Cálice de Fogo escrita por Sak


Capítulo 10
A Primeira Tarefa do Torneio Tribruxo


Notas iniciais do capítulo

Olá para todo mundo!!!

Já desejo um bom final de semana pra todos vcs!!! SEXTOU!!!!

Gente, seguinte: mês passado eu falei q tava desmotivada pra escrever e tals, né?! Falei também q comecei a assistir One Piece e q isso me deu um ânimo, pois bem, quase q ñ trago capítulo esse mês por motivos de: eu não consigo largar o anime!!! Tô viciada!!! Kkkkk
(Inclusive minha outra fic vai ficar sem atualização por esse mesmo motivo, só consegui me concentrar em escrever Cálice kkkkk [cada k é uma lágrima])

MUITO OBRIGADA a todos que deixam seus comentários, vocês não têm ideia do quanto isso me motiva, me incentiva e me anima a continuar

Sem mais delongas, vamos a história >>>>>>



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A garota de cabelos rosa trocou um olhar alarmado com a enfermeira ao reconhecer o famoso jogador de quadribol.

— Madame Sula… – Sakura começou a dizer, temerosa. – A primeira prova do torneio tribruxo é em três dias… Me diz que ele vai ficar bem – pediu em pânico.

Para além do diretor da Durmstrang, se a escola soubesse ou aquele jornalista fofoqueiro… Aquilo poderia até ser considerado um problema internacional de magia!

— Ele vai ficar bem – a mulher mais velha respondeu como se não fosse nada. – Você se preocupa demais – virou a cabeça de um lado para o outro.

Sakura respirou mais aliviada com a informação, a sensação de pânico sumindo.

— Mas… – a enfermeira olhou para um relógio preso em uma das paredes. – Já passou do seu horário de rondas, você teve uma visão ou alguma coisa do tipo, garota? – a bruxa perguntou enquanto mexia com a varinha e em diversos potes contendo ingredientes que pareciam dançar no ar em cima da cama onde estava deitado o famoso jogador.

— Uma sensação – Sakura corrigiu automaticamente. – Eu tive uma sensação.

— Sei… – concordou a mulher, concentrada no afazer.

A garota de cabelos cor de rosa apertou uma mão na outra, tentando se acalmar. Estava tudo bem, de vez em quando tinha essas “sensações”, nada fora do normal.

— Daniel estudou em Hogwarts, além disso, foram dados vários avisos sobre o Salgueiro Lutador, o que esse garoto estava pensando? – a bruxa murmurou consigo mesma, mas a aluna ainda assim ouviu e ficou surpresa com a informação. – Vou só te pedir uma coisa e aí você pode ir dormir, tudo bem? – disse a enfermeira depois de cuidar do paciente. Sakura acenou. – Eu vou até o Daniel e o vou trazer até aqui, por isso quero que  fique com o garoto até eu retornar, no caso de ele acordar, entendido?

— Sim, senhora – respondeu Sakura.

— Senhora é a sua mãe – a bruxa resmungou antes de sair da enfermaria.

— O diretor da Durmstrang estudou em Hogwarts? – a garota murmurou consigo mesma antes de balançar a cabeça de um lado para o outro. Aquilo era um assunto para outra hora.

Sakura começou a andar de um lado para o outro na intenção de se acalmar. Se a enfermeira dissera que tudo ia ficar bem, é porque era verdade. Mas por que seu coração parecia que ia sair pela boca?

A garota de cabelos rosa se sentou em um banco ao lado da cama onde o jogador estava deitado, fechou os olhos e respirou fundo, na tentativa de espantar os claros sinais de ansiedade.

— Rosova – a voz do garoto saiu rouca não muito tempo depois tirando Sakura do transe.

— Desculpa – ela disse. – Eu não sei falar búlgaro.

O garoto tentou se levantar, mas imediatamente levou a mão à cabeça com quem sente dor.

