RICTUSEMPRA • draco malfoy escrita por proudofdraco


Capítulo 3
Iii. Little White lies




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— Eu juro que se ver a Black ameaçando o Malfoy de novo, peço pra sair. E olhe que só somos uma banda completa há três dias.. – comentou Neville. – O garoto entra em depressão toda vez que ela grita com ele.

 

— Ah, Draco, se acostume. – falou Luna, em tom gentil e apoiando a mão no ombro do garoto. – Ela faz com todo mundo, é o charme dela, entende? 

 

— Ela não faz com vocês dois.. – falou Draco. 

 

— Bingo! – gritou George – Porque na visão da sua esposa, eles são perfeitos. 

 

— E na visão dela, com certeza você é o pior.. – falou Fred. 

 

Black entrou pela porta da garagem que se ligava à cozinha dos Weasley. Com uma caneca de café, olhou para o grupo de repente quieto e estranhou. 

 

— Estão tentando tirar o Malfoy da banda de novo? – questionou ela – Calma, Troye Sivan.. Você é meu vocalista principal favorito. 

 

Draco sorriu com tanta euforia que sua felicidade quase o fez cair pra trás. Luna gargalhou alto ao ver a cena, sua risada ecoando pela sala, e então Neville se aproximou da loira. 

 

— Ele não é o único vocalista principal? – perguntou baixo. 

 

✧ ✧ ✧

 

— Confiem em mim. Sou a dona da setlist, não sou? 

 

— Claro deusa suprema, faça o que achar melhor. – George respondeu, revirando os olhos com um sorriso e se apoiando à parede atrás de si, ainda sentado no assento da bateria. – Alguma exigência? 

 

— E ainda pergunta? – questionou Neville – Já viu a Nyx não exigir alguma coisa?

 

A garota revirou os olhos enquanto mexia em seu celular, seus amigos rindo. Achou as partituras e, em segundos, ouviu os celulares de todos ali apitarem. 

 

— Gosto de como mesmo sendo um puro sangue sem vergonha, o Malfoy não se mostra muito diferente da burguesia trouxa. – falou George. – Vejam o Iphone da madame. 

 

— De última geração.. – debochou Black, com um sorriso. 

 

— Quando passam cinco minutos e vocês não implicam comigo sinto que falhei na minha missão.. – dramatizou Malfoy, mexendo em seu smartphone também. – Estou me acostumando. Bem, também, obrigado por perguntarem. 

 

— Tem Spotify Premium, não tem? – Black o ignorou, ironizando novamente. 

 

— Meu pai assinou o plano família.. – mentiu Draco, com tom sarcástico. Fez Black rir e, então, sentiu as borboletas em seu estômago novamente. – Little White Lies? 

 

— Confiem. Já separei as partes de cada um. – a garota explicou, subindo no palco baixo da garagem e colocando sua guitarra. – A maior parte está separada por membros. Ia colocar o Malfoy como o Niall, porque o Draquinho usa a mesma marca de água oxigenada que o Horan usava.. 

 

Dessa vez, até Neville segurou a risada. Luna gargalhou alto, deixando a gentileza de lado e acompanhando os amigos nas risadas. Por incrível que pareça, Draco gostava de toda a implicância e zoação do grupo. Estranhamente, se sentia parte de alguma coisa boa pela primeira vez. 

 

— Nyx vai cantar? – Fred perguntou em êxtase

 

— Nyx vai cantar. – ela respondeu, estranhamente envergonhada. 

 

O grupo comemorou. Luna e Neville se abraçaram aos pulinhos, Draco sorriu a ponto de sentir cãibra no rosto. Fred tocou "Parabéns pra você" rapidamente no baixo e George acidentalmente quebrara suas baquetas em sua comemoração. A garota apenas suspirou, ignorando os amigos. 

 

— Por que você sempre é o Zayn? – reclamou Draco, se arrependendo na hora ao ver o olhar feio de Black sob si. Reclamava porque, fora as músicas da One Direction, Black nunca cantava em hipótese alguma. 

 

Todos subiram até o palco, se preparando para o ensaio e para o barraco. 

 

Ao contrário do que pensavam, Black não arremessou sua guitarra em Draco nem o ameaçou com uma azaração, apenas sorriu. Um grande e sarcástico sorriso. 

 

A garota deu o primeiro acorde em seu instrumento, dando início ao ensaio. 

