Uma Era De Ordem E Honra escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 22
21. É o tamanho da sua riqueza que mostra o seu valor, mas é a moralidade, a legitimidade e a honra que dizem se você é digno ou não.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807475/chapter/22

07|04|1767 Witte House, Londres

Witte House era magnífica, e seu salão de bailes um símbolo de riqueza, ostentação e de como o açúcar holandês era muito apreciado. No meio do salão, iluminados por dois lustres dourados e acompanhados por uma orquestra, pares sorridentes dançavam o minuet, enquanto ao seu redor os cavalheiros bebiam e as damas conversavam.

Todos se dividiam em pequenos grupos. Haviam damas observando os pares dançando, cavalheiros conversando sobre política, nobres falando sobre suas propriedades e ainda as aristocratas comentando sobre o que observavam.

  — A duquesa de Clifton realmente veio, e fiquei impressionada.— Quase como um sussurro, a condessa de Rochford comentou com a condessa de Knolly, a viscondessa Kensington e a baronesa York, os olhos das damas a frente de Elizabeth se arregalaram.— A pobrezinha parece um fantasma, uma sombra dos seus dias de glória. Lembro-me tão bem de quando Lady Caroline era a maior beleza dos bailes, e o que é agora?

  — Embora eu não a tenha visto em seus dias como Lady Caroline Everton, lembro-me muito bem de seu apogeu como duquesa de Clifton.— Na frente de Elizabeth, Lady York balançou a cabeça tristemente, como se visse uma tragédia.— Quem diria que o duque iria ficar louco?

  — Um herói de 1745. É uma...— E Elizabeth parou de ouvir quando Lady Knolly começou a falar, o assunto não mais lhe interessava.

Suspirando quase cansada, Elizabeth começou a olhar pelo salão, até seus olhos pararam nos jovens pares dançando, e lá ficaram. Haviam tantos outros lugares que Elizabeth desejava estar, mas ela estava em Witte House, sozinha e apenas por consideração a Lady Wiston, já que Lady Louisa era uma amiga tanto por ser uma Everton como por se tornar uma Ives.

Elizabeth havia considerado permanecer em Hampton Court e cuidar de Alfred, já fazia noites que ele acordava sentindo falta de ar, mas ele mesmo pediu para ela ir, afim de não causar alarde em ninguém. E aqui Elizabeth estava, e sem nenhum ânimo ou alegria, apenas observando e ouvindo.

  — Só tenho pena dela.— Pelas palavras de Lady Rochford, o assunto dos Sarlen havia acabado.— Sarah está vindo, e pela rapidez deve ser com uma notícia doce como o açúcar dos Ives.

As outras quatro damas olharam para o lado, e realmente a baronesa Gray estava vindo na direção delas, e vinha muito rapidamente. Elizabeth enclinou a cabeça e respirou fundo, era normal falar coisas ruins de outras pessoas, era normal fofofar, então por que ela não gostava?

  — As miladys não fazem ideia de quem acabou de chegar, e com quem chegou.— Fazendo uma mesura a baronesa Gray falou rápido.— Alguém deve avisar a Lady Wiston que a mãe dela não é a melhor pessoa para organizar a lista de convidados.

 — Mas quem chegou com quem, Sarah? Estamos curiosas.— Lady Rochford lembrou Lady Gray, ao mesmo tempo que ria. Elizabeth discordava da condessa, ela não estava curiosa. Mas Lady Rochford se virou para a marquesa e sorriu.— Até mesmo a marquesa deseja saber.

A ação de Elizabeth foi simplesmente abrir seu leque e se abanar para tentar esconder seu descontentamento.

  — Não sei se devo.— Por que? Lady Gray olhou para Lady York e deu um sorriso fraco.— Talvez seja ofensivo aos Congreve.

  — A milady fala de George? Oh meu Deus, George!— Lady York antes usava seu leque para esconder suas risadas, agora ela estava usando para disfarçar sua vergonha.— Diga logo o que meu irmão... o Lord Nondell fez.