— Não se levante – Sakura o impediu, colocando uma mão no braço dele coberto por uma blusa de manga longa. – Você levou uma pancada na cabeça, a Madame Sula é a enfermeira aqui de Hogwarts e ela já tratou você, no momento ela foi até o seu diretor para informar sobre a sua situação… – Sakura parou de falar quando percebeu o olhar atordoado do garoto em si. – Você… consegue me entender?

O garoto gesticulou com a boca, mas antes que pudesse responder, a porta da enfermaria foi aberta de supetão assustando os dois e por ela entrou o diretor Daniel de Durmstrang acompanhado pela Madame Sula.

— Sasuke, você está bem? – o diretor estava fora de si. – O que você fez com ele, garota? – se virou irritado para Sakura, o que surpreendeu a garota.

— Eu não fiz nada – respondeu ela, tentando conter a pontada de irritação que sentiu. – Seu aluno estava andando pelos terrenos da escola fora do horário permitido.

— E a senhorita é uma professora agora, por acaso? – o bruxo estava irritado e parecia querer colocar a culpa em alguém.

— Eu sou monitora – respondeu Sakura se impondo e se levantando do banco em que estava sentada até então.

— Esse garoto pode ser famoso, mas isso aqui ainda é uma escola, ele é um aluno como qualquer outro e precisa seguir as regras – disse a enfermeira se colocando ao lado de Sakura.

— Eu estar bem – disse o garoto, deitado na cama, em um inglês carregado.

— É como eu disse, ele só precisa descansar por essa noite e amanhã vai ser como se nada tivesse acontecido – informou a bruxa mais velha.

— Não vou deixá-lo passar a noite nesta enfermaria, assim que amanhecesse e alguém surgisse as fofocas iriam se alastrar  – discordou o diretor.

A enfermeira soltou um suspiro cansado.

— Eu os acompanho até o navio então – ela os informou, sem dar margem para mais discussão. – Sakura, já pode ir se deitar.

— Boa noite – a garota de cabelos rosa desejou antes de se virar e ir em direção a torre da Grifinória.

Estava esgotada quando chegou ao quarto, apenas vestiu o pijama e apagou se embolando entre os cobertores e aquecedores de cama.

 

. . . 

 

Naruto se levantou na manhã de domingo e se vestiu tão distraidamente que levou algum tempo para perceber que estava tentando calçar o gorro no pé em vez da meia. E riu consigo mesmo. Iria enfrentar um dragão! Como estava animado!

Quando finalmente conseguiu pôr cada peça de roupa na parte certa do corpo, saiu correndo à procura de Sakura, mas a garota demorou a descer para o café da manhã na mesa da Grifinória no Salão Principal.

Os olhares enviesados já tinham se tornado costumeiros, por isso os ignorou, além disso se sentia nervoso e excitado, quem deles iria ter a chance de enfrentar um dragão na vida?

Quando Sakura finalmente apareceu ele nem a deixou se sentar.

— Preciso falar com você.

Sakura olhou surpresa para o amigo, mas não o contrariou, pegou uns pãezinhos doces e uma xícara de chocolate quente, acompanhando o amigo até os jardins e depois para o lago.

— Tá bom, fala – ela disse com a boca cheia enquanto bebericava a bebida.

Nos jardins, ele lhe contou tudo sobre os dragões e o que andou pensando em fazer durante o longo passeio em volta do lago.

— Como você… – ela murmurou desacreditada e então o acusou: – Você trapaceou?

Naruto engoliu em seco com medo de colocar o padrinho em alguma enrascada. Sakura não precisou de muito para entender que Jiraya estava metido naquilo.

— Isso não importa agora – respondeu o loiro –, mas eu vi a diretora da Beauxbatons lá e o diretor da Ilvermorny também, não duvido nada que o diretor da Durmstrang já esteja sabendo.

— Tudo bem, já foi – a garota balançou a cabeça. – O que pensa em fazer?

— Biblioteca – o garoto a puxou para lá, deixando Sakura muito surpresa.

— Você tá mesmo empolgado com isso – ela percebeu.

