As Crônicas de Aethel: O Livro dos Magos escrita por Aldemir94


Capítulo 10
Zumbilândia Falls




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Sons aterradores, gritos de horror e um clima lúgubre pairava no ar, algo que Aethel não podia entender, ainda que os perigos já devessem ter ficado de lado; estaria Björn tentando algo de novo? Impossível, pois o elfo estava desacordado.

A Cabana do Mistério estava escura, mas não parecia estar vazia, pois passos lentos e alguns poucos gritos continuavam a ser ouvidos.

O rapaz tentou correr, mas a dor que sentia devido ao combate anterior tornava tudo pior, dificultando reações rápidas e fortes.

“Dipper, cuidado! Tivô Stan, socorro!”, alguém gritou, para o crescimento do clima de tensão; a voz era de Mabel! Os Pines estavam sendo atacados.

A luz da Lua iluminou a Cabana do Mistério e o rapaz pôde, finalmente, ver quem era o invasor que ameaçava seus amigos…

Zumbis que, em hordas, avançavam em direção à cabana.

Apesar dos ferimentos, Aethel avançou em direção a porta arrombada e entrou, sempre mantendo o punhal nas mãos.

Em um movimento veloz, o rapaz desviou de uma garrafa de vidro atirada por Stan, que o havia confundido com um morto-vivo.

“É você, carinha? Desculpe, filho, mas as coisas estão meio loucas por aqui”, disse Stanley, um pouco desconcertado, mas Aethel não tinha tempo para aquilo, então seguiu em direção as escadas, pois precisava de seu arco.

“Ahhhh!”, gritavam os mortos, sempre rechaçados pelo soco inglês de Stan; os outros residentes da Cabana do Mistério deveriam estar no telhado, tentando se refugiar, mas o rapaz buscava não se encher de preocupação, já que seu arco ainda deveria estar no quarto.

Stan correu para o quarto do sótão e abriu a porta rapidamente, entrando com o rapaz e trancando a porta.

Aethel pegou seu arco e aljava, mas segurou um dos lápis de cor de Mabel (de cor azul) e pintou o selo de Merlin em cada uma das flechas (uma marca rúnica composta por dois traços ligados por um “X” no topo; poderia se dizer que era um “M” com “X” ou duas bandeiras retangulares conectadas) e seguiu para a janela, de onde poderia atirar as flechas com mais precisão.

Mabel e Dipper estavam no telhado, sendo protegidos por Ford, Soos e Melody, que jogavam as coisas mais variadas nos mortos-vivos; garrafas de refrigerantes, copos descartáveis, pedaços de pedra (ou de queijo duro) e “bonequinhos do Stan” (uma nova leva de bonecos cuja venda havia sido proibida por causa da tinta rica em chumbo).

Os zumbis escalavam a cabana e eram rechaçados pelas pisadas de Melody, enquanto Soos acertava golpes com um taco de baseball nas criaturas.

De repente, um morto-vivo pulou encima de Mabel que, desesperada, gritou por socorro.

Atirando uma flecha, Aethel acertou em cheio a cabeça do monstro que, sofrendo com o que parecia ser um choque elétrico, largou a menina e caiu ao chão, voltando a ser apenas um cadáver sem vida, para surpresa de Ford:

—Minha nossa! O que foi isso? – perguntou Stanford.

—É o selo de Merlin, mas não perca tempo desenhando ele; só funciona nas minhas flechas.

—É mesmo? E por que isso? – perguntou Dipper, enquanto chutava com força a cabeça de um zumbi asqueroso.

—Por causa da minha aljava, ela “carrega” magicamente minhas flechas. A marca apenas me permite “liberar” essa energia. É uma pena que só servem para dissipar magia maligna.

Pegando duas flechas na aljava, Aethel segurou-as com a mão esquerda e mirou em dois zumbis do gramado, disparando com força na cabeça de ambos, que tombaram e não se levantaram mais.

“Onde estão Luna, Tristan e Arquimedes?”, perguntou Aethel, mas ninguém soube responder, talvez houvessem seguido Merlin para algum lugar seguro; era claro que o mago não estava ali, pois poderia lidar com a situação facilmente.

Subitamente, os zumbis pareceram pausar o avanço e recuar alguns metros; “Deus nos proteja”, disse Aethel, que já previa que algo grande estava por vir.

