr – em seguida ele curvou a cabeça para ela e saiu apressado pelo corredor.

Sakura percebeu que estava trêmula e se apoiou na parede, lançando um olhar pela janela. Os estalagmites e as espirais de gelo brilhavam contra o céu escuro e batiam na janela formando desenhos em padrões que não existiam no mundo não mágico. A garota de cabelos rosa tentou acalmar a respiração, parecia que tinha levado um balaço no estômago.

— Que confusão… – murmurou.

Se encaminhou direto para o dormitório e, naquela noite depois do jantar, teve um sono intranquilo.

Ao primeiro raiar do sol se arrumou e saiu do dormitório direto para a biblioteca, indo atrás de um dicionário búlgaro constatando… de fato… o apanhador mais famoso do mundo tinha falado a verdade.

Sakura se sentou em uma das mesas colocando as mãos na cabeça, sentindo o rosto queimar de vergonha.

Pelos próximos dias andou meio aérea entre uma aula e outra, mas se concentrou nos estudos mais do que nunca, para deixar de pensar em bobagens…

— Algum problema? – Naruto lhe perguntou na aula de dança… Não conseguia esconder nada dele e contou o que podia da situação sem revelar que era do ídolo de quem estava falando.

O melhor amigo tinha razão, afinal. No mínimo, precisava pedir desculpas.

 

Depois que estavam todos sentados no salão, a professora Tsunade mandou os campeões e seus pares formarem um cortejo, de dois em dois, e a seguirem. Os estudantes obedeceram e todos no salão aplaudiram, quando eles entraram e se dirigiram a uma grande mesa redonda no fundo do salão, onde estavam sentados os juízes.

As paredes do salão estavam cobertas de gelo prateado cintilante, com centenas de guirlandas de visco e azevinho cruzando o teto escuro salpicado de estrelas. As mesas das Casas haviam desaparecido, no lugar delas havia umas cem mesinhas iluminadas com lanternas, que acomodavam, cada uma, doze pessoas.

O diretor Sarutobi sorriu feliz quando os campeões se aproximaram da mesa principal, mas Daniel mantinha a expressão de antes: ultrajada ao ver que ela fazia par com seu aluno favorito. Sakura olhou para a professora Tsunade que mantinha uma expressão parecida, ainda que mais contida. Parecia a primeira vez que eles concordavam em algo. 

Hashirama Senju, de vestes roxo, com grandes estrelas amarelas, batia palmas com tanto entusiasmo quanto qualquer estudante junto ao seu filho Nawaki, que usava vestes igualmente roxas, mas sem as estrelas douradas; já Madame Mei, que trocou o uniforme costumeiro de cetim azul noite por um vestido rodado de seda vinho, os aplaudia educadamente. 

Quando os campeões e seus pares chegaram à mesa, ainda não havia comida nas travessas de ouro, apenas pequenos menus diante de cada convidado. Hiruzen, no entanto, examinou atentamente o próprio menu, depois ordenou muito claramente ao seu prato:

— Costeletas de porco!

E as costeletas de porco apareceram. Entendendo a ideia, os demais ocupantes da mesa também fizeram os pedidos aos seus pratos. 

Naruto observou a amiga profundamente absorta conversando com Sasuke Uchiha e parecia nem notar o que estava comendo. Ocorreu a ele que nunca chegara a ouvir o Uchiha falar antes, mas sem dúvida o garoto estava falando agora e, pelo visto, com muito entusiasmo.

Sakura percebeu que Sasuke não parecia ter grandes dificuldades em falar a língua deles.

— Bom, temos um castelo também, non é ton grrande quanto este, nem ton conforrtável, acho – ele disse a Sakura. – Temos só quatrro andarres e as larreirras só são acesas parra finalidades mágicas. Mas a prroprriedade em que ecstá a escola é ainda maiorr do que esta, emborra no inverrno a gente tenha muito pouca luz solarr, porr isso não aprroveitamos muito os jarrdins. Mas no verrão todo o dia sobrrevoamos os lagos e montanhas...