— Quando é que eu vou ter a chance de ficar de frente pra um dragão de novo? – ele sorriu animado.

Sakura riu mediante o quão contagiante o amigo era.

E eles passaram a tarde mergulhados nos livros.

Era a primeira vez que Sakura via o melhor amigo tão motivado em estudar.

Mas depois de um tempo em silêncio não foi difícil perceber os burburinhos se alastrando pelo local. Já havia se passado três meses desde a chegada do jogador e os alunos ainda ficavam surpresos sempre que o viam.

— Ah, não, lá vem ele outra vez, por que é que ele não pode ler naquele navio dele? – Sakura exclamou irritada, quando Sasuke Uchiha entrou na biblioteca, lançou um olhar carrancudo para os dois e se sentou num canto distante com uma pilha de livros. 

Aquilo fez Naruto ter a certeza de que o garoto sabia sobre os dragões, mas há quanto tempo? O jogador ia muito para a biblioteca.

— Vamos, Naruto, vamos voltar para a sala comunal... o fã-clube dele não vai demorar para aparecer, fazendo barulho sem parar e nos atrapalhar...

E não deu outra, quando iam saindo da biblioteca, um grupo de garotas passou por eles nas pontas dos pés, uma delas usando um lenço da Bulgária amarrado à cintura.

Sakura não havia contado sobre o acontecimento da noite anterior para o amigo e nem iria, se qualquer coisa sobre o assunto surgisse aquele diretor iria ficar no pé dela. Além disso, o garoto jogador parecia estar melhor, como se nada tivesse acontecido com ele.

 

. . .

 

Indo para a aula de Herbologia ao lado de Sakura na manhã seguinte, Naruto foi interceptado pelo professor Kakashi no meio do caminho saindo de uma sala próxima.

— Venha comigo, Uzumaki – disse o professor. – A senhorita Haruno pode ir andando.

Naruto trocou um olhar preocupado com Sakura enquanto a garota deu de ombros. O professor Kakashi não era conhecido por dar bronca em alunos fora de seu horário de aulas.

— Hum... Professor, eu devia estar na aula...

— Não se preocupe. Na minha sala, por favor...

Naruto o acompanhou, se perguntando o que iria acontecer agora. E se Kakashi quisesse saber como ele descobrira a respeito dos dragões? Será que iria procurar Hiruzen e denunciar Jiraya? O garoto balançou a cabeça de um lado para outro tendo a certeza de que o professor Kakashi não o faria, mas que se fosse o professor Orochimaru, a história seria outra.

— Aceita uma xícara de chá? – ofereceu Kakashi, procurando a chaleira. – Eu estava mesmo pensando em preparar uma.

— Tudo bem – aceitou Naruto sem jeito.

Kakashi deu alguns golpes de varinha na chaleira e na mesma hora saiu do bico uma baforada de vapor quente.

— Sente-se – o professor apontou para uma cadeira.

Naruto se sentou e deixou a mochila escorregar no chão.

— Então... descobriu a respeito dos dragões? – o bruxo mais velho questionou como se não fosse nada.

O garoto hesitou. Tinha receio quanto a isso, mas não havia contado nem à melhor amiga então certamente não iria contar a Kakashi que o padrinho havia infringido o regulamento.

— Tudo bem – disse Kakashi se sentando e esticando as pernas. – Tradicionalmente trapacear sempre fez parte do Torneio Tribruxo.

— Eu não trapaceei – disse Naruto com veemência. – Eu descobri meio que por acaso.

Kakashi sorriu irônico enquanto despejava o chá quente nas xícaras.

— Fique tranquilo que não estou te acusando. Venho dizendo a Hiruzen, desde o começo, que ele pode ter os princípios elevados que quiser, mas pode apostar que os diretores das outras escolas não os terão. Devem ter dito aos seus campeões tudo o que puderam. Querem ganhar. Querem vencer Hiruzen. Gostariam de provar que ele é apenas humano.

Kakashi deu um gole em sua xícara e convidou Naruto a fazer o mesmo.