Olhando para Dipper (que estava apavorado), o discípulo de Merlin perguntou:

—Quando isso começou? Dipper, preciso saber a quanto tempo isto está acontecendo.

—Começou a cerca de 2h! Eles chegaram do nada e não pararam mais de vir!

—Onde está o diário 3? Alguém deve tê-lo utilizado.

—Aethel, o diário 3 sumiu! – gritou Dipper, enquanto era arrastado por dois zumbis que seguravam os tornozelos do garoto mas, graças a Aethel (que cortou as mãos dos mortos com seu punhal), tiveram seus desejos frustrados.

Os zumbis já estavam voltando com ainda mais ferocidade, como se motivados por alguma força sinistra e aterradora que, em breve, apareceria para levar toda a esperança embora.

Ford segurava o que parecia ser uma arma de raios e disparava contra as hordas, acertando os monstros de forma nem sempre precisa, mas a cada disparo, ficava mais nítida a gravidade da situação daquele homem dotado de tão grande genialidade; a energia da arma estava se acabando e cada novo tiro era mais fraco em relação ao anterior.

O rosto de Ford parecia cansado, seus olhos mostravam a tensão daquela situação e uma gota de suor escorria por sua testa, atestando que aquela invasão já durava tempo demais.

As flechas estavam se acabando e a aljava não poderia carregar, mágicamente, qualquer outro objeto que não aquelas preciosas flechas; as opções só conduziam para uma conclusão que era, na medida certa, tão lógica quanto cruel…

Atrair a atenção das criaturas, religar a energia da Cabana do Mistério e carregar algo que conduzisse bem ondas sonoras para, desta forma, emitir um som forte o bastante para destruir os zumbis completamente.

Os monstros conseguiram quebrar a porta do sótão e Stan já estava acertando-os com uma série de socos fortes; ganchos de Marciano que deveriam ter sido úteis nos tempos de fugitivo da polícia.

Determinado a pôr um fim naquela bagunça, Aethel tirou seu gibão, e olhou para a Lua, como se fossem velhos amigos de um tempo que nunca poderia voltar:

—Aethel, o que vai fazer? – perguntou Mabel, que não tirava os olhos das manchas de sangue que o rapaz trazia em sua camisa.

—O que for preciso, minha querida Mabel. – respondeu Aethel.

Neste momento, os olhos do garoto brilharam, confiantes, como se sentissem à conclusão de toda aquela saga…

E pulou do telhado, abrindo o gibão e usando-o como um pára-quedas tosco, que o fez voar uma distância de 15 metros quando, finalmente, caiu no chão, atraindo as hordas de zumbis.

“Sou grato a você, Luna”, pensou Aethel, que se aproveitara dos resquícios de pó da pequena fada que impregnavam suas vestes para voar tão longe.

Aethel correu em direção a um morto-vivo e gritou para o telhado:

—Pegue o arco, Mabel! E me dê cobertura!

A garota estava com medo, mas por suas veias não corria calda de morango (a despeito do açúcar que consumia tão apaixonadamente), mas o sangue dos Pines:

—Pode deixar! Hora de flechar esses miolo-moles!

Aethel não entendeu o que era “miolo-mole”, mas confiou naquela garota por quem sentia algo que não conseguia explicar, nem com toda a ciência e literatura que havia aprendido com Merlin e Arquimedes; sabia a linguagem dos animais, a física por trás do voo das aves, o cultivo de especiarias e como tratar moléstias leves, mas a ciência do amor era tão simples para o rapaz quanto física nuclear seria para Robbie ou para um mangusto.

Avançando com coragem, Aethel sacou o punhal e, em um movimento rápido e dolorido, decepou a cabeça de um zumbi.

A criatura não tinha olhos, apenas andrajos (que, a bem verdade, já haviam perdido as cores originais a tempos), não tinha calçados e estava com dentição em péssimas condições.

A pele estava entre um verde-limo e um “marrom terra fresca”, mas os ossos estavam à mostra no ombro esquerdo e no joelho direito.

Em dado momento, o rapaz segurou o braço esquerdo de um daqueles seres horríveis e o partiu com força, usando este “taco improvisado” para acertar mais dois zumbis que lhe bloqueavam a passagem.

Mabel disparou uma flecha que, com grande precisão, acertou o olho de um morto-vivo que se encontrava atrás de Aethel, pronto para agarrá-lo.