 — Ele, o marquês de Nondell, veio acompanhado com Lady Arthur Congreve.— As damas ficaram horrorizadas ao ouvir isso, nem mesmo Elizabeth conseguiu fugir da indignação.— Seria uma situação normal em... uma situação normal, mas Lady Arthur não é simplesmente cunhada de Nondell, ela é também... a companhia.

Nondell e Lady Arthur eram amantes, e eram o tipo de amantes que viviam como que casados e sem vergonha alguma.

  — Nondell não tem vergonha!? Eu não me importo de ele e a cunhada serem amantes, mas mostrar para todos, isso já é muito.— Lady Rochford era a mais indignada. Enquanto a pobre Lady York ficava calada, envergonhada pelo irmão. O olhar da condessa caiu na baronesa.— Jane querida, o filho de Lord Arthur e de Lady Rose é realmente de Lord Arthur? Ou seria do marquês?

Lady York ficou sem reação alguma a pergunta da condessa mais velha. Ela riu desesperada, sorriu e simplesmente falou:

  — Arthur não fala mais comigo. Tivemos uma discussão envolvendo o sobrenome do pequeno Arthur.— Com certa vergonha na voz, junto com um risinho, Lady York admitiu, isso explicava algumas coisas.— Em minha opinião o menino se parece muito com um Irvington para se fazer conjecturas.

  — Mas é muito curioso que o menino tenha nascido exatamente dez meses após se tornar público o caso dos dois.— Todas as damas olharam para Lady Knolly e sua observação. Ela sorriu e deu de ombros.— Ou pode ser apenas uma coincidência.

  — De fato.— Era possível ver que o maior desejo da baronesa York nesse momento era acabar com essa conversa, ela estava desconcertado.

As damas entraram em um leve silêncio logo depois, e Elizabeth voltou a olhar a sua volta. A baronesa Wiston passou por elas e fez uma mesura a marquesa.

  — Minha marquesa, miladys.— Lady Wiston as cumprimentou com um sorriso, que foi correspondido.

— Lady Wiston, seu baile está muito agradável hoje.— Com um sorriso sincero, Elizabeth comentou para a jovem baronesa, Lady Wiston assentiu agradecida.— Mas eu devo avisar para a milady tomar mais cuidado com quem convida, certas pessoas não são adequadas.

  — Minha marquesa se refere a Karolinger Elton, o 2° barão Hagen?— As damas de companhia de Elizabeth arquejaram ofendidas.— Mas devo dizer que fui obrigada, como mulher dou todo o meu apoio e força a Lady Hagen.

Isso não amenizou muito a situação, e era fácil de entender. Lord Hagen trocou a companhia de Lady Hagen pela de um macaroni, a sociedade não iria dar nenhuma importância se isso fosse feito de forma discreta, mas Lord Hagen andava para todos os lugares com o amante, como se fosse um cachorrinho, e quando um escândalo era escancarado, a sociedade falava sem dar nenhuma importância as consequências.

Mas essa situação de Lord Hagen logo foi esquecida. Uma mulher entrou no salão de bailes, fazendo todos olhares se voltaram para ela, não por causa do seu rico vestido de seda, ou do seu cabelo preso com enfeites de safiras, e muito menos por conta dos grandes diamantes em seu pescoço. O que chamou a atenção foi a pele da dama.

  — Ela é negra!— Uma pessoa falou ao fundo, trazendo agora também a atenção de Elizabeth. Suas damas também estavam tentando olhar.

  — O que ela faz em Witte House?— Outra pessoa também falou ao fundo.

Seguindo suas damas, Elizabeth finalmente conseguiu chegar em um lugar onde ela poderia ter uma perfeita visão. Ela ficou surpresesa! Era sim, uma mulher negra, acompanhada por um jovem cavalheiro, e ela agia tão confortavelmente que parecia até uma dama inglesa. O que era isso?

 — Eles chegaram finalmente.— Lady Wiston também se aproximou delas, e comentou. Elizabeth olhou para a jovem baronesa curiosa.— Sejam apresentadas a Srta. Hortense Ives.