— Ora, ora, Sasuke! – disse Daniel, com uma risada que não se estendeu aos seus olhos frios. – Não vá contar mais nada agora ou a nossa encantadora… amiga – disse a palavra com azedume – vai saber exatamente onde nos encontrar!

Hiruzen sorriu, seus olhos estavam cintilando.

— Daniel, tanto segredo... a pessoa poderia até pensar que você não quer visitas.

— Bom, Hiruzen – disse Daniel, mostrando os dentes em um sorriso apertado –, todos protegemos os nossos domínios, não? Todos não guardamos zelosamente os templos de saber que nos foram confiados? Não estamos certos em nos orgulhar de que somente nós conhecemos os segredos de nossas escolas, e, mais uma vez, certos em protegê-las?

— Ah, eu nunca sonharia em presumir que conheço todos os segredos de Hogwarts, Daniel – disse Hiruzen amigavelmente enquanto cortava um costeleta de porco no prato educamente. – Ainda hoje de manhã, por exemplo, a caminho do banheiro, virei para o lado errado e me vi em um aposento de belas proporções que eu nunca vi antes, e que continha uma coleção realmente magnífica de penicos. Quando voltei para investigá-lo mais de perto, descobri que o aposento desapareceu. Mas preciso ficar atento para reencontrá-lo. É possível que só esteja acessível às cinco e meia da manhã. Ou talvez só apareça com a lua em quartil ou quando quem procura está com a bexiga excepcionalmente cheia.

Sakura viu o amigo rir para dentro do prato de guisado e se controlou para não rir também.

Entretanto, Ino criticava as decorações de Hogwarts com o par dela ao lado.

— Isse non é nada – disse ela contemplando as paredes cintilantes do Salão Principal com ar de pouco caso. – No Palace de Beauxbatons, tems esculturres de gelo em volta da sala de jantarr no Natall. Éles não derretem, é clarro… parrecem enorrmes estátues de diamante, faiscande pela sala. E a comida é simplesman superrbe. E temes corres de ninfes das mates, cantando serrenatas enquanto comemes. Não temes essas armadurras feies nos corrredorres e se um dia um polterrgeist ou un fantesma entrrasse em Beauxbatons, serria expulso assim – e ela bateu a mão com impaciência na mesa.

Sakura correu os olhos pelo salão rapidamente, não encontrou seus amigos, mas o professor Kakashi estava sentado a uma das mesas reservadas aos professores; ele estava elegante vestido de cinza gelo e se não prestasse bem atenção, parecia que ele se misturava as paredes, a garota tinha certeza que a escolha de vestimenta fora intencional, ele tinha uma taça nas mãos e parecia provocar a professora Anko.

 

O garoto estava na biblioteca, é claro, parecia ler algum livro…

Sakura chegou perto o bastante e mexeu em uma das prateleiras, murmurando o feitiço “abaffiato”.

— Não se vire – ela pediu quando percebeu que o garoto ia se mexer. – É a Sakura.

— Eu sei – ele respondeu, se mantendo na posição.

— Podemos conversar? – perguntou ela, pronta para ser rejeitada. – Em um lugar onde não nos vejam? – emendou.

Mas ele não a rejeitou.

— Sim – ele respondeu enquanto fechava o livro.

 

— Eu perrcebi que gosta de lerr – disse Sasuke.

— Sim – Sakura acenou com entusiasmo. – Eu gosto.

E entraram em uma conversa sobre livros, o garoto dizendo as diferenças que ele havia encontrado na biblioteca de Hogwarts em comparação com a biblioteca de Durmstrang.

— O nosso acerrvo é mais limitado nesse sentido…

— Arrã – o diretor Daniel forçou um pigarro para interromper o garoto.

— Seu diretor parece ter um problema de garganta – apontou Sakura.

— Pois sim, talvez seja melhorr tomarr uma poção parra a garganta, dirretor – concordou Sasuke, sabendo exatamente que o diretor não apoiava sua escolha de par.