— Então... já tem alguma ideia de como vai conseguir passar pelo dragão? – perguntou o professor.

— Na verdade não – Naruto respondeu sincero.

— Bom, eu que não vou lhe dizer – afirmou o professor polidamente –, não demonstro favoritismos. Mas vou te dar dois bons conselhos. O primeiro é que explore os seus pontos fortes – aquilo fez Naruto se lembrar do mesmo que a professora Tsunade havia lhe dito quando ele havia sido escolhido: para ele usar seus pontos fortes. Isso o fez se perguntar: no que ele era bom? – Pense um pouco – disse o professor. – O que é que você sabe fazer melhor?

Naruto tentou se concentrar. No que é que ele era melhor? Bom, isso era realmente fácil...

— Quadribol – disse sem pensar duas vezes.

— Certo – disse Kakashi o incentivando. – Você é um bom jogador em cima da vassoura.

— É, mas... – Naruto o encarou. – Mas não posso usar a vassoura, só tenho a varinha...

— Meu segundo conselho – disse Kakashi o interrompendo – é usar um bom e simples feitiço que lhe permita conseguir o que precisa.

Naruto olhou para ele sem entender. Do que é que precisava?

— Vamos, garoto... – o bruxo sorriu irônico antes de dar outro gole em sua xícara. – Some dois mais dois... não é assim tão difícil...

E fez-se a luz. O que Naruto fazia melhor era voar. Então precisava passar pelo dragão pelo ar. E para isso, precisava da Firebolt. E para ter a Firebolt ele precisava…

— Preciso ir para a aula, professor, mas obrigado pelos conselhos – se curvou rapidamente antes de sair correndo da sala.

Depois de correr para a estufa em tempo recorde e balbuciar uma desculpa ao passar pelo professor Yamato, foi em direção a amiga.

— Sakura, preciso da sua ajuda.

— Que é que você acha que estive tentando fazer, Naruto? – murmurou ela em resposta, os olhos arregalados de ansiedade por cima de um agitado arbusto tremulante que estava podando.

— Sakura, preciso aprender a fazer um Feitiço Convocatório corretamente até amanhã de tarde.

— Mas você é péssimo em Feitiços Convocatórios – ela sussurrou apontando um fato.

— Por isso mesmo que eu preciso de ajuda – ele sussurrou de volta.

 

. . .

 

E assim os dois treinaram. Não almoçaram, em vez disso foram para uma sala de aula vazia, onde Naruto tentou com todo o empenho fazer vários objetos voarem pela sala até ele. Ainda não estava bom. Os livros e penas continuavam a perder o embalo no meio da sala e cair como pedras no chão.

— Concentre-se, Naruto… — dizia Sakura.

Verdade seja dita, o feitiço tinha sido ensinado no quarto ano, mas Naruto não era lá muito bom com ele.

Entre uma aula ou outra que Sakura se recusava a faltar, o loiro tentava atrair, com a varinha, pequenos objetos para si, por baixo da mesa. 

Depois do jantar, tinham usado a Capa da Invisibilidade para evitar os professores, eles encontraram uma sala vazia e ficaram praticando por lá. Os dois continuaram a treinar até depois da meia-noite. Teriam demorado mais, mas um dos fantasmas apareceu e, fingindo achar que Naruto queria que lhe atirassem coisas, começou a arremessar cadeiras pela sala. Os dois tiveram que sair depressa antes que o barulho atraísse o zelador e voltaram à sala comunal da Grifinória, que àquela hora felizmente estava vazia.

Às duas da manhã, Naruto estava de pé ao lado da lareira, cercado por uma montanha de objetos: livros, penas, várias cadeiras viradas, um velho jogo de bexigas e um sapo de um dos alunos que provavelmente tinha escapado do quarto. Somente na última hora que ele tinha realmente pegado o jeito da coisa.

— Está melhor, Naruto, está muito melhor – comemorou Sakura se jogando em uma poltrona, parecia exausta, porém muito satisfeita.