 — Ela é uma Ives?!— Lady Gray perguntou escandalosamente surpresa. Elizabeth olhou repreendedora para sua dama, que mordeu os lábios e falou novamente:— Uma Ives? Como assim uma Ives?

 — Lady Gray por favor, não chame tanta atenção assim.— A baronesa pediu com um sorriso.— Ela é uma filha ilegítima na verdade, filha de um primo distante de meu marido, descendente de um dos irmãos de Sir Henry Ives, creio que o nome era Augustus, com uma escrava liberta da Dominica.

 — É uma mulata!— Lady Knolly quase gritou, recebendo um olhar feio das outras.

 — Lady Knolly, mulata parece muito ofensivo!— Elizabeth repreendeu a dama. Mulata, essa palavra era tão indignante, a forma como Lady Knolly falou foi indignante.

  — Minha marquesa, eu peço perdão mas se é a uma mestiça, automaticamente ela é uma mulata! Mas é melhor do que chamá-la de negra, ou de "a preta".— Lady Knolly tentou se desculpar, mas ainda assim...— Além do mais, eu não faço a mínima ideia de como chamar ela.

  — Pelo nome dela, talvez.— A condessa de Knolly ouviu a marquesa e simplesmente olhou novamente curiosa para a dama mestiça.

Um ato que foi seguido por Elizabeth. Era tão curioso isso, a Srta. Ives agia como uma perfeita dama, sua forma de rir, sorrir, pegar o leque, a mão do jovem cavalheiro que estava lhe acompanhando, era tão... civilizado, levando em consideração que era uma mestiça negra vinda das colônias.

  — Ela pode ser o que for, mas é terrivelmente rica.— Rica? A informação de Lady Wiston era interessante, e trouxe a atenção das damas.— O pai dela a reconheceu e a criou como uma dama inglesa. A srta. Ives sabe ler, escrever, bordar, tocar cravo, fala francês, latim e sabe administrar tanto uma casa quanto uma fazenda. É uma dama completa. O pai dela morreu e deixou tudo para ela, as fazendas, os canaviais e os escravos, tudo na Dominica.

Mas isso era surpreendente! A Srta. Ives acabou de ficar muito mais valiosa, não era apenas uma negra mestiça bem educada, mas sim uma negra mestiça rica e bem educada vindas das colônias.

  — Ela é rica? Por isso Robert Noel não sai mais de perto dela.— Lady Rochford falou com certa ironia.— Curioso. Ele busca uma fortuna.

 — Mas milady e se for um real sentimento de apreço?— Lady Wiston ainda sugeriu com certa inocência.

 — Não se engane, Lady Wiston. O Sr. Robert Noel procura a herança.— Elizabeth avisou olhando para a Srta. Ives.— Eu a achei interessante, mas não creio que Robert Noel tenha visto a mesma coisa.

 — Exatamente, minha marquesa. O pai de Robert Noel, não recebeu uma grande herança do falecido barão Mansel, então um casamento com uma herdeira rica se torna muito necessária, seja com quem for.— Lady Rochford completou a marquesa.

Elas ficaram observando a Srta. Ives por mais algum tempo, Elizabeth achava completamente cativante como ela parecia uma dama como qualquer outra. Não era comum pessoas como ela na alta sociedade britânica, Elizabeth pelo menos nunca ouviu falar.

  — Lady Wiston, leva-nos até a Srta. Ives, estou fascinada por ela, e estranhamente pelas colônias também, mais especialmente pelos escravos.— Sem nenhuma vergonha, e com certo tom de agitação, Elizabeth pediu.

Ela estava curiosa com Hortense Ives.

*****

  — E foi divertido?— Ao mesmo tempo que colocava mais tinta na pena, Alfred perguntou a Elizabeth. Não fazia muito tempo que Elizabeth havia chegado, mas assim que chegou, ela foi logo para o quarto dele.— Ou foi como nos anos anteriores?