O diretor não gostou de ver os dois em um complô contra ele.

— Aceita um chá, Daniel? – Hiruzen se entremeou na conversa, o olhar brincalhão.

Daniel parecia que ia soltar fumaça pelas orelhas de tanta raiva.

Quando toda a comida foi consumida, o diretor Sarutobi se levantou e pediu aos estudantes que fizessem o mesmo. Então, com um aceno de sua varinha, as mesas se encostaram às paredes, deixando o salão vazio, em seguida ele conjurou uma plataforma ao longo da parede direita. Sobre ela foram colocados uma bateria, alguns violões, um alaúde, um violoncelo e algumas gaitas de foles.

Então as Esquisitonas subiram no palco sob aplausos delirantemente entusiásticos e apanharam seus instrumentos, elas eram todas extremamente cabeludas, trajavam vestes negras que haviam sido artisticamente rasgadas. As lanternas de todas as outras mesas se apagaram e os campeões e seus pares se levantaram perante a deixa, Naruto um tanto atrasado. Sakura murmurou um “calma” para ele.

Por mais que tivessem treinado os passos de dança com Naruto, Sakura se viu ficando subitamente nervosa, nunca tinha dançado com tantas pessoas olhando para ela. Sasuke pareceu reparar nisso e tomou a frente, ele pegou uma das mãos dela a colocando no ombro dele, segurou a outra mão dela com a sua e por último a segurou pela cintura. 

As Esquisitonas começaram a tocar uma música lenta, a pista de dança estava bem iluminada. Sasuke era um ótimo condutor, a guiava com uma facilidade de quem havia aprendido a dançar desde cedo. Após erguê-la pela cintura e tornar a descê-la ao piso novamente, Sakura já estava mais relaxada.

— Você é muito bom nisso – ela o elogiou.

— Minha maĭka ensinou a mim e a meu irrmão muito cedo – ele murmurou contra o ouvido dela. A palavra para mãe em búlgaro era muito forte e deixou Sakura deslumbrada.

Logo outras duplas se juntaram aos campeões na pista e ao término da primeira dança, todos aplaudiram. Sakura percebeu quando Sasuke desviou o olhar do dela e suspirou, ele olhava em uma mesa na direção oposta onde estavam os amigos de Sakura.

— Querro te aprresentarr aos meus amigos – ele disse, apontando onde estavam eles.

Sakura ficou surpresa ao ver Karin ao lado do amigo platinado dele.

— E por que o suspiro?

— Porrque eu non querro – ele respondeu.

— Mas… você está se contradizendo – ela apontou.

— Eles son uns malas – se queixou, mas a garota de cabelos rosa percebeu o carinho implícito por trás daquelas palavras.

— Ele tava falando mal da gente, não tava? – o platinado chegou primeiro, se queixando para Sasuke.

— É um prazer conhecê-la oficialmente – o ruivo a cumprimentou. – Eu sou Juugo e esse apressado é o Suigetsu.

— Me desculpa mais uma vez por ter me intrometido – ele alinhou as mãos em prece.

— Você falou com ela quando eu disse parra não fazerr? – Sasuke questionou.

Eles começaram a falar em búlgaro deixando Sakura sem entender uma única palavra, mas a dinâmica dos três era divertida de acompanhar, parecia que Suigetsu era o que mais provocava os outros dois, Juugo era mais calmo e na dele, já Sasuke era mais taciturno, a carranca familiar dele veio a tona e Sakura o puxou. Aquilo pareceu acalmar ele.

— É um prazer – ela sorriu cordialmente para os dois. – Tudo foi resolvido, não é? – ela olhou para Sasuke.

— Resolvido nada – reclamou Suigetsu. – Ele devia ter contado que você tinha aceitado, assim a gente não tinha te perturbado – Juugo puxou o platinado.

Sakura se lembrou dos dois a encontrando cedo na biblioteca dias antes, ela segurou o riso, eles não deviam ter dito a Sasuke sobre aquilo.

— Seu amigos non parram de olharr parra você – o sotaque estava de volta.