 

If this room was burning— cantou Draco, sob o microfone no suporte – I wouldn’t even notice. 'Cause you've been taking up my mind

 

With your— cantou Fred, por sua vez

 

Little white lies, little white lies. – completou Draco. 

 

Draco começou o primeiro verso após a intro, meio inseguro. Conhecia a música, porque Nyx fazia questão de familiarizar toda a banda com músicas trouxas de sua playlist antes e depois dos ensaios. E claro, ele fazia questão de ouvir todas e adicionar a sua playlist quando chegasse em casa. Mas ele preferia não dar trabalho nenhum pra garota, e como essa era a primeira música com muitas adaptações que tocavam, ele se sentia menos confiante do que o normal. 

 

A garota era extremamente rígida com cada nota, cada acorde e cada posição durante a música. Se errassem alguma coisa, atrasando alguma nota por um segundo que fosse, ela fazia questão de alertar da forma mais gentil que conseguia no final. Isso, claro, se fossem Neville e Luna. Se George, Fred ou Draco errassem, ela não economizava nos xingamentos. 

 

Mesmo assim, ela era de fato uma líder. Ao invés de apenas brigar, ela elogiava cada um por seu avanço caso acertassem e falava especificamente o que deveriam consertar - porque queria que eles realmente melhorassem. Claro, Draco preferia evitar, e até agora não havia errado nada técnico. Nesses dois ensaios que tiveram, cada qual com seus longos 45 minutos de duração, Black deixou claro que só dizia pra Malfoy que ele era ruim pra que o ego dele não atrapalhasse seu rendimento. 

 

Fora isso, o silêncio de Black estava se tornando ensurdecedor para ele. Ele nunca pensou que quisesse tanto tomar um esporro por ter errado alguma nota. 

 

Ela evitava elogiar Malfoy o máximo que podia, já que qualquer mínimo elogio da banda para Draco era motivo para que ele se sentisse o dono de tudo por horas. Mas fazia vez ou outra, pra não desmotivar totalmente o vocalista egocêntrico e extremamente sensível. 

 

A música correu bem até o final, cada um prestando o máximo de atenção no feitiço que Black havia criado para que a tela dos celulares refletissem em frente aos integrantes, em uma fraca luz azul a qual apenas eles poderiam enxergar. Black, como Malfoy havia dito, cantava os solos do Zayn e focava em sua guitarra. Neville estava cantando as partes de Niall, já os versos de Liam Payne eram cantados por Lovegood. Fred e George dividiam a voz de Louis e Malfoy, por sua vez, era Harry Styles e cantava a maior parte de todo o refrão como bônus. 

 

O som era baixo, porque de acordo com as instruções detalhadas de Black nas partituras, o som baixo dos instrumentos era de extrema importância. 

 

E então, antes que terminassem, o solo de Nyx chegou. Todos os instrumentos diminuíram ainda mais, e a garota cantou em sua posição lateral. 

 

I know you want it

I know you feel it too

Let’s stop pretending

That you don’t know what I don’t know

Just what we came to do 

 

Black andou alguns passos, vendo Draco se afastar do microfone central e dando espaço a ela. A garota sorriu sarcasticamente pra ele e, dando uma crise de nervos em Malfoy, voltou a cantar agora na posição principal no palco. 

 

If this room was burning.. I wouldn’t even notice – cantou ela, e então, todos os instrumentos foram tocados em sua capacidade máxima. A voz rouca da garota era completamente maleável e, entre um verso e outro, Draco pôde perceber o tamanho da potência vocal que ela tinha. – 'Cause you've been taking up my mind.. With your.. 

 

Little white lies, little white lies— os dois cantaram em uníssono. 

 

You say you’re a good girl— harmonizou Draco ao microfone, por sua vez. – But I know you would, girl

 

— 'Cause you've been telling me all night— disse Nyx, com um high note impecável vez ou outra – With your.. 

 

Little white lies, little white lies. – a banda cantou. 

 

With your..— repetiu ela. 

 

Little white lies, little white lies

 

O último acorde foi tocado, e uma salva de palmas foram ouvidas. Finalmente perceberam que tinham plateia, que o solo de Black pareceu chamar a atenção da casa inteira e que as famílias Weasley, Black, Potter, Longbottom e Lovegood estavam ali, admirando eles em puro choque e êxtase. 