Dirigindo-se para a torre que se encontrava próxima a cabana, o rapaz escalou com imensa coragem, embora sua visão já começasse a ficar turva devido ao cansaço e também aos ferimentos que ganhara combatendo Björn e Min.

“Cristo… me dê forças”, dizia para si, com fraqueza; precisava chegar ao topo da torre e, dessa forma, religar a energia.

De repente, um zumbi segurou a perna esquerda de Aethel e fez força para ele descer, mas Mabel disparou uma flecha certeira que atingiu o braço direito do zumbi e o fez partir em dois; a criatura caiu e o rapaz pôde prosseguir.

Olhando para Mabel, Aethel gritou:

—Quantas flechas você ainda tem, Mabel?!

—Só duas!

—Precisa atirar mais uma flecha!

—Onde?! Nos zumbis que estão escalando a torre?!

—Não! – gritou Aethel – Você vai atirar em mim! Literalmente!

A garota ficou muda, o que também aconteceu com Soos, Melody, Stanley, Ford e, principalmente, Dipper, que disse:

—Você ficou louco?! Mabel, não faça essa doideira!

—Aethel… você tem certeza?!

—Não temos tempo Mabel, confie em mim! – gritou o rapaz.

—Confiar?! Mabel, se você atirar ele vai morrer! E, mesmo que você não acerte em um ponto vital, só a queda já vai mandar ele direto para o cemitério de Gravity Fall ! – gritou Dipper.

—Tenha fé Dipper, o Senhor decidiu que venceremos hoje! – sorriu Aethel.

Mabel apenas mirou no peito do rapaz, disse “eu confio” e soltou a flecha.

O objeto voou cortando o vento, veloz e quase invisível na escuridão, embora a luz da Lua ajudasse a iluminá-lo toscamente.

Aethel não perdeu a flecha de vista e, para alegria de todos, conseguiu segurá-la no último segundo, quando ela quase entrava em seu peito, para carminar aquela torre.

Na verdade, era um exagero chamar aquilo de torre, já que era um totem (falso) que enfeitava a Cabana do Mistério desde os tempos em que Ford iniciara suas pesquisas em Gravity Falls.

Isso aconteceu ainda antes de Bill Cipher mostrar sua verdadeira face de enganador, mas nada daquilo tinha qualquer relevância naquele momento, com exceção do fato de haver uma antena secreta escondida naquela torre.

Como Aethel sabia daquilo? Afinal, aquilo era estritamente secreto e o rapaz chegara a poucos meses na cidade e, portanto, nunca poderia saber disso; foi nisso que Ford ficou pensando no momento em que viu Aethel abrir o topo do totem e gritar para ele:

—Ford! Concentre toda a energia da sua arma de raios e acerte a minha flecha! Agora!

Stanford obedeceu e disparou todo o restante de energia que ainda restava em sua arma na direção de Aethel que, com habilidade, ergueu a flecha no alto, tal qual um pára-raios e a carregou completamente.

Com força, o rapaz cravou a flecha no topo da torre e, dessa forma, emitiu uma onda de energia tão forte que, durante cerca de cinco minutos, religou a energia da Cabana do Mistério.

Utilizando o mecanismo de som que se encontrava no topo do totem, Aethel começou a falar algo que, a princípio, Mabel e Dipper não entenderam:

—Espero que goste dessa, Mabel, não sou muito bom nessas coisas…– disse o rapaz, começando a cantar – Why me Lord, what have I ever done/ To deserve even one/ Of the pleasures I've known/ Tell me Lord, what did I ever do/ That was worth loving you/Or the kindness you've shown.

De repente, as criaturas começaram a perecer, para espanto de Mabel, que jamais poderia imaginar uma cena como aquela, mas Aethel continuou, como se seu espírito tivesse necessidade de consumar aquela apresentação, o que, tecnicamente, era bom, já que a vida de todos dependia do sucesso daquilo tudo:

Lord help me Jesus, I've wasted it so/ Help me Jesus I know what I am/ Now that I know that I've need you so/ Help me Jesus, my soul's in your hand. — cantava Aethel – Tell me Lord, if you think there's a way/ I can try to repay/ All I've taken from you/ Maybe Lord, I can show someone else/ What I've been through myself/ On my way back to you.