Sakura olhou na direção que ele apontava e encontrou seus amigos.

— Eu não contei pra eles que eu vinha com você – ela suspirou. – Agora eles devem estar bravos.

— Porr que non contou?

— Porque eles iam ficar me enchendo antes do baile e agora eles só podem reclamar depois – ela deu de ombros, um sorriso faceiro nos lábios. – Além disso, vamos voltar pra casa amanhã, para o natal.

— Gosto do seu jeito de pensarr – Sasuke sorriu. – Querr continuarr a dançarr? – ele estendeu a mão para ela que o aceitou.

— Sim – ela sorriu e voltaram para a pista de dança.

Seus amigos que a esperassem.

 

Ela o levou até uma clareira perto do lago, rodeado por árvores, assim ninguém os veria.

— Eu quero pedir desculpas – ela se virou para ele, mas sem conseguir olhá-lo nos olhos tamanha a vergonha que sentia –, pelo outro dia, eu não devia ter te acusado…

— Não desculpo – respondeu ele. O feitiço de línguas estava de volta.

Sakura ergueu os olhos para os dele.

— Tudo bem – ela acenou, uma coisa estranha no peito se formando…

— Só se vier ao baile comigo – ele se aproximou dela.

— Ainda quer que eu vá com você? – ela se surpreendeu.

— Não perdi o interesse na senhorita – ele se aproximou e pegou uma mecha do cabelo dela. – Disse apenas que não iria mais incomodá-la.

Sakura sentiu… as borboletas no estômago… agora entendia porque muitos livros são mágicos utilizavam o termo.

— É de verdade? – ele apontou para a mecha entre os dedos.

— Meu cabelo? – ela perguntou de forma retórica. – É sim – respondeu.

— Sempre quis saber – ele murmurou e levou a mecha até o nariz deixando Sakura sem fala.

Sorte a de Sakura por ter levado o cabelo na noite anterior. Prendeu a respiração com o olhar que ele lançou para ela, constatando o quão próximos estavam um do outro, nunca tinha ficado tão perto de um garoto assim antes.

— E então? Irá ao baile comigo? – ele murmurou.

— Tá bem – ela sussurrou, com medo da voz falhar. – Eu vou ao baile com você.

Ele sorriu satisfeito e secretamente aliviado.

 

— Como você acabou vindo com o Suigetsu? – Sakura perguntou baixinho para Karin quando teve uma oportunidade.

A ruiva suspirou.

— Eu vi quando você e o Uchiha saíram dos terrenos indo até o lago, fui atrás para ter certeza de que tudo ficaria bem, o garoto estava espionando vocês dois.

— Ei! – o platinado reclamou ouvindo tudo. – Só estava averiguando a situação – ele se defendeu – e você ficou ouvindo também! – apontou.

Sakura percebeu um mínimo rubor de raiva na irmã mais velha do melhor amigo.

— Foi assim que ele me convidou – foi tudo o que ela disse.

— Com a sua beleza eu fico é surpreso por ninguém mais ter te convidado – ele falou naturalmente deixando Sakura embasbacada com o quanto o garoto era direto. – O problema deve ser a sua personalidade.

— Você não sabe a hora de ficar quieto, hein – disse Juugo, balançando a cabeça em negação antes de se afastar e retornar ao próprio par. 

— Sakurra? – a voz de Sasuke soou atrás dela.

— Sim? – ela se virou para ele.

— Querr darr um passeio?

A garota fez que sim com a cabeça. Gostava do modo como seu nome soava forte com a voz e o sotaque dele.

Eles contornaram a pista de dança e seguiram para o saguão de entrada. As portas estavam abertas de par em par e as fadinhas luminosas no roseiral piscavam e cintilavam quando os dois desceram os degraus da entrada e se viram cercados de plantas que formavam caminhos serpeantes e de grandes estátuas de pedra. Sakura ouviu um rumorejo de água caindo, que lhe pareceu uma fonte. Aqui e ali as pessoas estavam sentadas em bancos entalhados. Os dois tomaram um dos caminhos que passava pelo roseiral.