— Bom, agora sabemos o que fazer na próxima vez que eu não conseguir lançar um feitiço – disse Naruto, atirando um dicionário de runas para Sakura, para que pudesse tentar mais uma vez –, me coloque no torneio tribruxo – ele riu.

— Certo... – Sakura sorriu levemente antes de bocejar.

Ele ergueu a varinha novamente. 

— Accio dicionário!

O livro pesado voou da mão de Sakura, atravessou a sala e Naruto o pegou.

— Naruto, sinceramente acho que você pegou o jeito! – exclamou a garota em um sussurro para não atrair a atenção de ninguém. – Naruto! Naruto! Naruto! – ela colocou uma mão em formato de círculo na boca e ergueu o braço livre em um compasso.

— Só vai dar você torcendo por mim amanhã, ao que parece – disse ele se sentindo esmorecido.

— Esquece os outros e foque na tarefa! – a amiga mandou. – Mas acho que os garotos do sétimo ano vão torcer por você – acrescentou ela.

— Desde que funcione amanhã – disse Naruto olhando da varinha para a vassoura. – A Firebolt vai estar muito mais longe do que essas coisas aqui, vai estar no castelo e eu vou estar lá fora nos jardins… – ele divagou, se sentindo nervoso. 

— Não faz diferença – Sakura o interrompeu com firmeza. – Desde que você se concentre para valer, realmente para valer, ela chega lá. Agora é melhor dormirmos um pouco... você vai precisar descansar para amanhã.

 

. . . 

 

A atmosfera na escola era de grande tensão e excitação. As aulas iam ser interrompidas ao meio-dia, dando a todos os estudantes tempo para descer até o cercado dos dragões – embora, é claro, eles ainda não soubessem o que encontrariam lá.

Naruto se sentiu estranhamente deslocado de todos à sua volta, tanto dos que lhe desejavam boa sorte quanto dos que o vaiavam. Ele tinha se empenhado tanto para aprender os Feitiços Convocatórios que mal havia conseguido dormir na última noite.

— Vamos levar uma caixa de lenços de papel, Uzumaki – disse Gaara ao passar, tentando provocar o loiro.

Naruto nem ligou, estava numa mescla de sentimentos, entre a animação e o nervosismo, que ele ficou imaginando se poderia perder a cabeça quando tentassem conduzi-lo ao dragão. Será que daria certo? E se a sua vassoura não viesse até ele como pretendido? Ele não tinha nem ideia do que faria se não desse certo. Devia ter pensado num plano B como Sakura havia sugerido, mas é como ele mesmo pensava: se eu penso em um plano B é porque não acredito no A!

O tempo estava mais esquisito que nunca, transcorria em grandes lapsos, de modo que em um momento Naruto estava sentado assistindo à primeira aula, História da Magia, e, no momento seguinte, saindo para almoçar e depois… Para aonde foi a manhã? A professora Tsunade foi até ele no Salão Principal. Um montão de gente estava olhando.

— Uzumaki, os campeões têm que descer para os jardins agora... você tem que se preparar para a primeira tarefa — disse a bruxa mais velha.

— OK – disse Naruto, se levantando e deixando cair o garfo no prato, com um estalo.

Finalmente tinha chegado a hora!

— Boa sorte – sussurrou Sakura. – Você vai se sair bem!

— Ah, vou! – exclamou Naruto em uma voz que nem parecia a dele.

O garoto deixou o Salão Principal com a professora, que também não parecia a pessoa de sempre, ela parecia quase tão ansiosa quanto Sakura.

Ao conduzi-lo pelos degraus de pedra para a fria tarde de novembro, ela pôs a mão no ombro do garoto.

— Agora, não entre em pânico – disse ela –, mantenha a cabeça fria... temos bruxos à mão para resolver a situação se ela se descontrolar... o principal é você fazer o melhor que puder e ninguém vai passar a pensar mal de você por isso… você está bem?