Quando quase todos os crânios podres e ossos decompostos estavam desfeitos (para alívio de Stan, que já estava completamente esgotado por lutar com os zumbis do sótão), veio o canto final de Aethel:

Lord help me Jesus, I've wasted it so/ Help me Jesus I know what I am/ Now that I know that I've need you so/Help me Jesus, my soul's in your hand. – terminou o rapaz.

Neste momento, o último daqueles seres asquerosos foi destruído.

Aethel olhou novamente para a Lua e, como se se recordasse de algum sonho belo, sussurrou para si, “morrer pela pátria… que tantas vezes salvou; mas não tenho pátria, nem lar… tenho… pessoas que amo”, então encerrou a breve reflexão dizendo, com um sorriso, “vale a pena proteger… essas pessoas”...

E o rapaz desmaiou, caindo do totem de uma altura que o mataria, para espanto de todos, principalmente Mabel, que gritou em desespero:

—Aethel! Salvem!

Mas, como se por uma manifestação inexplicável, o tempo “congelou” para o pobre rapaz; uma figura borrada pareceu ficar diante dele, estendendo a mão e parando sua queda.

Alguém encapuzado, de barba e postura imponente; “Merlin me ajudando, como sempre”, pensou o rapaz, que pousou no chão como uma pluma e perdeu a consciência.

Mabel pegou seu gancho, disparou-o no totem e pulou do telhado em “segurança”(ou qualquer coisa próxima disso), descendo próximo ao ponto onde Aethel estava desacordado.

Ela o abraçou, em lágrimas, gritando para que os outros viessem ajudar o rapaz, sendo prontamente atendida por Ford, que pulou do telhado como um Zorro de Fairbanks e correu para ajudar.

Mabel abraçou o rapaz, em lágrimas, pedindo que seu tivô Ford fizesse algo, sendo que Stan correu com os demais residentes da Cabana, pronto para auxiliar a garota.

Uma trovoada, nuvens se concentrando no céu noturno e, para fechar aquela cena lúgubre, uma chuva sem explicação começou a cair.

Aethel foi levado para dentro da Cabana do Mistério, onde Melody e Ford o levaram para a cama do sótão, trataram seus machucados e lhe cobriram com uma manta quente, já que, naquela época do ano, a chuva apenas acentuaria o frio.

Após isso, Ford correu para resolver definitivamente o problema da luz (pois a energia elétrica já havia acabado novamente) e, após consertar rapidamente o problema (que não passava de uma peça fora do lugar no gerador geral de energia), voltou para o sótão, desejando ajudar o rapaz desacordado.

No clarão da Lua, uma coruja voou em direção a janela e pousou; era Arquimedes, trazendo notícias de Merlin.

A ave, porém, deixou a questão momentaneamente de lado, quando viu seu protegido acamado, perguntado:

—O que aconteceu com ele? Como se machucou tanto?

—Fomos atacados por uma horda de zumbis – disse Ford – ele se arriscou para nos salvar.

—Arquimedes, ajude ele, por favor. – pediu Mabel, tentando segurar as lágrimas.

—Merlin está vindo – disse a coruja, gentilmente – tudo vai ficar bem.

Aethel estava deitado na cama de Mabel por insistência dela, que ficara impressionada com os últimos acontecimentos, apesar de tudo aquilo que havia passado no último verão, mas Dipper não queria ficar sem fazer nada, então pediu que a irmã dormisse em sua cama enquanto ele ficaria bem acomodado no chão, perto da humilde escrivaninha.

"Melhor todos irem dormir, não podemos fazer mais nada”, disse Melody, mas ninguém queria sair dali, nem ela; a preocupação com o rapaz era geral.

Se o sótão fosse um pouco maior, com certeza todos poderiam se acomodar ali, mas não seria muito confortável, além do mais, o rapaz “não gostaria de tanta atenção assim”, disse a coruja, que não desejava ver seu amigo constrangido.

Talvez pareça algo sem sentido, especialmente considerando as circunstâncias, mas Aethel não se sentia bem quando achava estar “incomodando os outros”, pois considerava isso o contrário de um “cavaleiro de Arthur.”

O rapaz estava sempre muito preocupado com o “procedimento correto”, às vezes exagerando um pouco, mas nada daquilo poderia incomodar Mabel; aos olhos da garota, tais características apenas acentuavam o ar de mistério e magia que rodeavam Aethel.