 

— Isso foi bom pra caralho! – gritou Ron, parecendo em desespero. Recebeu uma bronca de sua mãe, mas continuou junto com os outros, aos gritos e palmas. 

 

— Minha filha é uma estrela, James Potter! – gritou Sirius, implicando com o amigo. – E o seu? UM FRACASSADO! 

 

— Como é? – Harry gritou, em confusão. 

 

— Desculpe Harry, mas isso não é sobre você.. – explicou Lupin, admirando a banda encantado – É sobre os dois idiotas ali.. E sobre a gênia que eu tenho como filha! Toma essa, James Potter! 

 

— Desculpe pelos dois, Harry.. – Teddy falou envergonhado, mas logo depois um sorriso se abriu em seu rosto. – Nyx! Não é sobre ganhar ou perder, mas esse desgraçado aqui do meu lado acabou de perder feio! 

 

A garota gargalhou alto, descendo do pequeno palanque junto a banda. O garoto a abraçou, animado, e então foram abraçados por Lupin e Sirius em seguida. O grupo recebeu uma enxurrada de elogios de todos presentes. 

 

— Deixem a garota respirar.. – pediu Regulus, com um pequeno sorriso no rosto. – Quem diria que minha sobrinha favorita teria tantos fãs. 

 

— Isso, Tio Reggie, porque ainda não voltamos pra Hogwarts. – falou convencida. – Quando cantarmos lá, seremos os donos daquele buraco. 

 

— É assim que se fala, pirralha. – o homem a puxou dos braços do irmão, a abraçando contente. 

 

Nyx percebeu que todos eram parabenizados pelos seus familiares. Que até os pais de Neville tiveram tempo em meio ao trabalho para buscar o filho, que os de Luna vieram ver sua filha brilhar graciosamente e que James se gabava de Nyx como se fosse sua própria filha, disputando com Regulus, Sirius e Remus. Que os gêmeos foram parabenizados pelos irmãos e pais e que todos, com exceção de Malfoy, tinham apoio de alguém ali. 

 

— O loiro idiota não foi tão ruim.. – Nyx falou em tom alto, chamando a atenção de um Draco sorridente ao lado dos Weasley, mas meio cabisbaixo por não ter seus pais ali também. Ela tentava alegrá-lo, pois sentia, no fundo do peito, que devia fazer aquilo por algum motivo. – Não acha, Regulus? 

 

— Claro, claro.. Mais um sangue puro convertido às maravilhas trouxas. – debochou o tio, e Draco sorriu tímido, percebendo o quanto a família Black era parecida, até no modo de implicar. – É seu marido, Arty? 

 

O sorriso de Draco sumiu no mesmo instante, e o garoto engasgou com o seco, tossindo em desespero. Molly ofereceu um pouco de suco e um lanche para acalmar o garoto, enquanto Fred e George faziam de tudo para incomodar Malfoy ainda mais. 

 

Senhor e Senhora Malfoy, sentados numa árvore..— gritaram os gêmeos, dando tapinhas nada gentis nas costas de Draco – Se beijando!

 

— Merlin tenha piedade.. – reclamou Black, se afastando da família e indo até os Lovegood. 

 

Pandora e Xenofilio tratavam Black como uma filha, e adoravam quando a menina ia visitar Luna nas férias. Em uma dessas visitas, Black convenceu Luna a entrar em uma banda do dia pra noite e, ali, a menina adquiriu um celular trouxa, conexão Wi-Fi e da noite pro dia os Lovegoods estavam antenados às notícias trouxas. 

 

Havia sido assim que Black havia mostrado as maravilhas das mensagens de texto, sem necessidade de mandar uma coruja para se comunicar entre si. Agora os Lovegood's, os Weasley's e os Longbottom haviam perecido sobre as maluquices trouxas que os Potter e Black eram acostumados a um tempo. 

 

A multidão se dissipou. Estava perto do jantar e os Weasley foram arrumar os preparativos para comerem. Com exceção dos gêmeos, que arrumavam os instrumentos junto a Malfoy em um canto, enquanto Black deitava em um sofá mexendo em seu celular, a guitarra em cima de si. 

 

— Estamos encantados com vocês.. – debochou Fred, novamente – Pensam em casar logo? 

 

Draco olhou estranho para os gêmeos, que se mantinham focados em seus instrumentos. 

 

— Sabemos que está apaixonado por ela. 