— Estou – Naruto se ouviu dizendo. – Estou ótimo.

E não era mentira.

Ele se sentia letárgico.

Pronto para enfrentar o que quer que viesse.

A professora o conduziu ao lugar onde estavam os dragões, margeando a Floresta, mas quando se aproximaram do arvoredo por trás do qual o cercado estaria claramente visível, Naruto viu que haviam armado uma barraca, com a entrada voltada para quem chegava, que impedia a visão dos dragões.

— Você deve entrar aí com os outros campeões – disse a bruxa mais velha – e esperar a sua vez, Uzumaki. O meu pai… o Sr. Hashirama está aí – ela se corrigiu, mostrando o quão nervosa estava por seu aluno. Naruto ficou surpreso por tanta preocupação. – Ele lhe dirá como... proceder... boa sorte — ela desejou.

— Obrigado – disse Naruto, agradecido. 

Assim que a professora o deixou à entrada da barraca, ele entrou.

Ino Yamanaka estava sentada a um canto, em um banquinho baixo de madeira. Não parecia nem de longe a garota habitualmente composta, parecia um tanto pálida e suada. Sasuke Uchiha parecia ainda mais carrancudo do que de hábito, o que fez Naruto supor que aquela era a sua maneira de demonstrar nervosismo. Utakata Uton andava para lá e pra cá. 

— Naruto! Que bom! – exclamou o senhor Hashirama alegremente, virando-se para olhá-lo. – Entre, fique à vontade! Agora estamos todos aqui, é hora de dar a vocês informações mais detalhadas! – disse ele animado. – Quando os espectadores acabarem de chegar, vou oferecer a cada um de vocês este saco – ele mostrou um saquinho de seda púrpura e sacudiu-o diante dos alunos –, do qual vocês irão tirar uma miniatura da coisa que terão de enfrentar! São diferentes... hum... as variedades, entendem?! E preciso dizer mais uma coisa: a tarefa de vocês será apanhar o ovo de ouro!

Ninguém pareceu muito surpreso. Somente acenaram a cabeça.

Pouco tempo depois, ouviram-se centenas e mais centenas de pés passando pela barraca, seus donos excitados, dando risadas e fazendo piadas... Então o senhor Hashirama estava abrindo o saquinho púrpura.

— Primeiro as damas, se os cavalheiros não se importarem – disse ele, oferecendo-o a Ino Yamanaka. Nenhum dos garotos contestou.

Ela enfiou a mão trêmula no saquinho e retirou uma minúscula e perfeita figurinha de dragão: um Verde Galês. Tinha o número “dois” pendurado ao pescoço. E Naruto percebeu, pelo fato de Ino não ter demonstrado o menor sinal de surpresa, mas, ao contrário, uma decidida resignação, que ele tinha concluído o certo: Madame Mei contara à garota o que a aguardava.

O mesmo se aplicava ao Uchiha. Ele tirou o Meteoro Chinês vermelho. Tinha o número “três” pendurado ao pescoço. Ele sequer piscou, apenas olhou para o chão.

Utakata enfiou a mão no saquinho e retirou o Focinho Curto Sueco cinza azulado, o número “um” pendurado ao pescoço. Sabendo o que sobrara, Naruto meteu a mão no saquinho de seda e tirou o Rabo Córneo Húngaro e o número “quatro”. O dragão abriu as asas quando o garoto o olhou e arreganhou os dentes minúsculos.

— Bom, então está decidido! – disse o bruxo mais velho. – Cada um de vocês sorteou o dragão que irá enfrentar e a ordem em que cada um fará isso, entendem? Senhor Uton, o senhor é o primeiro, só o que tem a fazer é entrar no cercado quando ouvir o apito, entendeu? – o garoto acenou, mas o olhar parecia longe dali. – Agora eu preciso ir, meu filho, Nawaki, é quem irá irradiar a partida, boa sorte e se divirtam! – ele desejou.

O bruxo saiu e um momento depois os campeões ouviram ele e Nawaki fazerem as apresentações.