Independente do ar peculiar que tais preocupações bobas do rapaz poderiam gerar na maioria das pessoas, ninguém na Cabana do Mistério poderia (ou desejava) julgá-lo mal.

Especialmente Mabel, que segurou na mão dele e sussurrou “você vai ficar bem”, enquanto todos se retiravam para suas camas, à exceção de Dipper, que dormiria no sótão.

Arquimedes pousou próximo a cama de Aethel (na verdade, emprestada de Mabel) e o irmão da garota apagou as luzes.

Mabel não conseguia dormir, então ficou velando Aethel por boa parte da noite, por vezes tendo de lutar contra o sono; não dormiria, ainda não, precisava ficar acordada protegendo-o!

Algumas vezes pensou que ele estava abrindo seus olhos castanhos brilhantes e gentis, ou movendo seus lábios para agradecer por ela estar bem, mas tudo sempre era uma ilusão gerada pelo sono.

Mabel não tinha o hábito de virar a noite acordada, então ficar de olhos abertos por tantas horas era muito difícil para ela, mas a garota não desistiu; sentia-se incapaz, vulnerável, inútil e esses sentimentos a aborreciam.

Tentando manter os olhos abertos, Mabel pegou sua edição de O Pequeno Príncipe (o presente que Aethel lhe dera no dia do encontro) e começou a sussurrar as palavras para o rapaz:

—”Deveria tê-la julgado por seus atos e não por suas palavras. Ela me perfumava e me alegrava. Não poderia nunca tê-la abandonado. Deveria ter percebido a ternura que havia por trás de suas tolas espertezas.”

Olhando para o rapaz inconsciente, Mabel lembrou-se que, por vezes, não entendia a maneira dele de falar, o que era recíproco, já que a garota também não era fácil de se entender.

A garota prosseguiu com o texto:

”As flores são tão contraditórias! Mas eu era ainda muito jovem para saber amá-la.”

Mabel ficou pensando no texto e sussurrou:

—As flores, mas também os homens… eles querem nos proteger porque somos frágeis… mas se arriscam tanto… é como se buscassem segurança e perigo ao mesmo tempo… só porque se preocupam com as garotas… será que não percebem que as garotas também se preocupam com eles?

Mabel soltou uma lágrima, enquanto olhava para Aethel, mas jamais poderia imaginar que, próximo a escrivaninha, Dipper estava acordado, ouvindo sua leitura e suas reflexões:

—Percebemos, irmãzinha. Só tentamos não pensar muito nessas coisas. – sussurrou Dipper para si, enquanto se lembrava de Pacífica e do fantasma do solar Northwest.


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Notas finais do capítulo

Marciano:
Rocky Marciano (1923-1969), nascido Rocco Francis Marchegiano, foi um legendário lutador de boxe estadunidense. Competindo de 1947 a 1955, foi campeão mundial dos pesos-pesados e jamais foi derrotado em sua carreira.

Mangusto:
Da família "herpestidae", o magusto é um mamífero carnívero aparentado ao suricato. Sua aparência é muito próxima a de um suricato.

Carminar:
"Carmim" é uma tonalidade de "vermelho-vivo", portanto, "carminar" equivale a "tornar vermelho". No capítulo, "carmim" é uma forma poética de se referir ao sangue.

A música de Aethel:
Aethel cantou a música "Why Me Lord", de Elvis Presley. A canção apareceu no álbum "Elvis as Recorded Live on Stage in Memphis", de 1974.

"morrer pela pátria… que tantas vezes salvou":
Aethel estava se recordando das palavras de Marco Túlio Cícero (106-44 a. C.), o maior pensador, orador e escritor latino. Algum tempo antes de ser assassinado por Herênio e Popílio, Cícero teria dito "Moriar in patria saepe servata" ("Morra eu na pátria que tantas vezes salvei").

Fairbanks:
Douglas Fairbanks (1883-1939) foi um dos grandes astros norte-americanos do cinema, tendo iniciado sua carreira no cinema mudo, onde estreou em 1914, sendo dirigido pelo lendário (e por vezes problemático) D.W. Griffith. "Zorro" (de 1920) é um de seus papeis mais lembrados.

O Pequeno Príncipe:
O Texto que Mabel leu é a parte final do capítulo VIII, que antecede a partida do Pequeno Príncipe de seu lar, o asteroide "B 612".



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