Sakura viu o lugar perfeito e perguntou a ele:

— Você se importa se tirarmos uma foto juntos?

— Non me imporrto – respondeu.

Sakura tirou a câmera da bolsinha e um tripé, sim, estava preparada para tudo. Com tudo arrumado voltou para perto dele e o fez se sentar no banco ao lado dela.

— Vai levar menos de dez segundos e tem que ficar bem parado – ela avisou. – É uma câmera não mágica.

— Porr que uma câmerra non mágica?

— Ninguém além de mim na minha família é bruxo.

Alguns segundos depois e… foto tirada.

Sakura não olhou para o garoto enquanto ia até a câmera e esperava a foto. Ele seguiu atrás dela. O lugar realmente tinha sido perfeito, uma luminária brilhava em uma parede dando uma luz amarelada que contrastava com as fadinhas que pareciam simples brilinhos no ar e o roseiral na lateral do banco onde estavam sentados. Sakura tinha um olhar calmo e um sorriso mínimo no rosto, as mãos apoiadas no colo, mas o garoto...

— Você não olhou pra câmera – avisou.

O olhar dele estava nela.

— Non está ruim – ele murmurou no ouvido dela, fazendo ela se arrepiar.

Ele pareceu interpretar de outra maneira e tirou o casaco cobrindo os ombros dela.

— Obrigada – ela agradeceu se sentindo tímida. – Você não está com frio?

— O clima daqui é mais ameno do que na minha escola – o feitiço de línguas estava de volta. Ele devia ter utilizado um feitiço mudo. – Por que a foto está parada? – perguntou curioso.

— É assim que funciona no mundo não mágico – ela respondeu amena.

Ele não tinha falado nada nem demonstrado qualquer reação à informação da família não bruxa dela.

— Me desculpa mais uma vez – ela pediu. – Por ter te tratado tão mal quando não merecia. Achei que você e os seus amigos estavam tirando sarro de mim.

— Meus amigos estavam tirando sarro de mim – ele esclareceu. – Meu irmão e minha cunhada contaram a eles que eu fiquei interessado em uma garota de cabelos rosa com quem dancei uma única vez na Copa Mundial de Quadribol – ele sorriu. – E que essa garota era de Hogwarts. Se vai me pedir desculpas por ter me tratado mal, então peço desculpas por tê-la julgado mal.

Sakura lançou um olhar confuso para o garoto.

— Fiquei bravo com a entrevista do seu amigo e que você estava do lado de alguém tão…

— O Naruto não falou nada daquilo – ela defendeu. – O jornalista-

— Eu sei – ele a interrompeu. – Hoje eu sei.

— Sabe, na verdade ele é um grande fã seu – ela sorriu.

— Mas você não – ele sorriu torto para ela, algo do qual ela gostou imensamente.

— Eu gosto do esporte, mas nunca fui do tipo de ter ídolos – ela deu de ombros.

Ele pegou a mão dela.

— Vai passar o Natal em Hogwarts?

— Não – ela negou. – Por que às vezes você usa o feitiço para línguas? Você fala a minha língua muito bem – elogiou.

— Você me deixa nervoso – ele confessou.

Sakura sentiu o coração pular no peito com a confissão dele.

O badalar do final do baile foi ouvido por toda a escola.

— Uma última dança? – ele se levantou, a mão ainda segurando a dela.

— Sim – ela concordou entusiasmada.

A música era mais lenta, o que não foi um problema. Sakura titubeou ao olhar nos olhos dele, pensando se teria coragem de dar o primeiro passo… Mas antes que pudesse ter qualquer atitude, uma voz familiar demais surgiu perto deles.

— O que estão fazendo aí? – a professora Tsunade parecia irritada.

— Dançando – Sakura respondeu como se fosse óbvio.

— O sino foi tocado, não ouviram? – o diretor Daniel surgiu logo atrás dela.

Sakura e Sasuke trocaram um olhar.