O apito soou não muito tempo depois e o campeão de Ilvermorny saiu, o rosto meio verde de tensão. Naruto ficou na companhia de Ino e do Uchiha. Segundos mais tarde, ouviu os berros dos espectadores, o que significava que Utakata tinha entrado no cercado e agora estava cara a cara com o modelo vivo de sua figurinha...

Foi pior do que Naruto poderia ter imaginado, ficar sentado ali apenas escutando. A multidão gritava... urrava... exclamava como uma entidade única de muitas cabeças, enquanto Utakata fazia o que quer que fosse para tentar passar pelo Focinho Curto Sueco. O Uchiha ficou olhando para o chão o tempo todo. Ino tinha passado a refazer os passos de Utakata, dando voltas na barraca. E os comentários de Nawaki tornavam tudo muito pior... imagens se formavam na mente de Naruto, quando ele ouviu: “Aaah, por um triz, por muito pouco”... “Ele está se arriscando, o campeão!”... “Boa tentativa, é uma pena que não deu resultado!”.

Então, uma eternidade depois (uns quinze minutos, na verdade), Naruto ouviu um urro ensurdecedor que só poderia significar uma coisa: Utakata tinha conseguido passar pelo dragão e agora estava em posse do ovo de ouro.

— Realmente muito bom! – gritou Nawaki, completamente empolgado. – E agora as notas dos juízes!

Mas ele não falou sobre as notas. Naruto supôs que os juízes estivessem erguendo as notas no alto para mostrá-las à multidão.

— Um a menos, faltam três! – berrou Nawaki, quando o apito tornou a tocar. – Senhorita Yamanaka, queira fazer o favor!

Ino tremia da cabeça aos pés. Naruto sentiu mais simpatia por ela do que sentira até então, quando a viu deixando a barraca com a cabeça erguida e a mão apertando a varinha. Ele e o Uchiha ficaram a sós, em lados opostos da barraca, evitando se olhar.

E recomeçou o mesmo processo...

— Ah, não tenho muita certeza se isto foi sensato! – os dois ouviam Nawaki dizer animadamente. – Ah... quase! Cuidado agora... meu bom Deus, pensei que já tinha apanhado!

Uns dez minutos depois, Naruto ouviu a multidão romper em aplausos mais uma vez... Ino devia ter sido bem sucedida também. Uma pausa, enquanto os juízes mostravam as notas da garota... mais palmas... então, pela terceira vez, o apito.

— E aí vem o senhor Uchiha! – exclamou Nawaki e o garoto saiu curvado, deixando Naruto completamente só.

Agora era Naruto quem copiava os passos dados por Utakata e depois por Ino. Ele andou de uma lado para o outro na barraca, tentando conter a respiração e se acalmar. Sentia-se muito mais consciente do seu corpo do que normalmente; consciente de que seu coração batia acelerado e seus dedos formigavam... mas, ao mesmo tempo, ele parecia estar fora do próprio corpo, vendo as paredes da barraca e ouvindo a multidão, como se estivesse muito longe...

— Muito ousado! – berrava Nawaki e Naruto ouviu o Meteoro Chinês soltar um poderoso e terrível urro, enquanto a multidão prendia a respiração em uníssono. – Que sangue frio ele está demonstrando... e... sim, senhores, ele apanhou o ovo!

Os aplausos romperam o ar invernal como se espatifassem uma vidraça; o campeão da Durmstrang não só tinha sido o mais rápido a apanhar o ovo até então, mas também era o mais apoiado por todos para ser o campeão do torneio.

Com o Uchiha tendo terminado, seria a vez de Naruto a qualquer momento.

Ele parou no meio da barraca e aguardou. Então ouviu o apito tocar. Respirou fundo e cruzou, então, a entrada da barraca, o pânico se avolumando dentro dele. E agora, estava passando pelas árvores e atravessando uma abertura na cerca.

O garoto via tudo diante de si como em um sonho vibrantemente colorido.