 — Sou obrigada a dizer que foi a mesma coisa de sempre.— Elizabeth respondeu sentando ao lado dele, na mesa onde Alfred escrevia em seu livro.— Teria sido mais divertido com você lá, mas eu...

Teria realmente, mas Alfred havia tido uma crise de asma, não uma comum, mas sim muito mais desconfortável que o normal. Esse era o grande calvário da vida de Alfred, ter esse incômodo problema que era a asma. Ele nunca iria se esquecer da única viagem que seu pai fez a Niedersieg, mas da qual teve de voltar mais cedo por conta de uma dessas crises.

Houve um tempo, um muito curto, que a ocorrência dessas crises diminuiu, mas esse tempo passou. A vida de Alfred estava muito estressante e caótica. Ele tinha que lidar não apenas com as questões normais de um aristocrata britânico, mas também com deveres de estado, não apenas os seus, mas os de George também.

Em Niedersieg havia uma discordância entre comprar o condado de Ehreschöne ou não; a Grã-Bretanha tinha uma problema com as Treze Colônias; e ainda haviam os problemas políticos, três primeiros-ministros em quatro anos já era demais. Sem contar com seus problemas como pai, marido e irmão. A vida de todo ser humano já era cheia de problemas, mas a de Alfred, ela era impressionante.

Elizabeth parou então de falar, e percebendo isso Alfred a olhou, ela esperava ele falar.

  — Minha noite também não foi das mais agradáveis, Clasterberg e Norton são companhias que logo se cansam.— Principalmente Roboam Nathan, o 3° barão Norton.— Eles estavam sempre reclamando que "sem as damas é muito chato jogar cartas". Mas bem, não é um problema meu.

  — É agradável saber que fazemos alguma falta.— Apesar de Elizabeth ter respondido irônica, Alfred assentiu e voltou ao seu livro, mas antes de ele pegar novamente a pena, Elizabeth perguntou:— E o que você fez?

  — Nada de muito importante. Respondi as cartas de Maria Theresa, ela está muito animada com o crescimento de nossas rosas; e Anne enviou notícias de Strelitz, dizendo que Christine está crescendo muito bem.— Alfred parou um momento para pensar, era apenas isso?— Sim, foi apenas isso. Eu não tinha você aqui para me alegrar.

 — Sinto-me apaixonada com essa declaração, obrigada.— O marquês riu da ironia de Elizabeth, o baile realmente foi chato para a deixar assim.

E um silêncio se instaurou entre os dois. Elizabeth pegou uma das folhas de Alfred e se pós a ler, apenas para tentar se distrair.

  — E quem estava em Witte House?— Elizabeth o olhou sem entender. Alfred suspirou e repetiu:— No baile de Lady Wiston, quem estava lá?

  — Ah sim, perdão.— Alfred sorriu, ao mesmo tempo que voltou a seu livro.— Ninguém de muito importante. A pobrezinha convidou Lord Hagen, acredita?

  — Lord Hagen!? Por Cristo!— Todos sabiam o que Lord Hagen fazia na frente da própria Lady Hagen. Se Alfred não se enganava, Penélope Quenberry, a baronesa Quenberry, e Olivia Elton, a baronesa Hagen, eram ambas filhas de Sir Alexander Clavering, irmãs— Lady Wiston procura uma briga com Lady Rochford, talvez. Ela não é uma Quenberry também?

Elizabeth deu de ombros, mas logo em seguida seus olhos se arregalaram, como se tivesse recordado de algo.

  — Havia mais uma pessoa, uma... não sei exatamente como dizer.— A marquesa sentou novamente ao lado dele para pensar, e Alfred voltou ao seu livro.— Era uma negra.. mulata... criola... não sei exatamente como a chamar... mestiça! Era isso, havia uma mestiça negra.

 — Ah, interessante.— Não dando muita atenção a isso, Alfred respondeu. A marquesa enrugou a testa, era só isso?

  — Alfred, você vai falar apenas isso? Um "ah, interessante"?— Era errado? Alfred olhou para a esposa e assentiu.