— Eu a acompanho até lá dentro.

— Obrigada.

O par passou pelos bruxos mais velhos tranquilamente, sabendo que não tinham feito nada de errado. O saguão estava apinhado de gente, então esperaram um pouco nas portas de carvalho.

— Sua professora não parece gostar muito de mim – comentou Sasuke.

— Digo o mesmo do seu diretor – respondeu ela.

Os dois ainda tinham as mãos dadas. Muitos dos que passavam olhavam para os dois.

— Obrigada pela noite de hoje – Sakura virou para ele, tirando o casaco dele dos ombros e devolvendo, quando chegaram ao final da escadaria que levava aos andares superiores. – Eu me diverti muito.

— Eu também – disse ele, ignorando todos ao redor. – Posso lhe enviar uma carta no Natal?

Sakura suspirou, se lembrando.

— Eu ia adorar, mas… vou passar o Natal em Londres, na casa do meu irmão mais velho, ele não é bruxo e nós… não nos damos muito bem.

— Sinto muito – ele pegou a mão dela e a levou até os lábios, depositando um beijo. – Espero que consiga aproveitar mesmo assim. Feliz Natal, nos vemos depois das férias.

— Feliz Natal – ela respondeu com o tom de voz mínimo, um rubor nas bochechas e a mão aquecida pelo beijo. Sakura subiu as escadas se sentindo flutuante.

Mas mal chegou à torre da Grifinória quando foi pega pelas amigas.

— Sua doninha traiçoeira – disse Temari.

— Doninha? – Sakura se indignou.

— Como é que você foi convidada pelo Uchiha e não contou?

— Por causa disso – apontou para toda a situação. A sala comunal estava cheia, parecia que ninguém tinha ido se deitar, todos curiosos.

— Como é que foi? Como ele te convidou? Ele é legal? Ele… – Tenten fez todas as perguntas uma atrás da outra sem respirar. 

— Não é da conta de ninguém – disse Sakura tomando o caminho da torre das meninas, com suas companheiras de quarto logo atrás.

— Sasuke Uchiha, hein? – Karui assobiou.

— Vocês fazem um lindo casal – disse Tenten.

— Não acredito que já a perdoaram – Temari se indignou.

— Você demorou semanas pra contar que tinha dado seu primeiro beijo – apontou Sakura.

— Ele te beijou? – Temari gritou.

Sakura bateu a porta do quarto e a manteve fechada mesmo com os protestos das meninas, quando enfim decidiu abrir já estava embolada na cama pronta para dormir, as cortinas fechadas sob feitiço que nenhuma delas conseguiu desfazer.

 

Continua…

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? espero que sim!!!

Algum comentário? Vou adorar saber

O próximo capítulo vai ser da Sakura passando o natal com a família, vamos entender mais dessa dinâmica familiar: além dos pais dela e o irmão, estarão a família que vive em Londres (parte de pai) e a família que vive na França (parte da mãe), além disso, estou animada em mostrar as sobrinhas mesmo com os irmãos não tendo uma relação muito boa…

Minha recomendação de leitura para esse capítulo é “O Castelo Animado”, tanto o livro da Diana Wynne Jones como o filme do Hayao Miyazaki do Studio Ghibli, aliás, qualquer filme desse estúdio é uma boa recomendação, meus favoritos são: Nausicaa do Vale do Vento, Princesa Mononoke, Laputa: Castelo no Céu, A Viagem de Chihiro e… ñ necessariamente nessa ordem, mas já deu pra entender né? Kkkkkk

Quero aproveitar e comentar também sobre a série de Percy Jackson no Disney+: EU AMEI E SUPER RECOMENDO!!!
Eu tô com uma fic nova ambientada nesse universo, mas como só tem um capítulo até agora, vou deixar pra divulgar direito aqui depois... (mas se estiverem interessados é só ir no meu perfil, o nome é "Semideuses" e é pelo ponto de vista do Sasuke)

Enfim, por enquanto é isso, beijinhos e até o próximo capítulo



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