Havia centenas e mais centenas de rostos nas arquibancadas que o olhavam, que tinham se materializado desde a última vez que ele estivera naquele lugar. E havia o Rabo Córneo, do outro lado do cercado, deitado sobre sua ninhada de ovos, as asas meio fechadas, os olhos amarelos e malignos fixos nele, um lagarto negro, monstruoso e coberto de escamas, sacudindo com força o rabo de chifres, que deixava marcas de um metro de comprimento escavadas no chão duro. A multidão fazia uma barulheira infernal, mas se era simpática ou não a ele, Naruto não sabia nem se importava. Era hora de fazer o que tinha de fazer... focalizar a mente, inteira e absolutamente, na coisa que era sua única chance...

Ele parou diante do dragão.

A multidão parou junto.

 

. . . 

 

Sentada em uma das arquibancadas, estava Sakura ao lado de Karin. A garota de cabelos cor de rosa havia puxado a ruiva da mesa da Sonserina no salão principal momentos antes do torneio começar.

A ruiva parecia zangada para qualquer um que a visse, mas secretamente ela estava contente pela garota de cabelos rosa a ter puxado, assim as duas puderam se sentar longe daqueles que torciam contra Naruto.

Karin estava com os braços cruzados e em nenhum momento havia se movido, apenas assistindo a tarefa e os campeões a realizando.

Mas as bochechas dela ficaram vermelhas de frustração quando viu o irmão parado na frente do dragão.

— Não acredito que aquele idiota travou – reclamou baixinho ao lado de Sakura.

A garota de cabelos rosa, por outro lado, estava pensando no campeão anterior: o Uchiha havia feito os mesmos movimentos contra o Salgueiro Lutador na madrugada de domingo. E aquilo fez Sakura pensar que o garoto não estava em perigo… ele estava treinando.

Mas a sensação que havia tido… por mais que não gostasse de admitir, dificilmente estava errada quando as tinha. Então… O garoto iria se machucar de qualquer jeito ou ele só se machucou porque Sakura o assustou?

Não tinha uma resposta para aquela pergunta e provavelmente nunca teria.

Sakura teve sua mente puxada de volta ao dado presente quando ouviu vaias vindo de alguns alunos das arquibancadas.

Naruto continuava parado em frente ao dragão, sem fazer nada…

 

Continua…


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Notas finais do capítulo

Gostaram? espero que sim!!!

Esse mês (exatamente no dia 31) vai fazer um ano q eu tô escrevendo essa fic
Acho q com mais um ano e mantendo as postagens de 1 vez por mês eu consigo finalizar kkkk (espero)!!!
Meu planejamento da fic vai até o natal e depois eu vou ter q me organizar pra ver como eu encaixo um montão de coisas q tão tudo soltas, eu tô seguindo o ano escolar deles mesmo e o natal é o q eu defini como metade da história, mas eu sou uma escritora do tipo jardineira, vou aos poucos e cada capítulo é uma surpresa

Dúvidas? Perguntas? Sugestões? Opiniões? Vou adorar saber o que estão achando!!!

Minha indicação da vez para esse mês de Halloween é “Coraline”, tanto o livro quanto o filme
Eu amo essa história e é óbvio que indico para todo mundo, virou um clássico né?! Eu acho até que gosto mais do filme do que do livro, mas o livro tem alguns pequenos detalhes que parecem dar mais vida para o filme e foi muito legal perceber e depois assistir o filme de novo

Confesso que ñ sou uma pessoa que gosta de filmes de terror, mas os filmes voltados para crianças são o meu xodó: A Noiva Cadáver, A Casa Monstro, O Estranho Mundo de Jack (eu também considero um filme de natal kkkk), Frankenweenie, Paranorman, Scooby-Doo (tem alguns nessa temática q são muito bons), A Família Addams (não sei se considero terror, mas adoro os filmes dos anos 90), enfim, entre outros, se tiverem indicações do tipo, vou adorar!!!

Por enquanto é isso, beijinhos e até o próximo capítulo



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