— Pense bem, Natanael — Cassiel disse, pesaroso. — Você acha que é uma coincidência que tenha se apaixonado justamente por ela?

Ele negou. Não acreditava em coincidências, acaso ou destino, mas o que poderia fazer? Não podia mandar em seu coração.

— Qual é o seu castigo? — Cassiel levantou-se com seu jeito jereba e aproximou-se dele, de coração partido.

— A eternidade — respondeu, como se já soubesse há tempos. — Ter que viver o resto da minha vida sem ela. Como posso me livrar disso?

— Tornando-se humano.

Nathaniel riu. Anjos que se tornaram humanos eram meras lendas urbanas.

— Como? — perguntou, sem esperanças.

— Abrindo mão da sua essência.