 — A Inglaterra está cheia de mestiços, Elizabeth...talvez não cheia, mas há uma quantidade considerável, não veja...

 — Talvez eu tenha explicado errado. Não era apenas uma mestiça, era uma mestiça rica, uma herdeira, com enfeitada com enormes diamantes.— Rica? Agora Elizabeth conseguiu a atenção de Alfred. Não era sempre que se ouvia sobre mestiços ricos.— Você deveria ter visto, Alfred. Ela era uma verdadeira dama, andava, falava e agia como uma de nós.

  — Parece impressionante.— Essa dama deveria ter recebido uma educação de melhor qualidade.— De onde ela veio?

 — Dominica.— Então essa dama recebeu uma educação muito mais superior do que várias damas das colônias. Era muito estranho que os ricos das colônias não davam as suas filhas a mesma educação esmerada que os ricos das metrópoles.— Ela se chama Hortense Ives.

  — Uma Ives?— Elizabeth assentiu. Os Ives eram então uma família muito mais ampla do que era imaginado.

Era muito interessante isso. Que essa jovem tivesse a melhor estadia possível na Inglaterra, até ela voltar a Dominica e todos eles se esquecerem dela, como acontecia com todos esses viajantes. Mas Elizabeth ainda estava muito animada.

  — Ela é uma filha ilegítima claro, mas é uma dama, e irá se casar com Robert Noel.— Esse Robert Noel iria ganhar um belo dote.— Não entendi muito do que ela falou, ela fala francês, mas foi muito interessante. Quero a conhecer melhor, talvez ser sua amiga... eu poderia Alfred?

Como? Alfred parou de escrever assim que ouviu a pergunta de Elizabeth. Ele então a encarou.

  — Você nunca pediu minha permissão para ter amizade com alguém. Por que agora?

 — A Srta. Hortense Ives é uma filha ilegítima, e ser rica não muda isso.— Elizabeth falou de forma tão simples.— E eu sou a marquesa de Bristol, não posso ser amiga de qualquer um.

 — Muito bem, então seja amiga dela.— Elizabeth sorriu agradecida.— Não vejo problema algum. Apenas trate ela como qualquer um dos outros bastardos ilegítimos ricos da alta sociedade, os que não são importantes.

Elizabeth ficou visivelmente feliz com a permissão. Ela se levantou de seu lugar indo até ele o abraçou.

  — Muito obrigada, Alfred. Eu fico muito feliz!— Elizabeth beijou a bochecha de Alfred, e agora foi ele que sorriu feliz. Ela beijou novamente a bochecha, e novamente, até que viraram beijos nos lábios.— Vamos para a cama, Alfred?

O sorriso de Alfred passou de alegre para malicioso, ele olhou para a esposa.

  — Para a cama? Fazer o que lá?— Elizabeth o olhou, deu de ombros e saiu de perto em direção a cama. Alguns a seguiu com os olhos, e por fim se levantou do seu lugar também.

  — O seu capataz pode brincar com o meu jardim.— Com um grande sorriso no rosto, Elizabeth respondeu, ao mesmo tempo que começou a tirar as suas joias.— Isso é o suficiente para você?

Alfred riu em resposta, mas também assentiu. Era mais que o suficiente, para os dois. Ele caminhou na direção de Elizabeth.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu tenho um receio muito grande de escrever sobre pessoas negras na Europa dos séculos passados, eu vou ter que dizer. É necessário dizer que os tempos eram outros, eram outras pessoas e um outro pensamento, eu tenho receio de errar na receita ou ofender.
Mas para criar a Hortense Ives, eu usei como base uma dama inglesa, uma mestiça, chamada Dido Elizabeth Belle, que foi criada na casa do tio avô do pai, o Chefe de Justiça da Grã-Bretanha. Ela era uma dama perfeita, e era tratada como uma parente, uma parente pobre e ilegítima, mas ainda assim uma parente, devemos lembrar que as coisas que parecem poucas para nós, eram muita coisa naqueles dias.