 

— Não estou apaixonado por ela. 

 

Os ruivos riram, ambos negando com a cabeça ao ouvirem uma mentira tão absurda. 

 

— Vocês.. acham que tem alguma probabilidade dela sair comigo? 

 

— Pra ser sincero? – respondeu George. – Acho que nenhuma.

 

— Pergunte a Luna, ela conhece a Arty. – completou o irmão. 

 

— Mas não pergunte a Nevile, porque Neville acha vocês dois fofos juntos, e provavelmente vai falar pra você ter coragem.

 

— Luna não, ela vai falar na sua cara que ela não te quer.

 

— Isso é inspirador garotos, obrigado.

 

— Por nada. – disseram em uníssono, saindo da garagem e deixando os dois a sós.

 

Draco se aproximou, ainda com a guitarra pendurada a seu pescoço. Respirou fundo e assumiu a posição de idiota que tinha como mecanismo de defesa natural.

 

— E aí, Black. – falou em tom convencido. – Seu solo foi ótimo.

 

— É, eu sei. – respondeu sem manter contato visual, se sentando no sofá e guardando sua guitarra totalmente preta – Falando sobre o treino, você tá bem fora de ritmo.. 

 

— É.. sério?

 

— Aham. – concordou, vendo o olhar de Draco se transformar na feição mais cabisbaixa que já havia visto. – Quer aulas particulares na sua casa?

 

Draco riu, quase em desespero. Esperava um esporro, e mesmo assim não estaria preparado pra um nem se quisesse. Felizmente, não era um.

Desviou o olhar rapidamente enquanto a garota colocava a guitarra já guardada em suas costas, se afastando do garoto e parando de frente a porta que levava até o interior da casa dos Weasley, onde sua família a esperava.

 

— Vai fechar tudo?

 

— Por que? – perguntou após um pigarro, tentando retomar sua pose – Precisa ir?

 

— É. Tenho que jantar com o Potter.

 

O olhar de Draco novamente se mostrou infeliz, e a Black estranhou a forma como qualquer coisa que falasse fosse extremamente influente em Draco. E então, tentou justificar sua frase. 

 

— Harry Potter, o meu meio irmão. 

 

— Ah, claro. – disse o loiro, se martirizando internamente e se virando, tentando evitar contato visual – Como vai Lily? 

 

— Ótima. Mas quando digo meio irmão, digo que fui criada ao lado de Harry, e não que Sirius tenha pegado o amor da vida do melhor amigo dele. – explicou bem calmamente, porque sabia que Draco Malfoy não se importava em pesquisar a árvore genealógica de ninguém além da dele – Então, pergunte como estão os meus pais, e não a minha madrinha. 

 

— Certo.. Como estão meus sogros? 

 

A garota riu anasalado, se virando e saindo da garagem na Toca pela porta que levava ao interior da casa. 

 

— Entre aqui e pergunte a eles. – falou antes de ir, com um sorriso. 

 

Draco fechou tudo, se sentindo em êxtase. Se xingava mentalmente por aquilo, mas a cada ensaio se sentia cada vez melhor, e, além de fazer algo que gostava muito, fazia ao lado de sua garota favorita. 

 

E sentia ânsia ao pensar que ele tinha uma garota favorita. 

 

— Tchau, senhora Weasley. – gritou da garagem, ouvindo passos em direção ao lugar após se despedir.

 

— Já vai, querido? – perguntou Molly – Não fica pro jantar?

 

— Não senhora Weasley, obrigado. Tenho que voltar logo pra casa.. E se eu ficasse pro jantar o Ron pediria pra ser deserdado. 

 

A mulher gargalhou, abraçando o garoto. 

 

— É bom saber que está mudando, entende? É bem-vindo aqui, independente do que seu pai acha. 

 

— Claro, obrigado. – respondeu ele, com um sorriso tímido. Colocou sua guitarra também em suas costas, indo até a lareira da garagem. – O lanche estava ótimo. 

 

Molly sorriu, se despedindo do garoto e o vendo desaparecer pelo pó de flu. Ao chegar na lareira de seu quarto, Draco escondeu sua guitarra com um feitiço e, aparentando normalidade, se deitou na cama e fingiu ler um livro no exato momento em que sua mãe bateu na porta. 

 

— Está trancado a tarde toda, filho. Não vem jantar? 

 

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